Por Alex Murashko|Repórter do The Christian Post
Traduzido por Rodrigo L. Albuquerque
Um grupo de coptas egípcios está protestando contra a Igreja Copta Ortodoxa do país por sua recusa em mudar o divórcio e as leis atuais casamento e estão declarando sua intenção de deixar a denominação.
(Photo: REUTERS/Asmaa Waguih)
Cristãos Ortodoxos Coptas atendem uma missa enquanto celebram Domingo de Páscoa em uma igreja em Cairo, April 23, 2011.
Na quinta-feira, o grupo de quatro meses de idade copta “Right to Live” organizou um protesto em frente do Ministério da Justiça Cairo, exigindo que os coptas tenham o direito ao divórcio e novo casamento, segundo relatou o jornal Al Masry Al Youm.
Ao contrário dos Estados Unidos, onde os governos locais realizam o processo de divórcio legal, a Igreja Ortodoxa Copta tem a aprovação do Egito para impor seus padrões de casamento e divórcio como lei.
Não há casamento civil no Egito, desta maneira, os casamentos são registrados com o governo através de um sacerdote. A fim de obter um divórcio, casais devem passar pela igreja primeiro. Se a igreja se recusar, um casal pode recorrer aos tribunais civis, mas são muitas vezes guiados de volta para a igreja.
Onde há uma diferença nas denominações ou seitas, afirma-se que a lei egípcia Sharia islâmica se aplica, e o direito ao divórcio é concedido.
Seguidores da Igreja Ortodoxa Copta são estimados em cerca de 10 por cento dos 80 milhões de pessoas do Egito. Centrado no Egito, a denominação é uma das mais antigas do mundo.
Enquanto a maioria muçulmana do Egito tem crescido ao longo das últimas três décadas, por isso tem sua minoria cristã, resultando em muitos coptas olhando para sua igreja como refúgio. A autoridade do líder copta Papa Shenouda III muitas vezes é inquestionável.
Durante o protesto, o grupo de coptas acrescentaram seus nomes a uma lista declarando sua retirada da Igreja Copta, o primeiro de seu tipo na história da denominação. é relatado que 29 pessoas assinaram a lista, que também está sendo distribuída online, durante o protesto.
Desde que foi nomeado para o Papado da Igreja Copta Ortodoxa, em 1971, Shenouda restringiu o divórcio em casos de adultério ou de conversão para outra religião ou a uma seita cristã diferente. Sua decisão alterou uma bylaw 1938 que permitiu os coptas a se divorciarem em razão da impotência, abandono, abuso e deficiência mental.
A partir da alteração do Shenouda, coptas que procuram um divórcio, mas que estão em casamentos em que o adultério não é um fator, ficaram conhecidos por criar reivindicações de adultério ou conversão.
Rasha Sadeq, que é o membro da Right to Live, disse ao Al-Masry Al-Youm que o Ministério da Justiça não tem respondido às exigências dos manifestantes do movimento, uma vez que foram apresentadas em julho.
As exigências incluem o direito a um casamento civil em um cartório para aqueles que já se divorciaram, sem a necessidade de adquirir a permissão da igreja, e o direito ao divórcio através de um notário, se ambas as partes concordarem, segundo relatórios.
O grupo também assinou um documento endereçado a Shenouda, em que eles declaram que restrições da igreja – particularmente no que diz respeito ao divórcio e novo casamento – já não se aplicam a eles.
Os manifestantes têm enfatizado que deixar a Igreja Ortodoxa não significa abandonar a fé cristã, informou Al-Masry Al-Youm.
Osama Farag, que é um manifestante que procura o direito de um divórcio, se descreveu como um “egípcio cristão com nenhuma seita,” de acordo com a reportagem.
“Se a Igreja não me deixar divorciar, eu não tenho nenhuma escolha senão tentar por um divórcio civil e casamento”, disse Sameh Abdel Malak, acrescentando que ele está sendo negado um divórcio, apesar de sua esposa, alegadamente ter cometido adultério.
“Sei que os jornais podem estar errados [na visão da Igreja], mas o que importa é que as coisas vão estar certas entre mim e Deus”, Abdel Malak disse.