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Igreja Universal afirma que cristãos não devem compactuar com ideias esquerdistas
Por Gazeta do Povo
Templo de Salomão - Lugares - Estadão

Templo do Salomão, da Igreja Universal, em São Paulo. Imagem ilustrativa|| Foto: Divulgação / Igreja Universal/internet

Uma postagem feita pela Igreja Universal do Reino Deus em seu site oficial, no domingo (23), orienta que os cristãos não devem compactuar com ideias esquerdistas. O texto apresenta cinco pontos para justificar o posicionamento da Universal e é assinado pelo bispo Renato Cardoso.

Nas eleições 2022 no Brasil, o principal do nome da esquerda na disputa pelo Palácio do Planalto deve ser o do ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT). Ele é apontado como um dos concorrentes do presidente Jair Bolsonaro (PL), representante da direita e candidato à reeleição, no pleito para comandar a presidência da República.

A primeira questão citada na postagem é que o cristão deve defender a família e, de acordo com a Universal, isso é incompatível com os valores esquerdistas. “A esquerda prega contra o casamento convencional e incentiva questões como a liberdade do uso de drogas, que causam mal individual e social e desestruturam as famílias. Com a sociedade doente, os esquerdistas podem posar de “defensores da liberdade” para ganhar votos. Eles destroem a rede de apoio familiar para “salvar” o povo usando um assistencialismo manipulador”, afirma a Igreja Universal.

O segundo tópico diz respeito ao marxismo e às formas de governar da esquerda. O texto lembra que ditaduras de esquerda perseguem os cristãos. “A esquerda gosta de mentir que luta contra a ditadura, mas o marxismo, base do esquerdismo, produziu historicamente as maiores ditaduras que oprimiram o povo. Elas perseguiram e perseguem o cristianismo até hoje. China e Coreia do Norte são exemplos de países esquerdistas que não permitem nem mesmo que existam templos cristãos”, salienta a Universal.

Postagem no site da Igreja Universal | Reprodução
A crença em Deus é o terceiro ponto elencado pela Universal como argumento para defender a ideia de que os cristãos não podem apoiar a esquerda. “O marxismo, base de toda e qualquer ideologia esquerdista, tem por princípio filosófico o materialismo dialético que, antes de tudo, nega a existência de Deus”, diz o texto.

A Universal também afirma que a esquerda se opõe aos evangélicos e critica as correntes políticas que se identificam como “evangélicos de esquerda”. “A esquerda combate a Igreja porque ela abre os olhos da população quanto ao que é certo e errado e mostra de que lado deve estar quem quer o bem. Por isso, os esquerdistas tentam anular tudo o que os evangélicos dizem ou em uma atitude desesperada infiltram-se nas igrejas protestantes com um disfarce de “esquerda evangélica” , termo que já é, em si, uma total contradição”, destaca a Igreja Universal.

O quinto e último ponto trata da unidade dos cristãos. Para a Igreja Universal, a esquerda tenta dividir as pessoas e causar brigas entre elas. “A esquerda destaca a diferença para incentivar a briga entre as pessoas, apesar de pregar falsamente que é a favor das diferenças. Ela precisa do conflito para se manter, numa estratégia de “dividir para conquistar”, pois é mais fácil para ela manipular pequenos fragmentos do que tentar o mesmo com um grupo único, grande e forte. Quem instiga o ódio é o diabo”, finaliza a Universal.

 

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Igreja Universal tirava ilegalmente US$ 120 milhões de Angola, dizem bispos

Culto em um dos mais de 200 templos da Igreja Universal em Angola.
Culto em um dos mais de 200 templos da Igreja Universal em Angola.

A Igreja Universal do Reino de Deus, liderada pelo bispo brasileiro Edir Macedo, levou ilegalmente de Angola para a África do Sul, a cada três meses, US$ 30 milhões, segundo reportagem do jornal UOL. De acordo com a publicação, o caso foi revelado por meio de denúncias de bispos angolanos às autoridades do país. Os valores somados chegam a US$ 120 milhões por ano.

De acordo com o UOL, o pastor e ex-diretor da TV Record África Fernando Henriques Teixeira foi apontado como o responsável por essa tarefa. A operação teria se repetido nos últimos 11 anos, desde quando o religioso brasileiro chegou ao país.

A denúncia foi feita à polícia angolana por bispos e pastores locais que se rebelaram contra a direção brasileira da Igreja Universal do Reino de Deus, no final de 2019. Eles confirmaram suas alegações ao UOL.

“A imagem para representar o que acontecia em Angola era a de um saco sem fundo: tudo o que entrava saía”, diz o ex-pastor angolano Armando Tavares.

A assessoria de imprensa da Universal em Angola, em nota, desmentiu as acusações.

Por sua vez, a Igreja Universal no Brasil afirma que a liberdade religiosa está em risco em Angola. Também procurada, a TV Record não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Dólares escondidos em malas

Conforme a reportagem do UOL, Fernando Henriques Teixeira atuava nos últimos apenas como executivo da TV Record África. Mas ele teria obtido o visto e a autorização para entrar e trabalhar em Angola como pastor, segundo os bispos angolanos ouvidos pela reportagem.

A maior parte do dinheiro ilegal seguia de carro para Johannesburgo, na África do Sul, via estradas da Namíbia, de acordo com os denunciantes. Os dólares estariam escondidos em malas, no forro dos veículos e até em pneus.

A “Reforma” da Universal em Angola

O bispo João Bartolomeu —um dos membros mais atuantes na “Reforma”, como passou a ser chamado o movimento desencadeado por 330 religiosos em Angola contra a direção brasileira da Universal— foi um dos responsáveis pelas denúncias contra Teixeira e os outros três membros da igreja.

Os angolanos divulgaram um manifesto acusando o comando da Universal de supostos crimes, entre eles lavagem de dinheiro, evasão de divisas e expatriação ilícita de capital, além de práticas de racismo, discriminação, abuso de autoridade, imposição de vasectomia aos pastores e intromissão na vida conjugal dos religiosos.

Bartolomeu e seus colegas deram seus testemunhos e repassaram documentos que comprovariam as denúncias ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), a polícia federal de Angola. Após investigações, as conclusões foram encaminhadas à Procuradoria Geral de Justiça local e daí para a Justiça.

O grupo de bispos e pastores da “Reforma” assumiu, em julho do ano passado, o controle de mais de 300 templos da Universal em Angola. Em abril deste ano, o bispo Edir Macedo viu a sua TV Record África ser retirada do ar no país e os pastores brasileiros contrários à nova liderança colocados em um avião e mandados de volta ao Brasil.

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Em Angola, vice-presidente Mourão pede fim das tensões na Igreja Universal

  
Vice-presidente Hamilton Mourão
Vice-presidente Hamilton Mourão

Durante agenda em Angola, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão (PRTB), pediu um arrefecimento das tensões dentro da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que já levaram à suspensão da direção de origem brasileira e criaram tensão política entre os dois países.

Mourão afirmou que o governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre as duas partes. Há um embate entre a direção brasileira da Universal — fundada e liderada pelo bispo Edir Macedo —, e bispos e pastores angolanos que se rebelaram, desde o final de 2019, passando a contestar o comando geral da igreja.

“O governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre essas duas partes e que o Estado angolano recebesse a delegação parlamentar brasileira que quer vir aqui para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se arrefeça as diferenças que ocorreram”, pediu Mourão.

Recentemente, governo angolano reconheceu a direção angolana como a legítima representante da instituição religiosa no país. Sem terem seus vistos renovados, muitos pastores e bispos brasileiros saíram da Angola. Também houve suspensão da televisão evangélica Record.

Segundo Mourão, esta divisão interna criou um problema “no plano espiritual”, mas também “no plano político”. Ele defendeu a busca por “uma pacificação, apesar de não ser um assunto” que envolva diretamente o governo brasileiro. Trata-se de uma “questão mais privada”, concluiu.

Em entrevista à Agência Lusa, Mourão disse que o problema da Igreja Universal em Angola afeta o governo e a sociedade brasileira.

“Essa questão da Igreja Universal aqui afeta o governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui [no Brasil], com um partido que é o Partido Republicano, que representa o pessoal da igreja”, explicou Hamilton Mourão em entrevista à Agência Lusa na sexta-feira (16/7).

Fonte: Metrópoles