Categorias
Noticias

Temor de um "Egito islâmico" é equívoco, diz chefe da Liga Árabe

 

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Revolta ÁrabeOs temores nutridos sobretudo pelos EUA, Israel e potências europeias de que um regime fundamentalista islâmico possa emergir no Egito após a crise política em que o país se encontra há mais de duas semanas é um equívoco, disse o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, em entrevista ao jornal francês "Le Monde".

A possibilidade de isto acontecer é quase nula, afirmou o chefe do bloco de 22 países, alguns ameaçados por levantes populares, entre eles Tunísia, Argélia, Egito, Jordânia e Iêmen.

"Este risco não existe. Tenho consciência desse dilema ocidental. Preocupa os ocidentais até o ponto de alguns intelectuais e responsáveis políticos estarem dispostos a sacrificar a democracia em nome de seu temor em relação à região", completou Moussa.

Mas "sua análise é falsa e é uma má política", completou.

"A Irmandade Muçulmana não foi instigadora e não conduz a revolução egípcia. Participa dela, isso é tudo", completou.

"Esta revolução é, antes de tudo, da juventude e das classes médias e, se tiver êxito, a mensagem enviada aos países árabes e ao mundo será forte, porque não está de nenhuma forma relacionada com a religião ou um grupo religioso. Olhem a composição dos manifestantes: há cristãos e muçulmanos", disse Amr Moussa.

Para o chefe do bloco árabe a reunião diária dos manifestantes "não tem nada a ver com um grupo, seja a Irmandade Muçulmana ou outro".

"Outro exemplo é que a sinagoga do centro (do Cairo) segue inteira. Não recebeu nenhuma pedrada e não há pixações em suas paredes. Nenhum incidente ocorreu", completou.

Segundo ele, o movimento de protestos não se fragilizará. "A cada dia chegam diferentes tipos de pessoas (à praça Tahrir), que pedem mudanças", afirmou o secretário-geral, cujo gabinete está localizado nesta praça do Cairo.

Na semana passada, Moussa não havia descartado a possibilidade de ser candidato a uma eleição presidencial no Egito.

Categorias
Noticias

EGITO : Adventistas brasileiros fazem diferença em meio a protestos

A igreja Adventista do Sétimo Dia atua de maneira expressiva no Egito. Desde setembro de 2010, a parceria com a igreja Adventista do Brasil tem feito diferença em diversos setores. Na educação, por exemplo, os professores do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Betânia Lopes e Eliel Unglaub prestam assessoria para a escola adventista de ensino fundamental do Cairo, Zeitoun School. Segundo os relatórios da assessoria, a realidade da Zeitoun School é que 54 professores que lecionam ali, 50 são muçulmanos e dos 860 alunos, oito são adventistas. De acordo com o que governo permite, as marcas da educação adventista são impressas naquela região.

Na comunicação, o canal adventista mundial Hope Channel transmite, desde janeiro de 2011, material elaborado e desenvolvido por três brasileiros que tiveram o apoio e incentivo do Núcleo de missões e crescimento de igrejas do Unasp (NUMCI).

Segundo o pastor Berndt Dietrich Wolter, coordenador do NUMCI, dois alunos missionários estão a postos para atuar no Egito. “Os rapazes estão com patrocínio, projeto elaborado e todos os detalhes acertados para irem para o Egito. Estes missionários só estão aguardando a normalização da situação social daquele país”, conta.

Protestos convulsionam o Egito – Desde o último dia 25 de janeiro os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro.

Duas semanas depois do início dos protestos, os manifestantes anti-Mubarak continuam a vigília na Praça Tahrir, a principal da capital, mas com menos pessoas do que nos dias anteriores. As ruas já estão cheias de motoristas e pedestres, e os engarrafamentos retornam à capital egípcia, assim como as buzinas dos automóveis. Alguns estabelecimentos comerciais abrem as portas. E os bancos voltam a funcionar.

Data: 9/2/2011 09:12:24
Fonte: Portal Adventista

Categorias
Noticias

Manifestações unem cristãos e muçulmanos

Foto da cruz sobre um monte                                              Foto adicionada pela Igreja virtual

Lourival Sant?Anna – O Estado de S.Paulo

Ao entrar na Praça Tahrir, Hany Mohamed junta-se a um grupo de homens ajoelhados na calçada, para a quarta oração do dia. Adel Wagdi espera a alguns metros. "Sou cristão", explica.

Tem havido celebrações cristãs na praça, rodeadas por muçulmanos em gesto de proteção. Num cartaz de papelão feito à mão, uma lua crescente e uma cruz selam a harmonia entre as duas religiões, num país em que são comuns ataques contra igrejas coptas (cristãs). O último ocorreu na virada do ano, em Alexandria, em que a explosão de uma bomba matou 23 pessoas. Um cartaz escrito em inglês, dirigido a Mubarak, diz: "Obrigado por nos unir. Agora vá embora."

Rindo, Wagdi saca o celular do bolso para fotografar um homem com outro cartaz: "Mubarak, filho de Shaddad (herói pré-islâmico da Península Arábica), usou os camelos dele para liberar a praça", em referência à montaria usada por homens que atacaram os manifestantes na semana passada. Os egípcios trouxeram sua famosa verve humorística para a praça. Outro cartaz diz: "Eu preferia que o primeiro ataque aéreo (do Egito contra Israel, na guerra de 1973, que resultou na derrota árabe) tivesse sido contra o Egito, e Mubarak tivesse governado Israel por 30 anos." Uma moça segura um cartaz pedindo: "Preciso me formar. Vão embora." Escolas, assim como o comércio e serviços, estão fechadas desde o início dos protestos.

Do outro lado da praça, parte das pedras reunidas para defender os manifestantes dos ataques de grupos pró-Mubarak é usada para escrever frases no chão, como "US$ 70 bilhões", a fortuna que se acredita que Mubarak e sua família tenham amealhado intermediando virtualmente todos os negócios importantes no país. E, para ter certeza de que o presidente entendeu, a mesma mensagem foi escrita com pedras em quatro línguas: "Go away, Fuera, Dégage, Raus". Há muitas palavras de ordem, mas a preferida é essa: "Erhal" – "Vá embora".

"Ele é presidente desde que nascemos", dizem Mohamed e Wagdi. "Chega."

PARA ENTENDER

Cristãos coptas são 9% da população

A imensa maioria dos egípcios (90%) é de muçulmanos sunitas. Em segundo lugar vêm os cristãos ortodoxos coptas, cerca de 9% da população nacional. O centro da religião é Alexandria, onde fica o patriarca da Igreja, atualmente o papa Shenouda III. Estima-se que existam hoje cerca de 20 milhões de cristãos coptas, sendo que 16 milhões estão no Egito. Fiéis estão também espalhados pelas regiões central, leste e sul da África.