Dani Marques
As vezes me pego pensando: “Por que algumas pessoas resolveram ter filhos”? Para realizar um sonho? Por que estão ficando velhas e todos os amigos já se tornaram pais? Para se sentirem completas? Para aumentar a família? Sei lá, são tantas as possibilidades… Acho que na verdade, depois que a concepção acontece, o motivo já não importa mais. A criança está lá. Uma vida sendo gerada dentro de você. As perguntas mudam: Quais serão minhas prioridades? Que valores gostaria de passar para esta criança? Como será a minha vida daqui pra frente?
A idéia desse tema surgiu depois que escutei a frase de uma mãe que tem dois filhos pequenos e trabalha apenas meio período: “Coloquei os dois na escolinha período integral. Se eu ficar com eles o dia inteiro enlouqueço… Assim sobra mais tempo para eu fazer minhas coisas!”. Mas só decidi realmente escrever depois que ouvi o desabafo de uma avó: “Tenho tanta dó dos meus netos. Desde que nasceram passam o dia inteiro comigo. Eu que acompanho tudo! Minha filha chega do serviço só as 19h, super cansada, aí as 20h30 eles precisam estar na cama, pois acordam muito cedo. Ela está perdendo tudo… não tem quase tempo para estar com eles”.
Confesso que me indigno com essas coisas. Sei que existem mães que precisam trabalhar, por necessidade. Nestes casos, entendo perfeitamente. Já escrevi o que penso a respeito em dois textos: Mamães devem ou não trabalhar fora? e Devo voltar a trabalhar fora?, por isso, não vou me ater a este assunto. Na verdade, o que gostaria de transmitir à vocês, é que algumas prioridades DEVEM mudar na nossa vida a partir do momento em que nos tornamos pais, pelo bem da criança. Quando chega um bebê, querendo ou não, o seu foco muda (ou pelo menos deveria mudar).
Se você costumava sair sempre com os amigos, se a TV estava sempre à sua disposição, se uma vez por semana jantava fora com o maridão, se tinha o costume de agarrar a sua esposa e lascar aquele beijo de língua em qualquer cômodo da casa, ir a qualquer lugar, assistir a qualquer tipo de programa, ouvir qualquer tipo de música, etc e etc, gostaria de dizer que pelo menos por alguns anos, você terá que se abster de algumas coisas, pelo bem do seu filho. E isso não é ruim, de maneira nenhuma! Pais não se negam, se doam.
A formação do caráter e a educação da criança acontece logo nos primeiros anos de vida. É algo que não tem volta! Por isso a importância de priorizar este tempo. As atitudes e decisões que irão tomar, podem influenciar seus filhos pelo resto da vida. O negócio é sério ou não é? A pessoa que seu filho vai se tornar, depende do investimento que você vai dar. E não é de investimento financeiro que estou falando, mas sim de investimento de valores, de educação, de tempo e de exemplo de vida. Ser pai e mãe significa doar um pedaço da sua vida a seu filho! Tem melhor investimento que este? Serão apenas alguns anos, anos estes que passarão num piscar de olhos e depois que passarem, vocês terão o resto da vida para fazer o que bem entendem.
Aqui em casa, optamos por ter apenas um aparelho de televisão, evitando assim que cada um vá para o seu quarto assistir seu programa favorito, enquanto poderíamos estar desfrutando de momentos especiais em família. Na maioria do tempo, a TV é das crianças (Discovery Kids e Cultura), mas quando vamos assistir algum programa e eles estão por perto, analisamos antes se é adequado para a idade deles. Se não for, trocamos de canal. E meu marido e eu, como ficamos? E os nossos programas favoritos? Assistimos apenas quando a classificação é livre ou quando eles não estão por perto. Por isso a importância de se ter uma rotina para as crianças irem cedo pra cama. É um sacríficio que fazemos em prol da educação deles.
Será que é exagero? Acho que não. Certos programas, por mais insignificantes que pareçam ser, podem trazer influências negativas. Globo e SBT dificilmente assistimos. Confesso que meus filhos já assistiram Pica-pau, Tom e Jerry e Chaves, mas decidimos que estes programas não serão mais permitidos aqui em casa, pelo menos até a cabecinha deles estar muito bem formada, pois remetem à violência e o desejo de fazer mal ao próximo (e vai me dizer que não?). Ou seja, são programas que não se enquadram aos nossos valores.
Música, tv, internet e vídeo-game (entre outros), têm uma influência gigantesca na formação das crianças! O acesso a estes meios de comunicação deveria ser algo totalmente supervisionado pelos pais, pelo menos até os filhos terem idade suficiente para discernir: “Isso convém e isso não convém!” Já vi crianças dançando sensualmente com apenas 2 ou 3 anos de idade e outras, beijando seus bonecos de língua, também com essa idade. Qual a fonte desses comportamento? Se você trabalha fora, sabe o que seu filho anda assistindo? Outro dia escutei uma avó (vejam bem, uma avó!) dizendo: “Minha filha não deixa ele ver este desenho, mas eu deixo, não vejo nada demais… e o bom é que ele fica quieto! Mas não conta pra ela, hein? (risos)” Já escutei babás falando a mesma coisa. Aqui, gostaria de sugerir o texto: Vovó, escolinha ou babá?
Outra coisa interessante que escutei de uma mãe foi: “Mas até os desenhos das princesas tem beijo na boca! Sua filha não assiste? Você vai privá-la disso também?”. Eu digo mais, não só os desenhos das princesas tem beijo na boca, como muitos outros (Toy Story e Rio, por exemplo). Não vou privar meus filhos de assistirem, mas quando presenciam esta cena (que é muito diferente de um beijo de língua), costumo dizer que é um beijo de amor, como o selinho que a mamãe dá no papai (e neles também). Pais que incentivam seus filhos a terem “namoradinhos”, estão adiantando uma fase. Criança não tem maturidade nenhuma para lidar com este tipo de informação. Se com 4 ou 5 anos ela já está pensando em namorar, o que vai querer fazer quando tiver 9 ou 10 anos? Não me admiro ao saber que garotas desta idade já tiveram a sua primeira relação sexual… Sei que vai chegar a hora em que meus filhos se interessarão por estes assuntos, mas quero que neste momento o caráter deles esteja completamente formado. Seria uma grande irresponsabilidade da minha parte expô-los a esse tipo de cenas antes da hora.
É importante prestar atenção no que seus filhos assistem. Com que amiguinhos eles andam? Que tipo de joguinhos estão jogando? O que estão acessando na internet? Não é superproteção, é dever de pai e mãe! Conheço crianças que passam o dia todo sozinhas, pulando de casa em casa e fazendo o que bem entendem. Diversas vezes já os escutei conversando sobre mulheres peladas, beijos, meninas gostosas, filmes pornô… Ouvi isso de crianças entre 7 e 10 anos de idade! Que tipo de jogos você compra para seus filhos? Eles estimulam a violência? Que tipo de músicas você costuma escutar? Já prestou atenção nas letras? As crianças absorvem tudo! Outro dia, numa festinha infantil, tocou aquela música: “Delícia, delícia, assim você me mata! Ai, ai, se eu te pego…”. Você sabe o que quer dizer a letra dessa música? É esse tipo de atitude que você quer ver seu filho tomar quando crescer? Tratar mulheres desta maneira? E sua filha, gostaria que fosse tratada como um pedaço de carne, um objeto? Fiquei triste ao ver várias menininhas de 4 e 5 aninhos cantando e fazendo a coreografia (que envolve movimentos bem sensuais), e o pior, os pais estavam rindo e fotografando!
Até uma certa idade, as crianças precisam ser muito bem supervisionadas. Ao meu ver, alguns programas, novelas, comerciais, filmes, músicas, jogos e inclusive desenhos, não deveriam jamais ser vistos e ouvidos por crianças. Se você pode evitar, evite! “Mas Dani, e minha novelinha? Gosto tanto de novelas”! Aí vai a minha opinião (você não precisa concordar com ela e mesmo assim vou continuar gostando de você!): Eu tive tempo para assistir novelas até os meus 24 anos, que foi quando me tornei mãe. Depois que o caráter dos meus filhos estiver bem formado, vou ter o resto da minha vida para fazer isto. Enquanto esse dia não chega, na hora da novela, optei por investir na educação deles e não na minha satisfação pessoal. Desculpe, mas neste momento a novela não é minha prioridade.
Não acho que estamos sendo radicais. Ainda faço muitas coisas que gosto: ler, escrever, ver filmes, sair com o maridão, viajar, passear, assistir meus programas favoritos… Mas quando se trata da educação dos pequenos, a prioridade sempre será deles. Foi uma opção que fiz, ser mãe! Se qualquer uma dessas atividades for trazer má influência para os meus filhos, sinto muito, mas não penso duas vezes em deixar as minhas vontades de lado. Algumas pessoas me perguntam: “Mas e a sua realização pessoal e profissional?” Neste momento da minha vida, meus filhos, minha casa e minha família são as minhas realizações. Quando eu decidi ser mãe, sabia que aquela vidinha dependeria totalmente de nós, e que todas as nossas atitudes e escolhas influenciariam na sua formação. Foi uma opção que fizemos, ninguém nos forçou. E ter filhos não é uma decisão qualquer, eu diria que é uma das decisões mais importantes da vida!
Há muitos anos atrás, o rei Salomão, o mais sábio dos reis que já existiu, resumiu este texto em apenas uma frase:
“Educa a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.” Pv 22:6
Apresente ao seu filho o melhor dos caminhos: Jesus! “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” João 14:6
Me achou careta demais? Ótimo, então estou no caminho certo!
Dani Marques é colaboradora do Genizah e também escreve AQUI.
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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.