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“Carta de Campina Grande 2015″ é lançada na noite desta terça-feira

17º Encontro para a Consciência Cristã reafirma seu compromisso com o evangelho

por Mariana Gouveia – gospel prime –

 

“Carta de Campina Grande 2015″ é lançada na noite desta terça-feira
“Carta de Campina Grande 2015” é lançada na noite desta terça-feira

Na noite de encerramento do 17º Encontro para a Consciência Cristã, nesta terça-feira (17), a VINACC, entidade organizadora do evento, lançou a “Carta de Campina Grande – Consciência Cristã 2015”. Na missiva, elaborada por uma comissão de grandes nomes da fé cristã no país, é reafirmado e reconfirmado compromisso com o genuíno Evangelho de Cristo, sua defesa e sua pregação por todo o Brasil e todo o mundo, para a glória do nome de Deus.

Confira a carta na íntegra:

Carta de Campina Grande – Consciência Cristã 2015

 “Fazei tudo para a glória de Deus”

Nossos dias têm sido marcados por momentos críticos. Lamentavelmente, o Brasil tem experimentado, nos últimos anos, uma curva ascendente de escândalos, que nos fazem ruborizar de vergonha. Para nossa tristeza, as primeiras páginas dos jornais têm estampado — quase que diariamente — escândalos políticos de primeira linha. Como se não bastasse isso, a corrupção dos e nos poderes da República nos mostram que a nação encontra-se em avançado estado de “metástase”.

Junta-se a tudo isso o problema da violência, que no Brasil tornou-se endêmica. Segundo a ONU, nosso país possui onze das trinta cidades mais violentas do mundo, isso sem falar no consumo de drogas, no descaso do poder público com a saúde da população, educação, transporte e bem estar social. E, para piorar essa situação, a igreja brasileira não tem cumprido o seu papel como sal da terra e luz do mundo. Pelo contrário, de norte a sul e de leste a oeste multiplicam-se os desvios teológicos e heresias hediondas de um lado, como a esterilidade de um saber teológico desvinculado da santificação e da prática de outro, coisas que, de forma acintosa, causam incontáveis males ao povo de Deus.

Ademais, nos últimos anos, ferozes “lobos” têm tido livre tráfego em nossos arraiais, promovendo dissenções mediante ensinamentos falsos que afrontam a Palavra de Deus e induzem uma parte do povo de Deus ao erro, haja vista as práticas e comportamentos sincréticos que ora são verificados em muitas igrejas, nas quais pastores desprovidos de piedade, amor e misericórdia comercializam o Evangelho, assim como alertaram os apóstolos Paulo e Pedro (cf. 2 Co 2.17; 2 Pe 2.1-3).

Diante do exposto nós, da Visão Nacional para a Consciência Cristã (VINACC), entidade organizadora do 17º Encontro para a Consciência Cristã, decide:

Lutar pela unidade da igreja brasileira através da absoluta lealdade às verdades transformadoras do evangelho, para a glória de Deus.

Cremos na santa Igreja, na existência de um só Corpo, um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus. Cremos na unidade da Igreja, como também na comunhão dos santos. Cremos que essa unidade é obra exclusiva de Deus, e que nós, pelos nossos próprios esforços, não podemos produzi-la. Cremos que a unidade só é possível em torno da verdade, e que uma igreja que relativiza as Escrituras, negando as verdades fundamentais da fé cristã, não pode ser considerada parte do Corpo de Cristo. Cremos que a unidade da Igreja é bíblica e deve ser desejada e vivida pelos salvos.

Cremos que somos chamados por Jesus Cristo a preservar a unidade do Corpo, não tratando como prioridade aquilo que as Escrituras consideram secundário. Pelo contrário, somos chamados por nosso Senhor para andarmos em amor, em humildade e em verdade, obedecendo à Palavra de Deus e glorificando ao Senhor através da nossa união.

Pregar exclusivamente o Evangelho, nada além do Evangelho

Reconhecemos que a Igreja foi chamada para proclamar o Evangelho em sua inteireza. Por isso, nos recusamos a vinculá-lo a ideologias políticas ou a agendas de ambições pessoais. Cremos que o Evangelho deve ser proclamado nos termos e ênfases do Evangelho, segundo a Palavra de Deus, e não de acordo com as circunstâncias mutáveis da sociedade. Proclamamos o Evangelho em sua totalidade, sem omitir seus aspectos essenciais, como a justiça e a santidade de Deus, a culpa do ser humano, a salvação somente pela fé, a ressurreição dos mortos, o julgamento final, o céu e o inferno. Proclamamos o Evangelho a todas as pessoas, independentemente de raça, nacionalidade, sexo, religião ou condição social.

Cremos que todas as pessoas precisam ouvir o Evangelho — em sua própria língua e cultura, de forma contextualizada — e ter a oportunidade de ser discipuladas, a fim de que também estejam aptas para fazer discípulos, formando igrejas locais autóctones, comprometidas com o pleno ensino do Reino de Deus, fazendo da proclamação do Evangelho um estilo de vida.

Denunciar o pecado, proclamar a justiça, lutando pela transformação de vidas, a fim de que Deus seja glorificado

Reconhecemos que somos chamados por Cristo para defender a vida, a verdade, a equidade, a família e a justiça. Acreditamos que a Igreja glorifica a Deus quando se posiciona contra o pecado — em suas mais variadas vertentes —, denunciando de forma profética as arbitrariedades cometidas por políticos, os quais, através de leis anticristãs, promovem a morte, a desconstrução da família, a miséria e relativizam o pecado.

Entendemos que é a missão bíblica da Igreja pregar o Evangelho a toda criatura, para que, no arrependimento e fé de muitos, haja inclusive um impacto social. Desse modo, a Igreja deve ser a voz da consciência da sociedade, a fim de apresentar aos que nos governam os princípios e verdades contidos nas Escrituras. Afirmamos, ainda, o nosso compromisso com a ética, com a decência.

E, por amor a Cristo, repudiamos todo e qualquer tipo manipulação religiosa e política feita em nome de Deus. Cremos ainda que é nosso dever, diante de Deus e da sociedade, exercer a nossa cidadania com responsabilidade e compromisso, convergindo a vocação que temos recebido do Senhor para colocar ordem no caos. Assim, “tudo quanto fizerdes, fazei de coração, como se fizésseis ao Senhor e não aos homens” (Cl 3:23).

Edificar e fortalecer nossas igrejas locais para que sejam exemplos vivos e concretos das verdades do evangelho do Reino em todas as suas dimensões.

Deus será glorificado quando Seus atributos forem visualizados, claramente, na vida de discípulos de Cristo que vivenciam a transformação do evangelho no meio de uma geração degradada e corrompida.

Glorificar a Deus em todas as áreas da vida.

Com sincero arrependimento afirmamos, como corpo de Cristo, que rejeitamos todo tipo de idolatria, seja de práticas, pessoas ou instituições, reconhecendo que a honra pertence exclusivamente a Deus e a ninguém mais. Como discípulos de Cristo, assumimos o compromisso de honrar o nome de Deus nas esferas da ética pessoal, da família, da igreja, do trabalho, da cultura e da cidadania, refletindo a glória de Deus em tudo o que fazemos, em todo o tempo e em todos os lugares.

Portanto, confiantes na graça de Deus, assumimos este compromisso diante do Todo-poderoso e de Seu povo, a fim de vermos em nossa nação um poderoso progresso do Evangelho. Façamos, pois, a nossa parte, convictos de que, no fim, o Senhor Jesus Cristo será glorificado em nossa nação.

Pr. Euder Faber Guedes Ferreira (presidente da VINACC)

Comissão relatora:

Pr. Aurivan Marinho
Pr. Elias Medeiros
Pr. Renato Vargens
Pr. Russell Shedd
Pr. Ciro Sanches Zibordi
Prof. Adauto Lourenço
Pr. José Bernardo
Pr. Jorge Noda

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Estudos

A “Criatividade” das Igrejas-Empresas para Atrair Sócios-Fiéis

 

Avatar de Linaldo LimaPor Linaldo Lima em 4 de setembro de 2012
A “Criatividade” das Igrejas-Empresas para Atrair Sócios-Fiéis

Texto: Mateus 16: 18

Estava refletindo sobre os “bombardeios” entre uma igreja evangélica e a principal emissora de televisão do Brasil, que acompanhamos em meados de 2009, em pleno horário nobre da TV. A olho nu, podemos observar uma briga ferrenha por audiência, justamente porque o pastor da referida igreja também é um dos donos de outra emissora de televisão, que atravessa um franco crescimento de audiência e concorre diretamente com a primeira. Mas, olhando pelo lado cristão (e aqui é o meu foco), fico profundamente triste porque o evangelho não foi constituído por Jesus para virar “moeda de troca”, tampouco para ser usado como “arma” mercadológica.

Se analisarmos atentamente a conversa que Jesus teve com os discípulos, na passagem de Mateus 18: 16 -18 veremos que há uma disparidade enorme entre os ensinamentos de Jesus e o que se vê atualmente. A Igreja foi edificada sobre um único fundamento, que é Jesus Cristo e, todos os projetos, objetivos, sermões e cultos devem ser direcionados para o louvor da glória de Deus.

É lamentável ver algumas igrejas evangélicas deixarem de lado seu principal papel na terra, para visarem seus próprios objetivos, olhando para o próprio “ventre” e, mais triste ainda, ganhar muito dinheiro com isso.

Essas supostas “igrejas” são verdadeiras empresas camufladas, que se aproveitam da devoção das pessoas carentes da presença de Deus e, também, com o objetivo de atingir a um segmento de público diferenciado do mercado: Os Evangélicos. Surge o que denomino de “Igrempresas” (um trocadilho de igrejas-empresas).

Aproveitando o crescimento no número de evangélicos no Brasil, que aumentou 61,45% em 10 anos (em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%), muitas novas igrejas surgiram para atender diversos gostos e até criar novos segmentos de fiéis.

Uma pesquisa do Iser (Instituto Superior dos Estudos da Religião) na década de 90 concluiu que a cada semana surgem cinco novas igrejas somente no Rio de Janeiro. Hoje, muito provavelmente, esse número aumentou. Esse crescimento deu-se, principalmente, por duas ramificações evangélicas: os pentecostais e os neopentencostais.

Algumas dessas “Igrejas-Empresas” expressam uma espiritualidade carregada de afetividade, sensações e emoção. Oferecem aos fiéis a satisfação de suas necessidades e solução dos problemas mais comuns no dia-a-dia (doenças, a falta de dinheiro, crises conjugais e familiares, trabalho, e afins). Outras utilizam a fórmula da teologia da retribuição, tipo um “toma lá, dá cá”. “Se você der a Deus” (dinheiro através Igreja), Ele recompensará a sua confiança e fé nEle com muitas graças e bem-aventuranças. Também incluo nesse contexto o conceito da teologia da prosperidade – a progressão financeira é sinal das bênçãos de Deus.

A criatividade dessas “Igrempresas” vai além da forma de culto ou pensamento teológico, mas também está estampada nos nomes das próprias “Igrempresas”. Como, por exemplo:

“Igreja Cristo é show”;
“Igreja da Serpente de Moisés que Engoliu as Outras”;
“Igreja Evangélica Florzinha de Jesus”;
“Igreja Pentecostal Barco da Salvação”;
“Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo”;
“Igreja Menina dos Olhos de Deus”;
“Bola De Neve Church”;
“Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado”;
“Igreja E.T.Q.B. (Eu Também Quero A Bênção)”;
“Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica”;
“Igreja Evangélica Ligação Direta com o Paraíso”;
“Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta”;
“Igreja Assembléia de Deus do Papagaio Santo que Ora a Bíblia”;
“Associação Evangélica Fiel até Debaixo d’Água”;
“Congregação Anti-Blasfêmias”;
“Igreja Bailarinas da Valsa Divina”;
“Igreja Congregacional Exigimos a Graça de Deus”;
“Igreja Batista Pronto-Socorro das Almas”;
“Congregação Cristã, dos Fiéis Vencedores Salvos da Macumba”;
“Igreja Assembléia de Deus Botas de Fogo Ardentes e Chamuscantes”; e
“Igreja Evangélica da Bazuca Celestial”.
Esses nomes, além de revelarem certa peculiaridade da espiritualidade brasileira, também parecem ser usados como estratégia de marketing – quanto mais excêntrico e chocante, melhor!

Geralmente são igrejas independentes, algumas fundadas pelo carisma do pastor responsável, como é o caso da “Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a sumidade”. Esse é o que chamamos de “O Cara”. Para atender a demanda do atual mercado, elas também oferecem cursos para a formação de pastores em seis meses e por correspondência.

Tudo isso para atrair mais fiéis, que na verdade são “sócios” que investem altas cifras (em dinheiro ou bens) para obter as “bênçãos celestiais”.

Imaginem se Naamã vivesse nos dias de hoje, hein? Ele iria, enfim, realizar o desejo de ser curado sem precisar mergulhar no Rio Jordão? Seria menos trabalhoso pra ele conseguir a cura da sua lepra, uma vez que só precisava dar o seu “tudo” a Deus.

O bom de tudo isso é que os verdadeiros cristãos, aqueles que realmente amam a Palavra de Deus sabem diferenciar a Igreja de Cristo dessas “igrejas-empresas”.

E esses escândalos que estamos acompanhando nos noticiários mancham o evangelho, sim. Isso é um fato! E todos esses “líderes”, que utilizam o nome de Cristo para promover essas “igrejas-empresas” irão prestar contas a Deus, como diz as Escrituras Sagradas.

Mas também acredito que essas aberrações, também, acabam promovendo uma utilidade pública para o nosso país, porque acabam desmascarando esses “sem-vergonha”, separam o “joio” do “trigo” e faz todos vêem “a diferença de quem serve a Deus e quem não serve; do justo e do ímpio”.

Reflita nisso!

Por Linaldo Lima
Vocalista do Grupo Kaÿròs
WebSite Oficial: http://www.linaldolima.com