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Mutilação vaginal no Reino Unido

Proibida, mutilação genital segue em alta no Reino Unido

LEANDRO COLON
DE LONDRES

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Nimco Ali tem 29 anos, é falante, bonita e gesticula sem parar na mesa de um pub. Quem toma cerveja nos arredores nem de longe imagina o que leva a reportagem a conversar com ela, nascida na Somália, mas no Reino Unido desde os dois anos.

Aos sete, em 1991, sua mãe a levou para passar férias no país natal. A guerra civil estourou e a família teve que se preparar para correr de volta para Londres. A avó de Nimco quis se precaver. Afinal, talvez a menina nunca mais voltasse ao país africano.

O procedimento foi rápido. Em poucos minutos, numa vila somali, uma mulher cortou a maior parte de sua vagina. Pronto, tradição mantida, respirou aliviada a avó.

“Para mim, a maior lembrança não é a física, mas o cheiro do local. É como você passar muito tempo tomando café num hospital, o cheiro daquele café é a lembrança da dor”, conta à Folha.

E continua sem cerimônia: “Eu me lembro, uma coisa estúpida daquela, que não faz sentido. Eu sabia que alguma coisa estava acontecendo, algo doloroso, algo errado”.

Entre os quatro tipos de mutilação classificados pela Organização Mundial da Saúde, Nimco sofreu o mais nefasto: a infibulação, a costura dos lábios genitais, estreitando o orifício da vagina.

Servidora pública no Reino Unido, a jovem não externa nenhum estereótipo de mulher sofrida, reprimida e vítima de um ato desse.

Sorri, se diverte no pub, conta histórias em voz alta. “Eu sempre falava em terceira pessoa. Agora que falo de mim, as pessoas perguntam: mas isso aconteceu com você? Todo mundo pensa que isso acontece só com garotas pobres e que não podem reconstruir suas vidas depois da mutilação”, diz.

Ela integra a estatística, talvez subestimada, de ao menos 66 mil mulheres que vivem no Reino Unido e sofreram mutilação no país, de maneira clandestina, ou foram levadas a seus países de origem –não há um balanço separando esses dois perfis.

A prática brutal, predominante em países africanos, prevê, por meio de métodos rústicos e sem anestesia, a retirada parcial ou total da genitália. A mutilação, na crença dessas populações, é uma espécie de controle social das mulheres, para preservar sua castidade, conseguir um bom casamento –a jovem que não sofreu a cirurgia pode ser condenada socialmente.

Como a prática ocorre, na maioria dos casos, na infância, as meninas não têm escolha. Nimco conta que a mãe, de maneira implícita, sempre tentou se desculpar: “Ela nunca disse desculpa’ abertamente, porque não era um assunto doméstico, mas trazia flores, por exemplo. E você sabia que era uma forma de dizer desculpe por ter agredido você'”.

Estima-se que cerca de 140 milhões de mulheres no mundo tenham sido mutiladas.

Em outubro, relatório alertou para a prática clandestina do ritual no Reino Unido. Ao menos 23 mil meninas abaixo de 15 anos estão sob ameaça. “Não é religioso nem cultural, é uma violência contra a mulher”, reage Nimco.

Desde 1985, a mutilação é crime no Reino Unido, mas ninguém foi condenado, apesar de relatos de que imigrantes continuam fazendo isso. “A lei falha, até porque é muito difícil ter evidências. As meninas não querem contar, e os médicos vindos desses países fazem isso de forma clandestina”, diz Efua Dorkenoo, da ONG Equality Now.

Nimco divulgou sua história há poucos anos, após uma amiga, também mutilada, ter sido abandonada por um namorado que não aceitou casar-se com ela por causa disso. Nimco criou então a ONG Daughters of Eve.

E a vida sexual de garotas assim? Ela respira, pensa e perde um pouco a espontaneidade: “Eu aprendi, quando jovem, que o trauma assim numa mulher é essencialmente psicológico. Isso não é sobre o corpo”.

Na mesa do pub, ela lembra de dezenas de amigas que saíram do Reino Unido só para sofrer o ritual. “Eu dizia: você sabe que isso é errado? O poder do silêncio é o principal problema”, lamenta.

A dificuldade é convencer as meninas a contar suas histórias: “Muitas garotas que conheço crescem com isso, sabem que é ilegal, é errado e não querem falar para não legitimar. Além de quererem proteger os seus pais. Mas eu tenho que dizer: a culpa não é sua”.

SAIBA MAIS

Efeitos podem incluir dor ao ter relação sexual

A maioria das mulheres submetidas à mutilação genital sofre dores e hemorragias, além do trauma psicológico. As consequências podem incluir dor crônica, diminuição do prazer sexual, dor na relação, perigos para o parto, problemas urinários e na menstruação.

A Organização Mundial da Saúde classifica quatro formas de mutilação feminina: remoção parcial ou total do clítoris; remoção parcial ou total do clítoris e dos pequenos lábios, com ou sem a retirada dos grandes lábios; infibulação (costura dos lábios genitais, com estreitamento do orifício vaginal); e intervenção, com corte e perfuração, com o propósito de estreitar a vagina.

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Cristãos são condenados a 80 chicotadas por tomarem a ceia

Novo relatório da ONU destaca a perseguição religiosa no Irã

por Jarbas Aragão – gospelprime

 

Cristãos são condenados a 80 chicotadas por tomarem a ceia
Cristãos são condenados a 80 chicotadas por tomarem a ceia

Quatro cristãos do Irã foram condenados a receber 80 chicotadas cada um. São acusados de beber vinho, algo proibido pela lei do país. Na verdade, eles participavam de um culto em uma casa onde foi servida a “Ceia do Senhor”. Eles também foram punidos por terem uma antena parabólica.

Behzad Taalipasand, Mehdi Reza Omidi, Mehdi Dadkhah e Amir Hatemi pertenciam a uma igreja doméstica, o que é proibido no Irã. No final do ano passado, Taalipasand e Omidi foram detidos durante uma onde de repressão do governo iraniano contra as igrejas. A informação está sendo divulgada pela ONG Christian Solidarity Worldwide (CSW).

Os homens só receberam sua condenação dia 20 de outubro e têm 10 dias para recorrer da sentença. Mervyn Thomas, diretor executivo da CSW, disse: “As sentenças proferidas contra esses membros da Igreja do Irã na prática criminalizam o sacramento cristão da Ceia do Senhor e constitui uma violação inaceitável ao direito de se praticar a fé de forma livre e pacífica.

A denúncia ocorre na mesma semana que foi publicado um relatório das Nações Unidas onde se critica a república islâmica do Irã pela perseguição aos não-muçulmanos. Segundo Ahmed Shaheed, relator especial da ONU sobre os direitos humanos no Irã, havia a promessa do novo presidente, Hasan Rouhani, de reduzir punição às minorias religiosas.

“Pelo menos 20 cristãos estavam na cadeia em julho de 2013″, afirma o relatório. “Além disso, continuam sendo relatadas violações dos direitos dos cristãos, particularmente os de grupos evangélicos. Em sua maioria, são muçulmanos convertidos ao cristianismo”.

Estima-se que existem cerca de 370 mil cristãos no Irã. Os líderes religiosos islâmicos veem o cristianismo como uma ameaça à maioria ultra ortodoxa islâmica xiita que predomina no país. Existe a possibilidade de pena de morte para os muçulmanos que se convertem.

A ONU informa ainda que mais de 300 cristãos foram presos desde 2010. Além das dezenas de líderes e membros de igrejas foram condenados por crimes contra a segurança nacional apenas por se envolver em cultos, organizar grupos de oração, fazer proselitismo e participar de seminários cristãos no exterior.

Em resposta ao relatório, o governo iraniano criticou o Dr. Shaheed. Segundo a televisão estatal do país, a missão da ONU “não estudou devidamente o sistema legal do Irã e a cultura islâmica e considera tudo o que ele vê no Ocidente como um padrão internacional para o mundo inteiro”.

Esta é a segunda vez esta semana que a situação dos cristãos no Irã é destacada pela mídia.  O pastor Eddie Romero foi preso segunda-feira (21) enquanto fazia um protesto do lado de fora da Prisão de Evin, na capital Teerã. No local, encontram-se pelo menos cinco cristãos que foram presos ilegalmente no país, inclusive Saeed Abedini.  O pastor Abedini está preso há mais de um ano por tentar evangelizar muçulmanos. Eddie ficou preso 24 horas preso, sendo expulso do país em seguida. Com informações de Daily Mail.

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Igreja do Exército da Salvação é incendiada por muçulmanos no Quênia

Muçulmanos atearam fogo em igreja como represália à morte de um sacerdote islâmico

Por Luciano Portela | Repórter do The Christian Post
 Um grupo de jovens muçulmanos incendiou uma igreja do Exército da Salvação em Mombasa, maior cidade portuária do Quênia, de maioria mulçumana, durante uma manifestação em protesto contra a morte de um sacerdote islâmico.
  • Quênia
    (Foto: Reuters)
    Igreja do Exército da Salvação é incendiada no Quênia.

O grupo de manifestantes ateou fogo em pneus a na igreja ao entrar em confronto direto diante da polícia, que tentou reprimir o protesto com tiros e gás lacrimogêneo. A manifestação durou cerca de três horas e quatro pessoas foram mortas.

A tensão religiosa entre cristãos e muçulmanos foi desencadeada com os eventos dos últimos dias. Na última quinta-feira (3), o xeque Ibrahim Omar foi morto a tiros como possível represália a um grupo de militantes muçulmanos que matou 67 pessoas, há duas semamas, em um shopping na cidade de Nairóbi.

E ao responsabilizar a polícia pela morte de Omar, os muçulmanos acusaram a corporação local de usar o atentado no shopping como pretexto para dar patida em um contra-ataque. Contudo, a polícia queniana nega qualquer tipo de reação.

A pior parte do confronto entre manifestantes e policiais ocorreu em um bairro conhecido como Saba Saba de Mombasam onde lojistas foram obrigados a fechar suas lojas e moradores bateram em retirada, atrás de segurança, de acordo com a Reuters.

“Estamos tentando lidar com alguns jovens que começaram a causar problemas na cidade. São poucos. Vamos contê-los”, afirmou Robert Kitur, chefe da polícia de Mombasa em depoimento divulgado pela Reuters.

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Para resguardar a segurança de turistas, o governo dos Estados Unidos estabeleceu um alerta contra viagens ao Quênia, considerando “desnecessária” e “não amigável” uma visita ao país neste período de tensão.