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Condenadas à morte eterna

 

Iranianas acusadas de crimes vagos são presas e, quando chamadas para execução, são estupradas antes para que percam o direito a entrar no céu por não morrerem virgens, diz ex-espião da CIA

13 de março de 2011 | 0h 15

Fonte: oestadao.com.br

Reza Kahlili, Christian Science Monitor – O Estado de S.Paulo

Em 20 de junho de 2009, uma bela jovem estava parada em Teerã, observando suas companheiras iranianas que estavam nas ruas exigindo liberdade e protestando com as fraudadas eleições presidenciais. Neda Agha Soltan olhava, talvez com descrédito, achando que mais uma vez os fanáticos líderes do regime islâmico roubavam a esperança da sua geração de um país com mais democracia, dignidade humana e igualdade.

Então ocorreu um fato chocante, chamando a atenção do mundo para a crueldade dos líderes iranianos contra a população. Um membro das forças Basij atirou em Neda e a matou. Ao cair, quando seus belos olhos viram o céu pela última vez, Neda (que significa "mensagem divina" em farsi) se tornou a face inesquecível do povo iraniano. Sua morte converteu-se no símbolo de uma nação cuja busca por justiça e liberdade já custou dezenas de milhares de vidas.

Quando o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher, homenageando as que tornaram o mundo um lugar melhor, é fundamental nos lembrarmos das mulheres iranianas inocentes e tudo que elas perderam nas mãos de um regime sanguinário.

Desde a Revolução Islâmica do Irã, em 1979, as mulheres são submetidas às mais cruéis punições. O aiatolá Khomeini, líder supremo da revolução, prometera dar às mulheres liberdade para escolher suas roupas, atividades e modo de vida. Mas uma das primeiras ordens do governo islâmico foi obrigá-las a usar o hijab (véu islâmico), cobrindo cabelos e corpo. A maquiagem foi proibida e elas não podiam ser vistas ao lado de outra pessoa que não maridos ou parentes. Qualquer mulher surpreendida desobedecendo a lei podia ser açoitada e presa.

Os clérigos no poder se dizem representantes de Deus na terra, e quem se opuser a eles é considerado inimigo de Deus – e contra estes o Alcorão autoriza a tortura e a morte. O regime islâmico leva a regra ao mais atroz limite. Milhares de jovens inocentes têm sido levadas para a prisão pelas razões mais superficiais. Ficam confinadas em pequenas celas, às vezes com 30 outras. Como espião da CIA no Irã, presenciei isso.

De tempos em tempos, os guardas chamam nomes pelo alto-falante. As mulheres sabem o que significa. Elas se dão as mãos e rezam para que aquele não seja o dia em que serão executadas. Aquelas cujos nomes não foram chamados para execução são enfileiradas e açoitadas. Muitas desmaiam com as chicotadas e nunca sabem o que os guardas fazem com seus corpos inconscientes.

As que serão executadas são estupradas antes, de modo que, não sendo mais virgens, não poderão ir para o céu, segundo a dura crença islâmica. Nos seus dias finais, são submetidas a abusos inimagináveis.

As mulheres que obedecem completamente às regras impostas pelos clérigos não estão imunes a sua crueldade. Muitas delas – algumas jovens de 15 anos – foram mortas por apedrejamento sob falsas acusações de adultério. Os líderes islâmicos do Irã afirmam orgulhosamente que essa punição terrível e desumana faz parte da sua Constituição e é coerente com a implementação da sharia sagrada (lei islâmica).

Apesar dessas atrocidades, o Irã recentemente passou a integrar a Comissão das Nações Unidas sobre a Condição da Mulher! Enquanto isso, o Ocidente tem feito pouco em defesa dos direitos das mulheres no Irã, ou apoiado aquelas que bravamente exigem liberdade.

Em 2009, o Movimento Verde irritou o governo com seus apelos por democracia, mas o Ocidente não ofereceu nenhuma ajuda de fato e a movimentação perdeu força em meio a uma brutal repressão. Hoje, inspirados pelas revoltas que ocorrem no Oriente Médio, os iranianos – incluindo muitas mulheres que planejaram uma manifestação de protesto no dia 8 de março, tentam mais uma vez fazer frente aos dirigentes islâmicos.

A maneira como o Ocidente reagirá será uma das mais importantes decisões do nosso tempo. Apoiaremos o retorno da democracia e da liberdade ao Irã? Ou sucumbiremos ao governo assassino de Teerã porque o Ocidente evitará comprometer-se com algo incerto? A população iraniana está desesperada por um sinal de apoio. Se ficarmos a seu lado, estaremos assumindo uma posição firme em favor da segurança do mundo livre.

Hoje, centenas de militantes dos direitos humanos e políticos e milhares de jovens iranianas corajosas, que se juntaram aos camaradas homens para rejeitar a brutalidade e exigir liberdade, estão na prisão – indefesas, mas com esperança de que a mudança é possível. Não devemos permitir que a morte de Neda e de outras tenha sido em vão. Vamos nos reunir no Dia Internacional da Mulher para pedir justiça, igualdade e liberdade para todas as iranianas. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

REZA KAHLILI É PSEUDÔNIMO DE UM EX-ESPIÃO DA CIA. ELE É AUTOR DO LIVRO A TIME TO BETRAY, EM QUE NARRA SUA VIDA COMO AGENTE DUPLO NA GUARDA REVOLUCIONÁRIA DO IRÃ

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Leis contra a blasfêmia se tornam instrumento político islâmico

 

No século XVII, Galileu Galilei foi punido por realizar descobertas científicas consideradas ofensivas à Igreja Católica. Ironicamente 400 anos depois, o conceito de blasfêmia – que aos poucos foi sendo apropriado pelo islamismo – continua no centro das discussões. O assassinato do governador da província paquistanesa de Punjab, Salman Taseer, e a sentença de pena de morte à cristã Asia Bibi, também no Paquistão, chamaram a atenção do mundo ao conceito tão retrógrado quanto intolerante, que muitos países insistem em usar, calcados em justificativas religiosas para fins políticos.

Os primeiros registros de conceitos semelhantes às leis da blasfêmia, citados por especialistas, surgiram na Europa e até hoje países como Polônia, Grécia e Irlanda ainda aplicam muitas das restrições. Contudo, as penas mais severas e a instrumentalização da lei para fins políticos, para aniquilar minorias religiosas e até para justificar ataques terroristas ocorrem com mais frequência em países islâmicos. “As atuais leis da blasfêmia parecem ser produto das ansiedades modernas sobre o lugar do Islã no mundo e da preocupação dos governos com a insegurança política e a falta de legitimidade”, diz Khaled Abou El Fadl, professor de Direito Islâmico, na Universidade da California, Los Angeles (Ucla) e uma das maiores autoridades do mundo no que se refere à legislação islâmica. “Estas leis são sempre aplicadas em uma perspectiva política contra oponentes políticos. Elas se tornaram claramente ferramentas para o abuso de poder”, completa o especialista, que foi apontado pelo presidente George W. Bush em 2003 para integrar a Comissão Americana para Liberdade Religiosa Internacional (Uscirf, na sigla em inglês).

É difícil precisar o número exato de países que aplicam leis contra a blasfêmia ou que punem de maneira severa as “ofensas contra religiões”. Mas, em geral trata-se dos regimes que usam a Sharia (lei islâmica) ou nações cujo código penal é interpretado a partir dela. Analistas consultados pelo site de VEJA destacam a Arábia Saudita, o Irã e o Paquistão como os países que têm mais registros deste tipo de punição no mundo moderno. Contudo, casos recentes foram registrados também em outros locais, como a Indonésia, onde um cristão está sendo julgado e pode ser condenado a cinco anos de prisão por blasfêmia. Mais de 1.000 muçulmanos, que exigem pena de morte ao acusado, queimaram igrejas e atacaram um tribunal em protesto.

Nos últimos anos, radicais também realizaram manifestações e ações extremamente violentas em todo o mundo contra o que chamaram de “atos ofensivos ao Islã”. Entre os casos mais emblemáticos está o do desenhista dinamarquês Kurt Westergaard, que fez uma caricatura de Maomé com uma bomba debaixo do turbante, em 2005. A ilustração provocou distúrbios em vários países islâmicos, que resultaram na morte de 150 pessoas e um boicote comercial aos produtos dinamarqueses. A proibição da construção de minaretes (torres das mesquitas de onde se anuncia aos muçulmanos a hora das orações), na Suíça, também causou protestos de islamitas e a polêmica ganhou projeção planetária ao ser levada à Organização das Nações Unidas (ONU) e à União Europeia.

Intolerância

Em diversos países islâmicos, o simples fato de alguém questionar as leis contra a blasfêmia é motivo para a ira dos radicais. “O problema é que as pessoas que pedem o fim destas leis podem ser assassinadas, o que impede até mesmo esta discussão. É muito perigoso no momento”, diz Gareth Price, especialista em Paquistão do The Royal Institute of International Affairs (Chatham House), fundado em 1920 na Inglaterra, referindo-se ao assassinato de Taseer que defendia o fim da lei no país. “Muitas pessoas de opiniões mais liberais no Paquistão tinham esperança de que esta lei fosse repelida, mas não foi. Por causa da força dos partidos islâmicos nenhum governo teve coragem de fazer isso”, afirma o autor do livro Afghanistan and Pakistan: Gaining a Grip (Afeganistão e Paquistão: Um Olhar Aprofundado, em tradução livre).

Foram justamente estas nações islâmicas, como o Paquistão, que conseguiram passar uma resolução na ONU, em dezembro de 2010, sobre “o combate à difamação das religiões”. A medida, que contou com 79 votos a favor, 67 contra e 40 abstenções na Assembleia Geral da entidade, foi criticada por diversos grupos de defesa de direitos humanos, alegando que a estreita margem mostraria a decadência do conceito. “A cada ano que passa, mais países reconhecem que as leis para proteger as religiões contra difamação ou críticas aumentam a intolerância e a violação dos direitos humanos em vez de reduzir o problema pretendido”, disse Leonard Leo, presidente da Comissão para Liberdade Religiosa Internacional.

Origem

As primeiras versões dos conceitos que se aproximam das atuais leis da blasfêmia se perdem na história. Diversos registros surgiram na Europa na Idade Moderna. Ao longo dos anos, a Grã-Bretanha se tornou um dos países mais proeminentes, com registros datados do século XVI. No século XVII, a blasfêmia foi declarada uma ofensa contra o “common law” (sistema legal inglês). Ela foi usada, originalmente, para perseguir ateus e preservar o cristianismo. Mas, depois serviu para proteger dogmas e crenças da Igreja Anglicana.

De acordo com El Fadl, o conceito foi distribuído a algumas colônias do país por meio do “Commonwealth” (comunidade britânica). “O Paquistão moderno, por exemplo, foi fortemente influenciado pela administração britânica na Índia”, diz ele. “É por isso que, nos anos 1980, a lei da blasfêmia paquistanesa continuou a usar termos e frases que faziam sentido na tradição anglicana, mas não na islâmica.”

As leis da blasfêmia foram incluídas ao Código Penal do Paquistão em 1986. Entre as proibições estão ofender o Corão, insultar o profeta Maomé ou qualquer uma de suas esposas e seus parentes. Uma ofensa ao Islã é punida com pena de morte. Segundo o jornal paquistanês Dawn, 964 pessoas foram indiciadas por blasfêmia entre 1984 e 2004. Apesar de muitas terem sido sentenciadas à morte, não há registros de execuções, já que muitas condenações foram modificadas na apelação.

Atualmente, as leis da blasfêmia são duramente criticadas por serem usadas de maneira política e pelo fato de discriminarem minorias religiosas. Diversos países, organismos internacionais e até o papa Bento XVI pressionam o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, em favor de uma cristã condenada à morte em novembro de 2010 por “blasfemar” o profeta Maomé. Asia Bibi, de 45 anos e mãe de quatro filhos, apelou da decisão e aguarda a posição da Justiça. Na foto da galeria acima, ela aparece ao lado de Taseer. O governador de Punjab foi assassinado no início de janeiro por um de seus seguranças justamente por se opor às leis da blasfêmia. Por mais assustador que pareça, dias depois, 50.000 pessoas saíram às ruas Karachi para apoiar o assassino e protestar contra a revisão das normas.

O Irã tem um Código Penal com uma série de leis abrangentes e vagas. Nele, insultar a religião islâmica pode levar à prisão e até à pena de morte. De acordo com Payan Akhavan, iraniano e professor de Direito Internacional na Universidade McGill no Canadá, o conceito também é instrumentalizado e usado contra minorias religiosas e oponentes do regime.

“O que o governo diz é: ‘nós somos a República Islâmica, nós representamos o Islã e se você nos criticar, estará criticando o Islã. Portanto, estará insultando Deus”, afirma o especialista, que foi um dos primeiros promotores do Tribunal Penal Internacional da ONU, em Haia, e atuou em grandes casos, como o do ex-presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic. “Insultar Deus e o Islã pode levar à pena de morte. Então, se você criticar o supremo líder por corrupção, também estará criticando Deus e pode ser sentenciado à morte. Este é o tipo de construção ideológica.”

Apesar de ter a maior população muçulmana do mundo, a Indonésia é um estado secular, que desenvolveu uma reputação de pluralismo e Islã moderado. Contudo, segundo o livro sobre o impacto das leis da blasfêmia sobre os direitos humanos escrito pela organização que defende os direitos humanos Freedom House, há receios de que o pluralismo no país esteja em decadência com o aumento de ataques contra minorias religiosas. Entre elas, grupos cristãos e o movimento Ahmadi, cujos seguidores acreditam que Maomé não é o último profeta do Islã. O documento ressalta também o crescimento de medidas governamentais e judiciais para coibir a liberdade de religião e de expressão na Indonésia. Grande parte disso, de acordo com a Freedom House, se deve à aplicação das leis da blasfêmia. Elas foram introduzidas ao Código Penal em 1965 e punem com até cinco anos de prisão ofensas às seis religiões reconhecidas no país.

Em 8 de fevereiro, mais de 1.000 muçulmanos incendiaram duas igrejas e atacaram um tribunal na ilha de Java. Eles ficaram enfurecidos ao saber que a promotoria havia pedido uma pena de cinco anos de prisão para um católico acusado de distribuir folhetos com mensagens consideradas ofensivas ao Islã. De acordo com a polícia local, o grupo considerou a sentença “leniente” e pedia pena de morte ao réu.

Data: 21/2/2011 08:19:04
Fonte: Veja Online

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Eleitores americanos vetam leis islâmicas em decisão judicial

 

PROIBÍDO CONSULTAR A SHARIA NOS EUA

Com mais da metade dos votos, os eleitores de Oklahoma aprovaram uma emenda que proíbe os juízes estaduais do estado de consultar a lei islâmica para decidir casos.

A Pergunta Estado Referendo 755, pedindo que os residentes de Oklahoma alterem o 7º artigo da Constituição do Estado de proibir os tribunais do estado de usarem ou mesmo considerarem a lei da Sharia quando se pronuncia um processo judicial, passou com 70 por cento dos votos, segundo assessores.

O ex-deputado republicano Duncan Rex, o defensor do referendo, elogiou aprovação da emenda como um ataque preventivo contra o que ele chama de "juízes ativistas."

Duncan acredita que os tribunais americanos estão cada vez mais consultando a Sharia para decidir questões relativas à comunidade muçulmana dos EUA. O recém-eleito procurador distrital chama essa prática de "grosseiramente inadequada."

"Eu acho que o benefício deste referendo será sentido em outros estados afogando-se em juízes liberais," disse Duncan.

Professor de Leis da Universidade de Fordham, Jim Cohen, disse à ABC News que ele acredita que o Estado está ultrapassando seus limites.

"Nosso sistema federal e estadual [estão] em parte regulado pelo conceito de separação de poderes. Está longe de ser claro que o legislador de Oklahoma possa restringir o que um ramo separado do governo pode considerar em termos de fazer o seu trabalho," disse ele.

Ele disse à ABC que referências à lei da Sharia em questões legais são "raras."

Outros temem que, mesmo a menor confiança na lei islâmica pode abrir a porta para os tribunais da Sharia e prática na América.

Paul Estabrooks, especialista sênior em comunicação do grupo de vigilância da perseguição cristã Open Doors, concorda que a lei da Sharia, uma vez introduzida, irá levar aos humanos verdadeiros desafios.

"É uma espécie de velho ditado que uma vez que o camelo fica com a cabeça dentro da tenda, não vai demorar muito para que ele esteja completamente lá dentro. Muitas pessoas temem isso,” disse ele.

Estabrooks salientou que a sharia permite o tratamento desproporcional de mulheres e de perseguição religiosa.

"Uma das implicações da lei da Sharia é que quando alguém abandona a fé do Islã, torna-se apóstata e é punível com a morte pela lei islâmica," afirmou.

Dr. Bill Wagner, autor de Como o Islã Planeja Mudar o Mundo (How Islam Plans to Change the World), diz que a Sharia, que significa caminho ou o caminho para o charco no deserto, é visto pelos Muçulmanos como uma forma dedicada utópica da vida.

"Muçulmanos devotos sentem que é seu dever viver sob este sistema. Eles são autorizados a viver sob outros sistemas, se eles são uma minoria. Mas [eles] devem tentar instituir a Sharia para si o mais rapidamente possível," explicou Wagner.

Ainda assim, ambos Wagner e Estabrooks acreditam que a alteração é prematura.

"Em Oklahoma não há perigo de uma tentativa de trazer a Lei Sharia para os próximos anos, mas sinto que quando os Muçulmanos obtenham uma maioria em algumas áreas, se tornará um grande problema," disse Wagner.

Se Sharia se torna uma questão importante, diz Wagner, os Cristãos devem estar preparados para tomar uma posição.

Data: 5/11/2010 09:12:57
Fonte: Christian Post