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Justiça em Israel vai contra mãe e determina amputação em menina com câncer

 

Guila Flint

De Tel Aviv para a BBC Brasil

Atualizado em  11 de julho, 2011 – 11:04 (Brasília) 14:04 GMT

Hospital Ichilov, foto de divulgação

O hospital entrou na Justiça para tentar salvar a vida da jovem

A Justiça de Israel ordenou um hospital a levar adiante a amputação da mão de uma menina de 13 anos contra a vontade da mãe, depois que os médicos afirmaram que sem a intervenção cirúrgica ela morreria.

A menina, cuja identidade não foi revelada, sofre de um tumor maligno e violento e, segundo os médicos, teria uma morte dolorosa se sua mão não fosse amputada.

No entanto, a mãe da paciente, que é religiosa, vetou a operação afirmando que "prefere rezar e jejuar" para curar a filha.

O ministério do Bem Estar Social e o hospital Ichilov, em Tel Aviv, se dirigiram a um tribunal especial que trata de assuntos familiares solicitando que a corte ordenasse a operação, para salvar a vida da criança.

Ajuda de Deus

Segundo o juiz Yehoram Shaked, "está claro que não há e não pode haver outra solução exceto aceitar o pedido e que a Corte deve dar prioridade à vida, mesmo se para isso a menina tenha que sacrificar a mão".

De acordo com o hospital, o tumor, nos ossos da mão, pode provocar o surgimento de metástases no pulmão e as chances de a paciente morrer "são de 100%".

Os médicos explicaram o prognóstico tanto para a mãe como para a paciente e, segundo o relatório apresentado à Corte, a mãe afirmou que "é melhor que ela morra" porém a menina disse que entende "que não há alternativa" exceto a amputação.

Em sua decisão o juiz afirmou que a mãe continua rejeitando a operação e "acreditando na ajuda de Deus". Ele disse que a menina, apesar de jovem, entende que "é preciso preferir a vida à morte".

Interferência

Esta não é a primeira vez que questões religiosas interferem em decisões médicas em Israel.

A autoridade máxima da pasta da Saúde no governo, o vice-ministro da Saúde Yacov Leizman, do partido ultra-ortodoxo Yahadut Hatorah (Judaísmo da Torah), vem, desde o início de sua gestão, há dois anos, gerando duras criticas de profissionais na área da medicina, pois frequentemente tenta impor princípios da religião em decisões ligadas ao tratamento de pacientes.

Um dos casos ocorreu em 2009, quando o vice-ministro foi pessoalmente ao hospital Shneider da cidade de Petach Tikva, ao leste de Tel Aviv, e tentou interferir no tratamento de uma bebê que sofreu morte cerebral.

Leizman entrou no hospital e ameaçou os médicos de punição caso não dessem tratamento integral à criança, apesar de a lei em Israel estabelecer o tratamento parcial em casos de morte cerebral.

Segundo a crença ortodoxa de Leizman, a morte de uma pessoa só é reconhecida quando o coração para de bater. Ele chegou a ameaçar o hospital de que seria boicotado pela comunidade ultra-ortodoxa se não cumprisse suas ordens.

Na ocasião, a Federação dos Médicos de Israel publicou um manifesto protestando contra a atitude do vice-ministro.

Apesar de ser titular da pasta, Leizman se chama de "vice-ministro" por questões religiosas.

O Yahadut Hatorah não nomeia ministros mas só vice-ministros, pois tem uma visão ambivalente sobre a própria existência do Estado de Israel.

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Nascida em Israel, atriz de Hollywood batiza filho com nome hebraico

NATALIE PORTMAN

 

                                                                                                                     Foto: Reprodução

Natalie Portman seguiu a tendência entre as celebridades e deu um nome pouco comum a seu filho.

A atriz resolveu chamá-lo de Alef, que, na verdade, é o nome da primeira letra do alfabeto hebraico.

Nascida em Israel, ela deu à luz o primeiro filho, fruto do relacionamento com o dançarino Benjamin Millepied, em junho.

Os pais da criança se conheceram durante as gravações de "Cisne Negro" e anunciaram o noivado em dezembro de 2010, mas ainda não se casaram.

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Israel realiza maior exercício de guerra de sua História

 

Guila Flint

De Tel Aviv para a BBC Brasil

Crianças participam de treinamento em abrigo de escola israelense (Reuters)

Sirenes já soaram em todo país às 11h da manhã

Israel realiza nesta quarta-feira o exercício de guerra mais abrangente já feito no país, prevendo um cenário em que grandes cidades seriam atacadas por mísseis disparados a partir de Líbano, Síria, Irã e Faixa de Gaza.

Pela primeira vez na história das simulações de guerra do país – realizadas anualmente – membros do governo participam do treinamento, se abrigando em um bunker nuclear, recentemente construído na região de Jerusalém.

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De acordo com o jornal Yediot Ahronot, o bunker se encontra em um lugar secreto, escavado embaixo de montanhas próximas de Jerusalém, e foi construído de forma a ser "imune" a ataques de mísseis e de armamentos não convencionais, inclusive nucleares.

O novo bunker também conta com meios de comunicação considerados como os mais avançados do mundo.

Neste exercício, pela primeira vez as autoridades utilizariam redes de telefonia celular para alertar os habitantes do país a entrar em abrigos antiaéreos, com o soar das sirenes.

O treinamento inclui o soar de duas sirenes de alarme, uma às 11h e outra às 19h (horário local), que seriam ouvidas em todas as regiões do país.

De acordo com o vice-ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnay, o objetivo é treinar a população a correr para os abrigos, tanto em locais de trabalho como em residências.

Para Vilnay, o exercício realizado em Israel "é o maior treinamento desse tipo no mundo inteiro".

"Na próxima guerra o setor civil se tornará uma frente de batalha em todos os aspectos", afirmou o ministro, acrescentando que o objetivo principal do exercício é aperfeiçoar a coordenação entre órgãos públicos civis e militares.

Mísseis químicos

Entre os cenários considerados estão a eventualidade de ataques com mísseis químicos contra cidades israelenses, a explosão de aviões de caça em áreas residenciais e a necessidade de evacuar rapidamente milhares de civis de áreas ameaçadas.

Em caso de ataques químicos, piscinas públicas serão utilizadas para atender pessoas contaminadas por substâncias tóxicas.

A reportagem da BBC Brasil esteve na rua Allenby, uma das principais de Tel Aviv, quando a sirene das 11h soou.

Apesar do chamado, a maioria das pessoas continuou a andar normalmente, e donos das lojas não correram para abrigos antiaéreos.

A maioria afirmou que nem sabia para onde deveria correr se houvesse um perigo real.

Nos centros das grandes cidades de Israel, as construções são antigas e os prédios não possuem abrigos antiaéreos.

Indagado sobre a reação das pessoas que não correram para os abrigos, o ministro Vilnay respondeu que "o mais importante é lembrar as pessoas da possibilidade de um ataque maciço contra Israel e estimulá-las a pensar em quais lugares se abrigariam no caso de um alarme verdadeiro".

De acordo com as avaliações dos serviços de Inteligência de Israel, o grupo xiita libanês Hezbollah, assim como Síria e Irã, têm milhares de mísseis prontos para lançar contra as cidades israelenses.

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, também teria centenas de mísseis com o alcance de cerca de 60 quilômetros, que poderiam atingir as cidades do sul e do centro de Israel.