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LILITH: A PRIMEIRA MULHER DA TERRA OU DEMÔNIO FEMININO?

As narrativas sobre o “demônio no Mar Vermelho” são nebulosas e variam de acordo com quem conta sua história

ISABELA BARREIROS-AH

 

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                                                                                                                 Reprodução

Lilith é um dos espíritos femininos mais antigos do mundo. Podemos encontrar suas raízes na Epopeia de Gilgamesh, um antigo poema épico da Mesopotâmia, mas ela também é mencionada na Bíblia e no Talmud.

Segundo o Talmud, uma coletânea de textos sagrados do judaísmo rabínico, Lilith foi criada por Deus da mesma forma que Adão — exceto que, em vez do barro, as mãos divinas usaram lodo e fezes para moldá-la. Os dois são o primeiro casal do Éden.

No entanto, a mulher se cansou de ser tratada de forma inferior por seu marido, visto que ambos haviam sido criados da mesma forma: à imagem e semelhança de Deus. Rebelando-se, Lilith abandonou o Jardim e passou a viver como um demônio no Mar Vermelho.

Deus, então, deu a Adão uma nova esposa: Eva. No capítulo 2 do Gênesis, uma companheira idônea é mencionada no texto. Quando o primeiro homem vê Eva, ele diz: “Esta, sim, é osso dos meus ossos”, o que evidencia a possibilidade de Lilith ter sido criada antes do famoso casal do Éden.

Pintura a óleo de Dante Gabriel nomeada Lady Lilith / Crédito: Reprodução

 

Juntamente a outros demônios, ela é descrita como uma deusa da obscuridade ou como um demônio feminino. Em Isaías 34:14, na Bíblia, há um exemplo disso: ela é mencionada como uma entidade sombria. “E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilite pousará ali, e achará lugar de repouso para si.”

Além das narrativas bíblicas, ela é adorada como uma deusa na religião pagã Wicca. Originalmente a rainha dos céus sumeriana, representa o poder da mulher — poder este exercido sobre ela mesma — mostrando a independência e a autonomia feminina.

Atualmente, as narrativas de Lilith estão sendo resgatadas para possibilitar uma nova interpretação de sua história. O símbolo de independência e de rebeldia contra o que não considera justo faz parte tanto das lutas das mulheres no geral quanto da de Lilith, gerando, assim, uma possibilidade de readaptação e melhor entendimento do seu personagem.

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Estudos

Arqueologia confirma: Antes de rastejar, as cobras tinham pernas

 

por Giovanna Montemurro

A. Houssaye/Divulgação

Antes de rastejar, as cobras tinham pernas. Isso pode lembrar outra história, mas para cientistas estudando a evolução desses répteis, uma nova tecnologia de raio X deve ajudar a esclarecer se eles evoluíram de lagartos terrestres ou marinhos (uma discussão antiga – e acalorada).

Novas imagens em 3D, publicadas na revista Journal of Vertebrate Paleontology, mostram que a arquitetura interna dos ossos das pernas das cobras antigas é muito parecida com a dos lagartos terrestres modernos, fornecendo evidências sobre a origem das serpentes.

Segundo a pesquisa, existem apenas três cobras fossilizadas com ossos das pernas preservados. O paper analisou um fóssil encontrado há 10 anos nas rochas de 95 milhões de idade do Líbano, o Eupodophis descouensi – uma cobra de 50 centímetros de comprimento com pernas de 2 centímetros. Ele é considerado um estágio intermediário na evolução das cobras e, por isso, essencial para a compreensão da evolução desses répteis.

 

O estudo descobriu que muito provavelmente essas espécies perderam as pernas porque passaram a crescer mais devagar. As imagens também revelaram que a perna tinha uma articulação no joelho e um calcanhar, mas não tinha pé.

Ainda faltam estudos para comprovar a origem das serpentes, e entender melhor o motivo do “sumiço” das pernas, mas com essas imagens os pesquisadores acreditam ter realizado um grande avanço no sentido de compreender sua evolução.