Emenda prevê que todas as minorias religiosas ou étnicas têm direitos e deveres iguais e liberdade de culto
por Jarbas Aragão
Israel quer oficializar status de “Estado dos judeus”
O governo de Israel está dando prosseguimento a uma emenda de lei que poderá retirar o árabe como língua oficial em Israel. Desde 2011 o partido de direita Likud, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, tenta passar legislações que declarem “O Estado de Israel como a nação do povo judeu”.
Neste domingo (7), teve mais uma vitória nesse sentido, com o congresso aceitando o texto preparado pelo deputado Avi Dichter especificando que todas as minorias religiosas ou étnicas em Israel têm direitos e deveres iguais e liberdade de culto, mas limitados ao uso da língua oficial, o hebraico.
Os árabes israelenses são quase 20 por cento da população, na maioria palestinos com cidadania de Israel. Eles acreditam que isso é discriminação. O documento é visto por eles como uma maneira de transformá-los em “cidadãos de segunda” e ressurge duas semanas antes da visita do presidente dos EUA, Donald Trump a Israel.
A legislação ainda precisa passar por uma revisão do Ministério da Justiça e ser votada pelo Parlamento antes de entrar em vigor.
Dichter argumenta que seu projeto é “um passo importante para fortalecer a nossa identidade judaica”. Já o presidente da Autoridade palestina, Mahmoud Abbas classificou-o como um “obstáculo à paz”. Com informações Christian Today gospel prime
Deputado cobra governo Temer que reveja posição do Brasil na ONU
por Jarbas Aragão
A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (10), uma sessão solene homenageando os 69 anos de Independência de Israel. Há mais de uma década a data é lembrada anualmente pelos congressistas.
Requerida pelos deputados Alan Rick (PRB/AC) e Jony Marcos (PRB/SE), presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel, contou com a participação de diversos deputados, a maioria integrante da Frente Parlamentar Evangélica.
Estavam no plenário também a senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS) e Ligia Maria Sherer, que é Embaixadora do Departamento do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores. Fez-se presente ainda o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, que assumiu o posto em janeiro.
Treze deputados subiram a tribuna do plenário Ulysses Guimarães para se pronunciar. Todos eles cumprimentaram o Estado de Israel pelos 69 anos de Independência, completados no último dia 2.
A maioria lembrou as boas relações dos dois países e a importância da comunidade judaica par a formação da nação brasileira e do amor que os cristãos sentem pela Terra Santa. O pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSC/RJ), que visitou Israel no ano passado, reiterou seu desejo que o Brasil possa ter uma relação mais próxima com o Estado judeu nas diversas áreas em que o país se destaca.
O embaixador Shelley lembrou que Israel permanece sendo a única democracia do Oriente Médio. Ademais, afirmou que seu país tem uma dívida de gratidão para com o Brasil por conta da atuação do diplomata brasileiro Osvaldo Aranha, que comandou a sessão da ONU que possibilitou o ressurgimento de Israel como nação após quase dois mil anos.
O assunto também foi evitado pela representante do Itamaraty que fez um discurso vago, que não condiz com a postura que o ministério das Relações tem adotado, de alinhamento com os países muçulmanos, que questiona a soberania de Israel sobre seus lugares sagrados e até mesmo Jerusalém, sua capital.
Já o deputado federal Victório Galli (PSC/MT), vice-presidente da Bancada Evangélica não deixou o assunto passar em branco. Apresentado como um “defensor de Israel”, ele pediu que o Itamaraty reveja sua posição na UNESCO. “As autoridades brasileiras devem tomar uma providência… E Jerusalém é, sim, a capital de Israel e pedimos ao governo brasileiro que consertem isso [voto contrário]”.
Erdogan diz que “essa ocupação é um insulto para nós”
por Jarbas Aragão
O presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan afirmou durante um fórum em Istambul nesta segunda-feira (8), que os planos de Donald Trump em transferir a embaixada dos Estados Unidos em Israel de Tel Aviv para Jerusalém são “extremamente errados e devem ser abandonados”.
Afirmou também que mesmo “realocar uma pedra” na cidade teria sérios impactos. Por isso, pediu que os muçulmanos “invadam” o Monte do Templo em uma demonstração de solidariedade com os seus “irmãos palestinos”.
“Nós, como muçulmanos, devemos visitar Al-Quds com mais frequência”, bradou ele, referindo-se a Jerusalém pelo seu nome islâmico, que significa “A Santa”. Em seguida, desafiou: “Cada dia que Jerusalém permanece sob ocupação é um insulto para nós”.
Para Erdogan, um movimento massivo de muçulmanos no Monte do Templo mandaria uma mensagem clara para Israel, que ele considera “racista e discriminatório” contra os árabes, sobretudo os palestinos. Acrescentou que o bloqueio israelense da Faixa de Gaza “não tem lugar na humanidade”.
O governo de Israel reagiu rapidamente aos comentários de Erdogan, chamando-os de “difamação sem fundamento”. Em nota, lembrou que Israel bloqueia a Faixa de Gaza na tentativa de impedir que armas e foguetes cheguem ao Hamas, que costuma disparar contra território israelense.
A declaração de Erdogan vem em meio ao anúncio que Donald Trump visitará Israel no final do mês, onde espera-se que se pronuncie sobre a transferência de embaixada, conforme sua promessa de campanha. A troca é apoiada pelo primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, mas os líderes palestinos já disseram que isso equivaleria a uma declaração de guerra.