Pastor pede cautela e diz que montagens assim são comuns
Vídeo com som de “trombetas” em Jerusalém viraliza
Nas últimas semanas voltaram a repercutir na internet vídeos com sons vindos dos céus de Jerusalém, que seriam “trombetas”. Para muitos esse é um anúncio da volta iminente de Jesus ou até os sons emitidos pela ação de sete anjos, conforme descritos no capítulo 8 do livro do Apocalipse.
Como é comum hoje em dia, o material teve repercussão mundial, principalmente pelas redes sociais. Contudo, dividiu opiniões. Enquanto muita gente acreditou se tratar de um sinal, outros afirmam ser mais uma montagem como muitas similares que circulam há anos na web.
No vídeo de cerca de um minuto, além do som vindo de uma fonte não identificada, no céu é possível ver a formação de nuvens em forma de arco. Um dos aspectos que contribuiu para a popularidade dessa gravação, que teria sido feita no início de outubro, é que a data era próxima do feriado de Rosh Hashaná, o dia do perdão, que marca o início de um novo ano no calendário judaico.
A versão original é do canal World Gatekeeper e já tem 380 mil visualizações. A maioria dos vídeos publicados por esse canal são sobre supostos discos voadores sobrevoando os céus do mundo.
O pastor Stênio Verde publicou uma análise desse vídeo em seu canal do Youtube, onde aponta para a incongruência de que em uma cidade como Jerusalém – que atrai milhares de turistas de todo o mundo – não há outras gravações. Ao mesmo tempo, lembra que nenhum grande órgão de imprensa sério repercutiu o fato.
“Muita cautela! Primeiro por que sabemos que é grande o número de pessoas que trabalham com montagens de cenas e de sons”, destacou logo no início do seu comentário. Posteriormente, lembrou de várias passagens que falam sobre o que significam as trombetas na Bíblia.
Uma rápida pesquisa no Google mostra que sons muito parecidos com os ouvidos nesse vídeo foram ouvidos em outras partes do mundo alguns anos atrás.
Em 2011, um vídeo com gravação similar feita na Ucrânia viralizou. Dois anos depois, outro vídeo mostrando um caso no Canadá mostrava algo muito parecido. Em diferentes ocasiões a NASA já explicou que o som podia ser causado por placas metálicas, que se chocam no espaço e ecoariam no planeta Terra.Com informações do Gospel Prime.
Documento tenta anular laços históricos de judeus e cristãos com cidade milenar
Unesco aprova resolução que nega relato bíblico sobre Jerusalém
Em 2015, a UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura, aprovou 20 resoluções contra Israel e somente três relacionadas a todos os outros países da Terra. Este ano, a mais controversa diz respeito à ligação histórica de judeus e cristãos com o Monte do Templo.
A resolução promovida por países árabes sobre a quem pertence Jerusalém surgiu em nome da “proteção do patrimônio cultural palestino”. Em outras palavras, negava todos os relatos bíblicos sobre Jerusalém como a cidade-símbolo da presença de Deus na Terra. Citada centenas de vezes no Antigo e no Novo Testamento, ela agora só poderá ser chamada por seus nomes em árabe na documentação da ONU.
O funcionamento da UNESCO se assemelha ao da Câmara dos Deputados, existem votações onde todo os Estados membros votam, uma assembleia, e outras que são decididas em comissões, com um número limitado de representantes.
O documento votado e aprovado nesta quarta-feira (26) afirma que a ‘anexação’ de Jerusalém Ocidental por Israel era ilegal, incluindo o local chamado de Esplanada das Mesquitas, sagrado para os muçulmanos. A resolução denuncia o que chama de “danos materiais” causados por Israel aos locais sagrados de Jerusalém.
Painel da UNESCO.
Foi decidido também conceder uma assistência financeira aos lugares inscritos como patrimônio mundial. Como no âmbito da UNESCO a Palestina já é aceita como uma nação autônoma, receberá o financiamento.
A votação de hoje foi no escopo do comitê da UNESCO formado por 20 membros: Angola, Azerbaijão, Burkina-Faso, Croácia, Cuba, Finlândia, Indonésia, Jamaica, Cazaquistão, Kuwait, Líbano, Peru, Filipinas, Polônia, Portugal, República da Coreia, Tanzânia, Tunísia, Turquia, Vietnã e Zimbábue. Em voto secreto, o texto final teve 10 votos a favor, dois votos contrários e oito abstenções. O Brasil não participa, mas seu voto dado no dia 16 de outubro é contra Israel e não foi mudado.
Enquanto os países muçulmanos pediam que não houvesse votação e a aprovação viesse por “consenso”, os Estados Unidos foram os únicos a se manifestar de forma enérgica, alertando para os perigos que esse tipo de decisão apresentam em uma região que vive constante clima de guerra.
Apagando laços históricos
Com a aprovação de mais essa resolução, a UNESCO demonstra que deseja apagar os laços históricos tanto dos judeus quanto de cristãos e aceitar apenas os islâmicos – Al-Aqsa e Al-Haram Al-Sharif – numa clara tentativa de eliminar os laços históricos tanto de judeus quanto de cristãos com o local.
Diferentemente de outros documentos, dessa vez não foi mencionada a importância da cidade para “as três religiões monoteístas”.
A moção aprovada na semana passada, incluindo o voto do Brasil, recebeu severas críticas de Israel, que anunciou o corte das relações e qualquer colaboração de seu país com a UNESCO.
Após o comunicado oficial de hoje, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Emmanuel Nahshon, fez severas críticas. “A votação da Unesco sobre Jerusalém é um lixo, justamente jogada na lata de lixo pelo nosso embaixador. Vida longa a Israel”, escreveu ele no Twitter.
O embaixador de Israel junto às Nações Unidas, Danny Danon também condenou a decisão, classificando-a de “absurda” e “ridícula”, afirmando ser “completamente desconectada da realidade”. Historicamente, não há registros de nenhum muçulmano antes do século VIII, quando o Islã foi fundado. Achados arqueológicos e registros bíblicos mostram que os primeiros judeus habitaram o local pelo menos desde o século X a.C. Com informações do Gospel Prime e de Times of Israel e Fox News
Relatos do historiador Flávio Josefo contam detalhes do muro
Arqueólogos comprovam existência da “terceira muralha” de Jerusalém
A Autoridade de Antiguidades de Israel exibiu nesta quinta-feira (20) as evidências claras da existência da Terceira Muralha de Jerusalém. O local foi destruído durante a invasão do exército romano durante a Primeira Guerra Judaico-Romana, entre 66 d.C. e 73 d.C. A queda da muralha ocorreu cerca de 70 anos após a morte do imperador Herodes.
Essa foi a primeira das três revoltas do povo judeu contra a dominação romana, ocorrida há cerca de dois mil anos, no período do segundo templo. A revelação, ironicamente, ocorre poucos dias após a UNESCO tentar eliminar “qualquer ligação” dos judeus com o monte do templo.
Os arqueólogos encontraram junto a vestígios da muralha, diversos projéteis de pedra que foram lançados por catapultas, além de uma ponta de lança e diferentes peças de artilharia romana utilizadas para derrubar o muro. Segundo o relato histórico, guardas judeus protegiam a cidade do alto de uma torre junto à esse muro.
Rina Avner e Kfir Arbib, diretores da escavação, explicam que esse “É um testemunho fascinante do intenso bombardeio realizado pelo exército romano, comandado por Tito, com a intenção de conquistar a cidade e destruir o Segundo Templo”.
A Autoridade de Antiguidades irá apresentar todos os achados da escavação durante uma conferência sobre arqueologia em 27 de outubro. O material divulgado até agora já provocou debates entre historiadores sobre a localização da Terceira Muralha, pois se relaciona com o verdadeiro limites de Jerusalém antes da invasão comandado por Tito. Elas se somam as descobertas no Complexo Russo de Jerusalém, um dos distritos mais antigos da cidade, que também comprovam a localização do muro naquela área.
Testemunho histórico
Essa muralha não existia nos tempos de Jesus, mas é parte importante da narrativa da destruição de Jerusalém e do templo, conforme foi profetizada no capítulos 24 do evangelho de Mateus.
Os escritos do historiador Flávio Josefo, que foi testemunha da guerra, relatam os detalhes de vários conflitos, incluindo essa terceira muralha, erguida para proteger a área Beit Zeita. Ela ficava fora dos limites da cidade, ao norte das duas muralhas mais antigas e conhecidas.
A construção do muro foi iniciada pelo rei Agripa I. No entanto, ele suspendeu as obras para não provocar a ira do imperador Cláudio e dissipar quaisquer dúvidas a respeito de sua lealdade.
Ainda segundo Josefo, a terceira muralha voltou a ser erguida cerca de 20 anos depois, como uma estratégia de defesa. Ela fortificaria a parte mais externa da cidade, já em preparação para a Grande Revolta contra Roma.
O historiador descreveu em detalhes esse muro externo, que começava junto à Torre Hippicus, mais conhecida como Cidadela de Davi. A partir daí, seguia para o norte, até a enorme ToGospel Primerre Psephinus. Depois, seguia para o leste, descendo em direção à sepultura da rainha Helena, no que hoje é mais conhecido como Túmulos dos Reis. Com informações Jerusalém Post e Gospel prime