Categorias
Artigos Israel

Judeus inauguram sala de oração no subterrâneo do “Santo dos Santos”

Parte dos túneis subterrâneos do Muro das Lamentações foram reformados

                                                                        Judeus inauguram sinagoga no subterrâneo do “Santo dos Santos”
Nesta segunda-feira (18), judeus praticantes de todo mundo acenderam a sétima vela de Chanuká. A cerimônia no Muro das Lamentações foi realizada pelo rabino-chefe de Jerusalém, Aryeh Stern, e por Eli Groner, diretor-geral do gabinete do primeiro-ministro.

Imediatamente após as velas serem acesas, uma nova sinagoga foi inaugurada nos túneis que ficam nos subterrâneos do Muro. A nova sala de oração é o resultado de 12 anos de trabalho de construção e de preservação arqueológica. O objetivo era oferecer conforto e, ao mesmo tempo, preservar a impressionante caverna onde ficam os túneis.

A sinagoga está localizada em frente à “Grande Pedra”, mais de 30 metros abaixo do local em que se acredita ficar o Santo dos Santos no Templo judeu.
Escultura de metal cujo topo lembra a sarça ardente vista por Moisés

O design único desse local de oração combina a estrutura milenar com uma moderna “arca redonda”, uma escultura de metal cujo topo lembra a sarça ardente vista por Moisés. Nela estão gravados os versículos da “Shema Yisrael” (Deuteronômio 6:4-9), além de um trecho de Cântico dos Cânticos.

O local de culto contém aproximadamente uma centena de bancos, com um grande bima de madeira redonda. O piso é todo de mármore e iluminação planejada para dar um aspecto único, combina o antigo e o novo.

 A pequena sinagoga está aberta a qualquer pessoa que deseja estudar as Escrituras, dedicar-se à oração e buscar ao Criador num local com grande significado histórico. Nas próximas semanas, a Fundação do Patrimônio do Muro das Lamentações irá divulgar os horários em que serão realizados cultos de oração na nova sinagoga. Com informações gospel Prime Israel National News
Categorias
Israel

Lideranças evangélicas querem que Brasil siga EUA e transfira embaixada em Israel para Jerusalém

iniciativa americana foi bem recebida também por lideranças evangélicas, que cada vez mais têm estreitado laços com o Estado israelense e hoje militam para que o Brasil também mude sua postura em relação a Israel.

Eles acreditam que a decisão do presidente americano Donald Trump lhes dá mais força para pressionar o governo brasileiro a reconhecer Jerusalém como capital israelense. Além disso, querem que o Brasil pare de votar a favor de resoluções da Organização das Nações Unidas que condenam atitudes de Israel em relação à cidade e aos territórios ocupados da Palestina.

“A comunidade evangélica aqui no Brasil vê com muitos bons olhos a atitude do governo Trump. É um movimento importante para que o Estado de Israel se firme, para que o povo judeu se firme, anunciando para o mundo que Jerusalém historicamente sempre foi a cidade santa dos judeus e do cristianismo”, afirmou à BBC Brasil o deputado evangélico Jony Marcos (PRB-SE).

Marcos preside o Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel, um dos maiores do tipo no Congresso, cujo objetivo é estreitar laços entre parlamentares brasileiros e autoridades de outros países. A maioria dos 92 grupos existentes foi formalmente criada, mas não tem composição ativa.

Já o de “amigos” de Israel tem hoje 46 deputados e senadores, 31 deles também integrantes da Frente Parlamentar Evangélica e um terço filiado ao PRB, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.

Após o recesso parlamentar, no início do próximo ano, Marcos pretende mobilizar integrantes do grupo de amizade e da frente parlamentar para uma reunião no Itamaraty com objetivo de pressionar o governo a seguir os passos da administração Trump.

Jony Marcos/Divulgação
Representantes do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel
Representantes do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel

CONEXÃO BRASÍLIA-TEL AVIV

Parlamentares evangélicos já se encontraram anteriormente com o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e seu antecessor, o senador José Serra.

Mas, na percepção de Marcos, essas reuniões não surtiram efeito, já que o governo brasileiro continua votando a favor de resoluções da ONU, na Assembleia Geral e na Unesco (órgão para preservação de patrimônio cultural), que condenam a postura de Israel frente a territórios e locais sagrados palestinos.

Em 1948, após a guerra árabe-israelense, Jerusalém foi dividida, com a parte ocidental sob controle de Israel e a parte oriental controlada pela Jordânia. Depois da Guerra de Seis dias de 1967, porém, Israel capturou a parte oriental da cidade e, desde então, vem erguendo assentamentos ali.

Esas construções são consideradas ilegais pela comunidade internacional, posição que é contestada pelo governo israelense. Os palestinos, por sua vez, reivindicam que Jerusalém oriental é a capital palestina. Esse pleito faz parte das tratativas de acordo de paz para tentar criar um Estado palestino ao lado de Israel.

Lideranças evangélicas, porém, argumentam que a Bíblia estabelece que os judeus são o povo prometido e que Jerusalém é a capital de Israel. Segundo sua crença, isso deve ser cumprido para que se concretize a esperada volta de Jesus Cristo.

‘TRUMP, O SEMEADOR DA VERDADE’

“Donald Trump está sendo como um semeador da verdade”, afirma a pastora Jane Silva, que preside a Associação Cristã de Homens e Mulheres de Negócios e a Comunidade Brasil-Israel.

Ela disse à BBC Brasil que pretende iniciar o recolhimento de assinaturas para pressionar o governo brasileiro a mudar sua postura em relação a Israel. Sua meta é reunir um milhão de apoios e fazer um manifesto para entrega do documento com 3 mil pessoas em Brasília em fevereiro.

Para Silva, a posição que os governos brasileiros vêm adotando não teria apoio da maioria da população brasileira, cristã. Ela esteve em outubro em Nova York com o diplomata israelense Dani Dayan, para quem “pediu desculpas” pela decisão da ex-presidente Dilma Rousseff de recusar sua indicação para embaixador no Brasil por causa de sua liderança junto aos colonos de assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental.

Em agosto, ele organizou uma viagem de brasileiros a Israel, entre eles sete deputados, entre eles os evangélicos George Hilton (PSB) e Rosangela Gomes (PRB).

“O que o governo brasileiro está fazendo (ao apoiar resoluções contra Israel) é rasgar a nossa Bíblia, rasgar a nossa fé. O Brasil vota que Jerusalém não tem a ver com o povo judeu, com Israel. Se Jesus não é homem judeu, não tem a ver com o povo judeu, o Brasil está tentado desmontar a fé no cristianismo”, criticou a pastora.

Silva também justifica seu apoio dizendo que se sente segura para “entrar com sua Bíblia” em Jerusalém sob o comando israelense.

“Eu acho que Jerusalém é a capital de Israel, você vê isso na Bíblia. O reconhecimento disso não impede que haja boa convivência entre todos”, argumenta também Jony Marcos, ao ser questionado sobre o fato de Jerusalém também ser um local sagrado para muçulmanos.

SILÊNCIO BRASILEIRO

Enquanto o papa Francisco e diversos países —como França, Alemanha, Reino Unido, Turquia e China— criticaram a decisão americana de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o governo brasileiro não emitiu qualquer declaração.

Embora Silva e Marcos não notem mudanças na postura do governo brasileiro em relação a Israel, a BBC Brasil apurou que, desde que Michel Temer assumiu a Presidência e deu o comando do Itamaraty ao PSDB, o governo brasileiro tem pressionado países árabes, os propositores dessas resoluções na ONU, a mudar sua redação.

Um dos pontos polêmicos é uma resolução apresentada semestralmente, sempre em abril e outubro, na Unesco, criticando Israel por restringir o acesso de muçulmanos a um local sagrado em Jerusalém, conhecido por judeus como Monte do Templo e, por muçulmanos, como al-Aqsa our Haram al-Sharif.

Um das reclamações dos críticos dessa resolução, que vem sendo aprovada pela maioria dos países, inclusive o Brasil, há anos, é o fato de ela se referir ao local apenas pela denominação árabe.

Em junho do ano passado, o então chanceler José Serra divulgou nota dizendo que o Brasil iria rever seu apoio à resolução, caso não houvesse mudanças na sua redação. Em meio a essa negociação, ao contrário do que fazem todos os anos, os países árabes não apresentaram essa resolução em outubro deste ano, o que pode indicar um receio de perder votos do Brasil e de outros países.

Apesar da grita contra a postura brasileira nos últimos anos, o professor de relações internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser discorda da acusação de que os últimos governos tenham sido “anti-Israel”.

Segundo ele, embora as administrações petistas tivessem um discurso de apoio à Palestina, “isso não alterava as relações práticas e trocas comerciais” com Israel.

“E essas resoluções (da ONU) são teatro. Não mudam em nada a realidade de que há uma ocupação crescente dos territórios palestinos (por Israel). É uma colcha de retalhos”, criticou.

Divulgação
Pastora Jane Silva, da Comunidade Brasil-Israel, com o diplomata israelense Dani Dayan, que foi recusado por Dilma Rousseff como embaixador no Brasil
Pastora Jane Silva, da Comunidade Brasil-Israel, com o diplomata israelense Dani Dayan, que foi recusado por Dilma Rousseff como embaixador no Brasil

APOIO TAMBÉM NOS EUA

O apoio de lideranças evangélicas a Israel não ocorre só no Brasil.

Segundo reportagem da rede americana CNN, Johnnie Moore, porta-voz do grupo informal de conselheiros evangélicos de Trump, disse que o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense era uma parte fundamental do alcance do presidente junto a eleitores evangélicos.

“Os evangélicos estão em êxtase, pois Israel é para nós um lugar sagrado e o povo judeu são os nossos amigos mais queridos”, disse à CNN Paula White, pastora de uma megaigreja da Flórida e próxima de Trump.

Apesar disso, especialistas na relação Brasil-Israel dizem ser muito improvável que a pressão de lideranças evangélicas resulte na transferência da embaixada brasileira para Jerusalém.

“A embaixada brasileira não vai a lugar nenhum”, afirma o professor de relações internacionais da USP Samuel Feldberg, atualmente vivendo em Israel como pesquisador na Universidade de Tel Aviv.

Ele não vê chances de o deputado de extrema-direita Jair Bolsonaro, apoiador de Israel, conseguir ser eleito presidente, embora hoje apareça em segundo lugar nas intenções de votos, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Feldberg ressalta, porém, que o segmento evangélico tem um peso relevante hoje no Brasil e pode de alguma forma influenciar os rumos da diplomacia brasileira.

Quanto à empolgação de lideranças evangélicas com a decisão americana, ele contou que o sentimento não é generalizado em Israel.

Segundo Feldberg, há uma certa desconfiança por parte dos israelenses sobre qual será o “preço” cobrado por Trump por uma iniciativa tão forte, como talvez uma pressão maior para que o Estado Israelense ceda nas negociações de paz com os palestinos.

“Com essa decisão, Trump se blinda. Não poderá ser tão criticado aqui como era (seu sucessor) Obama.” Com informações da FolhaUol.com

Mohamed Azakir/Reuters

Estudantes palestinos protestam no campo de refugiados de Burj al-Barajneh, no Líbano

Categorias
Cultos

Turquia ameaça “reunir todo o mundo muçulmano” contra Israel

Trump comunicou à Autoridade Palestina que mudará a Embaixada para Jerusalém

                 Turquia ameaça “reunir todo o mundo muçulmano” contra Israel

O presidente dos EUA, Donald Trump, informou hoje (5) ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, por telefone, que irá levar a embaixada dos EUA para Jerusalém. A informação foi repassada à imprensa pelo porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeineh, acrescentando que os palestinos advertiram Trump sobre “os perigos de tal passo”, sem, contudo, dar maiores detalhes. O Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza, já havia prometido iniciar uma intifada.

A mídia americana voltou a afirmar que o presidente americano poderá anunciar na quarta-feira o reconhecimento de Jerusalém como a “capital indivisível” de Israel, segundo autoridades americanas que falaram à agência de notícias Reuters. Trump perdeu na semana passada a data limite em que deveria, segundo uma lei de 1995, justificar a permanência da embaixada americana em Tel Aviv ou adiar por mais seis meses.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta terça-feira que o país poderia romper os laços diplomáticos com Israel casos os Estados Unidos levassem adiante essa decisão.

Em pronunciamento diante de líderes do seu governo, ele ameaçou: “Senhor Trump, Jerusalém é a linha vermelha para os muçulmanos. É uma violação da lei internacional tomar uma decisão apoiando Israel enquanto as feridas da sociedade palestina ainda estão sangrando”. Ele também fez uma clara ameaça: “Seguiremos com esta situação até o final. Se esse passo for dado, entre 5 e 10 dias reuniremos a Organização para a Cooperação Islâmica em Istambul. E não será apenas isso… Mobilizaremos todo o mundo muçulmano para eventos significativos. Continuaremos a nossa luta, com determinação, até o fim”.

Apesar das críticas, Trump está apenas retomando uma lei aprovada pelo Congresso dos EUA 22 anos atrás. Chamada de “Lei da Embaixada de Jerusalém”, ela reconhece Jerusalém como a capital de Israel e afirma que a embaixada dos EUA deve ser transferida para lá. Mas oferece um disposto que permite ao presidente adiar temporariamente a mudança por motivos de “segurança nacional”. Essa foi a justificativa invocada repetidamente pelos presidentes Bill Clinton a George W. Bush e Barack Obama.

A ameaça de Erdogan também não é novidade. Em maio deste ano, por conta da instalação de detectores de metal e câmaras no Monte do Templo, ele pediu que os fiéis islâmicos invadissem o local, em uma demonstração de solidariedade com os seus “irmãos palestinos”. “Cada dia que Jerusalém permanece sob ocupação é um insulto para nós”, enfatizou.

O presidente turco, fortalecido pelo referendo que ampliou seus poderes, vem tentando se consolidar como o líder do mundo muçulmano. Nos últimos anos já falou várias vezes na possibilidade de seu país invadir Israel para “libertar” Jerusalém.

Sua menção à Organização para a Cooperação Islâmica, da qual ele é o atual presidente, não deve ser interpretada como algo inofensivo. A organização, que reúne 57 países-membros, conta com uma delegação permanente nas nações Unidas (ONU). No mês passado, sua base formalizou a criação da Coalizão Militar Islâmica, que teria capacidade de reunir o maior exército da terra. Seu objetivo declarado é combater o terrorismo, mas para muitos países islâmicos Israel é uma organização terrorista.

A escolha de Istambul, onde essa cúpula pode ocorrer, possui um grande significado histórico. A cidade foi a capital do antigo Império Otomano, que por 1500 anos dominou o território do atual estado de Israel. Essa claramente não é só uma batalha política, mas sobretudo religiosa, uma vez que no centro de Jerusalém está o Monte do Templo, considerado sagrado pelos islâmicos.