Somos uma congregação judaico-messiânica, e temos como visão quatro aspectos fundamentais: O Primeiro consiste em revelar o Messias 1Yeshua ao povo de Israel. Acreditamos que um judeu é sempre um judeu, e assim, aceitar o testemunho de Yeshua não significa em hipótese alguma mudar de religião (Atos 21:20). O judeu messiânico tem o firme compromisso com a 2Torah e a aliança de Abraão, tendo a obrigação de circuncidar os seus filhos, segundo a ordenação dada pelo Eterno em Gênesis 17:8-14. O segundo aspecto é anunciar a todos os povos as boas notícias da salvação proporcionada pelo Eterno, a qual está fundamentada no sacrifício perfeito do Seu Filho, 3Yeshua Ha Mashiach. Yeshua é o “Korban” (oferta pelo pecado) do Eterno, o Cordeiro de D’us, que ofereceu o seu corpo voluntariamente como sacrifício a fim de salvar Israel e, também, pessoas de todas as nações que venham a aceitar o seu testemunho, sendo assim enxertadas na oliveira (cultura bíblica judaica estabelecida pelo Eterno). Se a disposição de Abraão em sacrificar o seu filho Isaque, e a atitude de Isaque em se submeter ao sacrifício, veio a se tornar a base para os sacrifícios dos animais oferecidos no Tabernáculo e no Templo, o sacrifício do Messias, por sua vez, plenificou todos os sacrifícios e os substituiu plenamente.
Acreditamos que todos os gentios que aceitam o testemunho de Yeshua precisam obedecer as “leis noéticas” que estão registradas no livro de Atos 15:20,21, sem a necessidade de passarem pela circuncisão, segundo o conselho dado pelos líderes da igreja do primeiro século. Porém, os gentios crentes precisam respeitar a Torah do Eterno, e ter os preceitos como referencial do que é certo e do que é errado. Mesmo as leis que não se aplicam diretamente a eles, mas apenas ao povo judeu, devem ser respeitadas pelos gentios, pois foram estabelecidas pelo Eterno e o próprio Messias Yeshua disse que jamais seriam revogadas ou destruídas (Mateus 5:17-19). Acreditamos também que os gentios podem aplicar às suas vidas mais 4“mitsvot”, além das leis noéticas, sem contudo serem impostas como obrigação, a fim de terem uma vida espiritual mais consistente e substancial. Porém, para que não haja dúvida, algumas “mitsvot” são aplicáveis apenas ao nosso povo, como é o caso da circuncisão. Na verdade, embora a lei e a graça tenham funções distintas, elas interagem, e assim o conceito de que a graça anulou a lei é completamente equivocado e contrário ao ensinamento do Messias Yeshua e a própria Bíblia como um todo.
Embora a salvação brote pela manifestação da graça e da misericórdia de D’us, é a lei que nos concede qualidade de vida, proporcionando-nos muitos livramentos e nos ensinando a andar de forma correta na presença do Eterno. Como disse o Rabino Shaul (Paulo): Somos salvos pela graça, por meio da fé (atitude de entrega a D’us, que é acompanhada por um sentimento de profundo arrependimento), para as boas obras (obediência aos mandamentos e a direção do espírito de D’us em nossas vidas) (leia Efésios 2:8-10). Em outras palavras, a salvação nos é concedida pela graça e após esta experiência somos capacitados espiritualmente a termos um padrão bem mais próximo ao requerido pelo Eterno, embora não perfeito, pois só o Messias alcançou esta perfeição diante do Todo Poderoso, por ter sido gerado com uma alma Divina e substância Divina, tendo sido chamado de Filho de D’us. Porém, mesmo Yeshua foi provado e alcançou a aprovação por meio da sua obediência, correspondendo a espectativa do Eterno ao se sujeitar a Sua vontade, entregando a sua vida como um sacrifício perfeito, para depois retomá-la e se tornar o Senhor da terra, por delegação do Eterno. O próprio Pai, o Todo Poderoso, testificou do Messias, dizendo: “E, veja! Um som vindo dos céus disse: Este é o Meu Filho querido em quem tenho o prazer de ouvir” (Mateus 17:5 – tradução literal), e “Sim, Ele (o Eterno) proclamou: Pouco é seres o Meu servo para reerguer as tribos de Jacó, e restaurar os remanescentes (os que foram preservados) de Israel. Também te estabeleci como luz para as nações, para seres (para que através de ti) a Minha salvação até as extremidades da terra” (Isaías 49:6).
Deste modo concluímos, que espera-se de nós após a experiência da salvação, um esforço consciente para obedecer a inclinação do espírito de D’us em nós, que inevitavelmente nos guiará a vivermos segundo os princípios estabelecidos na Torah, como lemos nos profetas e na B’rit Chadashá (Nova Aliança): “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Eterno: na mente, lhe imprimirei a minha lei (Torah), também no coração lhas escreverei; Eu serei o seu D’us, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31:33, Hebreus 8:10).
Acreditamos que Yeshua foi gerado pelo Eterno com substância Divina, mas é preciso entender que só existe uma fonte de Divindade, apenas um Criador, o D’us e Pai do nosso Senhor Yeshua Ha Mashiach. Yeshua disse que ele e o Pai eram um, mas que o Pai era maior do que ele, também disse que recebeu do Pai mandamento do que falar e para quem falar, e não escondeu que tudo o que fazia era fruto do aprendizado que havia adquirido com o Pai. Yeshua é o representante fiel do Eterno e tem procuração do Pai para representá-lo na terra, e embora tenha esta posição exclusiva diante de D’us, nunca usurpou o ser igual ao Eterno mas se sujeitou a Ele e foi um exemplo para todos nós. Ele é a porta para o Reino dos Céus, o portal para a salvação e foi constituído como Senhor de todos aqueles que se aproximam do Eterno. Um dia Yeshua voltará e reinará em Jerusalém sobre Israel e sobre todas as nações da terra que sobreviverão às tribulações dos últimos dias. (Mais sobre este assunto na apostila do nosso seminário: “O Nome, a Unção e o Sangue do Messias” e na versão completa no livro: O Filho de Elohim – Marcos Andrade Abrão).
O terceiro aspecto é o ensino da Torah, que consiste nos preceitos e instruções do Eterno, dados originalmente ao nosso povo no Sinai e registrados nos cinco primeiros livros da Bíblia. Estes preceitos não foram anulados, como já falamos, e esta doutrina equivocada teve origem no desvio da igreja que ocorreu em especial à partir do terceiro século. Acerca disto, Yeshua se pronunciou de forma muito clara quando disse: “Não pensem que vim abolir a Torah (Lei) ou os profetas. Não vim abolir, mas completar (tornar pleno). Amém! Porque digo a vocês: até que o céu e a terra passem, um “yod” (menor letra hebraica) ou apenas um “traço” (pequenas linhas que formam as letras hebraicas) não passarão (não serão tirados) da lei, até que tudo venha a existência (se cumpra). Conseqüentemente, quem declarar ilegal (destruir) apenas um dos menores mandamentos (mitsvot), e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos Céus, mas quem observar (fazer) e ensinar será chamado grande no Reino dos Céus” (Mateus 5:17-19 – tradução literal). (Obs.: Mais sobre este assunto na apostila do nosso seminário: “A Revelação da Torah para a Igreja do Messias e a Interação entre Lei e Graça”).
Como já vimos, a Torah é o Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, e no sentido mais amplo, significa “instrução”, ou seja, os princípios dados pelo Eterno para termos uma vida santificada e abençoada. A Torah, conhecida como a Lei de Moisés revela o caráter de D’us através do padrão de valores contidos nos preceitos. A Nova Aliança enfatiza o aspecto do amor e da misericórdia do Eterno, através do exemplo de vida do Messias Yeshua, o Filho do D’us vivo. Mas é bom lembrar que tanto o aspecto dos valores como da manifestação do amor e misericórdia estão presentes em ambos. Na verdade, a Torah os profetas e a Nova Aliança se complementam e são por natureza inseparáveis, pois revelam o plano de D’us para restaurar a terra e constituir filhos semelhantes ao Seu Filho unigênito, Yeshua Ha Mashiach.
Finalmente o quarto aspecto é transmitir a Igreja do Messias a necessidade de restaurar as raízes bíblicas judaicas da sua fé, e se apartar dos conceitos e práticas estabelecidas pela igreja romana, à título de um sincretismo religioso que estava mais interessado em adeptos do que em crentes, ocasionando na contaminação da Igreja por costumes e formas de pensar pagãos. É essencial que a igreja do Messias passe por um processo de restauração a fim de se preparar para o encontro com Yeshua, no evento conhecido como “o arrebatamento”.
Vamos agora de forma sucinta descrever o desvio da Igreja, a fim de que todos possam voltar as veredas antigas. Como já vimos, a Igreja do Messias se afastou das suas raízes bíblicas judaicas a partir do terceiro século. Houve na época uma influência muito forte dos costumes e práticas do paganismo, que entraram na igreja pela influência do império romano. Em contrapartida, ocorreu um grande afastamento das raízes bíblicas judaicas, que por sua vez trouxe um grande prejuízo para a Igreja do Messias. Conseqüentemente foram adotados referenciais falsos e contrários as instruções do Eterno e ao plano de salvação de D’us, e a cada concílio da igreja, pela influência de Roma, ela se distanciava ainda mais das suas raízes e se misturava ao paganismo. Não resta dúvida que as intenções dos líderes estavam contaminas por questões políticas e econômicas na velha busca do homem pelo poder e no velho erro do homem de se tirar proveito da posição de liderança espiritual para benefício próprio. Isto durou até 1517, quando se deu início à reforma protestante, através de Martinho Lutero, que considerou um abuso a venda de indulgências, que eram doações dadas pelos fiéis à igreja romana, para escaparem do inferno. Este protesto foi feito por escrito com noventa e cinco teses e fixado na porta da igreja romana de Wittenberg, na Alemanha, afirmando entre outras coisas, que as indulgências não eram bíblicas. A reforma protestante, como o próprio termo diz, reformulou alguns aspectos, sendo o mais importante a questão da salvação pela fé. Porém, vários conceitos da igreja romana, que biblicamente estão equivocados, infelizmente foram mantidos pelos protestantes.
Surgiu então o que ficou conhecido como o movimento evangélico, tendo como base à reforma protestante, e recebendo maior destaque a partir de 1750, com o surgimento de grandes evangelistas, tais como: John Wesley na Inglaterra, e George Whitefield, Charles Finney, Charles Spurgeon e Dwight Moody, entre outros, na América e na Europa. Com o passar do tempo surgiram várias denominações, e mais reformulações foram feitas, sem, no entanto, o completo rompimento com os conceitos teológicos equivocados, oriundos dos concílios promovidos pela igreja romana.
Certamente a reforma protestante e posteriormente o movimento evangélico, tiveram aspectos positivos, pois a boas novas da salvação em Yeshua, o Messias, desde então tem sido anunciada em todo o mundo. Podemos ressaltar outro importante aspecto do movimento evangélico, que é o fato de ter abolido completamente a idolatria e a veneração às estátuas e imagens de escultura, que segundo a Bíblia, são uma prática abominável para D’us. Contudo, por não ter havido um retorno às raízes bíblicas judaicas, que era o padrão referencial da Igreja do primeiro século, houve uma proliferação de teologias diversas e divergentes, que impulsionaram o mundo cristão evangélico, a uma multiplicação de doutrinas, costumes, métodos e formas de culto, que trazem nos nossos dias uma crescente divisão entre as igrejas. (Obs.: Mais sobre este assunto na apostila do nosso seminário: “A Restauração das Raízes Bíblicas Judaicas no Cristianismo”).
Neste contexto atual, o próprio espírito do Eterno, em conformidade com a Sua palavra, aponta e direciona a Igreja do Messias Yeshua, a voltar as suas raízes. Não é mais um tempo de reformas, mas de restauração. Restaurar está intrinsecamente ligado ao conceito de originalidade. É preciso restaurar a visão da Igreja do primeiro século, tendo como referencial a Palavra escrita de D’us. Não podemos mais nos basear em teologias e doutrinas, que como já mencionamos, tiveram como base referenciais equivocados e a influência do pensamento greco-romano, que em muito difere do pensamento bíblico judaico.
Devemos discernir a vontade e os propósitos de D’us para os nossos dias. Precisamos aprender com o passado e compreendermos o nosso tempo e os erros da nossa geração. A igreja do Messias corre o risco, de um novo afastamento dos conceitos bíblicos fundamentais, com a influência cada vez maior do humanismo, do iluminismo, do egocentrismo, do misticismo e do liberalismo nas novas teologias, as quais emergiram a partir do século vinte. Quando investigamos nos nossos dias a fonte do engano, encontramos aspectos como a conveniência, os interesses egoístas, a rebeldia e a mistura das coisas de D’us (sagradas) com as coisas do mundo (profanas). O fruto de tudo isto são os falsos sinais, a ganância, e a pregação de um evangelho cujo caminho é largo e espaçoso, sem sacrifícios e repleto de benefícios neste mundo.
Neste contexto histórico, é o tempo da igreja do Messias voltar às veredas antigas, ou seja, restaurar as suas raízes genuínas. Isto inclui a celebração das festas bíblicas, a interpretação das palavras de Yeshua e dos seus discípulos, dentro de uma ótica bíblica judaica, da pregação do verdadeiro evangelho, cujo caminho é estreito e apertado, do entendimento correto acerca do plano de D’us para a Igreja, da manifestação da fé sobrenatural e dos dons do espírito de D’us, do estudo profundo acerca dos princípios contidos na Torah, numa maior ênfase no discipulado dos novos convertidos e no conhecimento das promessas ainda a se cumprirem para com o povo de Israel. Nesta visão, é inevitável uma inclinação para a cultura bíblica judaica, única estabelecida por D’us, e conseqüentemente o rompimento com o paganismo, com o humanismo e suas ramificações, e com os falsos conceitos teológicos promulgados a princípio pela igreja romana, e alguns deles, como já falamos, preservados pela reforma protestante e posteriormente pelo movimento evangélico. (Mais sobre este assunto na apostila do nosso seminário: “As Festas Bíblicas”).
Segundo a Palavra de D’us, Yeshua só voltará, após a “restauração de tudo” (Atos 3:20,21), e isto inclui o reconhecimento por parte do povo de Israel de que Yeshua é o Messias (ler: Zacarias 12:10), e a preparação da “noiva” (a igreja) para o arrebatamento (ler: 1 Tessalonicenses:16-18). (Obs.: Mais sobre este assunto na apostila do nosso seminário: “O Livro do Apocalipse – A Revelação Acerca dos Últimos Dias”).
Vamos seguir a orientação do espírito de D’us e cumprir a nossa missão, em conformidade com a perfeita vontade do Eterno para os nossos dias, e voltarmos às veredas antigas, restaurando os propósitos, a mensagem, a visão e a forma de pensar da Igreja do primeiro século, a única que recebeu orientação direta do Messias. Quando ao nosso ministério, somos uma voz, entre outras, que o Eterno tem levantado a fim de cumprir os quatros aspectos fundamentas citados neste escrito, que podem se resumir em uma palavra: Restauração. Vamos retornar verdadeiramente ao Eterno, a verdade e sermos testemunhas do Messias e do Eterno a fim de que o Messias volte logo e restaure a glória de Israel e toda a terra. Na consumação de todas as coisas, todos aqueles que foram escritos no livro da vida, judeus circuncisos na carne e no coração e gentios convertidos ao Eterno através do testemunho do Messias, habitarão na terra, com novos corpos e uma nova terra, e verão a Nova Jerusalém que descerá dos céus. O Eterno será adorado por todos como o D’us único, uno e verdadeiro e o Messias Yeshua será Senhor e Rei sobre a terra e seus habitantes por toda a eternidade.
Que o Eterno te abençoe em nome de Yeshua, o Messias.
Congregação Judaico Messiânica Adonai Shamah
Marcos Andrade Abrão
Tag: judeus
Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.
Las fiestas judías
El contexto religioso de los Evangelios (XI)
Acostumbrado a las definiciones dogmáticas que caracterizan a las religiones que conoce, más o menos superficialmente, el hombre de nuestro tiempo difícilmente puede hacerse una idea de la enorme flexibilidad doctrinal que caracterizaba al judaísmo que antecedió la época de Jesús y que existió, al menos, hasta la destrucción del Templo en el año 70 d. de C. Salvo la creencia en un Dios único que se había
10 de febrero de 2006
Hemos tratado ya las diferentes escuelas religiosas (o sectas) judías para examinar lo que tenían de distintivo y en qué medida se podían relacionar con el movimiento originado en Jesús de Nazaret. Así, tras haber comenzado por los escribas, fariseos y saduceos (que aparecen en las páginas del Nuevo Testamento) vimos a los esenios y la secta de Qumrán, para pasar luego a los zelotes.
Cuando uno concluye el examen de las sectas judías en la época de Jesús, no debería caer en el error de pensar que las mismas representaban a la mayoría de la población. De hecho, y si hemos de creer en el testimonio de las fuentes, las mismas no pasaban de ser minorías bien constituidas, cuyos miembros rara vez superaban algunos millares.
Igual que constituye un error de bulto identificar a los profesantes de una religión determinada con las opiniones de la escuela teológica de moda, no lo es menos el pensar que todos los judíos de la época de Jesús se hallaban encuadrados en algunos de los grupos someramente descritos en este capítulo. Si hemos de ser sinceros, tenemos que confesar que la inmensa mayoría quedaba fuera de los mismos. De mayor importancia incluso que las diferentes sectas que encontraban cabida en el seno del judaísmo del Segundo Templo fueron, sin duda, las instituciones religiosas.
LAS GRANDES INSTITUCIONES JUDÍAS
Sin duda las principales fueron el Templo de Jerusalén, el Sanhedrín y la sinagoga. Y (aunque no sea en sí una institución) trataremos por su valor e influencia en el pueblo judío el concepto de esperanza mesiánica .
Mientras que no todos los judíos pertenecían, como ya vimos, a una secta (posiblemente, lo contrario sería lo cierto), estas instituciones sí afectaban la vida de, prácticamente, todo Israel entendiendo como tal no sólo el que vivía en tierra palestina sino los más de dos tercios de sus hijos cuyo hogar material se encontraba fuera de la misma, en lo que, convencionalmente, recibía el nombre griego de "Diáspora" y los hebreos de "gola" y "galut".
Estas tres instituciones correrían una suerte diversa. El Templo, de importancia esencial en la época de Jesús, sería arrasado, como ya vimos, por las tropas romanas de Tito creando con ello un dilema espiritual a Israel. Desde el año 70 d. de C., y salvo un intento fallido del emperador Juliano el apóstata, no se ha pretendido ni realizado su reconstrucción.
El Sanhedrín, tal y como lo conoció Jesús, desaparecería momentáneamente tras la catástrofe del año 70 d. de C. Sólo la sinagoga permanecería para convertirse en foco no sólo de la vida religiosa sino también social de los judíos en los siglos siguientes.
Hemos incluido al final de este capítulo también un pequeño excursus sobre la esperanza mesiánica. La misma, obviamente, no era una institución pero casi tenía valor de tal entre los judíos. Con la excepción de los saduceos, puede decirse que todos creían en ella, aunque su creencia no era, ni lejanamente uniforme. A esta variedad, siquiera someramente, nos referiremos porque nos permitirá entender la visión concreta que del Mesías tuvieron Jesús y sus primeros discípulos.
EL TEMPLO Y LAS FIESTAS JUDÍAS
Seis eran las fiestas que los judíos celebraban de manera especial en la época de Jesús .
La primera del año era la de Purim (suertes) celebrada en torno a nuestro primero de marzo en conmemoración de la liberación de los judíos de manos de Hamán, según narra el libro bíblico de Esther. La segunda era la Pascua celebrada el 14 de Nisán (cerca de nuestro inicio de abril) en memoria de la liberación de los israelitas de la esclavitud de Egipto. Su importancia era tal que los romanos solían liberar un preso en esa fecha, de acuerdo a la voluntad del pueblo. A continuación de la Pascua, y en asociación con ella, tenía lugar la Fiesta de los Panes sin levadura durante siete días.
En tercer lugar , los judíos celebraban la festividad de Pentecostés que tenía lugar cincuenta días después de Pascua, cerca del final de mayo. Se conmemoraba en ella la entrega de la Ley a Moisés, así como la siega del grano del que se ofrecían en el Templo dos de los llamados "panes de agua".
A continuación nos encontramos con el Día de la Expiación que, en realidad, consistía más en un ayuno que en una fiesta. Era el único día, como ya vimos, en que el Sumo sacerdote podía entrar en el Santísimo para ofrecer incienso y rociar la sangre de los sacrificios. Tras realizar estos actos, se soltaba un macho cabrío al desierto que llevaba, simbólicamente, la culpa de la nación, y se sacaban fuera de la ciudad los restos de los animales sacrificados en holocaustos. Durante el día se ayunaba y oraba de manera especialmente solemne.
Cinco días después tenía lugar la fiesta de los Tabernáculos o Cabañas, cercana a nuestro primero de octubre. Se conmemoraba con ella la protección de Dios sobre Israel mientras vagó por el desierto a la salida de Egipto y servía asimismo para dar gracias a Dios por las bendiciones recibidas durante el año. Durante esta festividad, era costumbre que la gente viviera en cabañas improvisadas, y situadas a no más de una jornada de sábado de Jerusalén, en recuerdo de la experiencia pasada de Israel. Los dos actos religiosos principales eran el derramamiento de una libación de agua, realizada por un sacerdote usando una jarra de oro con agua del Estanque de Siloé, y la iluminación del Templo mediante cuatro enormes lámparas que se situaban en el patio de las mujeres.
Finalmente , nos encontramos con la Fiesta de la Dedicación (a mediados de nuestro diciembre, aproximadamente) que conmemoraba la restauración y rededicación del Templo realizada por Judas Macabeo. Durante esta fiesta era común leer los libros I y II de los Macabeos. Sólo comprendiendo la importancia del Templo podemos entender algunos de los datos que nos han llegado en el Nuevo Testamento y en otras fuentes. El primero es la aversión existente entre los judíos y los samaritanos. Estos, a los que no nos referiremos en esta obra por tener una importancia muy tangencial, pretendían ser seguidores de Moisés y consideraban el Pentateuco como revelación divina, con algunas variantes textuales. Esperaban a una especie de mesías conocido como "taheb", pero adoraban a Dios en otro santuario situado sobre el monte Gerizim.
Aquel estado de cosas era más que suficiente para indisponer entre si a ambos pueblos. Los judíos ni siquiera osaban pasar por Samaria en sus viajes a Jerusalén y los samaritanos no perdían ocasión, como pudimos ver en parte al estudiar el contexto histórico, para hostigarlos.
JESÚS Y EL TEMPLO
Mayor trascendencia aún tiene la actitud de Jesús y de sus discípulos hacia el Templo. Aunque tanto el uno como los otros participaron en sus actos principales, no dejaron de anunciar que los días del mismo estaban contados .
Tanto en Q como en los Cuatro Evangelios, Jesús anuncia que el Templo sería arrasado y es sabido que, una vez que tal hecho se produjo, los cristianos lo aprovecharon como argumento apologético contra los judíos.
No sólo eso. Si aceptamos como históricas las tradiciones contenidas en el Evangelio de Juan sobre las visitas de Jesús a Jerusalén podemos ver que éste tendió a presentarse como una alternativa sustitutoria de las festividades judías. No es de extrañar que en su proceso una de las acusaciones fuera la de amenazar con destruir el Templo, que constituía una tergiversación de sus enemigos, sin duda, pero con un poso referencial, y tampoco debería sorprendernos que el primer mártir cristiano, Esteban, fuera linchado bajo la misma acusación (Hechos 7).
Cuando se produjo la destrucción del Templo, si para el judaísmo significó una tremenda desolación además de un conjunto de problemas teológicos (vg: ¿cómo expiar los pecados si ya no existía donde?), para los primeros cristianos no fue sino una confirmación de su fe .