Grandes nomes da igreja evangélica brasileira estão se vendendo nesta eleição.
“Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do SENHOR.” (Ezequiel 7:19)
É tempo de chorar, orar e jejuar pelo Brasil.
Pr. Ângelo Medrado
Grandes nomes da igreja evangélica brasileira estão se vendendo nesta eleição.
“Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do SENHOR.” (Ezequiel 7:19)
É tempo de chorar, orar e jejuar pelo Brasil.
Pr. Ângelo Medrado
Terceira colocada na disputa para a Presidência, com quase 20 milhões de votos, a senadora Marina Silva (PV) diz que a religiosidade do brasileiro “é um dado que não se pode negar” e que “o respeito pela diferença pressupõe o direito daqueles que são evangélicos ou católicos de afirmarem os seus pontos de vista”.
Ainda assim, Marina, que é evangélica, alerta sobre os riscos em que o debate religioso incorre: “Precisamos ter a sabedoria de não importar conflitos religiosos que existem em outros países para o Brasil, onde temos cultura de respeito pela diferença e pela diversidade”.
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, Marina tratou também do desafio de fazer com que o Partido Verde cresça sem que seus quadros percam o vínculo com a bandeira ambiental e de como, na sua avaliação, o Brasil e o resto do mundo estão distantes de um modelo de desenvolvimento que harmonize economia e ecologia.
“Todos os países ricos ou pobres estão diante do desafio de fazer a transição da forma predatória de desenvolvimento para a sustentável.”
Sobre a escolha de quem apoiará no segundo turno, ela diz que aguarda que os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) se posicionem sobre dez propostas que enviou às suas campanhas para tomar a decisão.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil – O que acha da afirmação de que a senhora é maior do que o PV?
Marina Silva – Eu acho que as coisas se completam. O partido é uma estrutura necessária institucionalmente para que se possa ter uma militância institucional, disputar uma eleição, e obviamente que o partido ter quadros com inserção na sociedade o fortalece.
BBC Brasil – A senhora participou da construção do PT, que tinha uma identificação real entre todos os seus membros. A senhora sente isso também no PV?
Marina – Sinto. O PV surgiu há cerca de 25 anos, muito pela experiência do (Fernando) Gabeira, do (Alfredo) Sirkis e outras lideranças que ficaram exiladas principalmente na Europa, e de lá trouxeram o movimento dos verdes para o Brasil.
Só que no Brasil a experiência verde europeia foi reelaborada à luz dos desafios de sermos um país em desenvolvimento, em que tínhamos o desafio da proteção dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, o desafio da inclusão social.
No Brasil, uma parte muito significativa do PV é identificada com a questão socioambiental. Um outro segmento entrou no partido sem a compreensão programática, mas hoje estamos trabalhando nisso, para que o partido tenha um crescimento significativo, em termos programáticos.
O que é preciso para isso? Qual a importância dessa ala não-programática?
Não diria que é uma ala. São segmentos que entram por simpatia pelo partido, na busca de uma participação na política institucional, mas isso tem que ter um investimento em termos de formação.
Como a senhora vai se posicionar no segundo turno?
Priorizarmos aspectos importantes para apresentar aos dois candidatos, cerca de dez propostas que dizem respeito à sustentabilidade, à priorização na área social, à gestão pública e à ética. Estamos aguardando a manifestação deles no sentido de internalizar ou não essas propostas no seu programa de governo, e em cima desse processo vamos agora para discussão no dia 17, quando o partido anunciará a sua decisão e eu também anunciarei a minha.
Teremos três opções: apoiar uma ou outra candidatura ou uma posição independente, apelando para que cada eleitor tenha uma decisão consciente com o seu próprio voto.
O modelo de desenvolvimento que vem sendo adotado no governo Lula nos últimos anos é sustentável?
O modelo de desenvolvimento em nenhum lugar do mundo é sustentável. Todos os países ricos ou pobres estão diante do desafio de fazer a transição da forma predatória de desenvolvimento para a sustentável.
No governo do presidente Lula, no governo do presidente Fernando Henrique, os partidos tradicionais não conseguiram alcançar o desafio deste início de século, que é de integrar numa mesma equação economia e ecologia.
Que indicações a senhoras tem de que a Dilma Rousseff poderia adotar esse modelo de desenvolvimento sustentável?
A ministra Dilma e o governador Serra são muitos parecidos. Ambos têm uma visão desenvolvimentista, ‘crescimentista’, são pessoas com perfil gerencial. Cada vez mais o mundo vai precisar de quem tenha visão nova de desenvolvimento, que seja capaz de integrar as diferentes dimensões do fazer humano, que não fique preso a uma lógica puramente pragmática, racionalista.
A senhora conhece alguma ação de José Serra no campo da sustentabilidade que seja digna de nota?
Os esforços que vêm sendo feitos ainda são muito periféricos. Não é uma questão de ter um ministério ou secretaria do meio-ambiente fazendo algumas coisas interessantes nessa área. É como a questão da proteção dos ativos ambientais perpassa o agir de todos os setores do governo.
A senhora é evangélica, mas durante a campanha não usou isso para pedir o voto dos evangélicos. No fim da campanha, o tema do peso do voto evangélico veio à tona. O que a senhora achou disso?
Sou evangélica, fui católica durante 37 anos e sempre vi que os cristãos têm uma contribuição a dar à sociedade, em todos os sentidos.
As pessoas que votaram em mim e que são cristãs evangélicas, católicas, seguem outras crenças ou não têm fé votaram também em função da minha trajetória. Ainda que haja identidade com os cristãos evangélicos, o que para mim é motivo de alegria.
Mas as pessoas sabiam que estavam votando em alguém que prima pelo respeito ao estado laico.
Alguns analistas criticaram a entrada do tema religioso na campanha, dizendo que ele fez com que o processo político regredisse no país.
Somos um país onde mais de 90% das pessoas creem em Deus, e esse é um dado de realidade que não se pode negar. No entanto, precisamos ter a sabedoria de não importar conflitos religiosos que existem em outros países para o Brasil, onde temos cultura de respeito pela diferença e pela diversidade. Mas o respeito pela diferença e pela diversidade pressupõe o direito daqueles que são evangélicos ou católicos de afirmarem os seus pontos de vista.
A senhora acha que os eleitores devem estar atentos ao tema do aborto?
As demandas surgem porque a sociedade já está atenta. Teremos que debater a questão no mérito, e não no rótulo. Para mim, a defesa da vida é um princípio, e vejo que não só os que creem têm esse princípio.
Temos que diminuir o número de abortos no Brasil, dando a informação para as mães que muitas vezes pagam o preço muito alto, sequelas de saúde, emocionais…
E como lidar com uma mulher que fez aborto? Ela deve ser punida?
É claro que uma mulher que fez o aborto não gostou de ter feito. Precisa de ser acolhida na sua angústia, na sua dor, na sua culpa.
O Brasil está de fato aumentando sua importância no mundo?
O Brasil tem cumprido um papel importante, de liderança dentro do G20, G77. Na questão ambiental, o Brasil levou uma posição muito avançada para Copenhague, embora seja um país em desenvolvimento. Mas não se pode ver isso como algo estabelecido e conquistado, é um processo.
O papel que vejo para o Brasil é ser um país em desenvolvimento que busca novo modelo de desenvolvimento.
Data: 15/10/2010 08:30:22
Fonte: BBC Brasil
A senadora Marina Silva (PV-AC) divulgou nota para desmentir declaração do presidente do PT, José Eduardo Dutra, de que aceitou se reunir para discutir o apoio a Dilma Rousseff no segundo turno.
Segundo Marina, o presidente do PT ligou para dizer que gostaria de iniciar as conversas sobre o apoio.
No entanto, ela afirma ter agradecido o telefonema e ter dito que irá discutir, nos próximos dias, com o partido e com "parcelas da sociedade civil" sobre o apoio.
A senadora também disse a Dilma Rousseff (PT) e a José Serra (PSDB), em telefonemas, que sua candidatura foi maior que o próprio PV.
Após a divulgação da nota, Dutra disse ter sido mal interpretado pela Folha. Ele afirmou que ligou para Marina, fez o pedido da conversa e que respeitaria o tempo dela.
Segundo ele, a ex-candidata não aceitou nem recusou a proposta, ficando de avaliá-la. Disse ainda que o pedido de conversa foi entre ele (Dutra) e Marina e não entre ela e Dilma.
"Você sabe que sou uma mulher de processo", afirmou a ex-candidata à Presidência ao dirigente petista no telefonema.
De acordo com a nota, o PV fará uma convenção nacional para decidir a questão.
Na tarde desta terça-feira, Dutra havia afirmado que Marina Silva já tinha aceitado se reunir com a campanha de Dilma Rousseff para discutir o apoio.
"Ela aceitou sentar para conversar. Agora, vamos esperar o timing dela", afirmou o petista em Brasília.
Segundo o petista, Marina iria ouvir pessoas mais próximas a ela antes do encontro.
De acordo com Marina, a declaração dele foi um equívoco.
Mais cedo, o presidente do PT disse que telefonou para Marina e a parabenizou pela votação que teve na disputa presidencial. Ela conseguiu 19,33% dos votos válidos (19,6 milhões). Esse patrimônio eleitoral é cobiçado por Dilma e José Serra (PSDB).
Segundo o dirigente petista, o PT vai procurar abordar neste segundo turno a bandeira do desenvolvimento sustentável. Dutra disse que a questão é compatível com o partido.
"No primeiro turno, a população mostrou que tem uma preocupação com isso. Vamos deixar isso mais claro", disse.
Data: 6/10/2010 08:05:26
Fonte: Folha