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“Governo Dilma quer destruir a família”, diz Malafaia sobre manobra para impor ideologia de gênero

Publicado por Tiago Chagas – gnoticias – em 25 de junho de 2015

“Governo Dilma quer destruir a família”, diz Malafaia sobre manobra para impor ideologia de gênero
A iniciativa do Ministério da Educação (MEC) de exigir que estados e prefeituras insiram o ensino da ideologia de gênero nas grades curriculares das escolas públicas foi comentada pelo pastor Silas Malafaia, que mais uma vez, teceu duras críticas à administração de Dilma Rousseff (PT).

“Estou indignado”, disse o pastor, que resumiu o conceito da ideologia de gênero: “É o seguinte: ninguém é homem ou mulher, menino ou menina. Vem ao mundo como um nada, sabe? Depois é que a pessoa vai escolher se quer ser menino ou menina, masculino ou feminino”, explicou o pastor.

Para Malafaia, a ideia é absurda pelo simples motivo de ignorar a biologia: “Esqueceram de um dado científico que a criança quando nasce tem uma pré-disposição para herdar características psicológicas do sexo que veio. A história é grande… [A ideologia de gênero] vem lá de [Karl] Marx, é uma maneira de detonar com a família, que para eles [ativistas] é uma autoridade prejudicial, que o Estado tem que controlar”, argumentou o pastor.

A ascensão da proposta em torno da ideologia de gênero é uma união entre “esquerdopatas” e ativistas gays, segundo o pastor, e agora o governo da presidente Dilma Rousseff tenta a todo custo impor à população: “A ideologia de gênero foi derrotada na Câmara dos Deputados e no Senado. E o Ministério da Educação, no Plano Nacional de Educação (PNE), mandou para tudo o que é município algo que já foi derrotado”, pontuou Malafaia.

A manobra do governo foi denunciada pelo deputado federal Izalci Lucas Ferreira (PSDB-DF) no plenário da Câmara, com apoio de outros 13 deputados, que cobrou explicações oficiais ao ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, a respeito de documentos do MEC sugerindo que a inserção da ideologia de gênero é obrigatória.

“Isso é uma afronta. Como é que um governo, através do Ministério da Educação, manda para os municípios, dentro do PNE, a ideologia de gênero? Entenda a matreirice e a malignidade: o município é responsável pelo ensino do maternal até o quinto ano do Ensino Fundamental. Significa que crianças de 0 a 10 anos vão receber cartilhas – aqui é que está o jogo – [sugerindo] que pode ser homem com homem, mulher com mulher, que ninguém nasce homem ou mulher, masculino ou feminino. É um ensino maligno, maldoso, para destruir os valores da sociedade e aquilo que a civilização tem mantido até agora”, comentou Malafaia.

O pastor entende que a manobra “é uma afronta à família” por parte do governo: “Os pais ficam à Le Bangu, não têm interferência. Vão ficar à mercê de cartilhas de ideólogos esquerdopatas que querem detonar essa família, que é o sustentáculo da civilização, para introduzir novos conceitos de família e fazer com que a criança aprenda o homossexualismo. Onde é que nós vamos parar com isso?”, disparou.

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DILMA É CONTRA PROPAGANDA SEXUAL

Governo não deve fazer propaganda de opções sexuais

A presidente Dilma Rousseff afirmou hoje, dia 26, que não concorda com o conteúdo do kit de combate à homofobia que seria distribuído nas escolas públicas de ensino médio por não atender ao objetivo de combater a discriminação contra homossexuais. Na avaliação de Dilma, o governo não deve fazer propaganda de opções sexuais.

“O governo defende a educação e a luta contra práticas homofóbicas, no entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais, nem podemos interferir na vida privada das pessoas. O governo pode, sim, ensinar que é necessário respeitar a diferença e que você não pode exercer práticas violentas contra os diferentes”, disse, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.

Dilma relatou que assistiu apenas um trecho de um dos três vídeos produzidos para integrar okit e que vazaram na internet. Ela reiterou que a questão será revisada pelo governo. “É uma questão que o governo vai revisar, não haverá autorização para esse tipo de política de defesa A, B ou C. Agora, lutamos contra a homofobia.”

Nesta quinta-feira, dia 25, depois de reunião entre a bancada religiosa e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o governo informou que decidiu suspender todas as produções que estavam sendo editadas pelos ministérios da Saúde e da Educação sobre a questão da homofobia.

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Professora transexual diz que alunos sabem lidar com a diversidade

26/05/2011 06h45 – Atualizado em 26/05/2011 06h45

 

Marina Reidel foi vítima de homofobia antes de passar por ‘transformação’.
Ela aprova kit do MEC e diz que ganhou o respeito de pais e estudantes.

Paulo GuilhermeDo G1, em São Paulo

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Marina Reidel é transexual e dá aulas em uma escola pública de Porto Alegre (Foto: Arquivo pessoal)Marina Reidel é transexual e dá aulas em uma
escola pública de Porto Alegre (Foto: Arquivo
pessoal)

Os estudantes adolescentes sabem lidar com tranquilidade quando lhes é apresentado em sala de aula o tema da diversidade sexual. É a conclusão que chegou  a professora Marina Reidel por sua experiência didática em uma escola pública de Porto Alegre. Ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema que gerou a polêmica suspensão do projeto "Escola sem homofobia", que iria debater a diversidade sexual nas escolas públicas por meio de vídeos e uma cartilha – o chamado" kit anti-homofobia". Marina é transexual desde os 30 anos (ela não revela a idade) e é tratada com respeito por alunos, pais e diretores por seu trabalho em sala de aula.

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De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição.

No trabalho nas escolas viveu duas realidades distintas. Antes de decidir se tornar transexual, deixando o cabelo crescer e assumindo a sua feminilidade, Marina era o professor Mário e, como homossexual, era vítima de preconceito nas escolas.

“Enquanto eu era um gay não assumido tive alguns problemas”, conta a professora, que faz mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Teve um pai que não aceitava que eu desse aula para a filha dele. Uma mãe retirou a filha da escola porque não aceitou o fato de ela ter um professor homossexual. Eu até fui ofendido por um aluno da oitava série. Registrei boletim de ocorrência e ele acabou saindo da escola.”

Depois que se tornou transexual, as coisas mudaram. Mario avisou a direção da escola que iria se ausentar por alguns meses e voltaria diferente. A diretora e os outros professores prepararam os alunos para receber esta mudança. E a transexual voltou à escola como uma respeitada professora Marina. “Depois que me transformei ninguém questionou nada sobre minha história ou meu trabalho. Nem os meus alunos, que têm de 10 a 17 anos. E os pais confiam na escola e no trabalho que a gente faz.”

Marina participou de trabalhos de capacitação promovidos pelo MEC sobre a questão da diversidade sexual nas escolas. Teve acesso aos vídeos preparados para o kit anti-homofobia e até promoveu com os alunos trabalhos abordando o tema. “Tivemos trabalhos excelentes sobre a conscientização desta temática”, avalia.

Ela lidera uma associação de professores transexuais do país. Diz que tem 15 professores transexuais nas escolas da rede pública, sendo quatro no Rio Grande do Sul. “Deve haver mais, mas nem todo mundo assume sua condição”, diz. Ao saber da suspensão da distribuição do material didático voltado para a orientação do professor, Marina achou um retrocesso. Ela diz que muitos professores querem abordar a temática, mas não têm material didático para se basear. E outros professores não querem se envolver com o tema por “preguiça”. “Eles se preocupam só com seus conteúdos enquanto na sala de aula temos violência, bullying, homofobia, drogas…”

Sobre a proibição do kit preparado a pedido do MEC, Marina disse que a interferência dos políticos está atrapalhando o desenvolvimento de uma questão importante para a educação brasileira. “Acho muito estranho é que na educação todo mundo dá palpite. No posto de saúde ninguém diz para o médico o que deve ser feito. Por que nós educadores temos que dar ouvidos às pessoas que não entendem de educação e querem dar pitacos no nosso trabalho? Por que os deputados evangélicos podem se meter tanto se o estado é laico?”