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Devemos tocar música enquanto alguem está orando ou pregando?

 

Publicado por Everson Barbosa em 4 de novembro de 2011

Devemos tocar música enquanto alguem está orando ou pregando?

Alguém em minha igreja recentemente me enviou um e-mail perguntando por que tocamos músicas de fundo em diferentes partes do encontro de domingo (orações, batismos, leituras, etc.). É uma boa pergunta. Podemos ser influenciados ou viciados pela nossa cultura musical, bem como nossas tradições e práticas, acreditando que é impossível para o Espírito de Deus se mover no coração das pessoas sem música. Esse tipo de pensamento faz da música um mediador e não um meio. Deus pode usar a música para fazer o seu trabalho. Mas Ele não precisa de música para fazer o seu trabalho.

Portanto, minha resposta direta à pergunta (Devemos tocar musica enquanto as pessoas estão pregando ou orando?) é “não necessariamente”. Ela pode ser facilmente confundida com manipulação emocional. E, em alguns casos, é manipulação emocional. Pode ser uma distração (que eu explicarei daqui a pouco). Mas porque alguma coisa está mal feita ou com motivações erradas não há razão de rejeitá-la inteiramente. A resposta certa contra o mau uso não é desuso, mas uso adequado.

Então, essa foi uma parte de minha resposta ao meu amigo:

Nas Escrituras, muitas vezes, parece haver uma conexão entre a música sendo tocada e o Espírito se movendo no coração das pessoas. Veja 1 Crônicas. 25:1 , 1 Samuel 10:5-6 , 2 Reis 3:14-16 e também Efésios. 5:18-19. A música bem tocada pode ajudar a conectar as diferentes partes da reunião, enfatizar aspectos do que está sendo falado, ou suavizar o coração das pessoas para ouvir mais atentamente. Mas não é biblicamente ordenado e não têm que acompanhar cada vez que alguém está falando. E se for mal feita, pode ser uma distração. Mas eu acho que pode servir nos caminhos acima mencionados.

Agora vou descompactar o que quero dizer com a música sendo “mal feita”. Aqui estão alguns exemplos de música de apoio que podem se tornar distração:

1. Música muito alta. Obviamente, isso cria problemas para quem está tentando se concentrar na fala de alguém. Muitas vezes, porém, a falha pode ser na mesa de som, ao invés do músico individualmente.

2. Música muito criativa ou complexa. Tocar uma transição como musica de fundo para alguém que está falando não é o momento ideal para me manter musicalmente estimulado: explorar novas progressões harmônicas, experimentar estranhos saltos melódicos, ou vagar sem rumo para cima e para baixo no teclado (ou no braço da guitarra).

3. Música que é muito familiar. Eu sei que as pessoas têm boas intenções quando estão tocando uma música bem conhecida por trás de alguém orando, mas eu continuo precisando evitar um desastre de trem na minha mente como as letras que se chocam com as palavras do orador.

4. Música que está fora de sintonia ou mal tocada. Coloquei esses juntos, porque eles são muito semelhantes. Pode ser imensamente perturbador o guitarrista escolher um padrão simples quando o acorde Si (B) é quase a metade do compasso. Doloroso pode ser uma palavra melhor. O mesmo vale para quando um tecladista bate regularmente em notas erradas, ou está tentando descobrir o que tocar para acompanhar por onde o orador vai.

5. Música que é inapropriada. Música de celebração e alegria por trás de uma oração de arrependimento. Música letárgica atrás de uma proclamação apaixonada. Colocar música por trás de tudo.

Se eu estou em uma congregação e encontro uma música que distrai (por qualquer motivo), eu vou pedir a Deus para me ajudar a me concentrar e ficar mais atento ao que está sendo dito. Então eu poderia verbalizar respostas (“amém”) para ajudar a me concentrar mais diretamente. Se for um problema constante na minha igreja, eu converso com um dos líderes ou pastores sobre o assunto e sugiro algumas soluções. Ei, você poderia até mostrar-lhes esta mensagem.

Se eu sou uma das pessoas que tocam as músicas, alguns pensamentos me ajudarão a tocar de uma forma que não distrai.

1. Quando eu tocar como fundo para alguém que está falando, ouço mais ao que está sendo dito do que o que estou tocando.

2. Permito espaços no que estou tocando para o pregador ser ouvido.

3. Uso a música para apoiar a verdade ao invés de suplantá-la.

4. Toco progressões de acordes que são relativamente simples e repetitivos. Por exemplo, a última progressão harmônica da música anterior, a progressão a partir do meio da música, um padrão de acordes a partir da próxima música, ou uma progressão independente Dó-Fá-Dó-Fá (CFCF)

5. Às vezes a distração pode ser menor ao passar para o ritmo e a chave da próxima música, enquanto alguém está falando e não quando eles terminarem.

6. Toco uma progressão não-rítmica, que reflete e apóia o conteúdo que está sendo compartilhado.

7. E talvez mais importante, não assumo que tenho que tocar qualquer coisa. Devemos ficar à vontade até mesmo para apreciar as transições e as palavras que estão sendo ditas.

Por Bob Kauflin
Fonte: Adorando

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O doce veneno da Serpente

 

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O doce veneno da Serpente

Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E a serpente disse à mulher: Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E a mulher disse à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis
para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que do fruto comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereiscomo Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. (Gênesis 3:1-6).

O que lemos neste texto é o quanto o homem não se importa com o que Deus tem para falar, pois acredita na primeira palavra contrária ao que Deus disse.
Deus disse que de tudo poderiam comer com exceção da árvore na árvore que estava no meio do jardim, (Gênesis 3:2-3). Já imaginaram a quantidade de frutos que poderiam comer, quantas árvores havia para desfrutar ? Mas mesmo assim preferiram desobedecer a Deus e dar pouco importância as Suas palavras, ou melhor, dizendo, nenhuma importância, pois aos ouvidos da mulher, as palavras da serpente foram mais “doces”, pareciam ser mais “verdade”.

É muito triste vermos que no mundo em que vivemos hoje, muitas pessoas agem da mesma forma, Deus está o tempo todo falando, porém parece que as palavras da serpente são mais doces, mais atraentes, e dão mais prazer.

E o que Deus estava querendo ensinar para o homem com a ordem de não comerem da árvore, era a obediência, e o homem desobedeceu, pois na verdade não acreditou nas palavras de Deus que morreriam.

Satanás, a serpente, anda sempre ao nosso redor, e nos mostra coisas muito atrativas, e muitas vezes não percebemos que Deus está nos dizendo, “da árvore que está no meio do jardim não comereis”, e acabamos comendo. A serpente tem nos enganado com suas mentiras e temos acreditado, está nos levando para a morte, mas continuamos acreditando no que ela diz. Deus disse que morreríamos e não acreditamos, mas a serpente diz que não vamos morrer, e acreditamos no que ela diz. Doce engano !

Desde a queda do homem no jardim do Éden, Deus tem procurado trazer o homem de volta a Sua comunhão, mas parece
que o homem tem preferido o doce veneno da serpente, tem se alegrado mais com as coisas que o mundo pode oferecer. E esquecido que “Deus disse que tudo quanto fizera era muito bom”, (Gênesis 1:31), só Deus tem o melhor para nossas vidas, pois Ele nos criou, nos formou a Sua imagem e semelhança, e no que temos transformado essa imagem e semelhança ?

Temos deixado Deus triste com nossas atitudes mesquinhas e soberbas. Queremos ensinar a Deus o que é pecado e o que não é.

Pecado é pecado e sempre vai ser. Podemos criar fórmulas, inventar situações, querer que pessoas acreditem naquilo que acreditamos, mais nada disso muda o que Deus pensa sobre o pecado. Pecado é pecado, e sempre será.
Algumas pessoas tentam usar versículos bíblicos, dizendo que foram escritos numa linguagem ultrapassada e que devemos atualiza-los para linguagem atual, eu creio que isso é importante, porém isso não muda o texto, o que está escrito continua ali.

Há alguns dias li sobre uma missionária que era homossexual e se converteu ao evangelho, por muito tempo testemunhou sobre seu pecado e que Deus a havia “curado”, porém voltou ao homossexualismo e agora alega que não é mais pecado, e que o importante é anunciarmos a palavra de Deus. O que vejo aqui é que não importa o pecado que eu cometo, Deus tem que me aceitar dessa forma, Ele é quem tem que mudar e não eu. Mas a Bíblia ensina que Deus aceita o pecador como ele está, porém mostra as formas de ele se transformar. Deus quer que nós mudemos nossas atitudes, para que possamos ter novamente comunhão com Ele, se permanecermos no pecado será impossível termos comunhão com Deus. Ele realmente aceita o pecador, porém detesta o pecado, “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem tapado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades, (pecados), fazem separação entre você e Deus; e os seus pecados encobrem você do rosto de Deus, para que não vos ouça, (Isaias 59:1-2). O que Isaías quer dizer aqui é que se há pecado, você pode fazer até piruetas, mas Deus não te vê nem te ouvi.

Não importa qual seja o seu pecado, (e quando falamos de pecado logo pensamos em pecados grandes), porém para Deus não importa se seja homossexualismo ou a uma mentira, para Deus tem o mesmo peso, é tudo pecado, e o que Ele quer é que você entenda que Ele separou uma árvore no meio do jardim, para que você não toque. O diabo tem as suas artimanhas para mostrar a você a “doçura” do pecado, mas Deus quer que você não dê ouvido a serpente, pois no começo o pecado pode parecer doce, mas o seu fim é a morte, “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”, (Romanos 6:23), só Deus pode lhe dar vida eterna.

Para isso é preciso que as pessoas conheçam a palavra de Deus, pois muitas pessoas não conhecem a palavra de Deus, e as que conhecem não obedecem, dessa forma é impossível que haja um amadurecimento.

Que você possa entender o que Deus tem de melhor para sua vida, e deixar de ouvir o que a serpente tem a dizer.

Que Deus o abençoe.

Pastor Wanderley

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O Espírito Santo é desorganizado?

 

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O Espírito Santo é desorganizado?

O nível de desapego às Escrituras em nosso tempo é, lamentavelmente, crescente. Por quase todos os lados que direcionamos nossos olhos sempre observamos parte do corpo indiferente e sem nenhuma empatia pela Bíblia e seu conteúdo. Dentre as maiores causas, podemos citar a exagerada ênfase em experiências místicas que levam o pretenso crente a um patamar onde uma vida de leitura e estudo da Palavra torna-se uma questão secundária na vida cristã.

Mas essa não é a única manifestação desse desapego. Parte da classe pregadora, também, apresenta esse sintoma que é evidenciado por uma frase bem conhecida no meio: “O Espírito Santo mudou toda a pregação. Nada do que eu preparei vou falar a vocês”. Essa afirmação, que muitos entendem como um nível elevado de “intimidade”, seria inconcebível em alguns momentos da história da Igreja, sobretudo em períodos de grande avivamento onde os servos de Deus dedicavam-se por dias, semanas e até meses na elaboração de um sermão.

Ao que me parece, esse comportamento é uma tentativa de justificar uma vida espiritualmente desregrada e distante da Palavra. Ciente da própria dificuldade de entender alguns pontos (difíceis de entender, admito) das Escrituras e já desanimado com essa dificuldade, alguns tomam o caminho do improviso e fazem dele a sua ferramenta de trabalho. O problema é o resultado disso, que na maioria das vezes – afirmo com conhecimento de causa – é desastroso.

Na maioria das vezes, o responsável por essa mudança de “ultima hora” é o Espírito Santo. Sendo assim, eu fico a me perguntar: Ele prefere um pregador despreparado no púlpito? Para ele, os momentos de devoção e estudo são descartáveis? Por fim, Ele não prima pela organização e dedicação do pregador, aliada a uma sincera e real dependência às suas orientações, para entrega de uma mensagem bíblica e cristã?

Para mim – e sei que não sou o único – essas desculpas não “colam”. Abaixo, apresento três objeções para esse tipo de postura, sabendo que não são as únicas.

1. A necessidade do estudo e da meditação. Ao longo das Escrituras vemos diversas passagens que expõem a felicidade daquele que estuda, medita e retira da Palavra de Deus as instruções para vida ( Sl 1:2/ 119:2 / Mt 4:4). Sendo este o meio pelo qual crescemos no conhecimento de Deus e do seu amor, é de se estranhar que ele seja desconsiderado pelo Senhor. Diferente do que muitos pensam, há revelação e o Pai se faz ouvir nesses momentos mais do que em qualquer outro. Portanto, qualquer pregador que se preze precisa deles para obter de Deus inspiração, direção e ousadia para oferecer uma mensagem fiel às Escrituras. Ademais, Ele nos garante que se o buscarmos, o encontraremos.

A meu ver, o que muitos pregadores precisam aprender é parar de querer dar às suas experiências um valor maior ao das Escrituras e compreender que nunca poderão dar o que não tem, espiritualmente falando.

2. A pregação é o instrumento de Deus para a conversão dos pecadores (Mc 16:15) e por isso é, também, de se estranhar que Deus se valha de sermões mal elaborados e superficialmente transmitidos para chamar seus eleitos à salvação. Os grandes moveres de Deus sobre sua Igreja ocorreram justamente quando o valor das verdades bíblicas eram absolutos e únicos para a comunicação do Evangelho. Por isso, se fazia necessário que a mensagem entregue fosse acompanhada de uma sistemática e prévia preparação por parte do evangelista. Leitura de bons livros, exercício da escrita e da construção de idéias, boa dicção e articulação sempre foram muito recomendáveis e um poderoso auxílio para o pregador.

É evidente a liberdade de Deus para usar seus instrumentos e ela também se manifesta no fato dele instruí-los a um crescimento intelectual como parte da preparação. Além disso, a história e a Bíblia mostram que os que obtiveram êxito foram justamente os que mais dedicaram suas vidas a uma pregação eficiente e capaz de produzir frutos de arrependimento.

3. O pregador não é mais importante do que a mensagem. O que muitos parecem se esquecer é que tem uma nobre e enorme responsabilidade em seus ombros e fazem do púlpito um lugar de autopromoção. Sob o pretexto de uma falsa espiritualidade e querendo vender uma imagem de íntimo de Deus é que afirmam a desnecessidade de uma preparação prévia para servir o Pai com qualidade nesse trabalho.

“Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.” I Co 2:2

Há pelo menos duas sérias questões que devem ser consideradas pelo pregador. Primeiro é o teor da mensagem e segundo é o destino dela. É extremamente incoerente que a Obra de Jesus e seus efeitos na vida do pecador sejam suplantados pelas experiências pessoais do pregador e mais ainda: que Deus exija isso, como muitos ousam em afirmar. Do outro lado do púlpito há pessoas que precisam conhecer o maravilhoso plano de Deus em reconciliar consigo os pecadores em Jesus e viver a vida que ele nos fornece por meio desse plano. Se essa mensagem não é transmitida, como saberão? Quem se responsabilizará por essas pessoas que tiveram a chance de conhecer a solução para suas vidas, mas, apenas, ouviram e viram performances e mensagens humanas?

Está mais do que claro nas Escrituras a importância e a função de uma pregação bíblica e centrada na vida de Jesus para a edificação e crescimento do seu corpo. É preciso parar com esse misticismo barato pregado por alguns e depender mais da Bíblia, com vida de devoção a ela e estudo sistemático, para uma mensagem fiel e que elimine do meio da Igreja as vozes de homens, tão comum nesse tempo tão difícil como o nosso.

Eu termino este post com a recomendação de um dos maiores pregadores da história da Igreja, que dava sua vida por isso: John Wesley. Em algum momento, ele aconselhou um jovem em dificuldade ministerial. Vejamos:

“O que lhe tem prejudicado excessivamente nos últimos tempos e, temo que seja o mesmo atualmente, é a carência de leitura. Eu raramente conheci um pregador que lesse tão pouco. E talvez por negligenciar a leitura, você tenha perdido o gosto por ela. Por esta razão, o seu talento na pregação não se desenvolve. Você é apenas o mesmo há sete anos. É vigoroso, mas não profundo; há pouca variedade; não há seqüência de argumentos. Só a leitura pode suprir esta deficiência, juntamente com a meditação e a oração diária. Você engana a si mesmo, omitindo isso. Você nunca poderá ser um pregador fecundo, nem mesmo um crente completo. Vamos, comece! Estabeleça um horário para exercícios pessoais. Poderá adquirir o gosto que não tem; o que no início é tedioso, será agradável posteriormente. Quer goste ou não, leia e ore diariamente. É para sua vida; não há outro caminho; caso contrário, você será, sempre, um frívolo, medíocre e superficial pregador.”

No amor de Cristo,

Tiago Lino

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Por Tiago Lino Henriques (perfil no G+ Social)

Tiago Lino é fruto do amor de Cristo derramado na cruz. É estudante e gosta de escrever sobre nossa filiação e o Reino de Cristo quando pode. Ser parecido com Jesus é o objetivo de sua vida. Você o encontra no twitter em @tiagolinno e no blog www.tiagolinno.wordpress.com, onde ele também escreve.