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Conheça a tecnologia de Israel que pode mudar o Nordeste do Brasil

Dessalinização de água é sistema revolucionário e de baixo custo

Unsina de Sorek em Israel
Usina de Sorek em Israel. (Foto: Reprodução)

Entre as muitas promessas de campanha de Jair Bolsonaro está uma mudança radical no panorama do semiárido brasileiro, em especial na região Nordeste. O presidente eleito nem assumiu o cargo e já existem passos concretos neste sentido.

O embaixador israelense no Brasil, Yossi Shelley anunciou a intenção do governo de seu país de bancar a instalação, no Nordeste, de uma usina piloto de dessalinização de água do mar. O país é líder nesse tipo de tecnologia e hoje cerca de 80% da água potável consumida pela população israelense é proveniente do mar. Em entrevista à EBC o diplomata lembrou que Israel está em posição de vantagem porque consegue processar um litro de água dessalinizada por um preço menor do que o valor regular disponível nos mercados

Em Israel chove menos de 600 mm por ano, em média. O país que enfrentou anos de crise hídrica conseguiu resolver o problema da escassez através desta tecnologia. A técnica já foi oferecida a estados como Ceará e Maranhão, mas não houve avanços significativos.

Caso essa parceria entre os países seja concluída, várias regiões seriam beneficiadas. O estado de São Paulo, por exemplo, apesar do clima ameno sofreu nos últimos anos com a escassez de chuva, gerando uma crise hídrica que resultou em racionamento de água.

  Processo simples

O processo de dessalinização dura cerca de 30 minutos e baseia-se na “osmose inversa”, onde, por intermédio de pressão, a água do mar atravessa um sistema de membranas que separa o sal de outras substâncias, tornando-a potável. Em seguida, as substâncias retiradas da água são devolvidas ao mar.

O metro cúbico de água dessalinizada custa menos de um dólar na saída da usina. Devem ser somados a este custo as despesas de canalização da água até o consumidor.

Em 2011, Israel investiu US$ 500 milhões para construir a usina Soreq, que se tornou a maior do país. Localizada ao sul de Tel Aviv, Sorek produz 624.000 m³ por dia de água doce. Isso é o suficiente para abastecer uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes.

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Ibope em estado nordestino explica desespero de Haddad

O candidato petista esperava dar um passeio no adversário no segundo turno, no Nordeste, mas pesquisas mostram que Bolsonaro avança na região  

 Jair Bolsonaro 

O desespero bateu à porta da campanha petista.

As últimas pesquisas de intenção de voto revelam uma vantagem extremamente confortável para Jair Bolsonaro. E na profusão de números, poucos analistas perceberam o que está acontecendo no Rio Grande do Norte.

Segundo o Ipobe, divulgado, ontem, Bolsonaro tem 43% dos votos válidos e Haddad 57%. O mais interessante para o capitão reformado é que os dois candidatos — Fátima Bezerra(PT) e Carlos Eduardo (PDT) — pertencem a partidos de esquerda.

Mesmo em um reduto, que há bem pouco tempo era tido como curral eleitoral do lulopetismo, Bolsonaro demonstra um desempenho consistente.

O Rio Grande do Norte e Sergipe são os dois estados nordestinos que ainda não tiveram uma decisão. E, até isso, ajuda Bolsonaro. A abstenção historicamente aumenta no segundo turno onde não há mais disputa para o governo estadual.

Dito de outra maneira: quanto mais nordestinos fugirem das urnas, melhor para Bolsonaro, o candidato que tem menos votos na região.  

É isso que aumenta a agonia petista.     

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Lula e sua semelhança com o Padre Cícero

Por Johnny Bernardo -gnoticias-em 31 de janeiro de 2016

Lula e sua semelhança com o Padre CíceroErrou o governador de São Paulo ao dizer que o “Lula é o retrato do PT” e vice-versa. Não. Lula é o retrato do Brasil, do malandro brasileiro que vê na política uma oportunidade de ficar rico. A corrupção faz parte da história do Brasil não como algo necessariamente expontâneo, mas por uma série de situações, como pobreza e deficiência na formação educacional e cultural do povo brasileiro. A pobreza, por outro, é a principal responsável por tudo de errado que vemos neste país, como corrupção e violência. Por que não há corrupção generalizada em países como Suécia e Dinamarca? Porque a formação cultural, educacional e econômica é diferente da do Brasil. Somente nos livraremos de fíguras como a do Lula quando a pobreza for radicalmente combatida e tivermos uma revolução cultural e educacional no Brasil. Digo em sala de aula que temos que investir nesta nova geração de crianças e jovens. Daí, no futuro, teremos poucos lulas, alckmins, serras, aécios e outros da mesma estirpe – porque, vale dizer, tanto tucanos como petistas estão no mesmo barco, assim como milhares de outros políticos.

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Não há do que duvidar de que a gestão Lula contribuiu sobremaneira com a melhoria da educação no Brasil, com a criação e ampliação de projetos importantes, como o ProUni, o Fies, o Enem, o Ciências sem Fronteiras, e mesmo a expansão dos campus da Universidade Federal. Apesar de suas inegáveis contribuições, Lula conseguiu desenvolver uma imagem semelhante ao do Padre Cícero – a do messias popular que a todos agrada, que a todos contempla em suas necessidades. É algo positivo – vale dizer, o investimento em políticas sociais -, mas o que nos preocupa é a exploração do capital político como forma de “se fazer na vida”. Lula errou neste aspecto e começa a colher os frutos de sua propensão as grandes construtoras, incorporadoras e empresas automobilísticas. Também é inegável o fato de que, não obstante sua relação com grandes empresários ser um fato notório mesmo antes da Operação Lava Jato, ele ainda possui inúmeros seguidores – particularmente em Estados do Norte e Nordeste, e em outras regiões do Brasil.

São estas as características que o aproxima de fíguras como a do Padre Cícero. Adorado por moradores e peregrinos que todos os anos percorrem as ruas de Juazeiro do Norte, Padre Cícero teve uma história conturbada, como revela com detalhes a biografia Poder, Fé e Guerra no Sertão, do jornalista Lira Neto (Companhia das Letras). Segundo Neto, o “milagreiro” tinha uma relação próxima com fíguras políticas e coronéis da época, além de uma provável relação com jagunços e cangaceiros – tendo, segundo Lira, concedido ao cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva a patente de capitão. De religioso o padre se aventurou na política, tendo sido eleito o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte, e posteriormente deputado federal e vice-governador do Ceará. Amado pelo povo e seguido por fieis que acreditavam em seus “dons milagreiros”, Padre Cicero acumulou riqueza e prestígio. Era um manipulador e foi condenado pela própria Igreja Católica por ser um “mistificador e aproveitador da boa-fé do povo”. Alguma semelhança com o pernambucano Lula?

No artigo “O que Lula e o Padre Cícero têm comum”, o jornalista Lira Neto aprofunda a discussão sobre a semelhança entre as fíguras nordestinas controversas. Impelido por uma série de e-mails e comentários de gente que, ainda em 2010, o inquiriam a se manifestar sobre a polêmica, Lira Neto inicialmente estabelece uma distinção entre Lula e Cícero Romão Batista, mas descontadas as diferenças iniciais o autor destaca que, “a certeza de que a história se repete como farsa há, de fato, muitas simetrias entre o polêmico cratense Cícero e não menos controvertido garanhuense Luiz Inácio”. Lira destaca alguns aspectos importantes, como a origem nordestina dos personagens, a alta popularidade de ambos – no caso de Lula por conta de seus programas sociais e Cícero por seus “milagres” -, ausência de traços intelectuais, espontaniedade no discurso e relação com os pobres. Na política o biógrafo destaca a aproximação dos personagens com caciques ao dizer que “não havia candidato às urnas que recusasse as bençãos do então prefeito de Juazeiro”. Lula idem. Igualmente importante é destacar a inteligência e perspecácia natural de Lula e Padre Cícero, como pontua o biógrafo. “Como Lula, Cícero possuía um tipo específico de inteligência, orgânica, que não se obtém e não se cultiva por meio da simples erudição e da densidade letrada. Os dois se equivalem, portanto, no território das sutilezas, das habilidades, das argúcias.” Alguma dúvida?

“As opiniões ditas pelos colunistas são de inteira e única responsabilidade dos mesmos, as mesmas não representam a opinião do Gospel+ e demais colaboradores.”
Johnny Bernardo é jornalista, pesquisador da religiosidade brasileira e das relações entre religião e sociedade, colunista do Gnotícias e do Núcleo Apologético de Pesquisas e Ensino Cristão (NAPEC) Outros detalhes sobre o pesquisador no blog – http://jtbernardo.blogspot.com.br/ Contato: [email protected] Por rdo