Categorias
Artigos Noticias

“Deus Pai” é banido de igreja em que Obama foi membro durante 20 anos

 

Bob Unruh

A Igreja Unida de Cristo, a denominação cujo pastor Jeremiah Wright, de Chicago, passou anos xingando os Estados Unidos e os brancos do púlpito enquanto Barack Obama era membro da igreja, decidiu banir Deus “Pai” dos documentos de sua organização.

Barack Obama em foto com o pastor Jeremiah Wright, da Igreja Unida de Cristo, onde Obama foi membro durante 20 anos

Uma reportagem de Eric Anderson sobre o site da denominação confirmou que os delegados do 28º Sínodo Geral da Igreja Unida de Cristo concordaram no final da segunda-feira com uma série de emendas proposta à constituição e regulamentos. A votação foi de 613 a favor das mudanças, 171 contra e 10 abstenções.

As mudanças incluem uma supressão propositada de uma referência a Deus “como Pai celestial”, que tem sido parte da descrição da Trindade por milênios — as três pessoas de Deus sendo o Pai celestial, Cristo o Filho e Salvador e o Espírito Santo, o conselheiro e consolador.

Barb Powell, porta-voz da denominação, disse para WND hoje que a mudança foi feita porque a referência a um “Pai celestial” é restritiva demais.

“Na Igreja Unida de Cristo, preferimos nossa linguagem para descrever Deus, Cristo e o Espírito Santo… Nossa linguagem é mais aberta a diferentes expressões da Trindade”, disse ela. “Pai celestial é apenas uma imaginação”.

Ela disse para WND que a denominação busca ser “inclusiva” em sua linguagem, “de modo que tenderemos a mudar a linguagem que é mais tradicional para sermos mais inclusivos”.

Ela disse que alguns pastores da denominação se referem a Deus com termos tais como “Criador” e “Deus Mãe”.

Para ler o artigo completo em inglês, clique aqui.

Traduzido por: www.juliosevero.com

Categorias
Noticias

Obama autoriza os piores impulsos de Israel

 

Discurso do presidente dos EUA no American Israel Public Affairs Committee repetiu cada ponto retórico importante para o atual governo israelense

28 de maio de 2011 | 16h 00

Rashid Khalidi – Salon.com

Reza o velho provérbio árabe que os cães ladram e a caravana passa. Os comentários de Barack Obama sobre o conflito israelense-palestino em seus discursos no Departamento de Estado e depois no American Israel Public Affairs Committee (Aipac) na semana retrasada causaram muito estardalhaço em Washington. Mas a sensação que tive estando em Beirute e no Golfo quando eles foram proferidos foi de que eles significaram muito menos para os árabes que em Washington ou Israel. Poucos no mundo árabe e entre palestinos acreditam que os Estados Unidos tenham um papel construtivo a jogar na solução desse conflito. Aliás, ao contrário, eles só conseguiram se tornar um empecilho maior do que antes ao progresso.

Baz Ratner/ Reuters

Baz Ratner/ Reuters

Trecho da controversa barreira israelense

Em ambos os discursos o presidente reafirmou uma posição tomada por todos os seus antecessores desde Lyndon Johnson: que os Estados Unidos consideram as fronteiras de 1967 a base para um acordo nos termos da Resolução 242 do Conselho de Segurança. Somente em Israel e no Congresso americano isso é considerado novidade, porque Obama não mencionou a concessão de George W. Bush a Ariel Sharon em 2004: "À luz de novas realidades no terreno, incluindo grandes centros populacionais israelenses já existentes, é irreal esperar que o resultado das negociações finais de status venham a ser um retorno pleno e completo às linhas do armistício de 1949". O discurso no Aipac reprisou essa importante concessão, ainda que numa forma ligeiramente menos completa, referindo-se somente a "novas realidades demográficas no terreno".

Deixando de lado essa provisão, o discurso repetiu cada ponto retórico importante do atual governo israelense:

– Um acordo deve envolver a aceitação palestina de "Israel como um Estado judeu e a pátria do povo judeu", o que significa que o 1,4 milhão de palestinos que viviam dentro de Israel devem permanecer cidadãos de segunda classe, ou pior, e que os palestinos precisam renunciar à ideia de que a totalidade da Palestina seja também sua pátria. A "pátria" dos palestinos seriam os fragmentos da Palestina Obrigatória pré-1948 que puderem ser salvos em negociações com Israel, presumivelmente, em torno de 20% do país.

– As "preocupações básicas de segurança" de Israel (nenhuma menção, é claro, à segurança dos palestinos, que mais precisam dela) devem ser um determinante chave de um acordo. Dada a maneira como são abrangentes e elásticos os requisitos de "segurança" israelense, isso basicamente significa que Israel pode contestar praticamente qualquer aspecto de um acordo com o qual não concorde.

– Ligada à aceitação das necessidades de segurança de Israel está a provisão de que um Estado palestino teria de ser "não militarizado". Como um acordo teria de "prover segurança eficaz de fronteiras", isso presumivelmente significa a aceitação da nova demanda do governo Netanyahu de continuar no controle do vale do Rio Jordão e, portanto, dessas fronteiras do "Estado" palestino, no futuro indefinido.

– Nenhum envolvimento do Hamas no processo, a menos que ele aceite precondições como a renúncia à violência e o reconhecimento de Israel antes das negociações, precondições que, nem seria preciso dizer, não são impostas ao outro lado. Dada a recente reconciliação interpalestina, isso descarta, na verdade, a possibilidade de negociações. No discurso do Aipac, essa condição é declarada de maneira ainda mais vigorosa que antes: a reconciliação interpalestina é descrita como "um enorme obstáculo à paz".

– Terá de haver um novo adiamento (após um adiamento de 20 anos por insistência de Israel, iniciado em Madri em 1991) no tratamento das questões centrais de refugiados e Jerusalém. Isso significa que Israel é livre para continuar a construir na Jerusalém Oriental árabe ocupada, expulsar o máximo possível de sua população palestina, mudar os nomes de lugares, apagar marcos históricos e, enfim, tornar a cidade tão judaica quanto Tunbridge Wells é inglesa.

– Não deverá haver nenhuma "deslegitimação" de Israel (uma adoção americana nova em folha de um termo da direita israelense) via colocação do problema da cidadania palestina na ONU, pois, como o presidente declarou no Aipac, um Estado palestino precisa nascer como resultado de negociações, não de uma resolução da ONU. Os escritores de discurso do presidente aparentemente não se lembraram de que o Estado de Israel nasceu com a Resolução 181 da Assembleia-Geral.

Qualquer governo israelense sensato (hoje em dia, talvez uma contradição nos termos) saltaria sobre isso como uma base para negociação, ou pelo menos como uma oportunidade de fazer os árabes parecerem rejeicionistas que se opõem aos desejos de Washington. Um indício de quanto Israel oscilou para a direita é que essa não foi a reação imediata de Netanyahu. Mas ele chefia um governo de coalizão cujo único denominador comum é um compromisso com a expansão dos assentamentos, manter territórios palestinos ocupados e a oposição a negociações sérias com os palestinos.

A campanha para as eleições presidenciais americanas de 2012 já está em curso. Obama e os democratas já estão em modo defensivo ante os ataques insidiosos de líderes republicanos sobre "ter jogado Israel embaixo do ônibus", "traição à única democracia no Oriente Médio", e assim por diante. A questão israelense-palestina já virou uma bola de futebol, e o adágio americano de que a política cessa à beira d’água (no sentido de que os partidos devem se unir em torno da política externa do país) não se aplica claramente a ela.

Dadas as mudanças revolucionárias em curso no mundo árabe e seu impacto profundo nos palestinos, como pôde ser visto na reconciliação interpalestina e na marcha dos palestinos vindo de cinco direções até as fronteiras de Israel em 15 de maio, os eventos no Oriente Médio de algum modo ultrapassaram o presidente Obama. Não somente porque as mãos deste estão atadas pelo começo da campanha presidencial. Ele também é vítima do mau conselho de veteranos como Dennis Ross, que ajudaram a conduzir governos na direção errada desde Ronald Reagan.

Em vista desses fatores, não surpreende que, no que diz respeito a um verdadeiro processo de paz, Washington esteja atrasado e mal preparado. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

RASHID ISMAIL KHALIDI É UM HISTORIADOR PALESTINO-AMERICANO, DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS DO ORIENTE MÉDIO DA UNIVERSIDADE COLÚMBIA. AUTOR DE RESURRECTING EMPIRE (HOUGHTON MIFFLIN)

Categorias
Noticias

Para analistas, Obama cria atrito com Israel ao citar fronteiras de 67

19/05/2011 – 22h37

 

DA BBC BRASIL

A menção feita nesta quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a um Estado palestino baseado nas fronteiras de 1967 pode colocar o governo americano em rota de colisão com o governo de Israel, segundo analistas israelenses.

Esta foi a primeira vez que um presidente americano falou explicitamente nas fronteiras de 1967 como base para um acordo de paz e representa uma mudança de posição dos Estados Unidos.

Para analistas israelenses, depois do discurso de Obama, o encontro entre o presidente americano e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, previsto para esta sexta feira, "não será fácil".

A principal razão desta previsão é o fato de que citar as fronteiras anteriores à guerra de 1967 como base para a criação de um Estado Palestino, ao lado de Israel, implica a retirada de Israel da maioria dos territórios ocupados, exceto áreas que seriam "trocadas em comum acordo".

Salai Meridor, ex-embaixador de Israel nos Estados Unidos, manifestou preocupação com as declarações do presidente americano e com o que deverá ocorrer durante o encontro de Obama com Netanyahu.

"Não lembro que um presidente americano jamais tenha mencionado as fronteiras de 1967 no passado", disse Meridor ao canal estatal da TV israelense. "Foram investidos esforços enormes para evitar que isso aconteça."

O ex-embaixador também destacou que a agenda proposta pelo presidente americano é bem diferente da agenda até hoje defendida pelo governo israelense.

Obama propôs que israelenses e palestinos discutam antes as questões das fronteiras e da segurança, e que deixem os assuntos mais espinhosos do conflito –o destino de Jerusalém e dos refugiados palestinos– para um segundo estágio.

Essa ordem de prioridades contradiz a posição geralmente adotada por Israel, de exigir que todas as questões do conflito sejam discutidas simultaneamente.

"Obama propõe que, antes, Israel ceda todos os territórios ocupados durante a guerra de 1967, e só depois se discuta a questão dos refugiados, isso é problemático para Israel", acrescentou Meridor.

INGENUIDADE

De acordo com o analista da emissora estatal da TV israelense Yaron Dekel, o discurso de Obama "é complicado para a coalizão governamental de Netanyahu, pois ninguém no Likud (partido do primeiro-ministro israelense) está disposto a adotar as fronteiras de 1967 como base do acordo, e o próprio Netanyahu nunca concordou com essa posição".

O deputado Yariv Levin, do Likud, se mostrou indignado com o discurso de Obama e chamou a posição do presidente americano de "ingênua".

"Não concordamos com a posição americana, que considera Judeia e Samaria (nome bíblico para Cisjordânia) como território ocupado", disse o deputado. "Toda essa ingenuidade se choca com a realidade, e a realidade é Hamas e Irã", acrescentou.

Para o analista do Canal 10 da TV israelense Raviv Druker, o presidente americano expressou apoio em alguns pontos às posições do governo israelense.

Druker destacou que Obama se manifestou contra o plano do presidente palestino, Mahmoud Abbas, de pedir o reconhecimento da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Estado Palestino nas fronteiras de 1967 no próximo mês de setembro.

"Obama oferece aos palestinos 1967 em troca de setembro", disse o analista.

Para Druker, o presidente americano apoia a posição dos palestinos sobre a disputa de fronteiras e, em troca, quer que Abbas abra mão de seu plano de pedir o reconhecimento da ONU em setembro.

File:Flag of Israel.svg