Ele comenta a aproximação do líder católico com grandes nomes da igreja evangélica
por Leiliane Roberta Lopes
O padre Dwight Longenecker tem chamado o Papa Francisco de “católico evangélico” por conta da sua amizade com o bispo Tony Palmer da Igreja Anglicana e por ter se reunido recentemente comlíderes evangélicos dos Estados Unidos.
Francisco tem tentado se unir com evangélicos para acabar com as divisões entre católicos e protestantes. O padre Longenecker, que já foi um sacerdote anglicano, acredita que a única barreira para essa união está entre os cristãos progressistas.
Para ele os progressistas se opõem aos cristãos clássicos, mesmo os de sua profissão de fé (católicos ou evangélicos) enquanto que os clássicos se mostram mais abertos para viver em prol do Evangelho, sem se aprofundar nas características que os separam.
“Os cristãos clássicos da ortodoxia oriental, do catolicismo romano, do anglicanismo clássico e do protestantismo evangélico vão encontrar cada vez mais formas de entendimento”, escreveu ele em um artigo para o site católico Aleteia.
Em sua visão, enquanto os clássicos tentam se unir, os progressistas estão cada vez mais distantes e podem chegar a um ponto onde formarão um outro cristianismo.
“Aqueles que acreditam numa forma relativa, progressista e modernista do cristianismo descartam o elemento miraculoso da religião, acreditam que a Igreja e as Escrituras são apenas acidentes históricos criados pelo homem e acham que a Igreja deve se adaptar completamente às necessidades da sociedade moderna”, escreveu o padre.
Para mostrar a grande diferença entre progressistas e clássicos ele afirma: “Os progressistas veem a Igreja como um agente de mudança social e pensam que a principal tarefa dos cristãos é ser ativistas políticos. Do lado oposto, estão aqueles que acreditam que o Evangelho de Jesus Cristo é revelado por Deus para a salvação das almas e para a transformação do mundo”.
Catolicismo evangélico para uma vida cristã plena
Em um artigo publicado no mês de março, Dwight Longenecker apoio o modelo que ele intitula de “catolicismo evangélico”. “O catolicismo evangélico é ‘mais cristianismo’, não apenas ‘mero cristianismo’, explica.
Segundo o autor do termo esse novo modelo de fé “reúne as belezas do culto católico tradicional com uma compreensão histórica da fé. Ele se enraíza na erudição bíblica animada por uma mensagem social relevante e pelo ministério ativo na comunidade”.
O padre escreveu ainda dizendo que o catolicismo evangélico reúne “três grandes correntes da vida contemporânea da Igreja: a bíblica, a carismática e a litúrgica” que são vertentes necessárias para viver a “plenitude da fé cristã”.
“As três características são visíveis no ministério do papa Francisco. Sua vida está enraizada na liturgia e na oração da Igreja, mas também se fundamenta na teologia e na escritura sagrada. E essas duas dimensões são vividas em seu ministério público vibrante, que proclama um evangelho radical e vive a mensagem da boa nova do amor de Deus em um mundo às escuras e profundamente necessitado.”