MARCO AURÉLIO REAGE AOS MILITARES E DIZ QUE INTERVENÇÃO SERIA GOLPE

 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, foi o primeiro magistrado a se insurgir contra a ameaça de uma nova intervenção militar no País como “solução” para a crise política, deflagrada pelo general Antônio Hamilton Mourão e não repreendida pelo chefe do Exército, general Eduardo Villas-Bôas; ao Conjur, Marco Aurélio disse que militares só podem agir por conta própria em situações que se assemelhem a uma guerra civil; em qualquer outra hipótese, como o suposto combate à corrupção, uma intervenção das Forças Armadas sem ordem de um dos três Poderes seria um “golpe”; “Caos é quando as policias militares não foram suficientes para segurar as ruas. Teria que ser uma situação conflituosa, de quase guerra civil, e havendo ineficácia das forças repressivas.

Pode haver um quadro de apatia quanto aos Poderes, se for com o país deflagrado. Agora, é um ato extremo, só [cabível] quando não houver realmente como segurar. Mas não para combater a corrupção”

O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, rebate: os militares só podem agir por conta própria em situações que se assemelhem a uma guerra civil, onde as instituições não mais estejam funcionando. Em qualquer outra hipótese, como o suposto combate à corrupção, uma intervenção das Forças Armadas sem ordem de um dos três Poderes seria um “golpe”, declarou o ministro nesta quarta-feira (20/9), em entrevista à ConJur.

“Seguimos os princípios da família e da bíblia”, diz mulher de Flávio Rocha

Anna Cláudia Klein Rocha e dono da Riachuelo frequentam a evangélica Sara Nossa Terra desde 2003. “Vamos à igreja e voltamos revigorados”, conta a ex-modelo
LUÍS LIMA – Revista Época

Nascida em Rolante, Vale do Paranhana, e criada em Novo Hamburgo, Anna diz que tem divulgado o Brasil 200, movimento político fundado por Rocha, em suas redes sociais, e motivado amigos a fazer o mesmo. Acredita que o intuito de Rocha com a plataforma é motivado pela “vontade de reconstruir o Brasil”.

Formada em moda e gemologia, Anna também fala sobre a espiritualidade do casal, que, como evangélico, “segue os preceitos da Bíblia”. “Na Bíblia fala que a palavra de Deus é o alimento e a gente precisa também desse alimento para o nosso lado espiritual. Vamos à igreja e voltamos revigorados.” Confira o bate-papo.

ÉPOCA – Na sua percepção, qual o objetivo do seu marido na promoção do Brasil 200?
Anna Cláudia Klein Rocha – 
O intuito do Flávio na divulgação do movimento, com essas viagens, percorrendo os estados, estando com empresários, é a vontade de reconstruir o Brasil. E isso eu apoio ele 100%. A gente tem divulgado bastante o Brasil 200. Eu divulguei nas minhas mídias sociais e tenho pedido para os meus amigos divulgarem, porque é importante as pessoas saberem o que está acontecendo, o que vem por aí. Como queremos o país para os nossos filhos. Eu apoio ele nessas ideias.

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ÉPOCA: Mas, no fundo, o que ele quer mesmo não é ser presidente do Brasil?
Anna: 
Ele nunca conversou comigo sobre esse assunto [de se candidatar à Presidência]. Isso não foi levado em consideração na minha casa. Mas eu estou ao lado dele há 28 anos e não vai ser nessa hora que vou falar “agora não”, né?

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ÉPOCA – Com essa agenda repleta de viagens, vocês estão conseguindo se encontrar?
Anna – Cheguei de viagem esta semana [de Milão], e ele já tinha saído. Acho que o verei só amanhã de manhã. Mas creio que esta fase será um período curto, para divulgar essa ideia, de reconstrução do Brasil, de novos tópicos, novos tempos, essas coisas todas que estão querendo divulgar. Isso passa. Como é um ano de eleição, realmente temos que pensar muito bem em quem a gente vai votar para a gente não cometer os mesmos erros do passado. De qualquer forma, pode servir de inspiração para quem for candidato.

Anna Cláudia Klein Rocha: "Temos que pensar muito bem em quem a gente vai votar para a gente não cometer os mesmos erros do passado" (Foto: Marcus Leoni/Folhapress)

ÉPOCA: Como foi sua formação religiosa e como você inspirou o Flávio?
Anna: A minha origem religiosa é da Igreja Luterana. Nasci em Rolante e fui criada em uma família evangélica em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Ia aos cultos na escola dominical. Casei na igreja evangélica. Quando vim para a São Paulo, depois de um tempos, conhecemos o bispo Rodovalho e a bispa Lúcia, os fundadores da Sara Nossa Terra. Somos muito amigos deles. A gente se aproximou em São Paulo, a partir de 2003, mas já os conhecia desde 1994, quando morávamos em Brasília. Eles são bem amigos de um casal de amigos nossos [Paulo Octávio e Anna Kubitschek]. Antes de 2003, frequentava igreja Luterana. A gente também ia às vezes à missa. Mas quando mudamos para São Paulo, em 1996, na volta de uma temporada em Boston, nos Estados Unidos, ficamos sem um lugar que nos sentíssemos acolhidos. E aí começamos a frequentar a Saara Nossa Terra.

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ÉPOCA – Vocês costumam frequentar qual igreja e com que frequência?
Anna – 
A Sara tem mais de mil igrejas. Em São Paulo, tem na rua Augusta, em Perdizes, em vários locais. Não frequentamos só uma igreja. Vamos onde estivermos no Brasil e, quando, fora do Brasil, vamos a uma igreja local. Eu até já fui na igreja da Coreia do Sul. Adoro visitar igrejas diferentes. Mas vou mais na rua Augusta, geralmente aos domingos de manhã. O Flávio me acompanha. Ele é uma pessoa que tem muita fé, e a gente segue os princípios voltados para a família e para a Bíblia. Vamos toda semana, aqui em São Paulo. Para mim é bem importante, sabe? Realmente me sinto bem próxima de Deus naquele lugar. E para mim é maravilhoso ter uma palavra nova, um direcionamento novo da Bíblia. Porque a cada semana o pastor fala uma passagem da Bíblia, você faz oração, e recebe algo de novo. Na Bíblia fala que a palavra de Deus é o alimento, e a gente precisa também desse alimento para o nosso lado espiritual. Vamos à igreja e voltamos revigorados. O Fernando, nosso filho, casou na igreja evangélica ano passado. Quem celebrou a cerimônia foi o bispo Rodovalho.com informações da Revista época

Editorial do Estadão: O Supremo genuflexo

O demiurgo de Garanhuns não tem mais foro privilegiado, e no entanto foi tratado pela mais alta corte do País como se tivesse

O Supremo Tribunal Federal apequenou-se perante Lula da Silva. Num espetáculo indigno de uma Corte cuja função é ser obstáculo aos excessos do poder, a maioria de seus ministros aceitou prestar vassalagem ao chefão petista. O Supremo, em sua atual composição, reafirmou assim sua vocação de cidadela dos poderosos com contas a acertar com a Justiça.

O cidadão comum, aquele que se submete ao pacto democrático na presunção de que a Justiça criada por esse arranjo será igual para todos, há de se perguntar, depois das vergonhosas sessões de quarta e quinta-feira passadas, se ainda subsiste alguma instituição do Estado que não esteja subordinada ao patronato político – do qual Lula, a despeito da sua apregoada identidade com a gente comum, é um dos maiores expoentes.

O demiurgo de Garanhuns não tem mais foro privilegiado, e no entanto foi tratado no Supremo como se tivesse. Mereceu a deferência de ter seu caso apreciado antes de muitos outros, não por coincidência às vésperas da provável rejeição de seu derradeiro recurso no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região contra a condenação a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ou seja, o Supremo desmoralizou, numa só tacada, todo o bom trabalho de nove juízes – Sérgio Moro, que condenou Lula da Silva na 13.ª Vara Federal de Curitiba; os três desembargadores da 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, que confirmaram a condenação e aumentaram a sentença; e os cinco ministros da 5.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que negaram o habeas corpus preventivo pedido pela defesa de Lula.

Para atingir esse fim, inventou-se uma liminar que, na prática, tem efeito de salvo-conduto, pois impede a prisão de Lula até que o pedido de habeas corpus feito pela defesa seja efetivamente julgado pelo Supremo. Esse julgamento do mérito foi marcado para o dia 4 de abril, mas nada impede que algum ministro invente criativo expediente para adiar o desfecho do caso indefinidamente, como tem acontecido com frequência no Supremo. (Veja-se o que o ministro Fux está fazendo com o desavergonhado auxílio-moradia.) Nesse período, Lula da Silva ficaria livre.

Chegou-se a esse remendo porque o Supremo foi incapaz de iniciar a apreciação do habeas corpus, entretido que estava em um debate sobre se era o caso ou não de aceitar discutir o pedido da defesa – debate este que incluiu até uma menção do advogado de Lula a Luís XVI, exemplo, segundo ele, de vítima da “volúpia do encarceramento”. Quando ficou claro que a sessão seria encerrada sem a votação do habeas corpus, a despeito da urgência do caso – um dos ministros alegou cansaço, outro disse que tinha viagem marcada –, a defesa pediu a liminar, que acabou aceita. Estava dado o salvo-conduto para Lula, válido pelo menos enquanto durar o longo feriado do Supremo em respeito à Páscoa. Isso é que é espírito cristão.

Não à toa, a decisão foi festejada por gente do quilate do senador Renan Calheiros, contra quem correm 17 inquéritos no Supremo. “Nenhuma condenação sem prova sobreviverá ao controle da constitucionalidade e ao princípio da presunção da inocência. Viva a democracia! Viva o respeito à Constituição!”, escreveu o multiencalacrado senador no Twitter, sob a hashtag “Lula Livre”.

Nada mais simbólico. Outra vez, o Supremo Tribunal Federal, que em quatro anos de Operação Lava Jato não julgou nenhum dos implicados com foro privilegiado, enquanto os tribunais ordinários já contabilizam 123 sentenciados, demonstra sua incapacidade de fazer os poderosos pagarem por seus crimes. Não espanta o empenho de muita gente para adquirir o direito de ser julgado ali, ainda que seja por vias tortas, como Lula. Outros condenados pela Lava Jato, presumindo que o ex-presidente escapará mesmo da prisão, já se preparam para explorar essa brecha. Seria o festim da impunidade.

A genuflexão do Supremo diante de Lula fecha com chave de ouro uma semana vergonhosa na história dessa Corte, que incluiu uma infame manobra para manter o auxílio-moradia para todos os juízes. Quando a Corte constitucional atenta contra a própria Constituição, para proteger quem tem poder, o futuro é inevitavelmente sombrio. Os brasileiros honestos já temem pelo que virá.