Claudia Cruz tentou tranquilizar deputado após votação no Supremo
por Jarbas Aragão-gospelprime-
Quando o voto da maioria dos ministros do STF determinou que o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) seria réu nas investigações da Lava Jato, os governistas comemoraram. Com a saída dele (ou possível cassação) da presidência da Câmara dos Deputados, o impeachment de Dilma seria dificultado. Há meses que os petistas tentam afastá-lo do cargo para colocaram a casa parlamentar nas mãos de um aliado.
Logo após receber o veredito, Cunha recebeu uma mensagem de texto pelo celular de sua esposa. A apresentadora Cláudia Cruz, escreveu: “Calma. Deus sempre no controle. Ele move. Ele põe. Ele tira. Ele faz”, escreveu ela. Depois, pediu: “Confia no Senhor mesmo que o vento esteja ao contrário ele não te abandonou (sic)”.
O jornal O Globo, que conseguiu fotografar as mensagens no celular do deputado, também divulgou que ele trocou contato com Camila, uma das filhas. Ela perguntou como o pai estava e a resposta foi: “Tranq filha (sic)”.
Ao se comunicar com seus advogados, o presidente da Câmara disse já saber que o recebimento da denúncia do Ministério Público Federal contra ele seria “parcial”, pois os ministros fariam restrições à peça do MPF.
Depois, falando aos jornalistas, o deputado explicou que pretenda recorrer da decisão.
Explicou que seu nome foi retirado do processo de ter recebido propina desviada da contratação de navios-sonda da Petrobras. Agora prepara a defesa diante dos deputados e responderá por ter mentido em juízo. Ele negou possuir contas no exterior quando falou à CPI da Petrobras, o que foi posteriormente comprovado.
Terceiro na linha de sucessão constitucional, caso Dilma e o vice Michel Temer sofram impeachment, ele se tornaria presidente. Esse aspecto pode ser usado em seu favor e impedir seu afastamento da presidência da Câmara.
“Ninguém pode, então, ser processado por atos estranhos ao mandato. A rejeição dessa preliminar mostra que não existe razão para afastamento de quem se torna réu. Essa matéria já foi vencida”, comemorou.
Ao conversar com seus aliados, minimizou: “Estou absolutamente tranquilo porque estou com a verdade, estou com a inocência. Eu não tenho nada com que me preocupar. Tornar réu não é sentença de ninguém. Tanto é que já fui réu em 2013 e fui absolvido por unanimidade em 2014. Querer me condenar por ter me tornado réu seria não me dar o direito de um julgamento correto”.
Os opositores de Cunha ameaçaram aumentar a pressão para que ele deixe a função, e em trabalhar para que o Conselho consiga dar celeridade aos trabalhos.
Popularidade em baixa
Segundo pesquisa do Datafolha, ligado à Folha de S. Paulo. O percentual de brasileiros que defendem a renúncia de Eduardo Cunha como presidente da Câmara dos Deputados subiu de 65% para 76% nos últimos dois meses. Sobre uma possível cassação do seu mandato, 78% dos brasileiros seriam favoráveis.
Esse índice de rejeição superou o “pico” atingido pela presidente Dilma Rousseff (PT), que foi 66%.