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Em artigo jornalista comenta como a tecnologia está aliada a religião

 

O texto abaixo é um artigo para o importante jornal Wall Street Journal e retrata como a tecnologia está presente em muitas igrejas americanas e outras religiões.

Na Igreja Batista Metropolitana da cidade de Newark, NJ, as orações são feitas de mãos e de vozes unidas, uma Bíblia com anotações é sinal de fé e dedicação e o pastor espera uma congregação atenta. Nesse ambiente, fazer a leitura da Bíblia Sagrada no celular e tuitar partes da mensagem do pastor pode ser um pouco chamativo.

“Minha esposa algumas vezes tira o telefone de mim e coloca-o na bolsa”, diz sorrindo Wade Harris, um dos membros da igreja. “Às vezes deixo o telefone no meio da Bíblia”, completa.

Já existem aplicativos que permitem tuitar versículos da Bíblia, o ajudam a encontrar Meca, ou lembrá-lo das bênçãos em hebraico sobre os alimentos. O fato é que alguns dos devotos estão abraçando de vez a tecnologia móvel. Porém, acabam desafiando as normas da prática religiosa convencional.

Eric Granata, designer gráfico que frequenta a Comunidade Frontline em Oklahoma City, carrega uma Bíblia eletrônica de bolso que vem com várias traduções, comentários, planos de leitura e opções para redes sociais. Mesmo assim, diz sentir-se sempre constrangido ao usá-la na igreja.

“Sinto que as pessoas podem pensar ‘Ei, olha esse cara mandando mensagens do celular durante o culto, que idiota. Mas eu estou lendo minha Bíblia, estou acompanhando vocês”, diz ele, rindo.

Para o Mr. Harris, que apresenta o programa de hip-hop cristão O Wade-O Radio Show, o leve desconforto vale a pena. Durante recente culto de domingo, Harris estava em um banco bem na frente de sua igreja, com a cabeça baixa. Ele não estava orando, estava escrevendo. E se você for um de seus 2.500 seguidores no Twitter, teria lido sobre o que ele estava aprendendo: “Muitas pessoas querem as bênçãos de Deus. Mas não querem a Deus. Busque-o em primeiro lugar e deixe que o resto se resolve – meu pastor”

Harris diz que suas contas no Facebook e Twitter são um testemunho de sua fé e parte de seu ministério. “Tenho um monte de amigos no Facebook e no Twitter, que talvez não vão à igreja”, diz ele. “Envio esse material para as pessoas talvez apenas como um incentivo.”

O rabino Zalman Goldstein, que desenvolveu o iBlessing, aplicativo para ajudar os judeus a se lembrar das orações que acompanham cada tipo de alimento, diz que a tecnologia móvel pode ajudar e ensinar judeus não-praticantes sobre as tradições religiosas sem estresse e com fácil acesso.

Para muçulmanos como Adil Pasha, da cidade de Mineola, NY, essa é uma conveniência moderna. Apesar desse consultor de TI ter aprendido a encontrar Meca baseando-se no nascer e no pôr do sol, às vezes sente-se perdido quando está viajando ou em ambiente estranho. Por isso, comprou e usa o aplicativo Islamic Compass [Bússola Islâmica].

“Foi um grande alívio. Você não precisa ficar tentando descobrir sozinho”, confessa, demonstrando alívio.

Especialista em religião e cultura, Rachel Wagner acredita que podemos esperar uma luta das religiões que desejam permanecer relevantes, mas sem abandonar suas crenças e tradições.

Embora algumas autoridades religiosas sejam rápidas em abraçar a tecnologia, outras têm suas reservas. Muitos temem que isso possa incentivar os fiéis a se desligar da sua comunidade religiosa ou olhar mais para os seus aparelhos que para seus líderes espirituais ou para Deus.

O Vaticano rapidamente negou que o iPhone poderia tomar o lugar de um sacerdote com o lançamento de um aplicativo para confissões, mesmo que tenha recebido licença da Igreja para imprimir textos religiosos. Um porta-voz esclareceu que os católicos podem usar o aplicativo a fim de se preparar para o sacramento. Porém, a absolvição requer um diálogo pessoal entre o padre e o penitente.

Ms. Wagner, autor do livro ainda inédito “Godwired: Religião, Ritual e Realidade Virtual”, diz que os aplicativos desafiam o papel dos líderes espirituais.

A tecnologia pode transformar a religião como a conhecemos? Serene Jones, presidente da Union Theological Seminary, em Nova York, diz que ela nunca eliminará as comunidade de fé ou o clero. Citando a invenção da imprensa como exemplo, ela diz: “Todo mundo achava que ela levaria as pessoas a uma experiência religiosa isolada, porque elas iriam para casa, sentariam em seus quartos e leriam suas Bíblias sozinhas”.

Pelo contrário, isso provocou uma revolução religiosa que resultou no protestantismo. “A experiência religiosa privada proporcionada pela tecnologia já vem acontecendo há muito tempo. Estamos no meio de uma transformação religiosa que pode ser positiva, quase tão grande quanto a Reforma”.

Tradução: Agência Pavanews

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Antecedentes Apostólicos – Apóstolos do Século XXI

Postado por César Aquino Bezerra

O moderno movimento apostólico teve início no fim do século XX. Mas, na verdade, os primeiros novos apóstolos não surgiram no fim do século passado, a partir da Nova Reforma Apostólica (NRA). Mais sim mais de um século antes. Os “pioneiros apostólicos” surgiram mais de 150 anos antes.
No artigo anterior, o próprio C. Peter Wagner reconheceu que eles são os precursores da NRA.V – Antecedentes dos Apóstolos do Século XXI Edward Irving (1792-1834), pastor presbiteriano escocês, fundou em 1832 a Catholic Apostolic Church. Seus seguidores eram conhecidos como irvinguitas, e ele é conhecido como precursor do pentecostalismo na Grã-Bretanha.

Crentes começaram a orar pelos dons através dos ensinos de Edward, e muitos da igreja dele e de outras igrejas em toda a Grã-Bretanha começaram a falar em outras línguas e a profetizar.

Em outubro de 1831, a prática desses dons já era parte da adoração na igreja pastoreada por Irving. Irving foi expulso de sua igreja em 26 de abril de 1832, e com 800 membros de sua antiga igreja fundou a Catholic Apostolic Church.

Quando voltou a Londres, por não ter recebido nenhum dom, foi relegado a um papel menor em sua igreja. Irving foi reconhecido como “anjo” (o que representaria um bispo no movimento), enquanto Henry Drummond, J. B. Cardale e Taplin foram declarados “apóstolos”. Houve uma clara decisão de retirá-lo do centro do poder. Em seu esforço para tal, os apóstolos o enviaram para Glasgow, onde morreu.

Edward Irving

Em 1835 já eram 12 apóstolos. A reforma da liturgia levou a igreja a assimilar elementos litúrgicos e arquitetônicos da Igreja Católica e Ortodoxa. A profecia se tornou menos funcional a partir de 1868 e acabou cessando nas igrejas britânicas.
Na Holanda e Alemanha, o “ímpeto” do movimento durou mais tempo. Sob Thomas Carlyle (um dos apóstolos) e outros dissidentes, apóstolos continentais foram escolhidos e o movimento nacionalizou-se.

Ao contrário dos atuais apóstolos que defendem o Ministério Quíntuplo, eles defendiam um Ministério Quádruplo (Apóstolo; Profeta; Evangelista; Pastor ou professor). A Igreja estava dividida em Doze Tribos, definidos de acordo com o caráter espiritual dominante do país e apenas secundariamente geograficamente: cada um dos apóstolos (e seus co-ministros) respondia por uma delas.

O último apóstolo (Francis Valentine Woodhouse) morreu em 1901, e depois o movimento declinou. Muitas igrejas apostólicas são herdeiras de Irving. Abaixo algumas serão citadas, mas existem muitas outras.
{informações colhidas no Dicionário do Movimento Pentecostal e na Wikipédia}

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A Igreja Nova Apostólica (New Apostolic Church) foi fundada em 1863, separada no Cisma de Hamburgo da Igreja Católica Apostólica (Catholic Apostolic Church), pois acreditavam que o ministério de apóstolo continuava e que não estava restrito aos Doze originais da CAC (anos depois descartaram a hipótese do apostolado ser restrito a apenas doze homens). Em 1897 foi ordenado seu primeiro Apóstolo Maior, Friedrich Krebs. Está presente na Alemanha desde 1879 e na Holanda desde 1897. O nome atual (INA) só foi aprovado em 1920. A INA conta com um Apóstolo Maior (atualmente Wilhelm Leber), Apóstolos de Distrito e Apóstolos. Já passou por muitas cismas, originando outras igrejas, como por exemplo, Old Apostolic Church, as quais também através de cismas dão origem a outras.

Entre suas declarações está: “A afirmação de que o ministério de apóstolo é necessária para a salvação significa que o ministério de apóstolo é indispensável para atingir a salvação em Cristo. A questão da indispensabilidade só se aplica a esse período na história da salvação na qual o ministério de apóstolo está ativo para a preparação da congregação nupcial.”

Outra de suas declarações é: Creio que os batizados com água têm de receber o Espírito Santo das mãos de um apóstolo para obterem a filiação divina, o que os torna membros do corpo de Cristo.

Na INA, todos os apóstolos (Maior, de Distrito, de Distrito adjunto, e apóstolos) entram em descanso ministerial após o 65º aniversário. Havendo fortes motivos para tal, o apóstolo maior pode reduzir a atividade ministerial (por exemplo, em casos de doença), mas também a pode prolongar.

A Igreja Nova Apostólica também está presente no Brasil. A primeira reunião aconteceu em 1928 no bairro de Santana em São Paulo. Em 2002, as regiões Norte e Sul da INA no país foram unidas, dando origem à Igreja Nova Apostólica do Brasil. O primeiro Apóstolo de Distrito para todo o país foi instituído então, Guillermo Vilor.
{informações colhidas na Wikipédia}

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Dowie em suas vestes de Elias, o Restaurador

Em 22 de fevereiro de 1896 John Alexander Dowie (1847-1907), evangelista de cura, fundou nos EUA aChristian Catholic Church (Igreja Cristã Católica), e se tornou o primeiro apóstolo da igreja. Dowie também fundou uma comunidade que seria moldada por sua visão do que seria uma sociedade santa. A comunidade – conhecida como Zion City, localizada ao norte de Chicago – cresceu, alcançando aproximadamente seis mil pessoas durante os anos seguintes. Entretanto, Dowie tornou-se grandemente excêntrico.

Em 1901 Dowie afirmou que era Elias, o Restaurador. Em 1904 exorta seus seguidores a desejarem a restauração completa do cristianismo apostólico e revela que tinha sido comissionado por Deus a ser o primeiro apóstolo dos tempos finais renovados da igreja.

O Movimento de Zion declinou após a doença de seu líder ede problemas financeiros da instituição.Muitos dos seguidores de Dowie aceitaram a doutrina pentecostal. Atualmente a Christian Catholic Church chama-se Christian Community Church.
{informações colhidas no Dicionário do Movimento Pentecostal}

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A Apostolic Church, uma denominação cristã protestante pentecostal da Inglaterra, fundada em 1916 pelos irmãos Daniel Powell Williams e William Jones Williams. Os irmãos Williams se converteram no Avivamento de Galês. Eram membros da Apostolic Faith Church de William Oliver Hutchinson, em Bournemouth (País de Gales), e em 1913 Daniel foi ordenado apóstolo na Convenção em Londres. Isso mostra que existiam outros apóstolos na Apostolic Faith.

Daniel P. Willians

Após desentendimentos, a maioria das igrejas galesas cortaram os laços com a Apostolic Faith Church e deram inicío à Apostolic Church. Atualmente, a Apostolic Church está presente em dezenas de países, incluindo o Brasil (chegou aqui em 1969).
Atualmente, existem representações da Igreja Apostólica em mais de 80 nações. A maior Igreja Apostólica está na Nigéria com cerca de 5 milhões de membros. No Reino Unido, Emmanuel Mbakwe é o atual presidente.

No Brasil, a Igreja chegou através do missionário inglês Caleb Price e sua esposa em 1969. Os primeiros trabalhos se concentraram no centro-oeste de Minas Gerais em Pará de Minas, onde é a sede da Igreja no Brasil. Atualmente, Ap. Flávio Aredes preside o Conselho da Igreja Apostólica no Brasil.
{informações colhidas no Dicionário do Movimento Pentecostal, na Wikipédia e no site da Igreja Apostólica de Recife}

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United Apostolic Church, mais uma das herdeiras do movimento de Irving, é uma dissidência da Igreja Nova Apostólica, pois não concordaram com o cargo de Apóstolo Maior (literalmente Chefe dos Apóstolos), e com a profecia de um desses de que não morreria antes de Cristo voltar (ele já morreu é claro, em 1960, 9 anos depois da profecia). Foi fundada em Düsseldorf, Alemanha, em 1956, e nove igrejas em vários países (Austrália, África do Sul, Alemanha, Holanda, Brasil, França, Índia, Filipinas, Suíça) são membros da UAC. É atualmente liderada por 10 apóstolos. Entre as igrejas podemos citar, a Apostolic Church of South África, a Apostolic Church of Queensland (Austrália) e a Igreja Evangélica Apostólica (Brasil).
{informações colhidas na Wikipédia}

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Salt_Lake_Temple,_Utah_-_

Sem contar, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) foi fundada em 1830 por Joseph Smith Jr., atualmente presidida pelo Apóstolo Thomas S. Monson. Ela é dirigida pelo Quórum dos Doze Apóstolos, que são seguidos pelo Quórum dos Setenta Apóstolos. Os apóstolos mórmons são reconhecidos como tendo a mesma autoridade dos Doze Apóstolos do Cordeiro.


 

 

 

Apóstolo Joseph Ayodele Babalola nasceu em 1904, e morreu em 1959. Nigeriano, fundador da Christ Apostolic Church (Igreja Apostólica de Cristo), conhecida popularmente como Aladura. De família anglicana, após uma visão começou a pregar, e depois de expulso de lá, se juntou à Faith Tabernacle em Lagos (1930). Um avivamento promovido por ele, em Oke-Oye, durante dois meses, é considerado o maior já acontecido na Nigéria.

Rivalidades na liderança e disputas doutrinárias sobre assuntos como o batismo infantil, a poligamia, a cura espiritual versus medicina convencional, levou à divisão do Faith Tabernacle em 1939. A fração de Babalola formou a CAC.

Reconhecido como profeta com dom de cura, o Apóstolo Babalola e a CAC foram alguns dos pioneiros da Igreja Independente Africana. Por sua postura ofensiva contra os cultos tradicionais e o islamismo, foi diversas vezes detido. A CAC e seus descendentes veem o Apóstolo Babalola da mesma forma que os Apóstolos bíblicos, como Pedro e Paulo.

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O Movimento Chuva Serôdia (Latter Rain Movement), teve início no Canadá em 1948 com os pastores George Hawtin, Ern Hawtin, P. G. Hunt, Herrick Holt e Milford Kirkpatrick, e logo se espalhou nos EUA, pregava, entre muitas coisas, a restauração dos ministérios de apóstolo e profeta. Considerado herético, causou divisão dentre de várias igrejas, e levou avivamento a muitas outras.
Muitos dos princípios da Chuva Serôdia tornaram-se parte vital para a renovação carismática nos anos 60 e 70 nos EUA.
Deu origem a muitos outros subensinos. Um deles foi o Movimento Manifestação dos Filhos de Deus, também considerado uma heresia. Ele se dividiu em dois grupos principais: The Walk (O Caminho, do apóstolo John Robert Stevens) e Body of Christ (Corpo de Cristo). Entre suas muitas doutrinas, muitas heréticas, também cria na restauração do ministério quíntuplo. Foi ele que levou à heresia do “Somos deuses”.
O Chuva Serôdia foi influenciado pelo profeta William Branham, e influenciou, por exemplo, os Profetas de Kansas City e Paul Cain.
{informações colhidas no Dicionário do Movimento Pentecostal}

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.
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A História da Igreja Metodista Wesleyana no Brasil

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Introdução
Sempre despertou-me a curiosidade a respeito da existência de uma outra Igreja Metodista conhecida como ‘wesleyana’ e este trabalho me foi a oportunidade para ter que fazer uma pesquisa sobre o surgimento desta denominação metodista.Infelizmente apesar de procurar não encontrei textos da Igreja Metodista ‘do Brasil’ sobre o acontecimento. Sendo assim, o texto a seguir é originário de fontes da Igreja Metodista Wesleyana, principalmente de sites oficiais da Igreja que testemunham segundo sua versão a sua fundação.

“A Igreja Metodista Wesleyana foi fundada no dia 05 de janeiro de 1967 em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Esta igreja é fruto do que é chamado por seus seguidores de avivamento espiritual.

Na década de 60 alguns pastores foram afastados da Igreja Metodista por assumir uma postura diferente, por isso decidiram se unir e formar a Igreja Metodista Wesleyana, que tem vida própria.

Os fundadores da Igreja Wesleyana foram os pastores: Waldemar Gomes de Figueiredo, Gessé Teixeira de Carvalho, Francisco Teodoro Batista, Idelmício Cabral dos Santos e José Moreira da Silva. Atualmente com 700 mil membros, a Igreja Metodista Wesleyana tem 400 igrejas em todo Brasil.”

1. A crise de identidade na Igreja Metodista na década de 60
No começo da década de 1960, vários ministros e membros da Igreja Metodista do Brasil iniciaram um movimento de orações, onde fenômenos carismáticos ocorriam. Mais tarde, o contato com outras igrejas renovadas fizeram que esse grupo adotassem práticas como vigílias de oração, cânticos com estilos contemporâneos e cultos espontâneos.

A certa altura dos acontecimentos a direção da Igreja tomou posição de resistência e proibições à prática ou desenvolvimento da obra de renovação entendendo que não condizia com as práticas e doutrinas metodistas.

Os pastores mais envolvidos com o movimento foram chamados e orientados no sentido de não prosseguirem com o que vinham imprimindo nas diversas igrejas, mas estes não obedeceram. Diante da situação o grupo tomou uma decisão definitiva: dar continuidade mesmo que fosse preciso formar outra igreja.

Em 1964 o grupo começou a ter contato com grupos de diversas denominações renovadas, o resultado desses contatos foi um maior envolvimento com as doutrinas pentecostais e, alguns membros do grupo começaram a ser batizados com o Espírito Santo.

Em 1966 os contatos com grupos pentecostais aumentaram e novos pastores aderiram ao movimento como Fred Morris e Waldemar Gomes de Figueiredo. Eram constantes as vigílias nos montes, as reuniões de oração e os retiros, o que acabou incomodando a Primeira Região (RJ) e o então bispo Natanael Inocêncio de Oliveira. Ainda em 1966 o grupo recebeu uma circular do gabinete episcopal proibindo orações com imposição de mãos, expulsar demônios, cantar corinhos e fazer vigílias constantes. No final da carta tinha a seguinte alternativa: “Se o grupo não obedecesse às normas da Igreja Metodista do Brasil, todos deveriam deixar as suas fileiras”.

No final de 1966 alguns dos componentes do grupo ficaram encarregados de visitar algumas igrejas de doutrina pentecostal para que no caso de uma exclusão em massa terem uma igreja em vista; não havia nenhuma intenção de criar uma nova denominação.

2. Os líderes do movimento
Muitos pastores como: Gessé Teixeira de Carvalho atual Bispo da IMW – 1ª Região), José Moreira da Silva, Ildemício Cabral dos Santos, Danial Bonfim etc., começaram a realizar trabalhos de avivamento nos sentido de despertar as igrejas que pastoreavam na área de evangelização a na busca uma vida mais santificada. Embora vários pastores e leigos militassem pela renovação, não foram todos que decidiram se retirar da Igreja Metodista, alguns preferiram permanecer.

Os nomes que mais se destacaram na época foram: Idelmício Cabral dos Santos, Waldemar Gomes de Figueiredo, José Moreira da Silva, Waldemar Gomes de Figueiredo, José Moreira da Silva, Francisco Teodoro Batista, Gessé Teixeira de Carvalho, Córo da Silva Pereira, José Mendes da Silva, Zeny da Silva Pereira, Dinah Batista Rubim, Ariosto Mendes, Wilson da Silva Mendes, Jacir Vieira e Antônio Faleiro Sobrinho.

3. O concílio geral da Igreja Metodista do Brasil[3]
O concílio Geral da Igreja Metodista aconteceu na cidade do estado do Rio de Janeiro chamada Nova Friburgo em janeiro 1967. Era então Bispo Natanael Inocêncio de Oliveira durante todo este cisma e segundo relatam alguns, com a não eleição ao episcopado do Pr. Gessé Teixeira de Carvalho que dava esperança ao grupo de uma renovação na igreja, o grupo decepcionado se retirou do local.

Os bispos da época, em pastorais criteriosas e firmes, exortaram os pastores a voltarem às antigas práticas metodistas, no que não foram ouvidos. Finalmente, em pastoral mais enérgica, foi feito um apelo para que aqueles pastores abrissem mão de suas posições e disciplinadamente acatassem as leis da Igreja Metodista e suas ênfases doutrinárias.

Durante o concílio o Bispo Natanael fez uma advertência ainda mais severa: “Se não pudessem fazer o caminho de volta, aqueles pastores foram exortados a devolverem suas credenciais”.

4. A reunião da ponte
Enquanto ainda estava sendo realizado o Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil, em Nova Friburgo/RJ, o grupo que saiu desceu a serra (se retirou do Concílio), sem nenhuma estatística em mãos para a formação de novas igrejas e se reuniu no dia 05 de janeiro de 1967 às 14 horas, na chamada “Reunião da Ponte” , ocasião do nascimento da nova igreja.

A expressão “Reunião da Ponte” é muito conhecida igrejas em virtude da mesma ter o seu nascimento sobre uma ponte no pátio da fundação Getúlio Vargas.

Estavam presentes à esta reunião as seguintes pessoas: Idelmício Cabral dos Santos, Waldemar Gomes de Figueiredo, José Moreira da Silva, Waldemar Gomes de Figueiredo, José Moreira da Silva, Francisco Teodoro Batista, Gessé Teixeira de Carvalho, Córo da Silva Pereira, José Mendes da Silva, Zeny da Silva Pereira, Dinah Batista Rubim, Ariosto Mendes, Wilson da Silva Mendes, Jacir Vieira e Antônio Faleiro Sobrinho.

No dia 06 de janeiro, as notícias se propagaram e, em vários locais, grupos esperavam a presença de pastores que haviam saído da Igreja Metodista, dentro de um mês havia 30 igrejas organizadas.

5. As razões da divisão
As razões que deram origem à separação se basearam na doutrina do batismo com o Espírito Santo, como sendo uma Segunda benção para o crente e a aceitação da obra pentecostal, incluindo os dons espirituais, Operação de Maravilhas, Profecia, Discernimento, Línguas, Interpretação de Línguas, como também cânticos espirituais, revelações e visões.

Acrescentando-se ainda à realização da obra do avivamento espiritual, cânticos de corinhos, orações pelos enfermos, sem liturgia e protocolos nos cultos.

Os motivos que levaram a criação da Igreja Metodista. Wesleyana foram:

1. A não adaptação do grupo as formas de governo das igrejas pentecostais visitadas anteriormente, dado a estrutura de governo de regime episcopal adotado pelo grupo.
2. Amparar os metodistas com a mesma experiência.

6. O nome da nova Igreja
Uma vez que nasceu, a nova igreja precisava de um nome, e vários forma apresentados, porém o que teve maior aceitação pelo grupo foi o que atualmente é conhecido e registrado Igreja Metodista Wesleyana.

A intenção deste nome foi recordar a história do metodismo wesleyano, que teve início dia 24 de maio de 1738, na Inglaterra, com a gloriosa experiência que marcou a sua vida, a de um coração abrasado pelo fogo do Espírito Santo.

7. O concílio constituinte da nova igreja
O movimento Wesleyano começou a se desenvolver, e foi convocado o Concílio Constituinte para se reunir na cidade de Petrópolis nos dias 16 à 19 de fevereiro de 1967, ocasião em que foi organizada a Igreja.

Novos obreiros vieram formar nas fileiras Wesleyanas e vários evangelistas foram eleitos. Nessa ocasião ficou definitivamente fundada a Igreja Metodista Wesleyana, aceitando como forma de governo o centralizado com o Conselho Geral, seguindo-se em linhas gerais o regime metodista.
Os estatutos da Igreja foram aprovados, eleitos oficialmente os membros do Conselho geral que ficou assim:
Superintendente Geral: Waldemar Gomes de Figueiredo
Secretário geral de Educação Cristã: José Moreira da Silva;
Secretário Geral de Missões: Gessé Teixeira de Carvalho;
Secretário Geral de Ação Social: Orieles Soares do Nascimento;
Secretário Geral de Finanças: Idelmício Cabral dos Santos;
Pres. da Junta Patrimonial da Igreja Metodista Wesleyana: Francisco Teodoro Batista;
Redator de “Voz Wesleyana”: Gessé Teixeira de Carvalho.
Os membros do Concilio Constituinte são os organizadores da nova Igreja. São eles: Waldemar Gomes de Figueiredo, Idelmício Cabral dos Santos, Gessé Teixeira de Carvalho, José Moreira da Silva, Francisco Teodoro Batista, Antônio Faleiro Sobrinho, José Gonçalves, Isaías da Silva Costa, Alice Leny dos Santos, Pedro Morais Filho, Daniel Pedro de Paula, Ezequiel Luiz da Costa, Tobias Fernandes Moreira, Nilson de Paula Carneiro (atual Bispo da IMW – 2ª Região), Joaquim R. Penha, José Barreto de Macedo, Sebastião Morreira da Silva, Letreci Teodoro, Derly Neves, Dilson Pereira Leal, Nadir Neves da Costa, João Coelho Duarte, Dinah Batista Rubim, Córo da Silva Pereira, Helenice Bastos, Onaldo Rodrigues Pereira, Wilson Varjão, José M. Galhardo. José Tertuliano Pacheco, José Mendes da Silva, Clarice Alves Pacheco, Octávio Faustino dos Santos, Geraldo Vieira, Wilson R. Damasco e Azet Gerde e outros irmãos estiveram presentes mas não assinaram o livro contendo a ata de organização.

O Concílio constituinte elegeu uma Comissão de Legislação composta dos seguintes membros: Waldemar Gomes de f Figueiredo, Idelmício Cabral dos Santos, Gessé Teixeira de Carvalho, José Moreira da Silva, Francisco Teodoro Batista, João Coelho Duarte, Oriele Soares do Nascimento, José Mendes da Silva, Córo da Silva Pereira e Onaldo Rodrigues Pereira, a quem delegou poderes para preparar o manual da Igreja Metodista Wesleyana publicado em 1968.

ANEXO I – Datas importantes[6]
Algumas datas importantes são:[7]
1962 – Ministros e leigos começam a ser despertados para a obra de renovação.
1964 – Contato do grupo com grupos de denominações renovadas.
1966 – O grupo recebe uma circular do gabinete episcopal, visita do grupo renovado à igrejas de doutrina pentecostal para uma possível adesão.
05/01/1967- Fundação da Igreja Metodista Wesleyana.

ANEXO II – Dados sobre a Igreja Metodista Wesleyana hoje
A Igreja Metodista Wesleyana possui comunhão com a Iglesia Metodista Pentecostal de Chile e com a International Holiness Pentecostal Church dos Estados Unidos.

Foi grande o crescimento da igreja em 1967: em apenas um mês já tinha organizado no Estado de São Paulo 20 Igrejas. Os tempos passaram e ela alcançou não só todo Estado mas também todo o Brasil e está presente na Argentina, Paraguai, Portugal, Alemanha e Noruega.
A Igreja Metodista Wesleyana conta hoje com cerca de 700 mil membros.

veja mais sobre religiões: Primeira Igreja Virtual

Conclusão
A Igreja Metodista Wesleyana surgiu em um momento em que a Igreja Metodista ‘do Brasil’ precisava de uma adaptação aos novos desafios da modernidade e avanço que o país se encontrava. Em contrapartida a Igreja de um modo geral sofria com represálias da ditadura militar e não teve condições de enfrentar estes problemas de maneira melhor.

Quando estudamos isso aprendemos que em tempos de cismas é melhor esperar do que ‘forçar a barra’ e causar um rompimento. Creio que em reflexão sobre o ocorrido tanto na igreja que ficou como na que saiu, hoje 35 anos depois pode-se concluir que muito do que aconteceu não era preciso e que esta história poderia ser diferente, maior e melhor para todos.

Trabalho acadêmico da disciplina História do Protestantismo no Brasil, apresentado ao Prof. Dr. Douglas Nassif Cardoso, como requisito para a conclusão do semestre II do 3º ano do curso CTP

27-5-16-a 006

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.