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Como Entender a Doutrina da Eleição (sermão inédito)

 

 

SEGUNDA-FEIRA, MAIO 30, 2011

Nº 1797

Sermão entregue na noite de quinta-feira, 31 de Julho de 1884

Por Charles Haddon Spurgeon

No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres


“Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!”Mateus 15: 24,25

Vocês que conhecem o coração amoroso do nosso Senhor Jesus estão bem certos de que Ele jamais desencorajaria uma alma a se aproximar Dele. Porém, neste caso, “Ele não lhe respondeu palavra” (Mateus 15. 23). Jesus é mudo quando a miséria roga uma palavra a Ele? O Amigo do Homem é geralmente toda atração, todo o encorajamento, extraído e benvindo – ainda assim a impaciente mulher chora em vão para Ele, pela sua filha endemoninhada! Nós não estamos inquietos sobre isso. Nós conhecemos muito bem o nosso Senhor para suspeitar que Ele tenha falta de amor. Ele não está brincando com pássaro ferido. Ele não está em nenhuma forma de amargura. Ele não iria sequer aparentar desencorajar qualquer coração que bate em um peito humano a não ser que haja uma grande necessidade para isso, algum fim gracioso a ser servido.

Ninguém vai ter a imprudência de acusar o nosso Senhor Divino de dureza injustificada para com uma alma que procura a Sua ajuda. O mundo pode suspeitar de que alguns de Seus ministérios foram duros e frios, como os púlpitos de mármore que, nestes tempos de frio, têm sido exaltados entre as pessoas. Eles podem pensar sobre alguns de nós mais com desconfiança do que com afeto, pois não são alguns de nós como grandes criaturas de pedra quase sem sentimentos e difíceis de ter uma aproximação? As pessoas podem suspeitar de que nós somos escassos de afeição, ou que nós temos falta de seriedade – eles podem até sugerir que nós somos grandes defensores da ortodoxia, ou que nós somos tão desconfiados de nossos companheiros, que nós naturalmente adoramos testá-los com palavras ásperas e com proibições, a fim de mantê-los a pelo menos uma milha de distância! Eu sei que eles pensam que nós somos pobres pais, mais preparados com a haste do que com nossas simpatias vivas – e para isso eles têm muita justificação. Eu gostaria que não fosse assim.

Você pode supor coisas duras sobre nós, que somos os Seus servos. A suposição pode ser verdadeira. Ela pode ser difamatória – mas você não pode supor nada do tipo a respeito do Senhor Jesus Cristo – Ele é tão evidentemente amável, gracioso e cordial, que você não poderia ter o coração para suspeitar Dele! Se Jesus já recebeu você, você teve, neste caso, uma prova inquestionável de Sua ternura, e você é, e será, doravante, confiante em Sua compaixão. Você tem certeza de que Ele “não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega,” (Mateus 12.20), pois Ele não esmagou nem apagou você. No entanto, ele desencorajou esta mulher. Não só os discípulos o fizeram, como também o Mestre o fez. Portanto, eu digo que deveria haver uma necessidade secreta para tal feito – deve ter havido um motivo para o bem dela que moveu o brando Senhor a respondê-la com palavras tão duras – e um discurso tão desanimador.

Eu creio que nós, queridos amigos, humildes imitadores do Senhor Jesus Cristo, somos compelidos a encorajar todos em quem há alguma esperança. Sempre que vemos uma alma errante voltando seu rosto para casa, devemos estar prontos para dar uma mão para dirigir os seus passos cambaleantes. Ainda, se imitamos o nosso Senhor, nós seremos guiados a dizer coisas dolorosas as quais, como as sinceras feridas de um amigo, são tão afiadas quanto são salutares. Os lábios de amor nem sempre derramam mel! A bajulação encanta com os seus períodos doces, mas uma sábia afeição muitas vezes usa tons mais duros e cortantes. Há uma tendência em certas pessoas boazinhas demais para confortar demais e deixar para trás algumas Verdades importantes de Deus, pois têm medo que elas sejam mal entendidas. Doutrinas gloriosas que deixaram nossos pais fortes são deixadas às sombras por medo de que elas se tornem pedras no caminho das mentes perturbadas! Estamos chegando a ser um pouco exagerados com o Evangelho preparado para crianças – estão colocando a farinha por tantas peneiras que não haverá um pingo de material restante nela!

Se fosse sempre sábio confortar e encorajar, o Mestre seguiria esta linha das coisas. Mas, desde que Ele não o fez, eu suponho – e acho que ninguém se atreverá a me contradizer – que os homens requerem algo mais além de encorajamento. Nós não lemos que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”? (2 Timóteo 3.16, 17) Existem verdades que não podem ser deixadas para trás porque elas podem não encorajar, pois o uso delas é para repreender e corrigir. Existem verdades que, em certas ocasiões, devem ser ditas, ainda que o efeito temporário possa diminuir o ardor ou entorpecer a esperança do pecador que está vindo a Cristo. Como o nosso Mestre, nós devemos sempre ansiar pela salvação dos pecadores e, como Ele, devemos fazer isso com sabedoria. Nós devemos exibir grande ternura fraternal com os pecadores, e ser muito gentis, assim como um pastor é com os cordeiros – mas esse muito amor, essa muita ternura, vai levar o bem instruído professor a dizer várias coisas que o discípulo preferiria não ouvir!

Nosso pastoreio lida não apenas com as pastagens verdes, mas também com o lugar de lavar as ovelhas e de tosar. Não temos apenas de consolar, mas também de corrigir – nossa é a edificação que tem frequentemente que colocar abaixo pedaços dilapidados de parede a fim de proteger toda a construção – e, portanto, nós ocasionalmente parecemos ser destruidores onde somos verdadeiros construtores, juntos com Cristo! Nosso Senhor sabia que a linguagem clara de uma certa Verdade iria escandalizar Seus discípulos. E Ele, portanto, preservou um silêncio discreto? Não! No tempo devido, Ele entregou a Sua alma e nós lemos que, “à vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele.” (João 6. 66)

Vamos agora considerar por que o Salvador falou desse jeito com essa mulher. Por que Ele anunciou a ela um fato que não podia nem assistir, nem fortalecer a sua fé? Vamos aprender a resposta enquanto prosseguirmos. Nosso Senhor Jesus praticamente desencorajou a mulher cananeia com a Doutrina da Eleição. Eu garanto a vocês que existe uma diferença entre a eleição da nação de Israel e a eleição dos indivíduos – mas não veremos isso esta noite. A questão é esta – foi a Doutrina da Eleição que o Senhor colocou no caminho desta pobre mulher. Ele disse a ela, “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” Isso foi o suficiente para amortecer o espírito dela, certamente, e o Salvador ainda o colocou diante dela.

Por quê? Bem, eu acho que Ele fez isto, primeiramente, naquela hora, que é melhor isso vir Dele do que dos discípulos. Se você sente que é necessário que alguém deva ser fortemente repreendido, você conclui que é melhor você mesmo fazer isto. Você diz a si mesmo, “se eu enviar essa mensagem pelo melhor amigo que eu tenho, ele vai estragar tudo; ele vai torná-la mais cortante do que eu pretenderia que fosse e vai errar o alvo. Ele vai causar mais dor do que eu pretenderia. Portanto, euvou comunicar a declaração inaceitável por conta própria.” E vocês não têm achado frequentemente uma questão de verdadeira urgência estar à frente dos outros? Sim, você que tem o cuidado dos corações e das mentes, sabe que há momentos em que você deve fazer todo o discurso e gostaria de bloquear todos os outros telefones do mundo! Você conhece a pessoa e os efeitos que certas declarações podem ter sobre ela e, portanto, você orgulhosamente iria monopolizar seus ouvidos por um tempo.

O Salvador sabia que, em tempo oportuno, essa mulher ouviria que a missão de Cristo era apenas para Israel – e ela provavelmente ouviria isso de uma forma que iria abater muito mais o seu espírito do que se Ele, pessoalmente, falasse para ela por conta própria. Então Ele mesmo disse para ela, “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” Isso quer dizer que, a missão de Cristo enquanto Profeta, enquanto Ele estava aqui em carne, era para Israel – e por Israel Ele costumava restringir os Seus trabalhadores durante a Sua vida. Ele disse isso para ela por conta própria, creio eu, para que ela não ouvisse isso por outra pessoa. Será sábio para nós, quando encontrarmos pobres almas vindo esperançosamente para Cristo, manifestar consideração e prudência – e apresenta-las às mais profundas Verdades de nossa teologia – porque elas vão ouvir falar delas de uma forma ou de outra. E é melhor que elas as tenham ouvido, primeiramente, de Cristãos amáveis e de corações brandos, do que de espíritos duros, negligentes e sem amor, cujo deleite encontra-se em meros termos e frases.

Você não pode manter esses jovens em um conservatório! Por que você iria querer fazer tal coisa? É uma política pobre tentar esconder a Verdade de Deus! Há um pouco do ponto de vista Jesuítico nisso. Por que esta Verdade particular deveria estar escondida? Temos vergonha dela? Se sim, é melhor revermos nossa fé, mas, em nome da honestidade comum, não podemos esconder nada do que acreditamos! Quanto mais da luz de Deus, melhor! Quanto mais da Verdade de Deus é conhecida, mais certeza de que coisas boas virão dela! Eu louvo a Deus por conhecer as Doutrinas da Graça desde minha juventude – elas têm sido presentes na minha vida adulta – e eu creio que elas serão a glória da minha velhice! Muito longe de sentir vergonha da Eleição da Graça, ela comanda o entusiasmo de todo o meu ser!

Mais uma vez, eu acho que Ele trouxe essa Verdade à mente dela, daquela forma, porque ela provavelmente poderia ouvir isso de outra forma, quando ela estivesse em condições piores de recebê-la. Agora, esta mulher estava desesperadamente buscando uma bênção de Deus. Todo o seu coração estava acordado, seu espírito estava em chamas – toda a sua natureza estava ansiosa pela bênção. Se ela podia suportar a repressão em qualquer hora de sua vida, era naquela. “Como você sabe?” você pergunta. Eu sei isso meio que por instinto. A história abre para mim uma janela para a alma dessa mulher. Eu estou persuadido de que o Mestre não teria aplicado nada que parecesse com uma Verdade de Deus desencorajadora a ela a menos que Ele tivesse percebido que ela estava apta a suportá-la e, talvez, melhor apta naquele momento do que em qualquer dia futuro. Eu acho que há grande sabedoria em comunicar a Verdade para as pessoas na hora adequada. O Senhor não disse, Ele mesmo, “tenho ainda muito que voz dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (João 16.12)? Justamente naquele momento os Seus discípulos estavam inaptos para ouvir todas aquelas Verdades e, portanto, o oráculo do amor foi silenciado por um tempo. Em outro momento o Salvador abundou sobre eles, assim como Ele faz conosco, toda sabedoria e prudência – e então Ele tornou conhecido a eles o mistério de Sua vontade depois de uma completa providência.

O Senhor não nos ensina toda a Verdade de uma vez, mas de grau em grau Ele nos admite dentro das câmaras de Seu tesouro secreto. Você sabe como um cirurgião, depois de operar um olho cego, diz ao seu paciente, “Sua visão está completamente restaurada, mas durante os próximos dias, eu peço a você que fique em um cômodo escuro. Peço a você que receba luz aos poucos, que você a retenha certamente.” Infinita é a sabedoria do Espírito Santo em iluminar gradualmente as almas! O Senhor não deixa, de uma só vez, o pecador conhecer toda a extensão de seu pecado, nem dá a ele uma completa ideia da punição a esse pecado. E nem dá, penso eu, no começo, todo o conhecimento que ele terá do completo perdão de seu pecado e das inumeráveis alegrias que vêm para os pecadores perdoados através de Jesus Cristo, o Salvador. Aos poucos, assim como alimentamos recém-nascidos, não com carne, mas com leite – aos poucos, assim como você ensina aos jovens alunos na escola. Preceito após preceito, linha após linha – um pouco aqui e um pouco ali. A missão Dele para com a casa de Israel foi uma das Verdades que o Salvador viu que essa pobre mulher cananeia teria que aprender e, portanto, Ele comunicou a ela quando ela tinha fé suficiente para combater todo o desencorajamento e obter a bênção pela qual o seu coração ansiava. Essas duas coisas deveriam provar instrutivamente.

Agora eu vou lidar com almas que estão de certa forma no caso desta mulher. Eu devo considerar a palavra desencorajadora que veio a elas, a qual é de alguma forma similar àquela que veio à mulher cananeia. E depois eu pedirei a elas queimitem o ato louvável dessa mulher em conexão com o seu desencorajamento, pois embora ela parecesse estar repulsa, ela veio a Cristo e O louvou. Antes de concluir, eu gostaria de mencionar algumas considerações úteis a qualquer um que possa estar confuso com esta grande doutrina que eu mencionei agora mesmo. Venha, Santo Confortador, e encha nossos corações com a alegria celeste nesta alegre hora!

I. Primeiramente, A PALAVRA DESENCORAJADORA QUE VEIO A ESTA MULHER. Ela foi, como eu disse, uma certa forma da Doutrina da Eleição – a Verdade inquestionável que Deus desenvolveu para abençoar as ovelhas de Israel pelos trabalhos e depoimentos pessoais de Seu Filho Jesus – e que essas bênçãos não foram, naquela hora, enviadas para o povo de Tiro e Sidom.

A Doutrina da Eleição foi transformada em um grande pesadelo pelos seus oponentes inescrupulosos e seus amigos imprudentes. Eu já li alguns sermõescontra essa doutrina nos quais a primeira coisa que estava evidente era que a pessoa que falava era totalmente ignorante de seu assunto! Um pouco deconhecimento teria feito nosso autor hesitar e deliberar e, portanto, foi como a armadura de Saul para ele – ele preferiu prosseguir com sua loucura! A maneira comum de compor um sermão contra a Doutrina da Graça é esta – primeiro exagerar e difamar a doutrina e depois argumentar contra ela. Se você retira a Verdade sublime assim como ela é encontrada na Bíblia, você não pode dizer muito contra ela! Mas se você coletar um número de expressões bobas vindas de partidários de cabeça quente e as denuncia, sua tarefa será muito mais fácil. Vista a doutrina como um homem e depois a queime! Que trabalho maravilhoso foi feito pelos homens queimando figuras de sua própria produção!

Ninguém jamais acreditou na Doutrina da Eleição como eu tenho ouvido ser expressa por arminianos controversalistas. Eu arrisco-me a dizer que ninguém fora do hospício de Bethlem Royal[1] jamais acreditou que isso foi imputado a nós. É notável que sejamos tão ávidos em condenar os dogmas imputados a nós tanto quanto nossos oponentes podem ser? Por que eles se dedicaram sinceramente a refutar algo que ninguém defende? Eles talvez possam se poupar do problema! Nossos amigos abominam a doutrina como ela é exposta por eles – e nós temos uma mente muito parecida com a deles – apesar de a doutrina, por si só, assim como nós expomos, é querida para nós assim como a vida o é! Eles supõem que nós nunca pregamos o Evangelho livremente para os pecadores – coisa a qual nós nunca falhamos em fazer com uma liberdade que ninguém pode ultrapassar! Eles podem nos dizer como podemos melhorar na pregação do Evangelho? Nós nos alegraríamos em aprender!

Eles dizem que se nós pregamos livremente o Evangelho, somos inconsistentes, carga com a qual não temos nenhuma dor, o que quer que precisemos responder. Enquanto acreditarmos que somos coerentes com a Escritura, nunca entra em nossa cabeça a necessidade de sermos coerentes conosco! Abraçar toda a Verdade revelada de Deus é o nosso desejo – mas resumi-las todas em uma crença simétrica está além de nossas expectativas! Somos criaturas tão pobres e falíveis, que se tentássemos uma vez fabricar um sistema que fosse inteiramente lógico, poderíamos ter certeza de que teríamos que admitir porções de teoria e massas de hipóteses no produto singular. Na teologia, vivemos pela fé, não pela lógica. Nósacreditamos e somos salvos! Mas a partir do momento em que começamos a especular, somos como Pedro afundando nas ondas. Se nos mantermos simplesmente no que a Palavra de Deus diz, vamos encontrar em Verdadesaparentemente em conflito, mas sempre concordantes! Em cada assunto há uma Verdade que se colocar contra outra Verdade – uma é tão verdadeira quanto a outra! Uma não tira a veracidade da outra, nem levanta uma questão contra a outra – e uma deve ser tão confirmada quanto a outra – e as duas estão lado a lado. As duas Verdades relativas formam a grande estrada da verdade prática ao longo da qual nosso Senhor viaja para abençoar os filhos dos homens.

Alguns gostam de seguir em um trilho. Eu confesso uma parcialidade para os dois e eu não gostaria de fazer uma excursão, amanhã, em uma via férrea da qual um dos trilhos foi tirado. Deve ser pesarosamente admitido que a Doutrina da Eleição desencorajou muitos que desejavam o Salvador, mas a verdade é que ela não deve fazer isso. Vista corretamente, é um arauto real vestido de seda e ouro, anunciando livremente aos indignos que o Rei recebe pecadores, de acordo com o bom prazer de Sua vontade! Como isto encorajou alguns de nós! Que tutano e gordura é para nós, agora que encontramos o Senhor! Nos alimentamos disto como uma porção Divina que sustenta, satisfaz e sacia a alma! Quando eu me encontrei com Cristo pela primeira vez, eu estava perfeitamente satisfeito em ser como um dos cachorros debaixo da mesa – mas eu não estaria satisfeito em o ser agora, desde que o Senhor me chamou a um lugar maior! Agora que eu me tornei um de Seus filhos, sou como Lázaro foi, de quem nós lemos, “sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa.” (João 12.2) A bendita Doutrina da Eleição é, para a minha alma, como vinhos puros, bem refinados! É um fato do Amor Divino bem mais profundo e mais glorioso do que eu jamais esperei conhecer! “Água pediu ele, leite lhe deu ela; em taça de príncipes lhe ofereceu nata.” (Juízes 5.25) Nós pedimos por perdão, mas Ele nos deu justificação! Nós pedimos por um pouco de perdão, mas o Senhor nos deu abundante Graça, sim, Graça sobre Graça, dizendo – “Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (Jeremias 31.3) Se um pecador realmente conhece a doutrina da escolha da Graça, ele não fugiria dela, mas sim estaria inclinado a correr aos seus braços!

No entanto, para muitos, isso parece ser como o lado negro da nuvem que o Senhor colocou sobre os egípcios e, portanto, eu vou considerar o desencorajamento que Cristo colocou para esta mulher. Ele disse a ela, primeiramente, “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” “Eu fui enviado”, ele pareceu dizer, “aos judeus. Eu fui enviado à casa de Israel, e não a você.” Essa grande Verdade de Deus, ela com certeza iria descobrir cedo ou tarde, e se ela tivesse descoberto mais tarde, ela provavelmente temeria que a cura de sua filha seria tirada dela porque seria recebida em contrariedade com a missão do Messias. Jesus a deixa saber dessa Verdade de uma vez, para que não venha a preocupá-la depois. Quando ela obteve a cura de sua filha, Ele a teria sabendo que a cura foi dada de forma aberta e honesta – e não por um erro da pena, ou um descuido de caridade. Ela deveria ter, de uma vez por todas, a certeza de que o Senhor Jesus não havia Se esquecido – que Ele sabia tudo sobre as limitações de Sua comissão durante Sua vida mortal que em superando isto, Ele sabia o que estava fazendo, e não estava fora de Si pela impetuosidade de Seu espírito.

Agora, não há nada como a escolha de Deus. O Senhor tem um povo que é redimido dentre os homens. O Senhor Jesus tem um povo do qual ele falou, “Eram teus, tu mos confiaste.” (João 17.6) Alguns são ordenados à vida eterna e, portanto, acreditam no Senhor Jesus Cristo. Esse fato desencoraja você? Eu não vejo porque deveria. Por que você não deveria estar nesse número? “Mas e se eu não for?”, alguém pergunta. Por que você não pensa que está? Você não sabe nada sobre isso – portanto, porque fazer suposições? Deixar de fazer suposições seria algo muito mais sensato do que se fermentar com uma poção mortífera de desespero tirada das inúteis cascas de mera suposição! Eu já tenho o suficiente para suportar fatos, sem me sobrecarregar com conjecturas. O que Deus não revelou, nós não estamos aptos a saber. De fato, pareceria bem melhor que estivéssemos em ignorância onde Deus não garante nenhuma informação. O Senhor escolheu um povo para ser salvo e eu fico feliz em pensar que Ele o fez, para que ninguém pudesse provar que eu não faço parte desse número!

Se há alguns que Deus vai salvar, então eu sei, também, quem eles são, pois Ele me diz que eles são tão arrependidos do pecado, o confessam, o abandonam e acreditam no Senhor Jesus Cristo para a vida eterna! Essas mesmas coisas minha alma desejaria fazer – e quando eu o faço, eu sei que faço parte do número dos escolhidos e serei salvo! O que há nisso que possa desencorajar uma alma? No entanto, isso desencoraja alguns. Quando as pessoas estão nas trevas, elas têm medo de qualquer coisa, de tudo! De nada! “Tomam-se de grande pavor, onde não há a quem temer.” (Salmos 53.5) Uma vez que a pessoa entra em um baixo e nervoso estado, a queda de uma folha sugere uma avalanche! A menor sombra de uma nuvem significa a total extinção do dia e um pouco de chuva é o início da consagração final! “Expressão estranha”, você diz. No entanto, ela não é tão singular e ultrajante quanto tantas das inferências feitas por um desânimo resoluto. Ai desses problemáticos – eles sentem que não podem ser salvos porque há uma Israel que Deus escolheu para ser salva!

Nosso Deus colocou diante dessa mulher algo pior que o fato positivo da escolha de Israel. Ele declarou o lado negativo da escolha sagrada. Ele disse “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” É muito pouco o que você e eu, que somos ministros do Evangelho, temos que fazer pregando sobre o que Cristo não foi enviado para fazer. Aqui eu temo que mentes não renovadas, armadas com uma lógica impiedosa, tenham pecado gravemente contra o amor de Deus. A Verdade de Deus tratada Escrituralmente é um remédio santo, mas tratada com as maneiras da escola, pode se tornar uma poção mortífera! Pobres Corações penitentes, não há nada no decreto Divino que tire um de vocês da esperança! “Não falei em segredo, nem em lugar algum de trevas da terra; não disse a descendência de Jacó: Buscai-me em vão.” (Isaías 45.19) Contudo, o Salvador tornou distintamente o lado mais negro da doutrina da mulher, e disse “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.”

O que foi pior, no caso dela, foi que ela sabia que essa eleição, como Cristo havia firmado, a excluía, pois Ele disse a ela que Ele não foi enviado senão à casa de Israel e ela bem sabia que não pertencia a essa casa. Ela era uma mulher cananéia, nativa de Tiro e Sidom e, portanto, distintamente excluída – e o próprio Jesus disse isso a ela. Isso deve ter feito a frase cair como uma sentença de morte em seus ouvidos! Se os servos dizem algo assim para nós, nós podemos esquecer, mas se o Mestre diz, “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel,” então a questão termina em puro desespero. A pobre mulher cananéia poderia muito logicamente terminar as suas súplicas, dizendo, “O que mais pode ser feito? Eu não posso ir contra a palavra que vem dos lábios do próprio Cristo.” No entanto, ela não o fez, mas, como uma verdadeira heroína, ela pressionou o seu pedido até o alegre fim.

Vocês podem ver que a causa dela para o desencorajamento foi bem pior do que a de vocês jamais poderá ser, pois vocês não sabem que estão excluídos – não há nada na sua raça ou cidade que exclui você. Além do mais, Cristo nunca disse a vocês que vocês estão excluídos. Eu não acho que algum pastor tenha dito isso a vocês, mas se você se congregou a algum ministério sob o Céu que não há esperança para você, você não tem o direito de chegar a tal conclusão! No intento da minha alma, eu nunca desejei o desencorajamento de uma alma sequer entre todos vocês. Prefiro muito morrer para que vocês vivam! Mas se vocês copiaram palavras amargas e chegaram a conclusões miseráveis, então eu devo instar vocês a serem tão sensitivos e bravos quanto aquela mulher foi, que, quando ela recebeu isso não de sacerdotes, mas recebeu do próprio Cristo, que Ele não foi enviado a pessoas como ela, ainda assim ela perseverou, pressionou e foi até Ele e O adorou, dizendo, “Senhor, socorre-me.”

Alguns podem dizer a mim esta noite – “Por que falar sobre essa dificuldade toda?” Eu falo sobre isso porque ela existe. Ela assusta e preocupa muitas mentes. Muitos estão perturbados e os servos de Deus devem lidar com os seus problemas. Muito alegremente eu deixaria esses medos em paz se eles deixassem o meu povo em paz! O duro fato da predestinação encontra muitos homens em um lugar ou outro – até dos caminhos da filosofia ele não escapa! E quando ele vem obscuramente sobre almas verdadeiramente graciosas, muito de seu poder para injúria cairá sobre a ignorância da pessoa abordada. Se fôssemos melhor instruídos, provavelmente não acharíamos nenhum mistério onde tudo é mistério agora! Os homens esqueceram que a ordenação de Deus lida com tudo – não só com o mundo espiritual, mas também com o mundo natural. Ainda assim eles nunca permitem que ela os interfira em seu trabalho pelo pão, sua luta pela riqueza, ou sua corrida pela fama!

Por que eles deveriam dissociar a questão da salvação das dez mil outras questões que estão englobadas no mesmo anel? Por que os homens agem, em outros assuntos, de acordo com o senso comum, mas sobre esse assunto, transformam montículos em montanhas? Eles imaginam que a vontade de Deus seleciona uma ou duas questões e deixa todas as outras de lado! Eles sonham que ela tira a livre atividade e responsabilidade – e transforma homens em máquinas. Eles não conseguem entender que o plano Divino que interfere com nenhuma vontade dohomem, mas seguramente com a vontade de Deus – nem podem ver como tudo se procede pela livre ação das criaturas como se não existisse Deus – e ainda assim Deus comanda tudo. Eu espero que este assunto não tenha aborrecido os homens, mas é inútil desejar. Ele aborreceu desde o início e irá aborrecer até o fim. Como não podemos alterar os fatos, temos que lidar com eles.

Queridas almas perturbadas, Jesus quer que vocês venham a Ele sem medo! Ele convida vocês a confiar Nele, sim, mais – Ele comanda vocês a acreditarem no nome Dele! Nada que Ele pensou, ou ordenou, ou propôs, ou predestinou, tem alguma tendência de dirigi-los contra Ele. O que quer que a predestinação seja, ou não seja, algo é certo – “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores.” Tudo gira em torno Dele e de Sua Cruz. Venha, e não deixe nada te impedir, nem por uma hora!

II. Agora, observem O ATO LOUVÁVEL DESSA MULHER. Considerando o que ela fez, nós vamos chegar à parte prática do tema. E eu percebo que ela não tentou, em momento algum, negar o que Jesus havia dito. Ele disse, “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel,” e ela não respondeu, “Senhor, isso não é verdade.” Ela não questionou nada do que Jesus afirmou – isso seria grossa presunção da parte dela. Ela não deu evasivas, ou objetou, ou levantou oposição. Ela aceitou o que Jesus disse sem nenhum argumento. Ela não tentou dizer que era injusto que Cristo viesse apenas para a casa de Israel. Ela não afirmou, como alguns vergonhosamente fizeram, que Deus deveria lidar com um tanto quanto com outro, caso contrário, Ele estaria fazendo acepção de pessoas. Todo esse tipo de coisas, que temos ouvido tão frequentemente, estava longe da mente dela!

Ela foi silenciosa e submissa à fala do Salvador. Ela sequer argumentou que certamente, em sua instância solitária, poderia quebrar as regras. Ela não argumentou contra nada. Ela deixou a Verdade de Deus, que para ela foi negra, em acordo com Aquele cujo nome é luz. Ela vê a nuvem negra, mas a atravessa, sentindo que não pode ser nada além de uma nuvem – e então ela vem aos pés do Salvador e chora, “Senhor, socorre-me! Eu não entendo isto. Eu estou totalmente em uma névoa e em uma confusão. Senhor, ajude-me! Senhor, eu não peço paraentender, mas eu choro por ajuda. Permita-me a acreditar e receber a bênção, deixe a escura Verdade dizer o que eu posso.”

Muitas pessoas são tão fracas no julgamento que se elas tivessem que batalhar contra uma dificuldade antes de poderem ser salvas, elas iriam perecer na tentativa. Oh, pobre Coração, não batalhe contra nenhuma dificuldade! Deixe-a em paz! Se é uma grande Verdade para homens e você é ainda um bebê, não engasgue-se com a carne para homens. Se um grande mistério intromete-se com você, então voe para Jesus Cristo para que ele o liberte disto – com esta oração em sua boca – “Senhor, ajude-me. Eu estou em uma dificuldade. Ajuda o meu entendimento. Eu estou desanimado – ajuda o meu coração. Mas, especialmente, eu estou cheio de iniquidade – ajuda o meu pobre e lamentável caso e faz por mim o que eu não posso fazer por conta própria. Salva a minha alma e me liberta.”

Agora, então, nós vimos o que ela não fez, e nisto ela é admirável. Agora vejamos o que a mulher realmente fez. Ela veio a Jesus. Leia as palavras, “Ela, porém, veio e o adorou.” Primeiramente, ela veio a Jesus e não foi ao redor disso. Ela não foi a Pedro, ou Tiago, ou João – ela veio a Jesus. Ela não ficou parada e chorando, como ela fez antes, à distância, mas chorou até Ele, ela veio a Jesus, o chamou, ela o agarrou. Eu não duvido de que ela se jogou aos Seus pés, embora ela pudesse abraçá-Lo. Ela foi a Jesus. Agora, de tudo que está abaixo dos céus, pobre Alma, voe para o vivo, pessoal Cristo! Não há ninguém vivo como Cristo, o Salvador dos pecadores, cujo deleite é lidar com as doenças e enfermidades dos homens. Não parem, eu rogo a vocês, em doutrinas, ou em preceitos, ou em pastores, ou em serviços – mas vão diretamente para Cristo – o vivo, pessoal Salvador, ungido do Senhor. Sua esperança está Nele!

“Que caminho devo tomar?” você pergunta. Fosse uma questão de ida física, eu sei que se a estrada fosse longa e sombria, vocês começariam nela, hoje à noite, sem demora. Mas é uma ida mental. Vocês devem ir a Jesus, não com os pés e as pernas, mas com a mente e o coração. Lembre-se de que há tal Pessoa. Considerem-No. Pensem Nele. Acreditem Nele. Reverenciem-No, pois Ele é o Filho do Altíssimo. Confie Nele, pois Ele é “poderoso para salvar” (Isaías 63.1). Isso é ir até Ele. Desde que Ele é um Salvador, deixe-o completar o Seu serviço em você. Você precisa grandemente de salvação – dê a Ele a oportunidade de mostrar o que Ele pode fazer. Diga com a sua alma, “Eu sou o chefe dos pecadores – perdido, arruinado e desatado. Eis que venho a Ele! Seu eu perecer, vou perecer confiando Nele.” Uma alma não pode morrer confiando no Senhor – antes o Céu e a Terra acabarem do que Jesus falhar em salvar a alma que confia Nele!

A mulher foi a Jesus imediatamente depois de ele ter proferido Suas palavras de desencorajamento. Nós lemos no texto, “Ela, porém, veio”. “Ela, porém, veio e o adorou.” O que, porém – quando Ele pareceu se afastar dela – porém? Porque, Ele tinha acabado de falar para ela que Ele não fora enviado para ela. “Ela, porém, veio.” Ele tinha acabado de proferir a mais misteriosa e desencorajadora Verdade de Deus, mas, “Ela, porém, veio.” Esse tipo de fé que vem a Cristo somente em dias de verão, entre os lírios do campo, não é de muito uso! Flores e borboletas e todas as coisas que vem com a calmaria e o brilho logo se vão – nós precisamos de uma esperança que possa sobreviver a geada! Esse é o tipo de fé que vem a Jesus no meio do inverno, quando o frio devora e o assopro feroz atinge os montes de neve. Essa é a fé que salva a alma – a fé que se aventura ao Salvador apesar de qualquer condição meteorológica.

A fé salvadora aprende a acreditar em contradições, a rir de impossibilidades e dizer, “Isso não pode ser, mas mesmo assim, será.” Nossa pobre amiga que foi golpeada pelas palavras do nosso Senhor foi secretamente acolhida pela visão de Sua Pessoa. O que uma palavra pode ser comparada a uma pessoa – comparada com uma pessoa como a de Jesus, o Amigo dos Pecadores? Ela acredita Nelemais do que em Sua forma de falar! Ele diz que não foi enviado, mas ali está Ele! Ele diz que Ele não foi enviado senão às ovelhas perdidas da casa Israel – e ainda assim ali está Ele! Ele veio aqui onde não há nenhum da casa de Israel! Ela parece dizer a si mesma, “Se Ele foi enviado ou não, aqui está Ele. Ele veio por entre os de Tiro e Sidom – e eu vim a Ele! Portanto Ele não está escondido de mim pela sua missão. Eu não entendo a Sua linguagem, mas eu entendo o olhar de Seu rosto. Eu entendo as Suas maneiras. Eu entendo o encantamento de Sua Pessoa bendita. Eu posso ver que a compaixão habita no Filho de Davi. Eu tenho certeza de que Ele tem todo o podee dado a Ele para curar a minha filha – e aqui está Ele. Eu não conheço Sua missão, mas eu conheço Ele e eu ainda vou pleitear com Ele.” Então ela foi a Jesus, e por que você não o faria?

Agora, Alma, essa é a noite mais escura de todas para você? Venha para Jesusagora! Você tem certeza de que o seu caso é sem esperança? Certeza de que a sua condenação está selada? Você escreveu o seu próprio atestado de morte? Você fez uma aliança com a morte e uma aliança com o Inferno? Você tem certeza de que será condenado antes do amanhecer? Então venha para Jesus Cristo agora! “Ela, porém, veio”. Essa é a questão – vir para Cristo quando Ele tem uma espada desembainhada na Sua mão, como Bunyan diz – vir para Cristo quando Ele franze as sobrancelhas – vir para Cristo quando tudo diz, “volte”. “Ela, porém, veio.” Mulher brava! Pela Sua Graça eu irei fazer o mesmo.

Mas agora, percebam como ela veio. “Ela, porém, veio e o adorou.” Meu coração se regozija grandemente! Eu queria poder imaginar esta cena. Ela não parou para resolver a questão difícil que Ele colocou a ela – ela olhou para Ele e foi até Ele e quando ela ficou perto Dele, ela fez a melhor coisa que podia – ela O adorou! Ela inclinou sua face diante Dele! E quando ela olhou para cima, foi com um olhar de temor reverente e confidência infantil! Bendito seja o Seu nome – se não podemos entendê-Lo, podemos adorá-Lo!

Agora, você tem pensado sobre si mesmo, e quanto mais você faz isso, mais você vai sentir desalento e desespero. Nenhum conforto virá a você por essa estrada. Se eu fosse você, eu desistiria dessa tarefa e começaria a pensar sobre Jesus, o Filho de Deus, o Salvador dos homens. “Oh, mas eu sou um pecador!” Sim, e Ele é um grande Salvador! “Senhor, eu estou tão negro de maldade!” Mas Ele é capaz de nos tornar mais alvos do que a neve! “Ai de mim, eu mereço grandemente esta maldição!” Sim, mas Ele fez-se “maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.” (Gálatas 3.13) Pela morte o Senhor tirou essa maldição. Veja Ele, na Cruz, tirando o pecado humano, e veja se você não consegue imitar o exemplo da mulher – “Ela, porém, veio e o adorou.” Agora, tentem, pobres espíritos temerosos – tentem e adorem! Esta é uma reverência que um coração humilde pode fazer em estilo aceitável.

Um coração convencido fará qualquer coisa antes de adorar. O orgulho, o ego e a rebelião não podem adorar – mas corações humildes são felizes nesse ato! Oh, que você possa se curvar comigo diante do Cordeiro de Deus! O adore agora! “Bendito Filho de Deus! Bendito Filho de Deus! Tu te tornaste Homem para os homens e morreste no lugar dos pecadores! Oh, o Teu amor! Teu maravilhoso amor! E Tu foste para a Glória agora. Tu te assentas à destra de Deus e ali eu Te adoro como o meu Senhor e meu Deus! Se eu não Te chamo de meu Salvador, ainda assim, Tu serás o meu Deus! Se eu não me regozijar em Ti, pelo menos irei Te adorar.” Isso é fala santa! Tem um perfume que o Senhor adora! Dessa forma a fé virá até você. Dessa forma vida, paz e todo o resto virão até você. Essa vacilante cananeia “veio e o adorou” – siga ela e compartilhe da sua bem-aventurança!

Então, notem a prece dela. Alguém já observou que se você estivesse em um pedaço de gelo quebrado e não pudesse chegar à margem do rio, ou achasse que não poderia, um dos melhores caminhos seria ficar de quatro e tentar se arrastar o mais cautelosamente que você pudesse – e tentar sair do gelo e de alguma forma chegar à margem. Essa mulher assim procedeu. Ela pareceu cair nitidamente sobre aquela terrível Verdade de Deus a qual ela não podia entender! Ela adora, venera e reverência Aquele que falou isso – e assim ela espalha a sua fraqueza em todos os possíveis lugares de descanso – e vem seguramente para a praia. “Senhor,” ela diz, “socorre-me. Oh, não me deixe para trás, mas socorre-me! Senhor, não me deixe, mas socorre-me! O que quer que o Senhor tenha a me dizer, diga, e eu irei adorá-Lo enquanto o Senhor o diz –

“Ainda que Tu me destruas, eu confiarei,

Louvar-te até mesmo da poeira,”

Mas, Senhor, socorre-me!”

Meu querido ouvinte, faça isso, e faça agora! Nenhuma doutrina irá perturbá-lo mais – eu tenho certeza de que não irá. Caso contrário, você vai inquirir por que você já se deixou perturbar. Você já deixou a predestinação perturbá-lo nas suas questões diárias? Amanhã você espera ganhar alguns xelins em seu trabalho diário, mas pode ser que você não ganhe – talvez você perca. Por que você não diz a si mesmo, “Pode ser que a Providência de Deus decidiu que eu não ganhe nada amanhã; portanto, eu devo ficar em casa e não fazer nada”? Ora, você não é tolo assim! Você vai abrir as cortinas de sua loja, mostrar seus produtos e fazer o seu melhor – ou você vai sair para o seu serviço e buscar o seu salário de costume. Deixe a Providência de Deus fazer o que ela tem de fazer, sua tarefa é fazer o que você pode! Assim é com uma pobre alma sedenta – o trabalho dessa alma é deixar o Senhor fazer o que Ele quer, mas enquanto isso, chorar, “Senhor, socorre-me!” Totalmente submissa, mas adorando de coração, deita-se aos pés de Jesus e acredita que esse Salvador Divino irá salvar toda alma que se apoiar Nele. Esse é o caminho da sabedoria; siga ele! Deus te ajuda a fazer isso, e fazer de uma vez.

Eu não acho que preciso dizer mais alguma coisa para confortar vocês, pois isso já deve ser suficiente, se o Senhor inclinar o seu coração a buscar a Sua face de uma vez. Lembrem-se disso, que nunca houve uma alma que foi até Cristo e Ele a abandonou! Lembre-se, novamente, que nunca poderá haver tal alma, pois Ele disse, “Aquele que vem até mim, de maneira nenhuma lançarei fora.” Lembre-se, de novo, que toda alma que já veio até Cristo, foi porque o Pai a chamou – e que toda alma que chegou, descobriu, depois, que havia uma eleição de Graça que o englobava – e que Ele estava nela! Até essa pobre mulher chegou a ser uma que Cristo foi enviado para abençoar! Embora, como uma questão geral de fato, na Sua vida, Ele veio para a descendência de Israel, assim como os Profetas vieram para Israel, mesmo assim sempre apareceu uma exceção a respeito dos Profetas e, portanto, não há nenhum espanto que pudesse haver exceções no caso do seu Senhor.

Muitas viúvas estavam em Israel nos dias de Elias, mas para nenhuma delas foi enviado o Profeta, salvo uma mulher de Sarepta, que pertencia à cidade de onde essa mulher veio! Muitos leprosos estavam em Israel nos dias de Eliseu, mas nenhum deles foi salvo, a não ser Naamã, o Sírio. Naamã não pertencia à raça favorecida, era um estrangeiro de muito longe – e ainda assim ele recebeu a benção da cura do Senhor Deus de Israel! A eleição de Deus parecia excluir tudo menos os filhos de Israel – mas apenas parecia – sempre havia alguns estrangeiros na linha dos escolhidos. E essa forma particular de eleição que consistiu no ministério pessoal do nosso Senhor, sendo apenas para os Judeus, não causou a exclusão dessa pobre mulher. Para ela, Jesus Cristo havia manifestamente vindo à linha dos escolhidos, pois ali estava Ele! Ele estava fora de Sua própria fronteira! Ele veio até ela!

Agora, neste momento, qualquer coisa que você pense sobre esta ou aquela doutrina, Jesus Cristo veio até você. Eu tenho pregado a vocês a Sua Verdade e vocês a tem ouvido! Sim, e vocês tem sentido algo de seu poder. Entreguem-se a ela, eu peço a vocês. Se vocês se entregarem a ela, e forem até Ele e confiarem Nele, então regozijem-se, pois as linhas do amor eletivo te enlaçaram! Você é Dele! Você não poderia, nem iria chegar a Ele em oração e simples fé se assim não tivesse de ser! Sua vinda a Ele prova que o Seu amor eterno chegou a você! Vá para casa, oh, mulher de espírito triste, e não fique mais triste! Que o Senhor abençoe todos vocês, em nome de Jesus. Amém.

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ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO USE ESTE SERMÃO

PARA TRAZER MUITOS A UM CONHECIMENTO SALVADOR DE JESUS CRISTO

FONTE::Projeto Spurgeon

Traduzido de http://www.spurgeongems.org/vols28-30/chs1797.pdf

Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público

Sermão nº 173—Volume 30  do Metropolitan tabernacle Pulpit,

Original em inglês: How to Meet the Doctrine of Election

Tradução: Maria Eduarda Lyra

Revisão: Armando Marcos

Capa: Beatriz Rustiguel


[1] Bethlem Royal Hospital é um hospital psiquiátrico localizado em Londres

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O Senhor como uma mãe (#Dia das mães)

 

 

DOMINGO, MAIO 08, 2011

Eliza, mãe de
Charles Spurgeon

Spurgeon

Banco da Fé

14 de março


"Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei" Isaías 66:13

O consolo de uma mãe! Ah, é a ternura mesma. Como uma mãe adentra na dor de seu filho! Como o aperta contra seu peito, e trata de extrair dele toda sua aflição para a transplantar a seu próprio coração! O filho pode contar tudo a ela, já que ela se identificará com o problema como ninguém poderia fazê-lo. Entre todos os consoladores, a criança prefere sua mãe, e mesmo homens adultos tem descoberto que isso é assim.

O Senhor Jeová condescende a fazer o papel de uma mãe? Isso, verdadeiramente, é bondade. Podemos perceber com facilidade que Ele seja um pai – porem, será que também como uma mãe? Acaso isso não nos convida a uma santa familiaridade, a uma confiança sem reservas, a um repouso sagrado? quando Deus converte-se em "o Consolador" nenhuma angustia pode permanecer por longo tempo. Cada um de nós haverá de contar a Ele seu problema, ainda que os soluços e os suspiros convertam-se em nossa primeira expressão. Ele não nos desprezará por nossas lágrimas: nossa mãe não o fez. Ele considerará nossa fragilidade assim como ela fez, e tirará nossas faltas, só que o fará de uma maneira  mais certa e mais seguro do que nossa mãe poderia fazer. Não procuremos levar sozinhos nossa dor: isso seria rude para Um tão gentil e tão amável. Comecemos o dia com nosso amante Deus, e , por que não o terminamos na mesma companhia, já que as mães nunca se casam de seus filhos?

__________________
FONTE: Banco da Fé
tradução: Armando

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Por Que Alguns Pecadores Não São Perdoados

 

No. 2705

Um sermão pregado na noite de Domingo 30 de Outubro, 1881

Por Charles Haddon Spurgeon

No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.

E lido no Domingo 16 de Dezembro, 1900.

 

“E por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade?” Jó 7: 21a (ACF)

Ninguém deveria descansar até ter absoluta certeza de que seu pecado foi perdoado. Pode ser perdoado, e necessita-se ter segurança do perdão recebido. E não deveria dar descanso a seus olhos, nem um sono rápido e tranquilo às suas pálpebras, enquanto não tiver recebido a segurança, com absoluta certeza, de que a sua transgressão foi perdoada e sua iniquidade retirada.

Vocês, queridos amigos, podem ser pacientes com o sofrimento, mas não deveriam ser pacientes com o pecado. Vocês podem pedir cura com resignação completa à vontade de Deus caso Ele queira concedê-la; mas devem importuná-lO ao pedir perdão, sentindo que alcançarão. Podem não estar convictos de que seja a vontade de Deus livrá-los da enfermidade, mas devem ter a absoluta certeza que é a vontade dEle ouvi-los quando clamam a Ele para que os salve do pecado.

E, se no primeiro clamor não são salvos, procurem conhecer por que Ele recusa conceder-lhes a bênção que tanto desejam. É legítimo fazer esta pergunta a Deus uma e outra vez: “E por que não perdoas a minha transgressão e não tiras a minha iniquidade?”

Precisamos também, refletir neste assunto com nosso coração e nossa consciência, para ver se poderíamos descobrir por que o perdão não nos é concedido durante um tempo, pois Deus nunca age arbitrariamente e sem razão; e, podem acreditar que se esquadrinhamos diligentemente à luz da lâmpada do Senhor, seremos capazes de encontrar uma resposta a esta pergunta de Jó: “E por que não perdoas a minha transgressão e não tiras a minha iniquidade?”

A pergunta de Jó poderia ser formulada por um filho de Deus; mas poderia ser feita com mais frequencia por outras pessoas que ainda não foram levadas conscientemente à família do Senhor.

I. Em primeiro lugar considerarei nosso texto como UMA PERGUNTA QUE, COMO NO CASO DE JÓ, UM VERDADEIRO FILHO DE DEUS PODERIA FAZER: “Por que não perdoas a minha transgressão e não tiras a minha iniquidade?”
Algumas vezes, amados amigos, esta pergunta é feita debaixo de um mal entendido. Jó era um homem que sofria grandemente; e ainda que ele soubesse que não era tão culpado como seus impertinentes amigos queriam fazê-lo crer, ele realmente temia que suas grandes aflições fossem resultado de algum pecado; e, portanto, se apresentou ao Senhor com esta desconsolada pergunta: “por que continuas mandando-me toda esta dor e esta agonia? Se é por causa do pecado, por que, então não perdoas primeiro o pecado, e em seguida tiras suas consequências?

Agora, eu entendo que tivesse sido um mal entendido da parte de Jó supor que suas aflições eram o resultado do pecado. Atentem irmãos, para o fato que nós estamos tão cheios de pecado por natureza, que sempre podemos crer que há suficiente mal dentro de nós que nos poderia fazer passar por severa aflição, se Deus nos tratasse segundo Sua justiça; mas, por favor, lembrem que, no caso das afições e provas de Jó, o propósito do Senhor não era castigá-lo por seu pecado, mas sim mostrar no patriarca – para Sua honra e glória – as maravilhas de Sua graça, concedendo a Jó grande paciência para que ainda se apegasse a Deus mesmo com o mais horrendo sofrimento, e para que triunfasse em tudo isso.

Jó não estava sendo castigado; ele estava sendo honrado. Deus estava concedendo-lhe um nome entre os grandes da terra. O Senhor estava elevando-o, estava promovendo-o, estava colocando-o em um posto superior, estava fazendo com que ele se convertesse em um dos pais e modelos da antiga igreja de Deus. Estava fazendo por Jó coisas extraordinariamente boas, para que vocês ou eu, ao revisar toda sua historia, pudéssemos muito bem dizer: “eu estaria muito contente em receber as aflições de Jó se pudesse contar também com a graça de Jó, e ter o lugar dele na Igreja de Deus.”

Poderiam pensar, amados, que sua aflição presente é o resultado de algum pecado em vocês, mas poderia não ter nenhuma relação. Pode ser que o Senhor os ame de uma maneira muito especial porque são um ramo frutífero, e Ele os está podando para que possam produzir maior fruto.

Como Rutherford[1] disse em seus dias a uma preciosa dama que havia perdido a vários de seus filhos: “você é tão doce para o Bem Amado, que Ele está com ciúmes por sua causa, e lhe está tirando todos os objetos de seu amor terreno para poder absorver para Si todo o afeto de seu coração.”

Era a própria doçura do caráter da piedosa mulher que conduziu seu Senhor a atuar desta forma com ela, e eu creio que há alguns filhos de Deus que agora estão sofrendo simplesmente porque são agraciados.

Há certos tipos de aflição que só sobreveem aos mais eminentes membros da família de Deus; e se vocês são alguns daqueles que são honrados desta maneira, em vez de perguntar a seu Pai Celestial: “quando perdoarás meu pecado?“, poderiam dizer com mais propriedade: “Meu Pai, como Tu perdoaste minha iniquidade, e me adotaste como um membro da Tua família, aceito alegremente minha porção de sofrimento, já que em tudo isto Tu não estás trazendo à minha mente a lembrança de nenhum pecado não perdoado, pois eu sei que todas as minhas transgressões foram contadas sobre a cabeça do Cordeiro Macho da antiguidade. Como Tu não estás colocando diante de mim nenhum motivo de contenda entre Tu e eu, pois eu caminho na luz como Tu estás na luz, e tenho uma doce e bendita comunhão Contigo, me inclinarei diante de Ti, e amorosamente beijarei Teu cajado, aceitando de Tuas mãos qualquer coisa que Teu decreto infalível estabeleça para mim.”

Seria algo bendito, queridos amigos, que pudessem possuir este estado de mente e de coração; e poderia suceder que seu oferecimento da oração acima estivesse  cimentado sobre um total mal entendido do que o Senhor está fazendo com vocês.

Algumas vezes, também, um filho de Deus usa esta oração com um sentido muito incomum de pecado. Vocês sabem que quando estão contemplando uma paisagem, podem fixar seu olhar de tal forma sobre um objeto em especial, que já não olham o resto da paisagem. Poderiam deixar de ver suas grandes belezas porque observaram unicamente uma pequena parte da mesma.

Agora, de maneira semelhante, ante a observação do crente, há um amplo espectro de pensamento e de sentimento. Se colocarem seu olhar sobre sua própria pecaminosidade, como poderiam fazê-lo, poderia ser que se esquecessem da grandeza do amor do Todo Poderoso e da grandosidade do sacrifício expiatório; mas, sem dúvida, ainda que não os esquecessem, não pensariam tanto neles como deveriam, pois pareceria que fazem de seu próprio pecado e de toda sua atrocidade e gravidade, o objeto central de sua consideração.

Há certos momentos em que não podes evitá-lo; esses pensamentos e esses sentimentos sobrevêm a mim, assim que posso falar com base em minha própria experiência. Dou-me conta que algumas vezes, sem importar o que eu faça, o pensamento que domina minha mente tem a ver com minha própria pecaminosidade, com minha pecaminosidade inclusive desde minha conversão, com minhas deficiências e meus desvios de meu Deus cheio de graça.

Agora, vejam bem, é bom pensar em nosso pecado desta maneira, mas não é bom pensar nele desproporcionalmente em comparação com outras coisas.

Quando vou ao médico porque estou doente, penso naturalmente na minha doença; mas, acaso não penso também no remédio que seria prescrito, e em muitos casos em que uma doença foi combatida com o uso deste remédio? Então, não seria indevido eu fixar meus pensamentos inteiramente sobre um fato e excluísse outros fatos compensatórios?

Sim, e é precisamente assim que atuamos muitos de nós, e logo clamamos a Deus como fez Jó: “Por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade?“, quando, na verdade, já está perdoada e já foi retirada.

Se tentássemos vê-lo, flui diante de nós esse rio sagrado do sangue propiciatório de nosso Salvador que cobre toda nossa culpa, de tal forma que, ainda que seja grande, não existe aos olhos de Deus, pois o sangue precioso de Jesus apagou para sempre.

Há outros momentos nos quais o crente poderia, talvez, articular a pergunta de nosso texto; sempre que se meta em problemas com seu Deus. Vocês sabem que depois de sermos completamente perdoados – como o somos no momento em que cremos em Jesus – não somos considerados mais como criminosos diante de Deus; antes, nos convertemos em Seus filhos.

Vocês sabem que é possível que um homem que tenha sido levado à corte como  prisioneiro, seja perdoado; mas suponham que, depois de ser perdoado, fosse adotado por aquele que atuou como seu juiz, e fosse integrado à sua família convertendo-se em seu filho. Agora, depois de fazer isso, supomos que não seria possível levá-lo novamente diante do tribunal para julgá-lo e colocá-lo na prisão. Não; se ele se converteu em filho do juiz, sei o que seria feito; o juiz o colocaria debaixo das regras de sua casa às quais, se espera, sejam acatadas por todos os membros da sua família. Logo, se ele se comportasse mal na sua condição de filho, então não haveria a liberdade de relacionamento e a comunhão de pai e filho que deveria existir. Pela noite, o pai poderia se recusar a beijar o filho desviado e desobediente. Quando seus irmãos se alegrassem com o sorriso do pai, a sua porção poderia ser um cenho franzido; não que o pai o tivesse expulsado de sua família, ou que ele passasse a ser menos filho do que era, mas há uma nuvem entre eles devido ao seu comportamento indevido.

Temo, meus queridos amigos, que alguns de vocês devem ter sentido, algumas vezes, o que esta experiência significa; pois entre vocês e seu Pai Celestial –ainda que vocês estejam seguros de que Ele nunca os apartará de Si – há uma nuvem. Vocês não estão caminhando na luz, e seu coração não é reto aos olhos de Deus. Eu os exorto sinceramente a que não permitam que esta triste situação ocorra; ou se alguma vez aconteça, rogo a vocês que não permitam que esse triste estado de coisas dure nem sequer um dia. Resolvam a contenda com seu Deus antes de irem deitar-se à noite. Talvez o filho tenha enfadado-se e seu pai teve que falar muito asperamente; durante longo tempo foste muito orgulhoso para ceder; mas, no final, o pequenino veio e disse: “pai, me comportei mal, sinto muito“; e no mesmo instante a perfeita paz se instalou entre os dois. O pai lhe disse: “isso é tudo que eu precisava ouvir, meu filho querido. Eu te amei inclusive quando fostes avesso e irado, mas eu queria que sentisse e reconhecesse que estavas agindo mal; e agora que o sentes e reconheces,  minha dor terminou. Vem me abraçar pois tu és tão amado para mim como o resto da família.

Posso imaginar muito bem que, quando tiveram propósitos que se encontravam com Deus, Ele tenha recusado por algum tempo depositar o sentimento de Seu amor paterno em seus corações. Então eu lhes suplico que se acheguem a Ele, e lhes sugiro que a oração mais apropriada a Ele é com as palavras do texto: E por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade?”Ou peçam em oração como fez Jó um pouco mais tarde: “Faze-me saber por que contendes comigo, pois quero estar em paz contigo, e meu espírito recém nascido não pode ter descanso enquanto haja alguma causa de contenda entre nós.”

Até aqui estive me dirigindo aos filhos de Deus. Agora peço suas sinceras orações para que seja guiado a falar sábia e poderosamente aos demais.

II. A PERGUNTA DE NOSSO TEXTO PODERIA SER FORMULADA POR ALGUNS INDIVIDUOS QUE NÃO SÃO CONSCIENTEMENTE FILHOS DE DEUS: “E por que não perdoas a minha transgressão, e  não tiras a minha iniquidade?”

E, primeiro, parece que escuto alguém que faz este tipo de interrogação: “Por que Deus não tira a minha iniquidade e acaba com ela? Quando venho a este lugar, ouço muito sobre a expiação pelo sangue, e da reconciliação através da morte de Cristo; mas, por que Deus não me diz simplesmente:“É certo que fizeste o mal, mas eu te perdôo, e ali termina todo o assunto?”

Com suma reverência para com o nome e o caráter de Deus, devo dizer que tal curso de ação é impossível. Deus é infinitamente justo e santo, Ele é o Juiz de toda a terra, e deve castigar o pecado.

Vocês sabem, queridos amigos, que há momentos, inclusive na história dos reinos terrenos, em que os governantes dizem, mesmo que não por palavras, mas com suas ações: “há sedição por toda parte, mas deixaremos que continue; não queremos parecer severos, assim que não queremos suprimir os rebeldes.”

Qual é a consequência inevitável de tal conduta? Pois bem, que o mal se torna pior e pior; os homens rebeldes se vangloriam baseando-se na liberdade que lhes é concedida, e agem com maior liberdade; e, a menos que o legislador tenha a intenção que sua lei seja chutada por toda a rua como uma bola de futebol, a menos que pretenda que a paz e a segurança de seus súditos que cumprem a lei seja absolutamente destruída, se obrigará a agir; e diz: “não; não se pode permitir que este estado de coisas continue. Eu seria cruel para com os outros a menos que desembainhe a espada e faça justiça para ser respeitado por todo meu reino.”

Eu digo a vocês, queridos amigos, que a coisa mais terrível do universo seria um mundo cheio de pecado, e, que não houvesse um inferno para seu castigo. A mais espantosa condição em que se poderia encontrar alguém é a condição de absoluta anarquia, quando cada pessoa faz o que lhe apraz, e a lei se torna totalmente desprezada.

Agora, se depois que os homens tivessem vivido vidas de impiedade e pecado, dos quais nunca se arrependeram, e de cuja culpa não foram exonerados, Deus os levasse tranquilamente ao céu, todo governo moral teria chegado do fim, e o próprio céu não seria um lugar para onde alguém tivesse almejado chegar. Se os ímpios fossem para o céu na mesma condição em que se encontram na terra, o céu se converteria em uma espécie de ante-sala do inferno, um respeitável lugar de condenação; mas esse não poderia jamais ser o caso. “O Juiz de toda a terra, não há de fazer o que é justo?

Ele formulou um maravilhoso plano pelo qual pode perdoar ao culpado sem abalar, no mínimo grau, as estruturas de Seu trono, ou colocar em perigo Seu governo. Querem ser salvos dessa maneira ou não? Se rejeitarem o caminho de salvação de Deus, se perderão, e a culpa permanecerá à sua própria porta. Deus não permitirá a anarquia para satisfazer seus caprichos, nem deixará vazio o trono do céu para que possamos ser salvos segundo nosso próprio capricho.

spurgeonCharles Spurgeon

Com um infinito custo do amor de Seu coração, pela morte de Seu próprio amado Filho, Ele providenciou uma via de salvação; e se vocês rejeitam isso, não precisariam fazer a pergunta de Jó, pois saberiam por que não perdoa sua transgressão e não perdoa sua iniquidade; e sobre sua cabeça recairá o sangue de sua alma imortal.

Talvez alguém diga: “bem, então, se essa é a via de salvação de Deus, creiamos em Jesus Cristo, e obtenhamos o perdão imediatamente. Mas tu falas da necessidade de um novo nascimento, e de deixar o pecado, e de seguir a santidade, e dizes que sem santidade ninguém verá ao Senhor.”

Sim, com efeito, digo, porque a Palavra de Deus o diz; e eu repito que, se Deus outorgasse o perdão e em seguida permitisse que os homens continuassem no pecado justamente como o faziam antes, seria uma maldição para eles ao invés de uma bênção.

Vejamos, se o homem desonesto prosperasse no mundo, isso acaso seria uma bênção para ele? Não, certamente não; pois com certeza se faria mais desonesto. Se um homem pratica a libertinagem e escapa de suas consequencias nesta vida, isso acaso é uma bênção para ele? Não; pois se converterá em um libertino ainda maior; e se Deus não castigasse aos homens por seu pecado, antes permitisse que fossem felizes no pecado, seria uma maldição maior para eles se Ele viesse e lhes dissesse: “Por cada transgressão da minha lei justa, haverá um castigo devido; e para todo mal moral sobrevirá também males físicos naqueles que os cometem.”

Eu dou graças a Deus por não permitir que o pecado produza felicidade; abençoado seja Deus que põe o castigo nas costas do mal, pois assim deveria ser.  A maldição do pecado está no próprio mal mais que em seu castigo; Se um homem sendo pecador, se convertesse em algo feliz, então os homens pecariam, e pecariam repetidamente, e pecariam ainda mais gravemente; e isto Deus não tolerará.

“Bem”, – dirá algum outro amigo- “esse não é meu problema. Eu desejo ser salvo pela expiação de Cristo, e estou perfeitamente ansioso de ser conduzido a deixar de pecar, e a receber de Deus um novo coração e um espírito reto; por que, então, não me perdoa, e apaga minhas transgressões?”

Bem, em primeiro lugar, pode ser, porque tu não confessaste teu mal proceder. Lembrarás que o apóstolo João diz: “Se confessamos nosso pecado, ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados.” Você pergunta: “a quem confessarei meus pecados?” Por acaso deve vir a mim com sua confissão? Oh, não, não, não! Eu não poderia suportar isso. Existe um velho provérbio que descreve a imundície assim: “é tão imundo como o ouvido de um padre.” Não posso imaginar algo mais sujo que isso, e não tenho nenhum desejo de ser participante da imundície. Busca auxílio em Deus, e confessa a Ele o seu pecado; verte no ouvido dAquele a quem ofendeste com a triste história de seu coração; diga como Davi: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista.

Querido amigo ansioso, se me dissesse: “durante muitos meses busquei ao Senhor, e não posso encontrá-lo, nem alcanço paz na consciência“; eu lhe aconselharia que tentasse esse plano: se tranque em seu quarto, sozinho, e faz uma detalhada confissão de sua transgressão. Talvez tivesse a oportunidade de ser hipócrita ao confessá-la de maneira pouco exaustiva; assim que, tenta confessá-la em detalhe, refletindo especialmente naqueles pecados mais graves que provocam demasiadamente a Deus e sujam mais a consciência, da maneira que Davi orou: “Livra-me dos homicídios, oh Deus.” Esse era seu grande crime; ele havia causado a morte de Urias, assim que confessou que era culpado do sangue, e orou para ser livrado.

Da mesma maneira, confessa seu pecado, qualquer que tenha sido. Eu estou convencido que, seguidamente, a confissão a Deus alivia a alma do seu fardo de culpa. É como quando um homem tem um tumor em formação, e um médico sábio afunda seu bisturi, e o que se havia formado é retirado, e a inflamação cede, sucede com frequência o mesmo com o que a consciência acumulou, se, pela confissão, o coração é operado e o mal acumulado se dispersa. Como poderíamos esperar que Deus dê descanso à nossa consciência se não lhe confessamos nosso pecado?

Não poderia ser possível, também, queridos amigos que não possam obter perdão e paz, porquevocês ainda estão praticando algum pecado conhecido? Agora, seu Pai Celestial tem o propósito de lhes outorgar misericórdia de uma maneira que será para seu benefício permanente.

O que vocês estão fazendo de errado? Eu não os conheço tão intimamente como para poder dizer o que é que está mal com vocês; mas conheci a um homem que não podia obter de forma alguma a paz com Deus porque havia brigado com seu irmão, e como não queria perdoá-lo, não era razoável que esperasse receber o perdão de Deus.

Havia outro homem que buscou ao Senhor durante um longo tempo, mas não conseguia obter paz por esta razão: era um vendedor ambulante de tecidos, e tinha o que se supunha ser uma fita métrica, mas a fita não tinha as medidas completas; e, um dia, durante o sermão, pegou a fita no lugar de adoração, e a arrebentou, desse momento em diante encontrou a paz com Deus quando claramente renunciou ao que havia sido seu instrumento de crime. Ele havia buscado em vão o perdão todo o tempo em que havia perseverado no mal; mas tão logo renunciou a isso, o Senhor sussurrou paz à sua alma.

Acaso algum de vocês toma “uma embriagadora dose em excesso” em sua casa? Por acaso esse é o seu pecado urgente? Dirijo-me às mulheres da mesma forma que aos homens quando faço esta pergunta. Vocês riem pela sugestão, mas não é um assunto para rir-se, pois é tristemente certo que muitos, de quem não se suspeita que façam, são culpados de beber em excesso. Agora, pode ser que nunca haja paz entre Deus e sua alma até que a taça seja suprimida. A taça deve desaparecer se Deus há de perdoar seu pecado. Assim, quanto mais cedo desaparecer, melhor será para vocês.

Talvez, em seu caso, o pecado seja porque não governam adequadamente suas famílias. Quando seus filhos fazem algo errado, não são censurados nunca? De fato é permitido a eles que cresçam para que sejam filhos do demônio? Esperam que Deus esteja de acordo com vocês enquanto isto acontece? Pensem na queixa que Deus tinha contra Eli em relação a esse tema, e lembrem-se como terminou esta contenda, porque Eli chamou a atenção de seus filhos muito brandamente: “Por que fazem coisas semelhantes?”, mas não os reprimiu quando se aviltavam.

Observem, queridos amigos: Deus não nos salvará pelas nossas obras; a salvação é inteiramente de graça, e ela se mostra imediatamente ao pecador sobre quem é concedida levando-lhe a renuncia ao pecado ao qual  havia se entregado anteriormente.

Então, que escolherão: seu pecado ou seu Salvador? Não tratem de segurar o pecado com uma mão e o Salvador com a outra, pois ambos não poderiam ser seus; assim que, escolham por qual optarão. Rogo a Deus que lhes mostre qual é o pecado que está impedindo que tenham paz, e logo lhes conceda a graça para renunciar a ele.

Bem” -dirás- “não creio que este seja meu caso em absoluto, pois eu na verdade me esforço de todo coração, a renunciar a todo pecado, e estou buscando sinceramente a paz com Deus.”

Bem, amigo, talvez não a tenhas encontrado porque não tens sido completamente sincero ao buscá-la. Parecerias ser sincero enquanto estás aqui no domingo à noite, mas, quão sincero és na segunda à noite? Talvez sejas bastante sincero então, porque vens à reunião de oração, mas, o que acontece na terça, na quarta, e no resto da semana? Quando um homem realmente quer que sua alma seja salva, deveria abandonar tudo enquanto não resolvesse esse assunto de suma importância. Sim, me aventurarei a dizer tudo isso.

Recordem o que fez a mulher de Samaria quando recebeu a palavra de Cristo junto ao poço de Sicar. Ela havia ido ao poço em busca de água; mas olhem para ela quando regressa à cidade. Por acaso há algum cântaro sobre sua cabeça? Não; a mulher deixou seu cântaro, e esqueceu o que tinha sido para ela uma ocupação necessária uma vez que foi conduzida a pensar seriamente sobre sua alma e seu Salvador.

Não quero que esqueçam que, quando encontrarem a Cristo, podem carregar seu cântaro e ao mesmo tempo segurar a Cristo; mas, enquanto não o tiverem recebido realmente pela fé, eu gostaria de vê-los tão plenamente absorvidos na busca da única coisa necessária, que todo o restante é colocado num lugar secundário, ou mais baixo que isso; e se chegassem a dizer: “enquanto não seja salvo, não vou fazer absolutamente nada; irei ao meu quarto e vou clamar a Deus pedindo misericórdia, e deste lugar não sairei enquanto não me abençoe“, eu não os acusaria de fanatismo, nem ninguém mais o faria que conhecesse o valor relativo das coisas eternas e das coisas do tempo e do sentido.

Vamos, homem, para salvar seu abrigo, desperdiçaria sua vida? “Não“, responderias; “o abrigo é insignificante comparado com minha vida.” Bem, então, como tua vida vale mais que seu abrigo, e como sua alma é de maior valor que seu corpo, e como a primeira coisa que necessita é obter o perdão de seu pecado para que sua alma seja salva, enquanto não se tenha feito isso, todo o demais pode ser colocado de lado. Que Deus lhes conceda tal desesperada ousadia que os induza a querer e ter essa bênção! Quando alcancem essa determinação, a terão; quando não possam receber uma negativa de Deus, não receberão uma negativa.

Todavia há algo mais que vou mencionar como uma razão pela qual alguns homens não encontram ao Salvador, e seus pecados não são perdoados; e é porque não se apartam da base errada e se colocam sobre a base correta. Se fores perdoado alguma vez, querido amigo, deve ser inteiramente por um ato do favor divino e imerecido.

Agora, talvez esteja tratando de fazer algo que te recomende diante de Deus; você rejeitaria com desdém a doutrina de ser salvo por seus próprios méritos; mas, ainda assim, você tem um conceito de que há uma coisa ou outra em você que pode lhe recomendar ante Deus em alguma medida ou grau, e ainda pensa que a base de seu perdão deve radicar em alguma medida em ti.

Bem, agora, nunca poderias ter o perdão dessa maneira. A salvação é ou toda por obras, ou ao contrário, toda de graça. Concordas em ser salvo como um pecador culpado e merecedor do inferno, como alguém que não merece a salvação, muito pelo contrário, merece suportar a ira de Deus? Estás disposto a que, a partir deste momento em diante, se dirá de ti: “esse homem foi perdoado gratuitamente de todas suas transgressões, não por ele mesmo, mas unicamente por causa de Cristo“? Essa é uma boa base sobre a qual se apoiar; essa é uma rocha sólida.

Mas alguns homens parecem colocar um pé sobre a rocha, e dizem: “sim, a salvação vem por Cristo.” E, onde está teu outro pé, meu amigo Oh! Diz que foi batizado, ou que foi confirmado, ou que de alguma maneira ou outra fez algo em que pode confiar.

Agora, toda essa confiança não é nada senão apoiar-se sobre areia; e independentemente de quão firme esteja plantado teu outro pé sobre a rocha, tu cairias se este pé está sobre a areia. Necessitas uma boa base para ambos os pés, querido amigo; e procuras consegui-la. Este deve ser seu idioma:

“Tu, oh Cristo, és tudo o que necessito;
O que encontrei em Ti sobrepuja tudo.”

Não busque em nenhuma outra parte algo ou alguém que possa salvar-lhe; somente olhe para Cristo, e somente para Cristo. Acaso és demasiado orgulhoso para fazer isso? Terás que humilhar-te debaixo da poderosa mão de Deus, e quanto mais rápido o faças, melhor será para ti. “Oh, mas, eu, eu. . .eu realmente devo fazer algo! Escuta:

“Enquanto não te apegues à obra de Jesus
Por meio de uma fé simples,
‘Fazer’ seria algo mortal,
‘Fazer’ termina na morte.
“Derruba teu ‘fazer’ que é mortal,
E coloca-o aos pés de Jesus,
Apoia-te nEle, unicamente nEle,
Que é gloriosamente completo!”

Este é o Evangelho: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo.” Nunca verás lá em cima no céu, um letreiro que mostre os nomes de “Cristo e Companhia”. Não, é Cristo, e somente Cristo, quem é o Salvador do pecador. Ele reclama isto para Si: “Eu sou o Alfa e o Ômega“; isto é, “Eu sou A, e Eu sou Z. Eu sou a primeira letra do alfabeto, e Eu sou a última letra, e Eu sou cada uma das letras desde a primeira até a última”. Querido amigo, deixarás que Ele seja isso para ti? O receberás como teu Salvador agora? “O que crê em mim, tem vida eterna.” Um amigo nos disse, em uma de nossas reuniões de oração, que “se soletramos T-E-M significa que já é sua.” “O que crê no Filho” é um pecador salvo, possui essa vida eterna que não morre nunca, e que não lhe pode ser tirada.

Portanto, amados amigos, creiam em Jesus, e vocês também terão esta vida eterna, terão o perdão, terão paz, terão a Deus, e terão o mesmo céu para gozá-lo antecipadamente. Que Deus lhes conceda isso, por Sua grande misericórdia em Cristo Jesus! Amém e Amém.


NOTAS


[1] Samuel Rutherford (1600 ?- março 1661) nasceu em Nisbet, Escócia: foi teólogo e escritor presbiteriano, e um dos comissários escoceses para a Assembléia de Westminster .

FONTE:

Traduzido do espanhol Por Qué No Son Perdonados Algunos Pecadores, tradução de Allan Román, com autorização e permissão deste para o português para o Projeto, de http://www.spurgeon.com.mx/

Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público

Sermão nº 2705—Volume 46 do Metropolitan Tabernacle Pulpit

Tradução: Rosângela Cruz

Revisão: Marcus Paolo Diel Rios

Prova e diagramação: Armando Marcos Pinto

 

Projeto Spurgeon | Pregamos a Cristo Crucificado.

Projeto de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batista reformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de incrédulos de seus pecados. Acesse em: http://www.projetospurgeon.com.br/

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.