A segunda vinda de Jesus Cristo e o período da Grande Tribulação voltaram à discussão pública recentemente com o lançamento da série Messias, da Netflix. Sobre o assunto, o reverendo Augustus Nicodemus pregou um sermão na Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia e afirmou que esse período será marcado por uma quase extinção da Igreja.

A mensagem, centrada no capítulo 13 de Marcos, é chamada “O sermão escatológico de Jesus”, e o pastor enfatiza que “o próprio Jesus declara que aqui estão os pontos centrais tudo aquilo que nós precisamos saber com relação à segunda vinda”, e acrescenta que “o sinal da grande tribulação é o aparecimento do abominável da desolação”.

Augustus Nicodemus contextualiza a declaração de Jesus ao explicar a referência ao livro de Daniel (capítulos 9, 11 e 12) que trata do fim dos tempos. “O profeta Daniel disse que haveria de se levantar um que ele chama o abominável da desolação que haveria de fazer cessar o sacrifício e que haveria de afrontar o povo de Deus, haveria de se sentar no lugar de Deus e parecendo como Deus”.

A profecia de Daniel, séculos antes, é reiterada por Jesus Cristo, e Nicodemus destaca que essas figuras mencionadas se manifestam em diferentes períodos na história: o primeiro, em Antíoco IV Epifânio, rei de Selêucida, que dessacralizou o templo de Jerusalém 150 anos antes de Cristo e cerca de 350 anos depois de Daniel, que mandou que se edificasse um altar a Zeus, rei romano, no templo de Jerusalém e sacrificou um porco no altar, o que para a tradição judaica era um sacrilégio.

“Agora Jesus usa aquela passagem de Daniel para se referir à destruição de Jerusalém, porque em Lucas 21:20 fala de Jerusalém sitiada de exércitos e que isso mostraria que estava próxima a sua devastação”, comentou o pastor.

A seguir, o líder evangélico reformado pontua que Lucas interpreta Marcos, que entendeu que o abominável da desolação viria por ocasião da destruição de Jerusalém, e que essa seria o segundo cumprimento da profecia: “Quando Jesus descreve o que vai acontecer nesse período a gente percebe que Ele está falando de alguma coisa mais na frente ainda, porque ainda não aconteceu tudo, não com a mesma intensidade lá na destruição de Jerusalém”, disse.

A terceira situação que conclui o cumprimento da profecia, segundo o pastor, é o surgimento do anticristo: “Jesus diz que quando ele surgir dará início a um período chamado de Grande Tribulação, que nunca houve igual no mundo”, pontuou. “Ele disse que essa Grande Tribulação se encerrará com a Sua vinda em glória”, acrescentou, referindo-se aos versículos 14 a 23 de Marcos.

Avançando no mesmo capítulo, Augustus Nicodemus diz que a interpretação do versículo 24 aponta para a Grande Tribulação como uma prévia da iminente segunda vinda de Cristo, período que será curto e intenso, diz o pastor, “com sofrimento sobre todo mundo e sofrimento sem igual à Igreja, que será perseguida intensamente ficando à beira da extinção”.

A leitura sobre esse momento da história é corroborada pelas palavras de Jesus, que declarou que se esses dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria, alertou Nicodemus: “[Esse período] é abreviado por causa dos eleitos de Deus, o que prova que a gente vai sim passar na Grande Tribulação, visando provar o povo de Deus e punir os ímpios e precedendo a vinda de Cristo”.

Ao final, o pastor conceitua sua abordagem: “Um evento tão glorioso como o arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação não poderia faltar nesse sermão, quando Jesus está encorajando os discípulos e preparando-os para o que haveria de vir”.

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