Categorias
Noticias

Investigação liga secretário nacional de Justiça a líder de máfia

TUMA JÚNIOR

image

Gravações telefônicas e e-mails interceptados pela Polícia Federal (PF) durante investigação sobre contrabando ligam o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, ao principal alvo da operação, Li Kwok Kwen, apontado como um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo.

A relação de Tuma Júnior com Kwen, também conhecido como Paulo Li, foi mapeada ao longo dos seis meses da investigação que deu origem à Operação Wei Jin, deflagrada em setembro de 2009.

Paulo Li foi preso com mais 13 pessoas, sob a acusação de comandar uma quadrilha especializada no contrabando de telefones celulares falsificados, importados ilegalmente da China.

Ao ser preso, Paulo Li telefonou para Tuma Júnior na frente dos agentes federais que cumpriam o mandado. Dias após a prisão, ao saber que seu nome poderia ter aparecido no inquérito, Tuma Júnior telefonou para a Superintendência da PF em São Paulo, onde corria a investigação, e pediu para ser ouvido. O depoimento foi tomado num sábado, para evitar exposição. Tuma declarou que não sabia de atividades ilegais de Li. O surgimento do nome Tuma Júnior no inquérito seguia em segredo até agora.

O esquema, estimou a PF à época, girava R$ 1,2 milhão por mês. Os aparelhos eram vendidos no comércio paralelo de São Paulo e no Nordeste. Denunciado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de formação de quadrilha e descaminho, Li seguia preso até ontem.

Além de ocupar um dos postos mais importantes da estrutura do Ministério da Justiça, Tuma Júnior preside, desde o último dia 23 de abril, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria.

Foi investigando Paulo Li – a quem a PF se refere nos relatórios como comandante de “uma das maiores organizações criminosas de São Paulo e do Brasil” – que os policiais descobriram seus laços com Tuma Júnior. Entre os telefonemas gravados com autorização judicial, são frequentes as conversas de Li com o secretário nacional de Justiça.

Li, que de acordo com as investigações também ganhava dinheiro intermediando a emissão de vistos permanentes para chineses em situação ilegal no País, tinha livre trânsito na secretaria.

Vistos. De acordo com o inquérito, Li conseguia agilizar processos em tramitação no Departamento de Estrangeiros, órgão subordinado diretamente ao secretário. Os telefonemas também revelam o secretário como cliente assíduo do esquema: sem hesitar, ele fazia encomendas por telefone de aparelhos celulares, computador e até videogame.

As gravações mostram Li especialmente interessado nos bastidores da aprovação da lei que deu anistia a estrangeiros em situação irregular no País. Assim que a lei foi sancionada, em julho passado, o chinês logo passou a intermediar a aprovação de processos de anistia.

As demandas de Paulo Li eram transmitidas abertamente a Tuma Júnior – muitas delas, por telefone. Nos contatos, o secretário se mostrava diligente, de acordo com a PF. Num deles, em 1º de agosto de 2009, ele convida Li para uma conversa em Brasília ou em Ribeirão Preto, onde daria palestra dias depois. “Eu tenho um monte de respostas daqueles negócios. Se você quiser vir…”, disse.

Tuma demonstra ter proximidade com Li, a ponto de convidá-lo para dividir o quarto de hotel caso quisesse encontrá-lo durante seu compromisso oficial em Ribeirão Preto. “Mesmo que você tenha que dormir lá, você dorme comigo no quarto. Não tem problema. E você não paga hospedagem”, afirmou.

Busca e apreensão. Durante busca e apreensão no escritório de Li, os policiais federais apreenderam cartões de visita, com brasão da República e tudo, em que o chinês se apresentava como “assessor especial” da Secretaria Nacional de Justiça, comandada por Tuma Júnior.

Nos contatos com o secretário, Li se mostrava ansioso pela aprovação da anistia. “Está todo mundo esperando a anistia, hein, caramba!”, disse, em 29 de maio. “Eu sei, eu vou ver esta semana”, respondeu Tuma.

Assim que a lei foi aprovada no Congresso, semanas depois, Tuma se encarregou de dar a notícia ao amigo chinês. “Já aprovou, viu?”, anunciou. “Ih, caramba! Coisa boa!”, festejou Li. “Só que mantiveram a data de primeiro de fevereiro”, ressalvou o secretário, referindo-se ao fato de a lei beneficiar imigrantes que ingressar no Brasil até 1º de fevereiro de 2009.

“Agora vai pro presidente, ele vai marcar uma data pra assinar”, diz Tuma. O chinês pede: “Me avisa, hein”. Tuma não só avisou mas colocou Li, à época já investigado pela PF, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia em que a lei foi sancionada, em 2 de julho.


Fonte: Estadão

Categorias
Noticias

Lula, PEDIDO DE LUZ E SABEDORIA

POLÍTICA

image

Lula envia carta à Conferência Nacional dos Bispos pedindo oração

     Em carta encaminhada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu orações aos bispos para que os eleitores tenham "luz e a sabedoria" para escolher o seu sucessor nas eleições de outubro. Na carta o presidente lembrou das divergências travadas com a Igreja durante os dois mandatos.
     A carta foi lida pelo vice-presidente da CNBB, dom Luiz Soares Vieira, durante a abertura da 48ª Assembleia Geral. "Peço suas orações e de todos os senhores bispos para que sigamos nesta missão até o último dia deste mandato e que o povo brasileiro tenha a luz e a sabedoria para fazer sua escolha quanto à nossa sucessão", afirmou Lula.
     O presidente lembrou, sem entrar em detalhes, das divergências travadas com a Igreja durante os dois mandatos para depois acrescentar que os embates foram importantes para corrigir erros e limitações. Segundo Lula, a preocupação com os mais pobres aproximou o governo e a CNBB.
     Embora tenha dito que ainda falta muita coisa a ser feita na área social, o presidente destacou os avanços do seu governo no combate à fome e a miséria e prometeu visitar a Basílica de Aparecida, no interior de São Paulo, até o final de sua gestão.
     "Quero agradecer muito a Deus por tudo o que aconteceu nestes anos. Tenho para comigo mesmo que as bênções de Deus e de Nossa Senhora Aparecida, cujo Santuário pretendo visitar em ato de gratidão antes do fim deste mandato, foram essenciais para que chegássemos até aqui", disse.
     A íntegra da carta do presidente Lula à CNBB
     Confira abaixo a íntegra da carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que abriu nesta quarta-feira sua 48ª Assembleia Geral.
"Brasília, 30 de abril de 2010
"A S. Excia. Revma.
"Dom Geraldo Lyrio
"DD. Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
"Meu Prezado Dom Geraldo,
"Neste momento em que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil realiza em Brasília sua Assembleia Geral, tomo a liberdade de lhe enviar minha fraterna saudação, com o pedido de que esta mensagem seja comunicada aos Eminentes Senhores Cardeais, aos Senhores Arcebispos, Bispos, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, bem como a todos que compõem e participam desta grande Assembleia.
"Antes de mais nada, quero cumprimentar a direção da CNBB pela iniciativa de realizar em Brasília, que comemora seus cinqüenta anos, tanto sua Assembleia Geral como o XVI Congresso Eucarístico Nacional. Esses dois eventos, além de honrarem e dignificarem a comemoração dos cinqüenta anos da Capital do País, certamente, por sua densidade espiritual, nos ajudarão na superação da grave crise política e ética que se abate tristemente sobre esta Cidade.
"Como o Senhor deve se lembrar, tive a honra de visitar, em meu primeiro ano de Governo, a Assembleia Geral da CNBB que se realizava em Itaici; agora, esta Assembleia que se inicia coincide com meu último ano de Governo. Neste momento, Dom Geraldo, minha primeira palavra é de agradecimento pelo diálogo e pela convivência franca e fraterna que tivemos ao longo desses quase 8 anos. O apoio da Igreja Católica em suas instâncias nacional, regionais e locais foi fundamental para que pudéssemos realizar e implementar as políticas sociais nestes dois mandatos. Tenho consciência de quanto são importantes os convênios com as entidades religiosas para que as políticas sociais aconteçam de fato em todo o País e em toda sua capilaridade junto ao povo mais pobre e excluído. Ao mesmo tempo, as críticas e os embates, em temas específicos, que vivenciamos com maturidade nos ajudaram a corrigir erros e limitações. As divergências e posições diferenciadas que tomamos não afastaram em nenhum momento nossa vontade de diálogo e mútua contribuição.
"Nosso Governo, Dom Geraldo, procurou nestes anos pautar-se pelo necessário equilíbrio entre sua definição como Governo de um Estado laico, e, ao mesmo tempo, desenvolver uma política de intenso diálogo com as diferentes Igrejas e Religiões. Tenho consciência dos desafios que esta posição implica, por se tratar muitas vezes de um debate entre diferentes culturas, sensibilidades e concepções éticas. No entanto, não abrimos mão deste relacionamento franco e foi nesta perspectiva que debatemos e levamos a bom termo nosso Acordo firmado e ratificado com a Santa Sé. Entendemos que este Acordo se constitui num avanço da institucionalização de nossas relações, dando maior segurança para a atuação da Igreja Católica em nosso País.
"Mas sem dúvida, a questão que mais nos aproxima e identifica é o cuidado para com este grande contingente de brasileiros que ao longo da história foi mantido à margem da cidadania em seus mínimos direitos. Para mim, dom Geraldo, esta é a questão central da grande discussão, tão atual, em torno dos Direitos Humanos. Tenho consciência, Dom Geraldo que o Estado e o Governo estão em dívida com amplos setores da sociedade brasileira. E neste aspecto, sei muito bem que muito ainda resta a fazer, e um longo caminho a percorrer até que este País se constitua de fato numa verdadeira Nação e seus filhos tenham sua dignidade respeitada, e assegurado seu direito à participação verdadeiramente democrática em todos os sentidos.
"Por outro lado, Dom Geraldo, confesso para o Senhor que o que mais me orgulha quando revejo estes longos anos de trabalho, é a constatação de que efetiva e concretamente conseguimos reduzir a fome, a miséria e a exclusão de nosso Povo … e aí os números não mentem. Minha maior alegria nestes tempos consiste em observar os dados que efetivamente demonstram a redução das taxas da exclusão. Porque sabemos todos que atrás de cada número se escondem milhares de seres humanos que começam a realimentar sua esperança de vida digna. Da mesma forma bem sei que esses resultados foram fruto de escolhas claras e definidas que desagradaram a alguns, mas que acenderam uma nova luz no coração de nossa gente. Não me iludo nem me envaideço com os índices de popularidade. Mas eles servem para demonstrar simplesmente que nosso povo está se sentindo cada vez mais participante deste banquete antes restrito a minorias. E quero lhe reafirmar que a Igreja Católica, assim como outras entidades religiosas, tem uma importante participação neste processo. Seja por sua participação direta nas ações sociais, seja por seu posicionamento cobrando e exigindo políticas de atenção aos excluídos, assim como pela formação de muitas lideranças sociais que hoje são responsáveis por importantes processos de mobilização da sociedade brasileira.
"Neste momento, Dom Geraldo, quero agradecer muito a Deus por tudo o que aconteceu nestes anos. Tenho para comigo mesmo que as bênçãos de Deus e de Nossa Senhora Aparecida, cujo Santuário pretendo visitar em ato de gratidão antes do fim deste mandato, foram essenciais para que chegássemos até aqui. E peço suas orações e de todos os Senhores Bispos para que sigamos nesta missão até o último dia deste mandato e que o Povo brasileiro tenha a luz e a sabedoria para fazer sua escolha quanto à nossa sucessão.
"Desejo muitas luzes para esta Assembleia que se inicia e cujos resultados sem dúvida tem enorme importância para nosso povo.
Um forte e fraterno abraço".
"Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil"

Fonte: Valor Online e Globo

Categorias
Noticias

Autoridade número 2 do Vaticano: Homossexualidade é a causa da crise de abuso sexual

 

Matthew Cullinan Hoffman, correspondente na América Latina

SANTIAGO, Chile, 12 de abril de 2010 (Notícias Pró-Família) — A autoridade número 2 do Vaticano, o secretário de Estado Tarcisio Bertone, disse hoje que os problemas da Igreja com padres pedófilos não estão sendo causados pelo celibato, mas pela homossexualidade.

“Muitos psicólogos, muitos psiquiatras demonstraram que não há nenhuma relação entre celibato e pedofilia”, disse Bertone numa coletiva à imprensa no Chile hoje. “Mas muitos outros demonstraram, e me disseram recentemente, que há uma relação entre homossexualidade e pedofilia”.

“Essa é a verdade, esse é o problema”, acrescentou Bertone.

Notando que a pedofilia é um fenômeno que “afeta todas as categorias de pessoas, e padres num grau menor em termos de percentagem”, Bertone disse que tal conduta “é muito grave, é escandalosa”.

Bertone acrescentou que, a fim de lidar com os casos de abuso sexual, “o Santo Padre vai começar outras iniciativas, e não deixará de nos maravilhar com novas iniciativas com respeito ao assunto que estamos debatendo”.

Embora a classe de saúde mental nos Estados Unidos habitualmente negue qualquer relação entre abuso sexual infantil e homossexualidade, numerosos estudos têm mostrado um ligação estatística entre os dois.

Um relatório sobre a crise de abuso sexual nos EUA, feito a pedido da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA em 2004 pela Faculdade de Justiça Criminal John Jay, revelou que a vasta maioria das vítimas em casos de abuso sexual envolvendo padres era de adolescentes do sexo masculino.