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Religiosos exigem desculpas de atacante do Flamengo

 

O atacante do Flamengo, Val Baiano, disse que "se macumba fosse do bem, se chamaria boacumba".

O candomblecista Ivanir dos Santos, integrante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, que fez neste domingo uma passeata na praia de Copacabana, no Rio, disse esperar um pedido de desculpas do atacante do Flamengo Val Baiano.

No último dia 9, o jogador disse que "se macumba fosse do bem, se chamaria boacumba". A declaração foi dada em entrevista na qual Val Baiano disse cogitar falar com "padres, pastores e santos" para ajudar o clube no Campeonato Brasileiro, mas descartou recorrer a religiões de matriz africana.

"O Val Baiano teve um ato de extrema má educação com os torcedores do Flamengo. É uma pessoa extremamente intolerante", criticou o candomblecista, que pretende entrar em contato com a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, para cobrar um pedido de desculpas.

"Espero que a direção do Flamengo perceba que tem torcedores que têm outras religiões e o chame à responsabilidade", disse Santos. "O que não pode é uma figura pública, ídolo de uma torcida, usar isso para estigmatizar ainda mais um setor [da sociedade]."

Ele disse esperar que, caso esse pedido de desculpas não venha, o Ministério Público tome uma atitude contra o jogador. A intolerância religiosa é crime previsto pela lei Caó.

Em sua terceira edição, a caminha em defesa da liberdade religiosa reúne representantes de diferentes religiões, como católicos, judeus, candomblecistas e muçulmanos. A expectativa dos organizadores é reunir 150 mil pessoas na orla de Copacabana, mas, por volta das 12h30, havia apenas cerca de 5 mil pessoas no local, segundo a PM. A partida, do posto 6 em direção ao Leme, está marcada para 13h.

Data: 20/9/2010 08:22:30
Fonte: Folha Online

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IRÃ : Nove evangelistas são presos no país

     O Irã, segundo país com maior registro de perseguição no mundo, prendeu nove cristãos pela acusação de evangelismo, segundo relatório da agência de notícias cristãs em língua persa.
     Em 10 de setembro, foi divulgado pela agência de notícias da Farsi Christian News Network (FCNN), que sete cristãos iranianos foram acusados de cooperarem com dois estrangeiros sustentados pelas “Organizações Cristãs-Zionistas”.  A agência chamada Fars News Agency está conectada com a Guarda Revolucionária do Irã, um segmento das forças armadas do Irã.
     De acordo com o relatório, os cristãos foram acusados de proselitismo – ilegal no Irã – fora da cidade de Northwest de Hamedan. O termo “cristãos zionistas” é muitas vezes usado pelo governo iraniano para referir-se aos cristãos evangélicos e não se aplica a nenhuma relação com Israel ou Zionistas.
     Enquanto as nacionalidades dos estrangeiros não foram identificadas, o relatório declara que as organizações de apoio estão sediadas nos Estados Unidos e Grã-Bretanha.
     Um oficial da segurança anunciou a prisão, embora não seja tipicamente comum na república islâmica. De acordo com a FCNN, é a primeira vez em 30 anos que a estação de TV estatal transmitiu notícias sobre a prisão de cristãos.
     Notícias das prisões surgiram à medida que grupos vigilantes de perseguição cristã expressaram preocupação quanto à intensa repreensão do governo iraniano a eles.
     No ano passado, autoridades fecharam pelo menos três Igrejas, acusando-os de converterem muçulmanos. A maior Igreja local no Irã foi forçada, no último novembro, a parar seu culto público de adoração, devido à pressão do governo. Em fevereiro, um pastor evangélico iraniano foi preso e teve marcas visíveis de tortura quando liberado cerca de um mês depois.
     No último ano, houve mais que um relatório de oficiais de segurança sobre a prisão de muçulmanos que se converteram ao cristianismo e sofreram maus-tratos na prisão. Isso levou a um protesto internacional de direitos humanos e grupos de vigilância de perseguição. Autoridades iranianas, finalmente, libertaram as duas jovens mulheres no final de 2009, após 259 dias na notória prisão Evin do país.

Data: 19/9/2010
Fonte: Portas Abertas

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EVANGÉLICOS PREGAM INTOLERÂNCIA

Ao lado de diferentes religiões, grupo caminhou contra intolerância

Milhares de fiéis de diferentes religiões, a maioria vestida de branco, ocuparam cerca de um quilômetro da orla de Copacabana, para o início da segunda Caminhada em Defesa da Liberdade Reiligiosa. Umbandistas, católicos, evangélicos, muçulmanos, candomblecistas, kardecistas, judeus, presbiterianos participaram da caminhada, mas a maior parte é formada por integrantes de centros espíritas e terreiros de candomblé do Rio, Baixada Fluminense e até de outros estados. A caminhada começou às 14h, no Posto Cinco, e seguiu até a Praça do Lido.

Os que seguiram pela orla portavam bandeiras com pedidos de paz e exibiram recortes de reportagens sobre depredação de templos.

Os grupos Olodum e Ile Ayiê tocaram cânticos afro e até músicas evangélicas, com toque iorubá, como símbolo da integração respeitosa das crenças.

Entre os presentes estava o ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Segundo ele, o governo federal vem fazendo, com a PUC-RJ, um censo que revelará o número de casas religiosas no Rio e suas condições socioeconômicas. O objetivo é criar um programa de apoio aos templos.

A presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil (Ceub), mãe Fátima Dantas, defendeu o diálogo como a principal arma contra a intolerância religiosa.

– A única forma de a gente se entender é por meio do diálogo. É a gente provar que está fazendo um trabalho sério.

Integrante da comissão organizadora da caminhada, a presidente da Ceub assegurou que o movimento prega paz.

– Não queremos que o Brasil venha a passar por uma guerra santa, como estamos vendo lá fora. Por isso, estamos nessa luta.

Ela citou como exemplo o caso de pastores evangélicos que invadiram um templo umbandista no bairro do Catete, zona sul do Rio, em junho do ano passado, e depredaram a Cruz de Oxalá. Apesar disso, ela prometeu dar seguimento à luta contra a intolerância religiosa.

– Não vamos parar.

Outro membro da comissão é frei Athaylton Jorge Monteiro Belo, o frei Tatá, da Ordem dos Franciscanos. Ele confirmou que apesar de ser maioria no Brasil (73%, de acordo com dados do censo de 2000), os católicos também são alvos de perseguição religiosa.

– Infelizmente, [os católicos] sofrem algum tipo de discriminação, embora sejam ainda maioria no país.

Para o muçulmano Salah Al-Din Ahmad Mohammad, da Sociedade Beneficente de Desenvolvimento Islâmico, não existe dentro de antigos movimentos brasileiros o respeito à diferença religiosa. No Brasil, a Lei 7.716/89 considera crime inafiançável a intolerância religiosa e o racismo.

Segundo Ahmad, batizado no Brasil como Marco Antonio dos Santos, os umbandistas e candomblecistas, por exemplo, "foram e continuam sendo sistematicamente violados". Disse que também os muçulmanos sofrem limitações e agressões governamentais. Dentre essas, apontou o embarque nos aeroportos.

– As mulheres muçulmanas são obrigadas a retirar os seus hijabs (véus), enquanto as mulheres católicas passam e não são sequer solicitadas a conversar com a Polícia Federal. Então, a comissão vem fazendo um trabalho fundamental de conscientização e de luta pela igualdade religiosa. Nós, muçulmanos, vemos essa comissão como um fator de equilíbrio na balança do poder brasileiro.

Data: 20/9/2010
Fonte: O Globo