Líder do Estado Islâmico diz que Islã é a religião da guerra

Ele convoca todos os muçulmanos do mundo para que se junte à essa guerra

por Leiliane Roberta Lopes – gospelprime –

 

Líder do Estado Islâmico diz que Islã é a religião da guerra
Líder do Estado Islâmico diz que Islã é a religião da guerra

O líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdali, aparece em uma mensagem de áudio divulgada pelo grupo terrorista afirmando que o “islã é a religião da guerra”.

A mensagem foi compartilhada em fóruns jihadistas e se baseia em um ensinamento de que o profeta Maomé teria ordenado que se faça guerra “até que somente Alá seja adorado”.

O líder jihadista diz que todos os muçulmanos devem trabalhar essa guerra e não só o EI. “A guerra que estamos travando não é só a guerra do Estado Islâmico. É a guerra de todos os muçulmanos”.

Com isso, al-Baghdali convoca a todos os fiéis de Ala para que se juntem à jihad (guerra santa) que “é a guerra das pessoas de fé contra os infiéis” e “é obrigatória para todo muçulmano que preste contas a Alá”.

Ao mesmo tempo que pregava que a luta é uma obrigação de todos os muçulmanos, o líder do EI elogia os combatentes do grupo terrorista que lutam no Iraque, Síria, Líbia, Argélia, Tunísia e em outros países.

Não se sabe a data do vídeo, mas se for confirmado que se trata de um áudio original e recente, a informação de que Baghdali foi gravemente ferido no dia 18 de março será desmentida. Com informações Exame

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Osama Bin Laden: vilão ou herói?

 

14 de maio de 2011 | 0h 00

Sérgio Telles – O Estado de S.Paulo

O maior dos terroristas, a encarnação do Mal, o inimigo público número 1, um desalmado assassino cuja execução é celebrada com grande júbilo em praça pública, um fanático religioso que prega a guerra santa, o representante de forças retrógradas e da ignorância. Um herói cujo assassinato é pranteado em inúmeras cidades, levando muitos jovens sequiosos de vingança jurarem seguir seu exemplo; um líder político capaz de planejar e executar uma espetacular manobra militar que humilhou o maior império do ocidente, afrontando-lhe a arrogância e a suposta superioridade.

Que norte-americanos e árabes possam ter tais opiniões tão discrepantes sobre Osama Bin Laden mostra, mais uma vez, como aquilo que consideramos verdadeiro ou real nem sempre é autoevidente ou aceito de forma consensual. O que chamamos de realidade ou verdade não decorre da nossa percepção direta e isenta do mundo, pois dele só percebemos o que nos permitem nossas crenças.

O sistema de crenças através do qual enxergamos o mundo é o que chamamos de ideologia. O modelo mais acabado de ideologia é a religião. Ela fornece um conjunto articulado de crenças e dogmas que soluciona os grandes enigmas que atordoam o ser humano (de onde viemos, para onde vamos, para que vivemos, o que acontece depois da morte?), além de lhe garantir (pelo menos nas três religiões abraâmicas) a eterna proteção de um pai poderoso. Nisso está sua força imbatível.

À medida que o mundo se secularizou, configuraram-se outros sistemas de crenças nos quais a imagem paterna de um deus protetor é substituída pela do líder político, que oferece o paraíso não mais no céu e sim aqui na Terra. São "religiões" políticas, às quais seus fiéis se agarram com a mesma tenacidade dos crentes das religiões convencionais.

A ideologia não tolera contestação. Seu correlato mais imediato é a propaganda, ou seja, a imposição de dados que reforçam os pressupostos e crenças ideológicos, independente de corresponderem ou não aos fatos. A ideologia sustenta o poder totalitário e é por ele apoiada.

Nas conflagrações, a ideologia e a propaganda são a regra. Não é por outro motivo que se diz que, na guerra, a primeira a morrer é a verdade. Cada lado da contenda estabelece uma inquestionável versão dos acontecimentos, penalizando como traidor quem dela duvidar.

É preciso lembrar tudo isso antes de falar de Bin Laden, cuja execução pelos Estados Unidos foi justificada como um ato de guerra. Ao se desconstruir a ideologia e a propaganda em torno do fato, constata-se que Bin Laden e Al-Qaeda são sintomas de um problema maior, decorrente dos impasses trazidos pela globalização, que simultaneamente exacerba diferenças culturais e promove uma grande uniformização do mundo. Visto assim, é uma ilusão acreditar que a eliminação física de um líder ou a dispersão de seu grupo seja de alguma eficácia na consecução da resolução desses problemas.

As complicações trazidas pela globalização foram muitas vezes descritas como um choque entre cristianismo e islamismo, um choque de civilizações.

Bin Laden e Al-Qaeda expressam um momento especialmente agudo nesse conflito de grande envergadura, já diagnosticado por Jacques Derrida em 1995, quando a imigração islâmica já provocava tensões na Europa. O conflito decorre não de um embate religioso e sim das mudanças radicais desencadeadas pelas novas tecnologias de comunicação próprias da globalização, especialmente a televisão e a internet. Tais tecnologias formam grandes redes transnacionais que ignoram barreiras geográficas, linguísticas, legais, sociais, promovendo um desenraizamento que coloca em risco as identidades dos povos. Desta maneira abalam o que Derrida chama de "microclimas" culturais, políticos e religiosos. Embora os povos menos desenvolvidos fiquem fascinados por estas novas tecnologias, ao mesmo tempo sentem-se profundamente ameaçados por elas, o que os faz reagir de forma violenta, reforçando todos os elementos que os ligam a suas identidades, como o apego ao lugar de origem, ao sangue, à família, à língua, ao país, aos costumes mais arcaicos e, evidentemente, à religião.

Assim, o lugar que a religião ocupa nestas reações não decorre de uma questão transcendental ou uma preocupação com o divino. Ela é apenas um elemento de reafirmação da identidade ameaçada.

Neste enfoque sociocultural, não é de pouca monta o fato de que ainda não ocorreu nos países muçulmanos um equivalente da nossa ocidental Revolução Francesa, ou seja, a necessária separação entre estado e religião. Este passo deve ser dado pelos próprios muçulmanos, pois é de se supor que naqueles países exista uma elite insatisfeita com o atual estado de coisas e deseje alterá-lo. Esta mudança não eliminará o islamismo, assim como a Revolução Francesa não eliminou o catolicismo, limitando-se a retirar-lhe o poder terreno, enquanto lhe assegurava o do reino dos céus. O que as potências ocidentais precisam fazer é apoiar as forças progressistas do islamismo, ao invés de se aliar com os grupos mais reacionários, como bem mostra o filme Syriana (2005), de Stephen Gaghan, no qual George Clooney faz um agente da CIA às voltas com príncipes árabes de estados que mal se distinguem de agrupamentos tribais, corrupção das megacompanhias petrolíferas, negócios escusos e assassinatos.

A desorganização identitária trazida pela globalização não atinge apenas os países islâmicos. No mundo ocidental, como aqui no Brasil, o recrudescimento das religiões evangélicas e pentecostais, transformadas em espetáculos pela televisão, arrebanha as massas formadas pelas migrações internas, multidões que abandonaram seus rincões e se alojaram nas periferias das grandes cidades, perdendo seus "microclimas" culturais. Elas reencontram na religião televisiva resquícios de uma identidade perdida e a sensação de pertencimento. Isso lhes é tão fundamental que, para mantê-lo, não se importam de serem explorados até o último centavo de seu suado dinheirinho.



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ISRAEL : Extremistas palestinos prometem onda de ataques à Terra Santa

 

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         Jerusalem

Grupos de extremistas palestinos juntaram forças para intensificar os ataques contra Israel, possivelmente incluindo atentados suicidas, anunciou o movimento islâmico Hamas nesta quinta-feira, mesmo dia em que os líderes palestino e israelense deram início às negociações diretas em Washington e acordaram impulsionar as conversas de paz.

Em entrevista coletiva, um porta-voz do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, disse que 13 grupos militantes se juntaram para perpetrar "ataques mais eficazes" contra Israel. Questionado se isso incluiria atentados suicidas, afirmou que "todas as opções estão abertas".

“Decidimos criar um centro de coordenação para nossas operações contra o inimigo” afirmou Abu Obeidah, porta-voz das Brigadas Ezzedin al-Qasam, o braço armado do Hamas.

Ele prometeu ainda que, com a união dos grupos, o "inimigo sionista" será atingido "em qualquer lugar e em todo momento".

O enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, afirmou também nesta quinta que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, mantiveram reuniões produtivas e vão se encontrar novamente na região nos dias 14 e 15 de setembro e, após isso, a cada duas semanas. Segundo diplomatas, os encontros devem ser realizados no Egito.

O diálogo direto para a paz ocorreu apesar do enorme ceticismo e de episódios recentes de violência na Cisjordânia, que ressaltam os desafios enfrentados por ambos os líderes enquanto buscam um acordo para estabelecer um Estado independente palestino, ao lado de Israel.

Horas antes do início da retomada das conversações na capital americana, colonos judeus na Cisjordânia ocupada já anunciavam planos para iniciar novas obras em seus enclaves na região.

Data: 3/9/2010 08:55:37
Fonte: O Globo