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Conheça a Ordem dos Cavaleiros Templários

CRISTIANISMO
HISTÓRIA
19 de dezembro de 2022
Ordem dos Cavaleiros Templários

Redação Brasil Paralelo

Os Cavaleiros Templários eram membros de uma ordem religiosa e militar, fundada em 1120 durante as Cruzadas. Como os religiosos, eles faziam voto de pobreza, castidade e obediência. Mas como também tinham uma missão militar, faziam o voto de proteger os peregrinos que se dirigiam à Jerusalém.

A história dos Templários narra a vida dos guerreiros ativos nas Cruzadas. Mesmo assim, não conseguiram impedir os muçulmanos de tomar Jerusalém. Uma vez que as guerras contra o Islã já não eram tão frequentes, os Templários passaram a se dedicar à atividade mercantil-financeira.

A sociedade medieval tinha um grande apreço por esses monges guerreiros, pois eram homens que aceitavam a pobreza e a morte no campo de batalha para defender os peregrinos. Eles recebiam muitas doações e também criaram o sistema precursor dos bancos de hoje: depósito e saque com letra de câmbio.

Além de conferir aqui a história dos Cavaleiros Templários, não deixe de assistir a série Brasil – A Última Cruzada. Você entenderá como a história dos Templários se cruza com a da Ordem de Cristo, com a história de Portugal e com o descobrimento do Brasil.

O que você vai encontrar neste artigo?

  1. Quem eram Cavaleiros Templários?
  2. A origem da Ordem dos Templários
  3. Os Templários e as Cruzadas
  4. Como os Cavaleiros Templários se organizavam?
  5. Por que os Templários acabaram?

Quem eram Cavaleiros Templários?

Os Cavaleiros Templários eram membros de uma ordem religiosa e militar, fundada em 1120 durante as Cruzadas. Como os religiosos, eles faziam voto de pobreza, castidade e obediência. Mas como também tinham uma missão militar, faziam o voto de proteger os peregrinos que se dirigiam à Jerusalém.

A proteção era necessária, pois os muçulmanos estavam atacando os cristãos que peregrinavam à Terra Santa.

A origem da Ordem dos Templários

Para entender como surgiram os Cavaleiros Templários, é necessário entender a origem das Cruzadas. O que elas foram? Foram investidas militares para salvar dos muçulmanos os lugares santos no Oriente, conta o historiador Thomas WoodsO primeiro Papa a convocá-las foi Urbano II, para retomar Jerusalém. Fez isso em 1095 no Concílio de Clermont. Os cruzados conseguiram, mas não devolveram o território conquistado ao Império Bizantino.

Por isso, em 1120, o rei Balduíno II de Jerusalém pediu ajuda. Ele a recebeu de um grupo de cavaleiros que estavam dispostos a sacrificar suas vidas para proteger os peregrinos cristãos. Eram os “Pobres Cavaleiros de Cristo”, que conciliaram a vida militar e a vida religiosa. Seu líder era Hugo de Payens e levava uma vida de extrema pobreza.

O rei Balduíno cedeu a Mesquita de Al-Aqsa para que eles morassem. O Templo de Jerusalém foi construído ali.

Não há muitas notícias sobre os detalhes da origem da Ordem dos Templários, pois no início (nos 10 primeiros anos) eles não fizeram nada de extraordinário.

A pregação de São Bernardo de Claraval

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Quadro de São Bernardo de Claraval, feito por Phillipe de Champaigne.

A partir das pregações de São Bernardo é que a Ordem ganhou força. Foi ele quem apresentou ao Papa Honório II a causa dos Templários. Isto aconteceu no Concílio de Troyes em 1129.

Assim, a Igreja reconheceu oficialmente a “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão” (Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici).

São Bernardo escreveu os fundamentos espirituais para a Ordem seguir, mostrando que não era incompatível ser guerreiro e religioso. Tratava-se de uma dupla batalha, lutar contra si mesmo e contra os inimigos de Cristo.

A Ordem começou a receber doações, pois a sociedade medieval os apoiava moral e materialmente. Havia compreensão pública da importância da defesa dos Lugares Santos.

O primeiro símbolo da Ordem dos Templários

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Primeiro símbolo da Ordem dos Templários, medalha com dois cavaleiros em um cavalo.

A imagem é a de dois cavaleiros sentados no mesmo cavalo. Alguns dizem que isto faz referência à pobreza, por não haver cavalos para todos. Mas, segundo Barbara Frale, do Arquivo Secreto do Vaticano, este símbolo alude aos personagens de um famoso poema épico chamado La Chanson de Roland (A canção de Rolando).

Neste caso, Rolando e Oliver partem para combater os sarracenos na Península Ibérica. Juntos eles representam coragem e prudência, bravura e sabedoria. Misturavam-se a ousadia e o destemor de Roland ao controle das paixões de Oliver.

Reconquista da Península Ibérica foi um tema abordado na série Brasil: A Última Cruzada, no qual relatamos como os cristãos reconquistaram esta parte da Europa dos muçulmanos ao longo de séculos. Com o tempo, a Ordem cresceu até superar o poder do rei. Nos séculos XII e XIII, os príncipes dependiam muito de seus vassalos. Além do mais, a Ordem dos Templários administrava as doações recebidas, que não ficavam com os cavaleiros, uma vez que haviam feito voto de pobreza. Como resultado, a instituição administrava maior riqueza do que os reinos.

Os Templários e as Cruzadas

Com a ajuda de São Bernardo de Claraval, os Pobres Cavaleiros de Cristo conseguiram a aprovação de três Papas entre o Concílio de Troyes e a segunda Cruzada.

Os muçulmanos dominaram o condado de Edessa no ano de 1144. Preocupado, o Papa Eugênio III convocou uma nova Cruzada para defender a Terra Santa, afinal de contas, o condado permitia acesso a Jerusalém.

Mesmo sendo o líder máximo da igreja, seu apelo não foi atendido. Por esta razão, o rei Luís VII pediu a São Bernardo que convocasse os fiéis.

Ao contrário da primeira, a segunda Cruzada fracassou. Os cristãos encontravam-se cada vez mais acuados até serem vencidos pelo líder muçulmano chamado Nur as-Din.

Uma série de consequências levou à derrota:

  • Após a primeira Cruzada, muitos guerreiros deixaram a Terra Santa e voltaram para casa;
  • O número de invasores era maior do que o de cristãos que defendiam Jerusalém;
  • Os muçulmanos estavam em vantagem nas lutas, por número e por localização, principalmente;
  • O custo de pertencer à Ordem dos Templários era alto, pois cada cavaleiro tinha que custear sua viagem, armadura, armas e cavalos;
  • Entre os muçulmanos, o general Salazar Saladino ascendeu à liderança. Ele foi o responsável pela união dos muçulmanos que lutavam entre si, levando-os a se agruparem contra os cristãos.

O reino de Jerusalém

Quando o rei Balduíno IV de Jerusalém morreu de lepra, foi sucedido pelo filho Balduíno V, que também morreu. Assim, sua mãe, Sibila, assumiu como regente.

Antes de continuar com os desdobramentos de sucessão ao trono, é preciso entender a importância das ordens militares. O monarca tinha legitimidade por causa de seu apoio, pois eram responsáveis por sua escolta e pela proteção da cidade. Os Templários e os Hospitalários (Ordem de Malta) defendiam os peregrinos em Jerusalém e aprovaram a coroação de Sibila.

Tudo mudou com a chegada de Guido de Lusignan, marido de Sibila, homem que ela desejava ver coroado rei. Para isso, ela tinha o apoio dos Templários, mas não dos Hospitalários. No final, ele acabou sendo coroado ao lado de Sibila e se tornou o novo rei de Jerusalém.

Enquanto isso, Saladino havia expandido seu domínio sobre grande parte dos territórios outrora dominados pelos cristãos. O ano era 1186 e o confronto entre as tropas na cidade de Jerusalém era inevitável.

Como os Templários derrotariam os muçulmanos?

Raimundo de Trípole, chefe dos cristãos, aconselhou o rei a aguardar que o exército de Saladino se desgastasse no deserto. A vitória parecia certa com a execução deste plano. Entretanto, Geraldo de Ridefort convenceu o monarca a mudar de ideia e a atacar. Por causa desta mudança de estratégia, Jerusalém foi perdida.

Em 1187, Saladino derrotou os cristãos na Batalha de Hattin. Como consequência, eles prenderam o rei, 230 templários e Reinaldo de Châtillon, que era um antigo inimigo do líder muçulmano e morreu como mártir porque recusou-se a converter-se ao Islã.

O rei Guido foi poupado, mas com os Templários não poderia acontecer o mesmo. Eram homens que tinham escolhido dar suas vidas pela Igreja, por causa da fé em Jesus. Foi-lhes dada uma escolha entre duas opções: Converter-se ao Islã ou morrer.

Os 230 escolheram a morte.

A notícia da tomada de Jerusalém pelos muçulmanos rapidamente chegou à Europa, então uma nova Cruzada foi organizada. Os reis Frederico Barba-Roxa, Filipe Augusto e Ricardo Coração de Leão foram os organizadores. Entre as Cruzadas, esta foi a mais bem planejada, mesmo assim jogos de interesses a levaram ao fracasso.

Como os Cavaleiros Templários se organizavam?

São Bernardo de Claraval conciliou as virtudes monásticas com as virtudes militares de um digno cavaleiro de Cristo. As principais virtudes do primeiro eram a mansidão, a prudência e a temperança; as do segundo eram a coragem, a fortaleza e a justiça.

Nas palavras do santo:

“Pretendo falar de um novo tipo de cavaleiro, absolutamente desconhecido nas eras precedentes, que, sem poupar energias, trava uma luta num duplo fronte: uma luta contra a carne e o sangue, mas também contra os espíritos malignos espalhados nos ares.” (De Laude Novae Militae ad Milites Templi)

São Bernardo pensou em detalhes como os Templários deveriam viver:

  • Alimentação frugal, nem demasiadamente leve ou forte;
  • Proibição do recrutamento na infância;
  • Teste de recrutamento entre os adultos;
  • Geralmente eram viúvos;
  • Proibição de conversas sobre experiências sexuais;
  • Quando juntos de cavaleiros seculares, os Templários deviam ficar separados;
  • Homens com idade entre 30 e 40 anos em geral;

Enfim, a Ordem dos Templários era formada por homens que queriam expiar seus pecados, queriam indulgências que expiassem um passado vergonhoso e fazer algo digno de louvor em vida.

Para ser um bom Templário era necessário atender a quatro pontos:

  1. Ter vigor físico;
  2. Coragem ligada ao senso de honra;
  3. Lealdade ao grupo;
  4. Espírito de sacrifício.

Graças às regras de São Bernardo, eram cavaleiros que lutavam para permanecerem humildes, castos e honrados em sua missão. Eram treinados para serem obedientes, afinal, era indispensável em uma ordem militar que um soldado se dobrasse a seu superior na hierarquia.

Na Ordem, havia o Grão-Mestre, que era escolhido por eleição. Ele possuía autoridade sobre todos os Templários. Seu prestígio era tal que, por exemplo, nada no tesouro poderia ser tocado sem sua permissão.

Um exemplo de obediência e coragem é visto no famoso Cerco de Antioquia. Os muçulmanos estavam prestes a tomar a cidade, mas os Templários bloquearam o caminho com o próprio corpo a fim de cumprir a missão de defender os cristãos.

Por que os Templários acabaram?

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Ilustração representando cavaleiros templários rezando após uma batalha, em meio aos escombros da luta.

São João do Acre, hoje parte de Israel, era o último reino cristão que restara das Cruzadas. Em 1291, a cristandade sofreu mais uma derrota. Com a pressão do exército muçulmano, a fortaleza dos Templários ruiu e a maioria morreu soterrada, incluindo os cristãos que ali estavam escondidos para serem protegidos da guerra.

Os Cavaleiros que sobreviveram retiraram-se para a ilha de Chipre e lá escolheram Jacques de Molay como o novo Grão-Mestre da Ordem, que, percebendo o risco do fim dos Templários, quis convencer o Papa a iniciar uma nova cruzada.

A tarefa não seria fácil, pois Filipe IV da França, e Eduardo I da Inglaterra, estavam lutando entre si.

Como os Templários morreram

O historiador Malcolm Barber conta que, por causa das guerras, Filipe IV, o Belo, decidiu cobrar impostos da Igreja para resolver seu problema de recursos financeiros para o exército. Isto era proibido e o Papa Bonifácio VIII emitiu uma Bula rechaçando o rei.
Entre vários conflitos, uma das estratégias do rei foi a mentira. Ele começou a acusar o Papa de ser um herege satanista. O problema evoluiu de tal forma que Bonifácio VIII excomungou o rei francês.

Por causa disso, 600 homens liderados por Guilherme de Nogaret invadiram a cidade e exigiram a renúncia do Pontífice. Sua resposta foi:

“Eis a minha cabeça, eis a minha tiara: morrerei, é certo, mas morrerei Papa.”

Após sua morte e também a de seu sucessor, Bento XI, o papado foi assumido pelo cardeal francês Bertrand de Gouth, que tomou o nome de Clemente V. Ele foi mais diplomático com o rei francês do que seu sucessor, preferindo decretar uma suspensão não-definitiva aos Templários para manter a unidade da Igreja, pois havia a ameaça de se criar uma Igreja francesa autônoma e separada de Roma.

Filipe IV, o Belo, precisava de dinheiro e descobriu a fortuna dos Templários franceses. Pediu uma enorme quantia emprestada, o que foi concedido. Contudo, era um dinheiro que seria usado na nova cruzada desejada por Jacques de Molay. Quando o Grão-Mestre soube do empréstimo, decidiu expulsar o tesoureiro.

A estratégia do rei era a mesma contra o Papa – mentir: acusou os Templários de serem hereges, apóstatas e sodomitas. Assim, foi aberto um processo judicial contra os Pobres Cavaleiros de Cristo. Problemas de humilhações e torturas de neófitos foram encontrados no Rito de Iniciação dos Templários, algo não previsto na regra original de São Bernardo de Claraval.

Os problemas encontrados não eram suficientemente graves para a extinção da Ordem Templária, mas o rei precisava de dinheiro e também queria o lugar do Papa como autoridade religiosa.

Clemente V queria absolver os Templários, mas estava doente e não conseguiu enfrentar a oposição de Filipe IV. Em 1314, a Ordem dos Templários foi dissolvida. Jacques de Molay, mesmo sendo inocente, foi condenado à fogueira pelo crime de heresia.

Suas últimas palavras foram:

“Senhores, ao menos, deixai-me unir um pouco minhas mãos e a Deus fazer uma oração, pois esta é a época e a ocasião. Vejo aqui meu julgamento em que morrer me convém livremente. Deus sabe quem errou e pecou. Logo chegará o infortúnio àqueles que nos condenam erroneamente. Deus vingará nossa morte. Senhores, sabeis, sem calar, que todos os que nos são contrários, por nossa causa irão sofrer. Nesta fé quero morrer. Eis minha fé. E vos peço que, para a Virgem Maria, de quem Nosso Senhor Jesus Cristo nasceu, volteis o meu rosto.” (Vie et mort de l’ordre du Temple)

Não só ele, mas centenas de Templários foram lançados pelo poder civil, não pela Igreja, nas fogueiras. A autoridade papal foi ignorada e violada, pois o Pontífice já havia declarado a inocência deles em relação a heresias.

Mitos sobre os Templários

Os principais mitos sobre os templários são:

  • A maldição de Jacques Demolay;
  • Os Templários e Maçonaria;
  • A maçonaria é a Ordem dos Templários nos dias de hoje;
  • Os templários adoravam baphomet;
  • Os Templários eram luxuriosos e assassinos;
  • Os templários buscavam supostos filhos biológicos de Jesus

O primeiro mito a ser desfeito é o da maldição de Jacques de Molay. Vimos a força de suas palavras finais e, coincidentemente, em menos de um ano, todos os envolvidos em sua condenação morreram, tanto o Papa quanto o rei Filipe, o Belo, por exemplo. A imaginação dos italianos foi despertada e o cartunista Ferreto de Vincenza iniciou o mito da maldição.

O segundo mito é o do Templarismo. Por volta de 450 anos após o fim dos Templários, surge na maçonaria o mito de que a Ordem era, na verdade, uma sociedade secreta. O conto de que a Maçonaria havia surgido de um grupo de pedreiros medievais fez sucesso na Inglaterra. Mas era preciso mais.

Em 1737, um maçom escocês chamado Andrew Ramsay, teve a ideia de relacionar a origem da Maçonaria às Cruzadas. Ele vinculou ainda sua origem à dos cavaleiros que queriam descobrir como reconstruir o Templo de Salomão. A este símbolo ele uniu o culto às deusas Ceres, Ísis, Minerva, Diana etc.

O terceiro mito sobre os Templários foi iniciado pelo romancista Keith Laidler. Em um de seus livros ele afirma ter descoberto a origem de Baphomet, a divindade que, em tese, os Templários adoravam. Segundo afirmou, Baphomet era a cabeça embalsamada de Cristo.

O quarto mito está enraizado na literatura contemporânea. Um exemplo é o do escritor Walter Scott, que descreveu Ricardo Coração de Leão como um homem cruel e Saladino como misericordioso. Quanto aos Templários, ele os relatou como luxuriosos e assassinos.

Outros escritores abordaram os Templários como o braço armado de uma sociedade secreta chamada “Priorado de Sião”, cuja missão era restaurar a linhagem de sangue que Jesus deixou, por ter se unido a Maria Madalena. A linhagem de Jesus seria chamada Santo Graal, escondida pela Igreja.

Dan Brown em seus livros ficcionais também criou ideias fantasiosas sobre os Templários, o Opus Dei, a Maçonaria e os Illuminati. Estes são apenas alguns dos principais mitos que envolvem a história dos Cavaleiros Templários, criações tardias sem embasamento na história original da Ordem.

Ao abordar este tema, foram levadas em consideração as fontes presentes no curso sobre os Templários do Padre Paulo Ricardo e também as do catequista Alexandre Varela, jornalista credenciado junto à Sala de Imprensa da Santa Sé.

As principais historiadoras que atestam a história dos Templários são Régine Pernoud e Bárbara Frale, que trabalha no Arquivo Secreto do Vaticano. Ambas escreveram livros chamados “Os Templários”.

Saiba mais sobre o tema no episódio “A Cruz e a Espada” da Brasil Paralelo, para entender como esses cavaleiros estão relacionados com a história de Portugal e com a descoberta do Brasil.

Assista a série completa!

Um resumo da história dos templários está aqui:

Comente e compartilhe. Quem você acha que vai gostar de ler sobre a História da Ordem dos Cavaleiros Templários?

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A FACE JUDAICA-TEMPLÁRIA DA MAÇONARIA

Na obra “Antigas Letras”, o Grão-Mestre Leon Zeldis 33º, da Maçonaria de Israel (The Grand Lodge of the State of Israel), chama a atenção para o fato de que os textos religiosos hebraicos onde aparecem os nomes divinos de Deus não são destruídos quando envelhecem, mas enterrados ou guardados em um lugar especial da sinagoga conhecido como guenizá.
Diz a tradição judaica que qualquer fragmento de um texto sagrado que contiver o nome do Criador deve ser enterrado de acordo com determinados rituais. Entretanto, com o passar dos séculos e em função das perseguições sofridas pelos judeus, muitos documentos hebraicos foram apenas escondidos, daí o nome de guenizá (esconderijo), que corresponde em hebraico ao termo lignoz e significa guardar, manter secreto.
Provavelmente, quando os primeiros templários chegaram a Terra Santa comandados por Hugues de Payen, em 1118, quase duas décadas após a conquista de Jerusalém pelos Cruzados (1099), o objetivo real de sua presença não ficaria apenas circunscrito a dar proteção aos peregrinos que se deslocassem a Jerusalém.
O grupo de nove nobres franceses oriundos da região de Provença que se estabeleceu na ala leste do palácio do rei Balduíno II, patriarca de Jerusalém, sob o nome de Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, passou quase dez anos promovendo escavações na área da Mesquista de Al-Aqsa, erguida sobre o local onde existiram dois grandes templos judaicos: o primeiro Templo, construído em 960 antes da Era Comum pelo rei Salomão e destruído por Nabucodonosor, da Babilônia, em 586 a.E.C., e o segundo Templo, reconstruído cinquenta anos depois no mesmo local e que resistiu até 70 da E.C. quando foi arrasado pelas legiões romanas.
No livro “A Chave de Hiram”, os autores maçons Christopher Knight e Robert Lomas destacam que os clérigos que acompanhavam os cavaleiros templários eram “todos capazes de ler e escrever em muitas línguas e eram famosos por suas habilidades em criar e decifrar códigos”. E transcrevem um comentário do historiador francês Gaetan Delaforge sobre os reais motivos dos templários: “A verdadeira tarefa dos nove cavaleiros era realizar uma pesquisa na área para recuperar certas relíquias e manuscritos que continham a essência das tradições secretas do Judaísmo e do Antigo Egito, algumas das quais provavelmente datavam do tempo de Moisés” (The Templar Tradition in the Age of Aquarius).
UMA ORDEM ACIMA DE REIS E RAINHAS
Legitimada pelo papa Honório II em 31 de janeiro de 1128, a Ordem do Templo ganhou estatuto, regras e um comandante: o Grão-Mestre Hugh de Payens. Havia mais de 600 artigos no estatuto dos templários, segundo o historiador inglês Piers Paul Read, autor de “Os Templários”, sendo que a regra 325 relacionava-se com o uso de luvas de couro, que era consentido apenas aos capelães e aos pedreiros construtores de santuários e fortalezas. Mas, “em nenhum lugar havia qualquer menção a peregrinos ou à sua proteção, aparentemente ignorando a única razão para a criação dessa Ordem” (A Chave de Hiram).
O papa seguinte, Inocêncio II, através da bula “Omne datum optimum” (1139), estabelece privilégios que tornam a instituição independente de toda interferência de autoridades políticas e religiosas. Segundo a encíclica, os templários só deviam obediência ao Papa.
Durante os próximos 200 anos a Ordem do Templo cresce e se expande em poder e riqueza, recebendo doações em dinheiro e propriedades na Europa. De acordo com os investigadores históricos ingleses, Michael Baigent e Richard Leigh, que pesquisaram a herança templária no surgimento da maçonaria, “em meados do século 12, a Ordem do Templo já tinha começado a se estabelecer como a mais poderosa e rica instituição isolada em toda a Cristandade, com exceção do Papado, com frotas de navios, territórios extensos e ligações secretas com líderes sarracenos” (O Templo e a Loja). Esses mesmos autores e mais Henry Lincoln ainda afirmam que coube aos templários criar e estabelecer a moderna instituição bancária. “Através de empréstimos de vastas somas a monarcas necessitados, tornaram-se os banqueiros de todos os tronos da Europa” (O Santo Graal e a Linhagem Sagrada).
Com a perda de Jerusalém para os muçulmanos em 1291, a Ordem do Templo se transfere para Chipre. A ilha tinha sido conquistada pelo rei Jayme I (Coração de Leão), da Inglaterra, em 1191, e vendida, anos depois, para os templários. Em 1312, a Ordem é oficialmente extinta por um decreto papal emitido por Clemente V, sem que um veredicto conclusivo de culpa tenha sido pronunciado. Através da bula Vox in excelso o Papa extingue a Ordem do Templo “proibindo estritamente qualquer um de conjeturar em entrar para a referida Ordem no futuro, ou de receber ou usar seu hábito, ou de agir como um templário” (Os Templários). Em bula subsequente, a Ad Providam, todos os bens e propriedade dos templários são transferidos para a Ordem dos Hospitalários, uma instituição similar a dos templários, que também funcionava na Terra Santa.
Na França, por ordem do rei Filipe IV, o Belo, os templários são perseguidos, presos e torturados. A Inquisição também se alastra por toda a Europa. As acusações concentram-se em supostas heresias e rituais praticados pelos membros da Ordem. O seu Grão-Mestre, Jacques de Molay, é queimado até a morte, na Ile de la Cité, no Sena, em 1314.
ESTADO TEMPLÁRIO PREOCUPAVA A IGREJA:
Setecentos anos depois desses acontecimentos, dúvidas ainda persistem sobre a verdadeira natureza da Ordem e de seus cavaleiros. Seriam eles guardiões de um conhecimento secreto adquirido na Terra Santa em contato com outras culturas ou mesmo oriundo de documentos sobre as origens do Cristianismo descobertos nas escavações? Para Baigent e Leigh, o impacto de antigas formas de pensamento cristão, não Paulinas, podem ter influenciado as atividades da Ordem no seu projeto para a criação de um Estado Templário e na sua política de reconciliar o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. “Os templários não negociavam apenas dinheiro, mas pensamentos também. Através de seu contato com as culturas muçulmana e judaica, começaram a atuar como introdutores de novas ideias, novas dimensões do conhecimento, novas ciências” (O Santo Graal…).
A pesquisadora da Biblioteca do Vaticano, Bárbara Frale, em artigo publicado no “L’Osservatore Romano” (21.08.2008), jornal oficial da Santa Sé, afirma que os documentos originais do processo contra os templários, encontrados no Arquivo Secreto do Vaticano, demonstram que foram infundadas as acusações de que os cavaleiros praticavam em segredo ritos pagãos e haviam abandonado a fé cristã. De acordo com a autora, os templários não eram hereges e o que se descobriu nas atas conservadas no Vaticano é que “a disciplina primitiva do Templo e o seu espírito autêntico se haviam corrompido com o passar do tempo, deixando a porta aberta para a difusão de maus costumes” (Revelações do Arquivo Secreto do Vaticano: templários não foram hereges,no portal Zenit).
Aí caberia a indagação: quais seriam os “maus costumes”, segundo a avaliação da pesquisadora, adquiridos pelos templários? No mesmo artigo, Frale reconhece que “ainda há verdadeiramente muito que investigar” e adianta que o estudo da espiritualidade desta antiga ordem religiosa dará à cultura contemporânea novos motivos de discussão.
ESCÓCIA: REFÚGIO DOS TEMPLÁRIOS E BERÇO DOS MAÇONS:
Da extinção oficial da Ordem até a fundação da primeira grande Loja Maçônica em Londres (1717), a trinca de autores do “Santo Graal e a Linhagem Sagrada” registra que os templários ingleses e franceses encontraram refúgio na Escócia (país que ignorou a bula papal), e muitos deles também se integraram a outras Ordens e sociedades secretas na Alemanha, Espanha e Portugal. Conta-se que em 1689, na batalha de Killiecrankie, na Escócia, um dos aliados do rei Jayme II da Inglaterra, John Claverhouse, visconde de Dundee, estava usando uma antiga vestimenta da Ordem do Templo, de antes de 1307, quando foi morto na luta. A referência ao fato foi publicada no jornal da primeira Loja de Pesquisas Maçônicas do Reino Unido (Quatuor Coronati), em 1920: “Lorde Dundee perdeu sua vida como líder do Partido Escocês Stuart. Segundo o testemunho do abade Calmet, ele teria sido Grão-Mestre da Ordem do Templo na Escócia” (O Santo Graal…).
Mas, muito tempo antes, nos meados do século 16, um manuscrito já comprovava a existência dos chamados franco-maçons e a sua subordinação à monarquia dos Stuart, principalmente ao soberano escocês Jaime I (1566-1625), que também foi rei da Inglaterra e da Irlanda. O historiador maçônico, Robert F. Gould, em “The History of Freemasonry”, transcreve o que era exigido dos franco-maçons à época: “… que sejais homens leais ao rei, sem nenhuma traição ou falsidade e que não tolerais qualquer traição ou falsidade, tratando de combatê-las ou notificá-las ao rei”. Segundo definição de um ilustre estudioso maçom José Maria Ragon (1781-1866), o termo franco-maçom somente se aplicaria àqueles que efetivamente cooperassem na obra de instrução e regeneração da humanidade. Os demais membros de obreiros construtores e integrantes da corporação de pedreiros seriam denominados simplesmente maçons.
Observa-se que a Grande Loja da Inglaterra, criada para centralizar a franco-maçonaria inglesa e que se constituiu no marco oficial da imagem pública da Maçonaria, foi instituída em 24 de junho de 1717, data emblemática para os templários e que lembra o nascimento de João, o Batista. A devoção a essa figura histórica é um dos elos que ligam os franco-maçons aos templários. Segundo o “Dicionário de Maçonaria”, de Joaquim Gervásio de Figueiredo 33.º, João Batista é o patrono da Maçonaria e todas as lojas maçônicas simbólicas são intituladas Lojas de São João.
A TRADIÇÃO JUDAICA DOS ESSÊNIOS:
Preso e decapitado em 32 da E.C. por ordem de Herodes Antipas, governador da Galiléia, Yochanan ben Ezequiel (nome hebraico de João Batista) provavelmente era membro da seita dos essênios, uma comunidade judaica que existiu durante os dois últimos séculos da era do Segundo Templo (150 antes da E.C. a 70 da E.C.). Historiadores judeus do século I, Flavio Josefo e Philo de Alexandria, registraram a presença desse grupo ascético, que praticava um Judaísmo ultra-ortodoxo, com jejuns frequentes e banhos rituais diários, e que habitava o deserto da Judéia, entre Jericó e Ein Guedi.
A partir de 1947, e até 1956, com a descoberta dos pergaminhos nas cavernas de Qumran (os manuscritos do Mar Morto), a tese de que os essênios eram seus autores ganhou força entre estudiosos e peritos de várias nacionalidades. Segundo Leon Zeldis 33º, os iniciados da comunidade de Qumran, cujas idades variavam entre 25 e 50 anos, aprendiam a “amar a justiça e ter aversão à maldade”. Consideravam-se herdeiros dos reis sacerdotes, simbolizados por Salomão (do hebraico Shlomo, que deriva da palavra Shalom-paz) e Melquizedek (do hebraico Malki-Tzadik, rei justo), rei de Salem (a atual Jerusalém), à época de Abraão. Alguns de seus membros, como João, o Batista, faziam votos de nazareos – do hebraico “nazir” que corresponde a “separado” ou “consagrado”. Os autores do livro “A Chave de Hiram” acreditam que “a voz que clama no deserto” poderia ser a de João Batista “que viveu uma vida dura no deserto, de retidão qumraniana, comendo apenas os alimentos permitidos, usando um cinturão de couro e uma túnica de pelo de camelo”.
Na obra “Os Manuscritos do Mar Morto”, o professor e doutor em teologia Geza Vermes destaca que os membros da seita se consideravam “o verdadeiro Israel”, fiéis representantes das autênticas tradições religiosas. Os sacerdotes, chamados de “filhos de ZadoK” (o sacerdote da Casa de David), se constituíam na autoridade máxima da comunidade. A hierarquia era rigorosa. Cada membro era inscrito na “ordem de seu grau”. O mais alto cargo recaía na pessoa do Guardião, conhecido também como “Mestre” (maskil, em hebraico). Eram também instruídos a reconhecer “um filho da Luz” de um “filho das Trevas”. Na lista de infrações e de suas penas correspondentes, o pecado mais grave que demandaria em imediata expulsão da congregação seria qualquer tipo de transgressão, por ato ou omissão, às diretrizes da Lei de Moisés.
Em um dos manuscritos – o Preceito do Messianismo – é especificado que somente a partir dos 30 anos os homens eram tidos como maduros, podendo participar das assembleias, de casos em tribunais e tomar assento nos altos escalões da seita. O neófito vindo de fora que se arrependia de seu “caminho de corrupção”, iniciava-se “no juramento da Aliança” no dia em que conversava com o Guardião, mas nenhum estatuto da seita deveria ser divulgado a ele. Na avaliação do professor Geza Vermes, o retrato que assoma da leitura dos manuscritos em relação às ideias e aos ideais religiosos dos essênios é uma observância fanática à Lei de Moisés. No campo político, os essênios eram frontalmente contra a dinastia de Herodes e o domínio dos romanos sobre a Terra Santa.
LIVROS SECRETOS DE MOISÉS:
Dizimada pelos romanos em 66-70 da E.C., a comunidade de Qumram pode ter enterrado sua história, seus segredos e sua tradição secreta ligada a Moisés em algum lugar do templo de Jerusalém, seguindo a prática judaica de não destruir documentos sagrados (a cidade de Jerusalém fica a 40 minutos de carro de Qumram). Na obra “A Chave do Hiram”, os autores aventam a hipótese desses manuscritos terem sido descobertos pelos templários, no século 12, em função das sigilosas escavações realizadas no local por mais de uma década. No livro “A Odisséia dos Essênios”, o historiador britânico Hugh Schonfield faz referência aos livros secretos que Moises teria dado a Josué para que ele os mantivesse ocultos “até os dias de arrependimento”.
No livro do escritor francê Michel Lamy – Os Templários. Esses senhores de Mantos Brancos/1997 – é lembrado o interesse do abade Estevão Harding, amigo e mentor de Bernardo de Clairvaux (incentivador da criação da Ordem dos Templários e autor de suas regras), por textos hebraicos. O abade procurava a ajuda de rabinos nas suas traduções do hebraico dos livros do Velho Testamento. Para Lamy, esse intenso interesse por textos hebraicos demonstram a crença na existência de um tesouro oculto enterrado sob o monte do Templo e algum tipo de relação com o lugar que mais tarde se tornou a moradia dos templários. O historiador Piers Paul Read também destaca que uma das primeiras traduções encomendadas pelos templários na Terra Santa foi a do “Livro dos Juízes”, do Velho Testamento. “Havia uma íntima e inquestionável identificação dos cristãos da Palestina com os israelitas de antigamente” (Os Templários).
Erguido pelo rei Salomão para abrigar a “Arca da Aliança” – relicário das palavras divinas a Moisés no deserto – , o grande Templo de Jerusalém concentrava nesse local toda a sua santidade. Construído sobre o Monte Moriá, o aposento onde ficava a arca sagrada era o lugar mais recôndito do Templo, chamado de “o Sagrados dos Sagrados” (Kodesh há-Kodashim), recinto cuja santidade era tal que somente o grande sacerdote (Cohen Gadol, em hebraico) tinha permissão de lá entrar, uma única vez durante o ano, no Dia do Perdão – Yom Kipur (Revista Morashá).
A adoção pelos templários e maçons dessa simbologia estruturada nos mistérios e segredos que se iniciam com Abraão, tem seu ápice em Moisés, se perpetua com a construção do Primeiro Templo por Salomão e sofre transmutações generalizadas a partir dos primórdios da Era Comum, após a destruição da comunidade de Qumram, ainda permanece envolta em véus em sua nascente e tem se mostrado um desafio para a Igreja Católica. De igual forma, a imensa quantidade de publicações, teorias e suposições a respeito do tema ainda não produziu uma resposta diferente daquela que anima e justifica o trabalho da maioria dos pesquisadores: a da “busca pela verdade” .
OS GUARDIÕES DA ALIANÇA:
Em “As Intrigas em torno dos Manuscritos do Mar Morto”, o leitor acompanha a trajetória dos manuscritos, desde das primeiras descobertas no deserto da Judéia, em 1947, durante o mandato britânico na Palestina, até o início da década de 1990, quando o conteúdo de muitos documentos ainda não tinha sido divulgado. A batalha para o livre acesso e publicação de mais de 800 manuscritos por parte de inúmeros pesquisadores de renome mundial é relatada por Michael Baigent e Richard Leigh que culpam a chamada “equipe internacional” comandada pelo padre Roland de Vaux, da École Biblique de Jerusalém, de manter por longo tempo o monopólio sobre os manuscritos. A polêmica se estendeu até a imprensa através das páginas do influente jornal americano New York Times que em editorial publicado em 9 de julho de 1989 criticou a morosidade das pesquisas, observando que “passados 40 anos, um círculo de estudiosos indolentes continua esticando o trabalho, enquanto o mundo espera e as preciosas peças vão se desmanchando em pó”.
Hoje sabemos que os membros da comunidade de Qumram costumavam referir-se a si próprios como “os guardiões da Aliança”. Tal conceito se baseia essencialmente na grande importância da “Aliança”, que impunha um voto formal de obediência, total e eterna, à Lei de Moisés. Daí a expressão “Ossei ha-Torá”, encontrada em um dos pergaminhos, que pode ser traduzida por “Agentes da Lei”, expressão talvez que fosse a origem da palavra essênio (As intrigas em torno dos Manuscritos…). Mas, para o pesquisador Robert Eisenman, autor de vários livros sobre os Manuscritos, termos como essênios, zadoques, zanoreanos, zelotes, sicários, ebionitas (os pobres) apontam para um mesmo grupo ou movimento ortodoxo de rigoroso cumprimento da lei mosaica.
Em seu estudo “Paulo como herodiano”, apresentado na Sociedade de Literatura Bíblica (Society of Biblical Literature), em 1983, Eisenman credita a Paulo (Saulo de Tarso) o papel de agente secreto dos romanos, após ser ameaçado de morte pelos “zelosos da Lei”. A partir dos manuscritos e de referências encontradas no Novo Testamento, o pesquisador afirma que a entrada de Paulo em cena mudou o rumo da história. “O que começou como um movimento localizado dentro da estrutura do Judaísmo existente, e cuja influência se restringia aos limites da Terra Santa, se transformou em algo de uma escala e magnitude que ninguém na época poderia ter previsto. O movimento que estava nas mãos da comunidade de Qumran foi efetivamente convertido em algo que não tinha mais lugar para seus criadores” (As Intrigas em torno dos Manuscritos…).
Para os autores ingleses de “A Chave de Hiram”, Saulo de Tarso não conhecia profundamente os ritos nazoreanos da comunidade de Qumram e a sua simbologia da “ressurreição em vida”, cerimônia adotada pela Maçonaria em seu ritual de 3º Grau. Em um dos manuscritos encontrados, denominado “Preceitos da Comunidade”, é explicado que ao entrar na comunidade o sectário era elevado a uma “altura eterna” e unido ao “Conselho Eterno” e à “Congregação dos Filhos do Céu” (Geza Vermes, em “Os Manuscritos do Mar Morto”).
Outro importante estudioso dos manuscritos, o historiador John Allegro, em seu livro “The Treasure of the Copper Scroll” que traz a tradução completa do Manuscrito de Cobre, explica que “Qumram” é uma palavra árabe moderna e que no século I da E.C. o local era conhecido como Qimrôn, raiz da palavra hebraica que significa abóbada, arco, portal. O pesquisador também observou a utilização de códigos no Manuscrito de Cobre quando são citados os 64 esconderijos com metais preciosos e manuscritos pertencentes à Comunidade. Detalhe igualmente notado pelo padre J.T.Milik, que fazia parte da equipe internacional que analisou os manuscritos em Jerusalém. O religioso constatou a presença de técnicas de codificação críptica em alguns documentos secretos que continham informações sobre eventos futuros.
Autora: Sheila Sacks
Ilustração: Ir MM Daniel Martina Toupitzen
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IGREJA TEMPLÁRIA DE CRISTO

RELIGIOSIDADE

Templo atrai multidão a culto, inspirado por contato sobrenatural

A Igreja Templária de Cristo na Terra, sediada em São Paulo, tem atraído cerca de 10 mil pessoas pregando uma religião que mistura cristianismo com Reiki, Ioga e passes espíritas.

Criada por Walter Sandro Pereira da Silva, que se auto intitulou apóstolo, o ministério surgiu depois de vários encontros com o Arcanjo Miguel. O religioso conta que desde os dois anos e meio tem visões com o anjo que lhe dá conselhos e revela caminhos.

Foi o Arcanjo Miguel quem lhe mostrou o caminho para se tornar um corretor de seguros, palestrante motivacional e agora apóstolo. “O Arcanjo Miguel materializou-se e disse para eu abrir a igreja. Foi tão forte que tive uma crise de cálculo renal. Fui ao banheiro e ele veio e disse pra botar a mão na urina. Eu pus. E saiu uma pedra do tamanho de meio grão de feijão”, disse o religioso.

Na Igreja Templária de Cristo na Terra o líder maior não pode se casar e vive humildemente em uma casa na cidade de São Bernardo do Campo, ele não pode se casar e vive com nove ministros, sua mãe e cerca de 80 cães e gatos que foram resgatados das ruas, essa é uma das obras da igreja.

Para atender os fiéis ele disponibiliza uma operação de telemarketing, 20 pessoas se revezam para atender 3 mil ligações todos os dias com pedidos de orações diversos.

O templo sede onde o apóstolo Walter ministra há 44 salas, nelas encontram-se símbolos diversos como uma cruz, um Buda, faraós e até santos católicos. Mas o que chama mesmo a atenção dos “templários” e o evento que acontece mensalmente chamado de “Vale do Sal”, toneladas de sal desenham um caminho por onde milhares de pessoas passam pedindo libertação e cura.

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Esse sincretismo religioso tem um motivo: lutar pelo fim do preconceito. “Não temos nenhum”, garante o apóstolo que já tem filiais da igreja no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Esses templos são sustentados por doações.

“A pessoa não paga. Ela doa”, adianta ele. Na Igreja Templária os fiéis fazem doações pelo “Carnê de Gratidão” que tem o valor de R$33,00. Quem paga esse valor ganha o número do celular de um dos mestres para poder ligar quando quiser.

É com essas doações que ele consegue manter um programa no Canal UHF 58 e já juntou R$120 mil para comprar um canal próprio que vai divulgar a mensagem da Igreja Templária

Data: 16/5/2012 09:21:30
Fonte: Carta Capital

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As inserções fotográficas foram inseridas pelo autor do site

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., é, ex-maçon e autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.