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Católicos: Fiéis ignoram norma moral e sexual

 

30 de janeiro de 2011 | 0h 00

– O Estado de S.Paulo

A Igreja prega uma coisa e os católicos fazem outra, sobretudo na área moral, quando entra em jogo a sexualidade. Não é só o aborto, mas também questões como controle de natalidade, sexo antes do casamento, segunda união de descasados e inseminação artificial. A doutrina continua inalterada nas normas de documentos oficiais, mas no foro íntimo a situação muda. Sacerdotes que atendem os fiéis nos confessionários estão mais preocupados com a formação da consciência de cada um do que com definição de pecado.

"É raro jovens se acusarem pela prática de masturbação ou de fazer sexo antes de se casarem, algo que vai se tornando natural", informa padre Benedito Ferraro, professor da Faculdade de Teologia da PUC de Campinas. "O que a Igreja fala não é seguido, a não ser nas novas comunidades, que voltam à rigidez do passado. A juventude vai abandonando a exigência de que moça tem de se casar virgem, assim como divorciado que vive em segunda união participa da Eucaristia, apesar da proibição."

O teólogo padre João Batista Libânio ensina que existe uma dupla linguagem – o que a instituição fala e o que os católicos praticam. "Para a maioria dos jovens, sexo não é problema moral, não consideram pecado o que se proíbe", diz o jesuíta. Essa conduta é fruto da tensão da pós-modernidade que a Igreja institucional – bispos, padres, CNBB, pastorais – enfrenta atualmente, enquanto o Povo de Deus, que são também os fiéis, segue por outro caminho, de liberdade religiosa, subjetividade e pluralismo de culto.

A discussão sobre o aborto, cuja prática os bispos condenam sem abrir exceção nem mesmo para os casos previstos na lei, é uma questão que, na opinião de padre Libânio e de outros teólogos, a Igreja deve discutir num espectro mais amplo, levando em conta o problema sexual em sua totalidade. A prevenção do aborto, argumentam, inclui o problema da saúde e as condições sociais da população.

O segundo casamento, diz o padre salesiano Cleto Caliman, assessor da CNBB, é um dos grandes desafios para a Igreja. "Os recasados se queixam da falta de acolhida, porque são convidados a participar da vida da comunidade e da oração, mas não podem participar da eucaristia. No caso da pílula anticoncepcional, ninguém pergunta ao padre se é proibida, um sintoma da secularização dos fiéis que fogem das regras religiosas", observa padre Cleto.

Convicções. Para d. Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte, a Igreja deve ser capaz de criar convicções nas pessoas, inspirada em Jesus Cristo, que não tinha um código nas mãos e deixou uma norma só, o amor. Isso vale para a segunda união e para outras matérias, como o uso de preservativos, a prática homossexual e o casamento entre parceiros do mesmo sexo. "Não cabe à Igreja o papel de vigiar se alguém está comungando ou não, mas sim a enorme tarefa de chegar à consciência das pessoas, para que sejam capazes de escolher o caminho de vida mais próximo daquele que Jesus indicou." O que deve prevalecer, insiste d. Mol, é a misericórdia de Deus.

"Sabemos que há católicos e católicos, pois muitos infelizmente não conhecem a doutrina da fé e a moral católica tão bem explicadas no Catecismo da Igreja Católica aprovado pelo papa João Paulo II e pelos bispos em 1992", lamenta o professor Felipe Aquino, membro do movimento carismático Associação Canção Nova. Quem discorda dos ensinamentos do magistério da Igreja não conhece suas razões teológicas, antropológicas e filosóficas, observa o professor. A Canção Nova e outros movimentos de vida apostólica procuram seguir à risca a doutrina da Igreja e os ensinamentos do papa.

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Igreja Católica no Brasil vive desafios e esperança

 

Evasão de fiéis e secularização enfraquecem Igreja, que vê alento nos movimentos carismáticos

30 de janeiro de 2011 | 0h 00

José Maria Mayrink – O Estado de S.Paulo

A Igreja Católica vive uma crescente tensão interna por causa da evasão de fiéis e da distância entre sua pregação e a prática religiosa. A revelação, em novembro, de que a instituição ocupa o segundo lugar em credibilidade, abaixo apenas das Forças Armadas, conforme pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), entusiasma o episcopado, embora alguns teólogos e assessores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) atribuam essa boa imagem não a seu desempenho, mas ao descrédito de concorrentes, especialmente da classe política.

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João Paulo II e Bento XVI moldaram episcopado atual
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A pesquisa da FGV prova, na avaliação do professor Felipe de Aquino, membro do movimento carismático Associação Canção Nova, que a Igreja mantém seu prestígio na sociedade. "A grande maioria do povo se professa católica, respeita e acata posicionamentos morais", argumenta. A Renovação Carismática Católica e outros grupos, como o Opus Dei e as novas comunidades , seguem o Vaticano. "Em questões políticas pode haver divergências, mas mesmo assim a Igreja tem voz ativa, como ocorreu no caso da aprovação da Lei da Ficha Limpa", observa Aquino.

Outro exemplo recente foi a tomada de posição de parte do episcopado durante a campanha presidencial. Alguns bispos, como d. Luiz Gonzaga Bergonzini, de Guarulhos, combateram Dilma Rousseff com o argumento de que ela e seu partido eram favoráveis à descriminalização do aborto. A crítica repercutiu na imprensa, sobretudo depois que o papa Bento XVI aconselhou os bispos a saírem às ruas em defesa da defesa da vida, num discurso interpretado por d. Bergonzini como apoio à sua atitude.

Houve reação a esse posicionamento dentro da própria Igreja, o que demonstra como ela está dividida. "Foi um espanto os três bispos da presidência do Regional Sul 1 (São Paulo) recomendarem um texto de condenação da candidatura de Dilma Rousseff nas eleições, apoiando d. Bergonzini, porque se jogou fora a colegialidade, fugindo à orientação da CNBB, quando d. Geraldo Lyrio Rocha (presidente da entidade) teve de dizer que cada bispo faz o que quer", reagiu o padre José Oscar Beozzo, teólogo e respeitado historiador da Igreja. "É um sintoma de que não há consenso, os bispos quebraram uma tradição de mais de 45 anos", acrescentou.

Essa intromissão na campanha eleitoral incomodou, mas não deverá impedir um bom relacionamento com o novo governo, na avaliação de d. Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte e reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas. "Não diria que a Igreja tenha perdido a capacidade de diálogo, apesar de alguns arranhões, porque isso poderá ser recuperado, sem sequelas", disse o bispo. Em sua opinião, mais do que prestígio, é a sua estatura moral que a Igreja deve preservar, nas relações com a sociedade e com o governo.

"A Igreja sempre falou de política, sempre defendeu valores éticos", afirmou d. Mol, lembrando a força de vozes da hierarquia que se destacaram contra a ditadura militar e aquelas que atualmente se levantam em defesa dos pobres. "Havia gente de outra linha, até bispos muito afinados com o regime militar." O que chamou a atenção nas eleições de 2010 foi o fato de ter prevalecido uma voz de membros da Igreja contra um dos candidatos, de maneira contundente e direta. "Quando há dois candidatos e se diz para não votar em um, é como se dissesse para votar no outro, sem alternativa", criticou o bispo.

Para o padre Manoel Godoy, diretor do Instituto de Teologia Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte, o fato de Bento XVI ter aconselhado os bispos brasileiros, na véspera do segundo turno das eleições, a saírem às ruas em defesa da vida, contra o aborto, "foi um paradoxo, um episódio contra o toque de recolher ao qual a CNBB vem sendo submetida nos últimos anos".

Disputa interna. O dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, atribui a uma disputa interna no episcopado a polêmica criada em cima da discussão sobre o aborto. "Acredito que todo esse conflito à sombra do processo eleitoral tinha como alvo não evitar a eleição da Dilma, mas assegurar aos conservadores a vitória da eleição na CNBB", afirmou o teólogo e ex-assessor do presidente Lula no programa Fome Zero.

As denúncias de pedofilia no clero repercutiram relativamente pouco no Brasil, porque os casos ocorridos aqui foram poucos, em comparação com outros países. "Se a Igreja já vinha sofrendo uma crise de credibilidade, a pedofilia aprofundou essa crise e não adianta dizer que a pedofilia está presente na família e no mundo civil, porque o padre foi trabalhado, desde o século 16, como um alter Christus ("outro Cristo"), uma figura tão exaltada que é impossível deixar de haver consequências", disse o padre Godoy. Com a ressalva de que não tem "a mentalidade conspiracionista" de achar que a imprensa é contra a Igreja, ele admite que a repercussão da pedofilia é inevitável, por causa da imagem de pessoa venerada, culta e sábia que se criou do padre.

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Silas Malafaia chama pastores de IDIOTAS!

 

Sempre na dúvida se é um idiota ou um cafetão

Em entrevista a Revista Igreja de novembro de 2010 o pastor financista Silas Malafaia chamou os pastores que não pregam a teologia de prosperidade de IDIOTAS que deveriam perder a credencial e voltar a ser membro para aprender as Escrituras.

Veja a seguir

Revista Igreja: O senhor está sendo duramente criticado pelo setor mais conservador (sic) da igreja por causa da teologia da prosperidade pregada por alguns convidados de seu programa, como Morris Cerrullo e Mike Murdock. Como o senhor responde a estas criticas de que a teologia da prosperidade não tem base bíblica e é uma heresia?

Silas Malafaia: Primeiro quem fala isto é um idiota! Desculpe a expressão, mas comigo não tem colher de chá! Por que quando é membro eu quebro um galho, mas pastor não: é um idiota. Deveria até mesmo entregar a credencial e voltar a ser membro e aprender. Para começar não sabe nada de teologia, muito menos de prosperidade. Existe uma confusão e um radicalismo, e todo radicalismo não presta. […]

A seguir Malafaia segue com sua explicação habitual tratando de crentes que se gloriam da auto comiseração e outras ladainhas e novamente bate nos pastores que discordam de sua teologia:

Silas Malafaia: Finanças é um dos maiores assuntos da Bíblia. Quando chega nesta parte, muitos pastores, as vezes porque ele mesmo não dá dizimo e nem oferta e, portanto não tem autoridade para falar do assunto , querem bater em quem fala.

Nenhuma novidade aqui. Silas já disse no passado coisa pior. Afirmou que quem não semeia em suas campanhas e verifica os resultados não pode falar nada. Ou como já disse outro blogueiro, devemos pagar pelo direito de criticar o Malafaia

Já em relação aos impropérios dirigidos aos pastores não alinhados com a teologia de Mamon, Silas Malafaia já chamou seus críticos (pastores e blogueiros), de viva voz e pela TV de: safados, bandidos, negos enrolados (sic), invejosos e outros mimos. Já fez isto quatro vezes!

Agora, ele chama de idiotas qualquer um que não concorde com o seu “Gizuz” corretor de valores e seu “deus de monopólio celestial”. Portanto a coisa é esta:

Ou você crê em um Deus que governa, sustenta seus filhos, é justo e que concebeu um projeto de salvação, amor e justiça para a humanidade; ou você acredita neste financista que morreu na cruz para que todos tenham a sua BMW e que hoje come na mão de gente como Murdock e Cerrullo feitos seus profetas e garçons a servir unções maravilhosas a quem semeia em suas contas correntes.

Silas Malafaia: Morris Cerrullo é o maior ministério evangélico do mundo. Ele tem 79 anos e é um profeta. Ele é um dos nomes mais respeitados do mundo. Um homem que tem uma palavra profética poderosa e que acredita na benção da prosperidade.

Murdock é diretor do Centro da Sabedoria em Dallas. Um homem conselheiro de governos, executivos, donos de mega negócios, um homem de vive o que fala.


A batata do Malafaia tá assando

Eu só tenho uma pergunta a fazer a este deus da prosperidade: O que Malafaia, Cerrullo e Murdock têm que Jeremias, Jonas e João Batista não tinham para, em sendo igualmente profetas, tendo dado tudo de si, terem vivido em indesejável pobreza e grande perseguição, enquanto os novos profetas, fazendo tão menos, vivem como nababos? Foi falta de fé dos profetas antigos ou eles não pagavam o dizimo?

Mas Malafaia é sincero quando chama seus críticos de idiotas. Pela sua justificativa que coloca os contrários à sua tese da vida cristã financeira na vala do pobrismo, citando Francisco de Assis e a autocomiseração, ele há de achar que fala com idiotas!

Não há nada contra ter dinheiro. Trabalhar e prosperar. Contudo, dizer que está evangelizando enquanto se leva a proposta deste cassino celestial onde se aposta 10 para receber 100 é um disparate. Ordenaram-nos levar a boa nova da salvação, batizar, fazer discípulos e enviar.

De resto, Malafaia esquece que está ofendendo um Deus Santo. A batata dele está assando.

Martyn Lloyd-Jones comentando Efésios disse:
O mundanismo, naturalmente, tem muitas formas, e há perigos específicos. O apóstolo adverte Timóteo, na Primeira Epístola, capítulo 6, versículo 9: "Os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas". Paulo aí condena o amor ao dinheiro. O dinheiro como tal não é mau, se o homem o usa apropriadamente, como despenseiro do Senhor Jesus Cristo. Contudo, no momento em que o homem começa a amar o dinheiro, entra o pecado. Tenho bastante idade para poder dizer que tenho visto muita gente boa sair-se mal nesse ponto. Uma vez que acontece isso, a temperatura espiritual sempre abaixa, e ocorre uma rápida perda de vigor espiritual. Conheci homens que foram convertidos de uma vida muito pecaminosa, e que, por causa da sua conversão, começaram a dar atenção ao seu trabalho, progrediram e tiveram sucesso; e tive a infeliz experiência de ver alguns deles caírem na armadilha de que estamos falando. Antes, jogavam fora o seu dinheiro; agora, começaram a amá-lo. Ambos os extremos são maus.

Danilo Fernandes, Genizah

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