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Vaticano tem dificuldades de achar exorcistas: “Os padres têm medo”

Exorcista veterano Vincenzo Taraborelli reclama que não encontra sucessores

 

 

Vaticano tem dificuldades de achar exorcistas: “Os padres têm medo”Vaticano tem dificuldades de achar exorcistas: “Os padres têm medo”
Frei Vincenzo Taraborelli conta que recebe dezenas de pessoas diariamente que buscam por libertação. Aos 79 anos, ele lembra que vem praticando exorcismos – rituais para a expulsão de demônios – há 27 anos. Passou a exercer essa atividade “por acaso”, quando foi procurado para ajudar um colega padre.
“Não sabia o que era, não tinha estudado isso”, resume. “Ele me disse o que fazer, eu era completamente ignorante”, contou ele à BBC.

Apesar do início inesperado, Taraborelli continua sendo um dos exorcistas mais ocupados de Roma. Trabalha três dias por semana em uma sala sem janelas no fundo de sua igreja, que fica próxima da Santa Sé. Na parede, está visível um documento oficial que atesta suas qualificações como exorcista. Ele explica que consegue atender até 30 pessoas por jornada.

Sua reclamação agora é que o Vaticano está com dificuldades em achar sacerdotes mais jovens para praticar a atividade. A maioria dos padres não parecem atraídos pela ideia de enfrentar    fiéis perturbados e lidar com espíritos do mal. “Eu disse ao bispo que não consigo encontrar ninguém que queira fazer isso. Muitos têm medo. Mesmo padres têm medo… é uma vida difícil”, reclama Taraborelli.

Há muitos dentro da própria Igreja que são céticos, argumentando que a “possessão” não passa de uma superstição medieval ou um mito. Para eles, as pessoas que alegam estar possuídos por demônios na verdade sofrem de problemas psicológicos ou psiquiátricos

“Antes de fazer exorcismos, insisto com as pessoas para que procurem um psicólogo ou um psiquiatra. Tenho contato com muitos psicólogos, que mandam seus pacientes para cá”, esclarece.

Em geral, ouve o que os fiéis que o procuram têm a dizer, depois os convida a rezar. “Se a pessoa não está muito bem, tento acalmá-la. Convido-a rezar comigo. Mas muitas dessas pessoas já estão perturbadas quando chegam aqui”, conta.

Existem rituais específicos para o exorcismo da Igreja Católica. Em meio à pilha de papéis sobre  sua escrivaninha, mostra a cruz que usa para expulsar os espíritos do mal. Entre as muitas histórias que coleciona a mais notável é de uma mulher casada que ele acompanhou durante  13 anos.

“Um outro homem, um satanista, queria essa mulher”, recapitula o Frei. “Ela disse não. Então esse homem disse a ela: ‘Você vai pagar por isso.’ Duas vezes por semana ele lançava feitiços para atraí-la. Então eles (marido e mulher) vieram me procurar”, recorda. Na primeira sessão de exorcismo, “Eu disse ao demônio ‘Em nome de Jesus, eu ordeno que você se vá’, ela começou a vomitar pequenos alfinetes de metal, cinco de cada vez”. Também regurgitou  tranças de cabelo, pedrinhas, pedaços de madeira. Parece algo do outro mundo, não? Mas é coisa desse mundo.”

A ideia de que uma pessoa ser possuída por demônios é antiga, sendo relatada várias vezes na Bíblia, mas no cenário contemporâneo europeu é visto com ceticismo. O recente assassinato do padre francês Jacques Hamel, de 85 anos, teve um relato curioso. Enquanto ele celebrava a missa em sua igreja na cidade de Rouen, na França, em julho, dois militantes do Estado Islâmico invadiram o local.

Enquanto esfaqueavam Hamel, testemunhas contam que o padre se defendeu gritando “Vá embora, Satanás!”, numa tentativa de fazer um exorcismo. A suposta possessão dos jihadistas é usada para explicar seu comportamento.

Frei Taraborelli parece concordar. “Quem tem fé sabe que o demônio existe, você pode ler nos textos sagrados. Depois, você só precisa olhar (à sua volta) e ver como o mundo está hoje em dia. As coisas nunca estiveram tão ruins. Esses atos de violência não são humanos. Tão terríveis, como o Estado Islâmico”, conclui. Com informações do Gospel Prime.

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Papa e evangélicos assinam documento: “O que nos une é maior”

Nova declaração conjunta foi apresentada em cerimônia ecumênica na Suécia

 

Papa e evangélicos assinam documento: “O que nos une é maior”Papa e evangélicos assinam documento ecumênico
Por ocasião do início das comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante, foi feita uma cerimônia na Suécia que reuniu líderes do Vaticano, incluindo o papa Francisco e as principais lideranças da igreja luterana europeia.
Nessa espécie de “contagem regressiva”, para o aniversário de meio milênio a ser comemorado em 31 de outubro de 2017, a catedral de Lund recebeu uma cerimônia ecumênica, seguida da apresentação de mais um documento de cooperação entre os dois ramos mais populares do cristianismo.

O encontro também marca os 50 anos de cooperação entre católicos e luteranos, que teve início logo após a declaração do Concílio Vaticano II. Outro grande passo foi a assinatura da “Declaração conjunta sobre a doutrina da justificação”, assinada em 1999, onde teólogos católicos e luteranos minimizaram boa parte do que Lutero defendia quando deu início à Reforma, divulgando suas 95 teses na Alemanha. A escolha da catedral de Lund é simbólica, pois ela foi erguida como templo católico, mas serve como espaço de culto evangélico desde o século 16.

Pedido mútuo de perdão

O papa Francisco chegou à Suécia nesta segunda-feira (31) para se reunir com líderes luteranos em uma demonstração de unidade. A data marca o início do protestantismo evangélico que dividiu países e resultou em violenta perseguição religiosa. A Guerra dos 30 Anos, entre 1618 e 1648, foi um dos episódios mais sangrentos da história europeia. Na Suécia, por exemplo, eram punidos com rigor, incluindo mortes e deportações, aqueles que rejeitavam a fé luterana.

Ontem, os líderes cristãos lamentaram essas divisões históricas. Pediram mutuamente perdão pelas mortes e pelas dores causadas pela divisão da Igreja. “Nossa separação tem sido uma imensa fonte de sofrimento e incompreensão”, afirmou Francisco. “Como católicos e luteranos, tomamos agora uma jornada comum de reconciliação”, assegurou durante seu sermão na catedral de Lund.

Na chegada, Francisco foi recebido com aplausos. Durante a cerimônia, alternou os momentos de oração com os líderes da Federação Luterana Mundial. Estavam presente no evento o rei da Suécia, Carl 16 Gustaf e a rainha Silvia.

No final do evento foi divulgado uma declaração conjunta assinada pelo pontífice e por Munib Younan presidente da Federação Luterana Mundial, que representa mais de 74 milhões de pessoas em 98 países.

O material afirma: “Graças ao diálogo e testemunho compartilhado, já não somos desconhecidos. Aprendemos que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos separa. Enquanto somos profundamente agradecidos pelos dons espirituais e teológicos recebidos através da Reforma, também confessamos e lamentamos diante de Cristo que luteranos e católicos feriram a unidade visível da igreja. As diferenças teológicas foram acompanhadas de preconceitos e conflitos, e a religião foi instrumentalizada para fins políticos “.

Também diz a declaração que os dois grupos recusam “energicamente todo o ódio e violência, passado e presente, especialmente a cometida em nome da religião”.

Etapas do ecumenismo mundial

Essa aproximação com evangélicos não é o único passo do Vaticano para o ecumenismo mundial.

O papa Francisco já disse que cristãos e muçulmanos são “irmãos e irmãs viajando pelo mesmo caminho”. Em reunião com Bartolomeu I, um dos mais importantes líderes da igreja ortodoxa, falou sobre a tentativa de reunificação das duas vertentes do cristianismo, separadas há quase mil anos.

No último outubro, uma cerimônia no Vaticano reuniu líderes, de mais de uma dezena de tradições religiosas, incluindo sikhs e hindus. Francisco pediu na ocasião que “Todos os crentes, de todas as religiões, juntos, podemos adorar ao criador por ter nos dado o jardim que é esse mundo”.

No final, pediu que cada um fizesse orações, “conforme sua própria tradição religiosa” e conclamou aos representantes das diferentes fés presentes que pedissem ao “seu deus” que os fizesse “mais irmãos”. Perto da virada do ano, incluiu os ateus nesse grupo.

Recentemente lançou uma campanha de mídia onde afirma que membros de todas as religiões são “filhos de Deus”. Com informações do Gospel Prime

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Papa Francisco prega contra os “pecados modernos”

Pontífice inclui cuidado com o meio-ambiente e indiferença na lista

 

papa-francisco2 Papa Francisco prega contra os “pecados modernos”
Para os católicos existem “sete obras de caridade”: alimentar os famintos, refrescar os sedentos, hospedar os estrangeiros, vestir os que não têm roupas, visitar os doentes, confortar os presos e enterrar os mortos. Baseadas nas instruções de Jesus em Mateus 25, elas podem ganhar a companhia de uma oitava obra.
Na última quinta-feira (1/9) o papa sugeriu que fosse acrescentado o cuidado com o meio ambiente. A proposta fez parte de sua mensagem para marcar o Dia Mundial da Oração pela Criação. Criado no ano passado, é uma tentativa de impulsionar sua campanha de proteção à natureza.

O pontífice pediu que toda a humanidade dê passos concretos para começar a pagar o que ele chamou de “dívida ecológica” que os países ricos teriam com os pobres.

Esses passos incluem reciclar, apagar a luz e dar carona. Na sua prédica, afirmou que o aquecimento global é causado pelo ser humano. Isso, além da perda de biodiversidade, a poluição e o desmatamento são “pecados” contra Deus, e que devem ser expiados com atitudes ecológicas.

“A mudança climática também está contribuindo para a crise de refugiados de cortar o coração”, acrescentou. Lembrando que a Igreja Católica celebra um Ano Jubileu, resumiu: “vamos aprender a implorar a misericórdia de Deus para os pecados contra a criação que não temos até agora reconhecido e confessado”. Sublinhou que é necessária uma “conversão ecológica” que resultaria em formas concretas de pensar e de agir, com mais respeito à criação.

Indiferença também é pecado

Diante de milhares de voluntários leigos na Praça de São Pedro, em uma reunião especial em antecipação da cerimônia de canonização de Madre Tereza, ele voltou a sublinhar a necessidade do cristão de cuidar do mundo e falou novamente sobre os “pecados modernos”.

Foi assim que ele classificou a indiferença com a fome, a exploração e outros sofrimentos causados por uma mentalidade materialista. Enquanto elogiava o exemplo de Madre Teresa de Calcutá, denunciou: “Não é possível desviar o olhar e seguir outra direção para não ver as muitas formas de pobreza que pedem misericórdia”.

Segundo Francisco, quem escolhe “não ver a fome, a doença, as pessoas exploradas, comete um pecado grave. É também um pecado moderno, um pecado de hoje”. Com informações de Gospel Prime, Daily Mail e Agencia Ecclesia