O surto de coronavírus que se espalhou pelo mundo está levando evangélicos e católicos a alterarem seus hábitos e cultos para evitar a doença.
É o caso do Vaticano, que pelo terceiro dia consecutivo teve eventos cancelados a pedido do papa Francisco, líder máximo da Igreja Católica, que tenta evitar que um número muito grande de pessoas se reúnam.
Em missas, como na Paróquia São Conrado, o padre Marcos Belizário deu orientações sobre o coronavírus, além de disponibilizar álcool gel na entrada da paróquia, permitindo assim que os fiéis se higienizem antes de entrar.
Já na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia, a orientação é para que os fiéis evitem dar as mãos na hora de cantar os louvores ou de trocarem abraços, beijos e apertos de mão.
Malafaia também deverá transmitir as recomendações sobre a doença nos seus cultos, principalmente depois da confirmação do primeiro paciente com a doença.
A Igreja Católica também orientou os fiéis a evitar o “abraço da paz” e dar as mãos depois que o coronavírus chegou ao país.
O Vaticano abriu nesta segunda-feira, 2, os arquivos sobre o pontificado do papa Pio XII, acusado de se manter em silêncio durante o extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto, supostamente por ser um simpatizante do nazismo.
A partir de agora, os documentos, que se referem ao período do pontificado, de 1939 a 1958, estarão acessíveis a pesquisadores do mundo inteiro. A liberação ocorre um ano após o papa Francisco declarar que a “Igreja não tem medo da História”. A montanha de documentos se tornou acessível graças a um inventário elaborado por funcionários da Santa Sé durante 14 anos. Na mesma leva, também serão abertos, pela primeira vez, os arquivos do pós-guerra e da censura de escritores e padres inspirados pelo comunismo.
Os desafetos criticam Pio XII por nunca ter condenado publicamente a perseguição e o extermínio de judeus. Seus defensores dizem que bater de frente com a Alemanha colocaria em risco padres e freiras. Eles garantem que o papa incentivava discretamente que conventos e outras instituições católicas dessem abrigo aos perseguidos pelo nazismo.
“Agora, os historiadores poderão fazer um juízo histórico”, disse o bispo Sergio Pagano, diretor dos Arquivos Apostólicos do Vaticano. Segundo o bispo, os gestos de bondade de Pio XII “ofuscarão algumas pequenas sombras” de seu papado. A análise de milhões de páginas, no entanto, poderá levar anos.
Pio XII foi secretário de Estado do Vaticano no papado anterior, de Pio XI, e núncio apostólico na Alemanha – espécie de embaixador do Vaticano. Em 1933, ele negociou uma concordata entre a Igreja Católica e o governo alemão. Ele foi eleito papa seis meses antes do início da 2.ª Guerra. Na Santa Sé, ele manteve relações diplomáticas com o Terceiro Reich e nunca condenou a invasão nazista da Polônia, em 1.º de setembro de 1939.
Em sua biografia, o historiador britânico John Cornwell chama o pontífice de “papa de Hitler”, descrevendo Pio XII como “antissemita”, narcisista e determinado a “promover o poder do papado”. “Ele foi um peão de Hitler”, grifou Cornwell.
Em 2012, o Yad Vashem, o museu do Holocausto em Jerusalém, mudou a descrição de Pio XII em uma exposição sobre o papa de “não interveio” contra o extermínio de judeus para “não protestou publicamente”.
O novo texto reconheceu diferentes visões da posição do papa dizendo que o museu “aguarda com expectativa o dia em que os arquivos do Vaticano serão abertos aos pesquisadores para que se possa obter uma compreensão mais clara dos acontecimentos”. O dia, finalmente, chegou. Fonte: Associated Press.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Após o Brasil confirmar o primeiro caso do coronavírus no país e Pernambuco notificar três casos suspeitos, a Arquidiocese de Olinda e Recife emitiu nesta quinta-feira (27) um comunicado às 143 paróquias dos 19 municípios mais o Arquipélago de Fernando de Noronha onde atua.
O arcebispo metropolitano Dom Fernando Saburido orientou que os párocos repassem também às medidas preventivas aos fiéis para minimizar as possibilidades de transmissão ativa do Covid-19 durante as missas no território arquidiocesano.
Entre os procedimentos preventivos listados, sugere-se que os fiéis evitem a “saudação da paz”. Também é importante, de acordo com a Arquidiocese, que a comunhão seja administrada diretamente nas mãos do fiel e apenas sob uma espécie (a hóstia consagrada).
Outras recomendações específicas para as celebrações incluem evitar o aperto de mão durante a acolhida aos fiéis, não dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso.
Em 2018, quando da epidemia do vírus H1N1 e Influenza A H3 sazonal, a Arquidiocese lançou à época recomendações semelhantes de forma a diminuir as chances de contágio durante as missas e atos religiosos.
“Diante dessa propagação do coronavírus no mundo e da chegada ao Brasil, alguns padres e fiéis vieram pedir orientações à Arquidiocese. E Dom Fernando Saburido resolveu, diante da necessidade e da urgência, divulgar as medidas de prevenção seguindo a recomendação das autoridades sanitárias, assim como em 2018, pedindo aos fiéis e aos padres para se resguardarem uns dos outros, evitando assim a propagação do contágio do coronavírus. É importante ressaltar que essas orientações são uma forma de dizer como devemos nos comportar essencialmente durante as celebrações litúrgicas nas nossas igrejas”, ressaltou o vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, padre Luciano Brito.
Confira abaixo a lista completa de recomendações às paróquias para prevenção do coronavírus
Evitar o aperto de mão durante a acolhida aos fiéis (evitar o toque corporal também)
Não dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso
Omitir o abraço da paz
Distribuir a comunhão somente sob uma espécie, diretamente nas mãos dos fiéis diante do ministro (e não colocar a comunhão diretamente na boca dos fiéis)Higienizar as mãos muitas vezes ao dia com água e sabão ou álcool gel
Utilizar lenço descartável para higiene nasal
Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis a cada uso) a boca e o nariz ao tossir ou espirrar
Evitar tocar no nariz ou boca após contato com superfícies
Manter os ambientes bem ventilados
Evitar contato próximo a pessoas que apresentam sinais da doença Orientar para que o doente evite sair de casa enquanto estiver em período de transmissão da doença
Evitar locais com multidão
Repouso, alimentação balanceada e ingestão de líquidos