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Igrejas cristãs perderam 660 mil fiéis na Alemanha em 2018

Dados mostram o crescente abandono da fé na Europa

Michael Caceres
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Igreja vazia na Alemanha. (Photo by Luca R. on Unsplash)

As igrejas cristãs da Alemanha perderam cerca de 660 mil membros em 2018, segundo dados divulgados pela Conferência Episcopal Alemã. Os dados revelam o abandono da fé na Europa.

Em 2017, os evangélicos perderam 390 mil membros, o que correspondia a uma queda de 1,8%, segundo o Evangelical Focus. Naquele ano o número de evangélicos era de 21,5 milhões, aproximadamente 23,5% da população alemã.

Berço da Reforma Protestante em 1517, através de Martinho Lutero, a Alemanha vive uma crise em relação ao cristianismo, com muitos se apostatando da fé.

Na época da Reforma, Lutero afixou 95 teses que criticavam a Igreja Católica, nascendo assim o movimento de restauração da doutrina.

Os dados revelam não apenas a queda no número de membros das igrejas, como também na frequência nos cultos.

Cada vez menos pessoas estão interessadas em participar das celebrações em suas igrejas, incluindo a “Matriz da Reforma”, em Wittenberg.

 Missão Europa

A queda no número de fiéis se reflete em toda a Europa, que ainda enfrenta uma onda de migração de muçulmanos.

Entre 2010 e 2016, sete milhões de migrantes e refugiados chegaram à Europa, sendo mais da metade deles muçulmanos.

Igrejas de diversos países europeus vêm buscando apoio missionário para o continente, com o objetivo de restaurar o trabalho evangelístico naquela região.

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Prefeito proíbe peça “Nossa Senhora das Travestis” por agressão a religião

Decisão foi tomada após protestos contra apresentação na Virada Cultural.

Michael Caceres

Por

do Gospel Prime

Alexandre Kalil. (Foto: Lucas Prates / Hoje em Dia)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), usou o Twitter para anunciar que estava proibindo a performance “Coroação da Nossa Senhora das Travestis”, que seria apresentada amanhã na Virada Cultural da capital mineira.

“Estou comunicando que o evento está cancelado”, afirmou Kalil, que justificou a decisão alegando que tratava-se de uma agressão a religião.

A apresentação estava entre as 447 atrações previstas para o evento que acontece entre sábado e domingo em Belo Horizonte. Apesar de ter participado da 22ª Parada do Orgulho LGBT na cidade, Kalil afirmou que a performance “não é cultura”.

“Sou católico, devoto de Santa Rita de Cássia. Fiquem tranquilos, ninguém vai agredir a religião de ninguém”, disse através do microblog.

 Protestos

Alexandre Kalil decidiu pelo cancelamento da apresentação devido aos protestos da Arquidiocese de Belo Horizonte, comandada pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Uma petição online também foi promovida e reuniu milhares de assinaturas. “”Os cristãos e todos os homens de boa vontade vêm pedir o cancelamento do evento”, dizia a petição, que classificava como “blasfêmia” e uma “afronta grave e direta” contra os cristãos.

“Não é admissível instrumentalizar Nossa Senhora, desrespeitando-a para se promover um evento que se diz cultural, mas, na verdade, configura-se em agressão à fé cristã católica. Não se cultiva tolerância a partir do desrespeito”, disse a Arquidiocese.

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Grandes avanços científicos da Apollo que transcenderam a missão à Lua

Grandes avanços científicos da Apollo que transcenderam a missão à Lua

Foguete Saturno V – GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/Arquivos

AFP

Há 50 anos, a missão Apollo 11 à Lua representou um grande passo para a humanidade e mudou a maneira de ver a Terra no universo.

Mas foi também o catalisador de enormes avanços científicos e de engenharia, cujo impacto é sentido atualmente.

A façanha exigiu superar inúmeros desafios técnicos, o que foi possível apenas graças à decisão do Congresso americano de entregar um cheque em branco à NASA para derrotar a União Soviética na corrida espacial.

Os Estados Unidos gastaram aproximadamente 150 bilhões de dólares (nos valores atuais) em seus três primeiros programas espaciais.

“A Apollo proporcionou um laboratório para as pessoas se dedicarem à resolução dos enormes problemas de engenharia”, disse à AFP Brian Odom, historiador do Marshall Space Flight Center da NASA.

Liderado por uma equipe de ex-cientistas nazistas, o foguete Saturno V ainda é o mais poderoso já construído e deixou uma pegada que todas as missões subsequentes seguiram.

Confira abaixo algumas dessas conquistas:

– Revolução informática –

Até a década de 1960, os computadores eram máquinas gigantes, compostas de milhares de tubos a vácuo sedentos de energia.

Tudo mudou com o advento da chamada “computação em estado sólido” e os transistores, que tornaram possível miniaturizar a tecnologia para adaptá-la a uma espaçonave.

“Era preciso um grande empurrão dos foguetes, mas também reduzir a massa e aumentar a potência a bordo dos computadores”, disse Scott Hubbard, ex-diretor do Ames Research Center da NASA.

A transição foi grandemente acelerada pela Apollo, que fomentou a formação do Vale do Silício.

– Purificadores de água –

A NASA precisava desenvolver um purificador de água pequeno e leve, que gastasse pouca energia. Os técnicos construíram um dispositivo de 9 onças (255 mg) que cabia na palma da mão e liberava íons de prata na água, sem a necessidade de cloro. Desde então, a tecnologia foi implementada em todo mundo para matar micróbios nos sistemas de tratamento e fornecimento de água.

– Alimentos liofilizados –

Outro problema era como preservar os alimentos sem refrigeração. A pesquisa levou ao desenvolvimento da liofilização: o processo de desidratar alimentos recém-cozidos a temperaturas muito baixas e conservá-los em um recipiente capaz de protegê-los da umidade e do oxigênio.

– Avanços médicos –

Um processo químico desenvolvido pela NASA para eliminar dejetos tóxicos em missões espaciais longas e outro para dessalinizar a água salgada levou ao desenvolvimento de um sistema de diálise que eliminou a necessidade de um fornecimento contínuo de água e deu aos pacientes maior liberdade. O processamento digital de imagens utilizado pela primeira vez para analisar a superfície lunar foi transferido para pesquisas relacionadas à tomografia e à ressonância magnética.

– De botas lunares a calçados esportivos –

O material das botas lunares desenvolvido pela NASA também foi implementado em calçados esportivos para melhorar a absorção de impacto e a resistência.

De acordo com uma edição de 1991 da revista “Spinoff” da NASA, Al Gross, um engenheiro do programa Apollo, melhorou o calçado esportivo para eliminar a perda de amortecimento causada pelo peso corporal.

– Mantas Mylar –

Usadas em emergências, as mantas isotérmicas Mylar foram utilizadas pela primeira vez para proteger os astronautas e os instrumentos de suas naves espaciais. O material metálico também é utilizado para isolar carros e casas.

– Ferramentas sem fios –

Os astronautas da Apollo precisavam de uma furadeira portátil capaz de extrair amostras a mais de três metros abaixo da superfície lunar. A Black&Decker desenvolveu um algoritmo para otimizar o motor de perfuração e reduzir o consumo de energia. A tecnologia foi posteriormente aplicada ao aspirador sem fio.

– Do espaço aos incêndios –

O espaço é um ambiente de temperaturas extremas, do zero quase absoluto do espaço profundo ao calor da atmosfera, sem mencionar os níveis perigosos de radiação.

O polibenzimidazol sintético desenvolvido para o uso militar e da Nasa nos anos 1950 e 1960 abriu o caminho para os trajes dos bombeiros no final da década de 1970.

A tecnologia de aquecimento e resfriamento desenvolvida para a Apollo agora é usada para tratar uma variedade de condições médicas, enquanto a tecnologia contra riscos é usada para proteger pessoas na Terra contra derramamentos de produtos químicos.

O historiador da Nada Brian Odom apontou que este era um bom exemplo de desenvolvimento que não teria saído do setor privado por causa dos enormes custos de pesquisa. “Nenhuma empresa pode realmente fazer isso”, disse. “Mas foi algo que só a Apollo fez, e o programa espacial continua a fazê-lo”, completou.

– Retorno do investimento –

Para a economia americana, o retorno do investimento foi de pelo menos dois para um, ou até mais.

Mas seria um erro pensar as contribuições simplesmente nesses termos, disse Casey Dreier, da The Planetary Society.

“Foi fundamentalmente uma declaração de capacidade tecnológica e organizacional, um fator determinante para os Estados Unidos e a União Soviética, mas também para os países que passaram pelo processo de descolonização após o colapso das potências europeias” e escolhiam entre capitalismo e comunismo.