Justin Welby, líder da Igreja Anglicana. (Foto: REUTERS / Luke MacGregor)
Uma nova pesquisa realizada pela Yougov mostra que a maioria dos anglicanos acredita que casais gays têm o direito de se casar.
A posição oficial da Igreja da Inglaterra é contra os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, ainda assim, mais de dois terços dos anglicanos com 50 anos ou menos acha correto este tipo de relação.
Uma reportagem do Telegraph lembra que a mesma pesquisa foi realizada em 2013 e 2016.
O resultado do estudo realizado na semana passada mostra um aumento acentuado no número de anglicanos que acreditam que o casamento entre pessoas do mesmo sexo está certo (de 38% em 2013 para 48% em 2020) e uma redução acentuada nos números que acreditam estar errado (de 47% em 2013 para 34% em 2020).
“Esses resultados mostram que aqueles que se opõem ao casamento entre pessoas do mesmo sexo estão agora claramente em minoria”, comemora Jayne Ozanne, diretora da Yougov, importante voz entre os gays anglicanos.
Ela questiona que a igreja mantenha se posicionamento contrário ao casamento entre pessoas do mesmo sexo enquanto os membros da igreja estão cada vez mais abertos para estes relacionamentos.
A pesquisa do YouGov entrevistou 5169 pessoas no total na Grã-Bretanha, incluindo 1.171 anglicanos na Inglaterra.
Os resultados também mostram que aqueles que se identificam como anglicanos na Inglaterra ficam atrás do público em geral, com a maioria dos entrevistados britânicos (60%) em apoio e apenas um quarto (24%) contra.
Desde antes dos dias da igreja primitiva, Deus sempre foi tratado em orações como um homem, incluindo termos como Pai, Rei e Senhor.
No Novo Testamento, Jesus ensinou seus discípulos a orar a Deus usando um termo masculino. Em Lucas 11: 1-4, um dos discípulos pediu a Jesus para ensiná-los a orar. “E ele lhes disse: Quando orarem, digam: ‘Pai, santificado seja o teu nome’” (NASV)
Agora, a Igreja Episcopal está debatendo sobre a revisão de seu Livro de Oração Comum, que é usado em congregações episcopais em todo o mundo.
O debate centra-se em garantir que as orações no livro sejam claras de que Deus não é homem, mas não tem um gênero.
“Enquanto ‘homens’ e ‘Deus’ estiverem na mesma categoria, nosso trabalho em direção à equidade não será apenas incompleto. Eu honestamente acho que isso não importa em alguns aspectos”, disse a Rev. Wil Gafney, professora de Bíblia Hebraica na Brite Divinity School, no Texas, ao jornal Washington Post.
Gafney está no comitê recomendando uma mudança na linguagem de gênero no livro de orações. Como muitos outros sacerdotes episcopais, ela quer um livro de orações que sustente que Deus é maior do que qualquer gênero.
Gafney diz que quando ela prega, ela às vezes muda as palavras do Livro de Oração Comum, mesmo que os bispos episcopais não sejam formalmente autorizados a fazê-lo. Às vezes, ela muda uma palavra como “Rei” para um termo neutro quanto a gênero “Governante”. Às vezes ela usa “Ela” em vez de “Ele”. Às vezes, ela fica com a tradição masculina. “Pai nosso”, não vou mexer com isso “, disse ela, invocando o início da Oração do Senhor que Jesus ensinou seus discípulos a dizer no livro de Mateus.
Há muito separados da Igreja da Inglaterra, os líderes da Igreja Episcopal considerarão duas resoluções durante sua convenção em Austin, Texas.
Uma resolução pede uma modernização do Livro de Oração Comum, que foi revisado pela última vez há 39 anos. Segundo a igreja, uma revisão completa levaria vários anos e um novo livro de orações provavelmente não estaria pronto para uso em congregações até 2030.
Além de acrescentar linguagem neutra em relação a Deus, alguns defensores também querem outras revisões, incluindo o dever de um cristão para a conservação da Terra, adicionar cerimônias de casamento entre pessoas do mesmo sexo à liturgia (já que a igreja pratica casamentos homossexuais há anos) e até uma cerimônia para celebrar a adoção de um novo nome por uma pessoa transexual.
A outra resolução pede que a igreja não atualize o Livro de Oração Comum, mas deve passar os próximos três anos estudando o livro já existente. As raízes do livro de orações remontam ao primeiro livro de orações anglicano, publicado pela primeira vez em 1549.
O bispo de Chicago Jeffery Lee é um dos líderes da igreja que apóia a segunda resolução. O Livro de Oração Comum “realmente constitui a igreja Episcopal de maneiras significativas. Nossa teologia é o que nós oramos”, disse ele ao jornal Washington Post.
Lee diz que os eventos recentes revelaram a ele por que a igreja precisa ouvir as mulheres que estão pressionando pela linguagem de gênero neutro no livro de orações.
“Na cultura, todo o movimento #MeToo, eu acho, realmente aumentou em relevo o quanto precisamos examinar nossas suposições sobre a linguagem e particularmente a maneira como imaginamos Deus”, disse ele. “Se uma linguagem para Deus é exclusivamente masculina e um certo tipo de imagem do que significa poder, é certamente uma imagem incompleta de Deus… Não podemos definir Deus. Podemos dizer algo profundamente verdadeiro sobre Deus, mas o mistério que ousamos chamar de Deus é sempre maior do que qualquer coisa que possamos imaginar “.
Isso inclui gênero, disse ele ao jornal – mesmo se um dos três componentes da Trindade é descrito como o Deus “Pai” de Jesus, que Deus é maior que o homem ou mulher.
Outras denominações protestantes, incluindo a Igreja Metodista Unida e a Igreja Evangélica Luterana na América, também debateram o uso da linguagem de gênero para Deus.
Em 2007, o movimento judaico reformista mudou sua linguagem de Deus em seu livro de orações para termos neutros em termos de gênero.
Arcebispo da Inglaterra denuncia proposta de premier britânico
por Jarbas Aragão – gospelprime –
http://noticias.gospelprime.com.br/files/2015/06/xigreja-anglicana-272×200.jpg.pagespeed.ic.M_11pLi6Mx.webpJustin Welby, arcebispo da Igreja Anglicana
Um importante teólogo anglicano alertou que o ensino cristão tradicional, como acreditar que Jesus é o filho de Deus, pode tornar-se crime no Reino Unido. O jornal Telegraph pulicou uma entrevista com o pastor Mike Ovey, que também é advogado, atual diretor de Oak Hill Theological College, em Londres.
Ele denuncia que a proposta do primeiro-ministro britânico David Cameron, que deveria minimizar o extremismo religioso pode ser “um desastre” para o ensino religioso no país.
“Como advogado acho que é um desastre. Como crente e professor cristão acho que é um desastre”, asseverou Ovey. A proposta que deveria defender o que vem sendo chamado de “valores britânicos”, como a democracia, a tolerância e o Estado de direito, poderá reprimir qualquer ponto de vista que se oponha a esses valores.
Ovey lembra que no Reino Unido um grande número de casos recentes comprova que a sociedade tem se voltado contra pregadores cristãos.Vários foram presosapós pessoas se queixarem às autoridades de sua mensagem, considerando-a “homofóbica” ou “discurso de ódio”.
Para o pastor, depois da homofobia, o próximo passo é lutarem contra o aborto, assunto que tem cada vez mais levantado debates entre os ingleses. Em breve poderá chegar ao cerne da fé cristã, uma vez que afirmar que Jesus é o filho de Deus apresenta-se como uma ofensa aos muçulmanos, grupo religioso que mais cresce no Reino Unido.
Cameron, que pertence ao Partido Conservador, conseguiu uma surpreendente vitória nas eleições gerais de maio, dando-lhes um poder maior desde então. O primeiro-ministro britânico disse em várias ocasiões que é cristão. Contudo, na mensagem de Páscoa este ano, limitou-se a dizer que o cristianismo é “a base de uma boa sociedade.”
Uma vez que a Igreja Anglicana é a igreja nacional do Reino Unido, não raro políticas afetam as decisões religiosas.Com informações deChristian Post.