Encontrada casa de sumo sacerdote dos tempos de Jesus

Arqueólogo sugere que mansão pode ter sido de Anás ou Caifás.

por Jarbas Aragão – gospelprime

 

Encontrada casa de sumo sacerdote dos tempos de Jesus
Encontrada casa de sumo sacerdote dos tempos de Jesus

Em alguns locais de Israel, descobertas arqueológicas não são novidade. O Monte Sião, local mencionado na Bíblia cerca de 150 vezes sempre gerou discussões sobre sua localização exata, pois tornou-se sinônimo de “local sagrado”.

Uma nova descoberta foi divulgada esta semana por Shimon Gibson, arqueólogo britânico que lidera uma equipe da Universidade da Carolina do Norte (UCN). O estudioso descobriu em 2000 uma caverna em Ein Karim, que ficou conhecida por “A gruta de São João Batista”, que embora questionada, trouxe um novo entendimento sobre certas questões culturais do tempo de Jesus.

Agora, ele e o doutor James Tabor, especialista da UCN em história cristã primitiva, acreditam que a descoberta de uma habitação pode oferecer importantes informações históricas. Na época de Jesus, no alto do Monte Sião ficava o palácio de Herodes. Logo abaixo, estava a área onde moravam as pessoas das classes mais privilegiadas, representantes escolhidos pelos dominantes romanos.

A equipe de arqueólogos acredita que a descoberta de uma mansão da época do segundo templo, possivelmente pertenceu a um membro da casta sacerdotal judaica dominante. Para eles, é possível aprender muito sobre como viviam os sacerdotes do Templo de Jerusalém na época de Jesus.

O local possuía uma câmara separada que se acredita ser um tipo de banheiro, com uma larga banheira ao lado de uma piscina ritual de purificação (micvê). Para Gibson, esse banheiro “extra” é um sinal claro da riqueza e importância de seu morador.

“O banheiro é muito importante porque, até agora, os poucos que encontramos ficavam dentro de edifícios palacianos, portanto, associados com os governantes”, esclarece.

A semelhança dessa estrutura com outras semelhantes fazem o arqueólogo asseverar: “Nossa teoria de trabalho é que estamos lidando com uma família sacerdotal”. Todos os indícios apontam para a residência do sumo-sacerdote, embora ainda não seja possível estabelecer com precisão. Embora o Antigo Testamento falasse sobre apenas um, os relatos dos Evangelhos mostra que existiam dois na primeira metade do século 1.

O aspecto incomum da descoberta reside no fato de estar fora da estrutura do palácio, o que fortaleceria a hipótese que pertenceu a sacerdotes sujeitos ao Império romano, mas que não se afastavam da sua condição de judeu. “Quem viveu nesta casa era um vizinho e teria acesso ao governante que morava no palácio”, especula.

Embora ainda cauteloso, por ser uma descoberta muito recente, James Tabor acredita que “Se esta realmente for a residência sacerdotal de uma rica família judia do primeiro século, imediatamente nos conectará não apenas com a elite de Jerusalém, mas com o próprio Jesus… Estas são famílias que viram Jesus ser preso e crucificado, então é importante conhecermos mais sobre eles e sua vida doméstica, além do nível de sua riqueza”.

Embora os artefatos encontrados ainda estejam passando por uma avaliação, um conjunto de itens, em particular, intriga os pesquisadores. Ali está o maior número de conchas de murex já encontrado nas ruínas de Jerusalém datadas do primeiro século. O murex é um molusco encontrado no mar Mediterrâneo, altamente valorizado no tempo dos romanos por causa da tintura roxa que era extraído da criatura ainda viva.

Em hebraico, a tinta roxo-avermelhada era denominada argaman e a roxo-azulada, tekhelet. Ambas vinham de espécies semelhantes do molusco, sendo usada em vestes de reis ou de funções rituais. O nome em latim era púrpura, pigmento mencionado na Bíblia. Esta tinta tinha grande valor por não desbotar e por serem necessários milhares de caramujos para se extrair algumas gramas da substância.

“A fabricação de corante parece ser algo supervisionado pela classe sacerdotal, em especial para os paramentos sacerdotais”, esclarece Gibson. “Se essas atividades domésticas eram realizadas pelos sacerdotes, iremos conhecer muito mais sobre eles do que sabíamos antes… os textos rabínicos concentravam-se em suas atividades na área do templo judeu, mas não há muito conhecimento sobre suas atividades fora do recinto sagrado”. Curiosamente, a descoberta surge poucas semanas após ser anunciado que Israel já tem novos sacerdotes preparados para fazer os sacrifícios no Terceiro Templo, incluindo as vestes, os instrumentos e as peças rituais.

murex Encontrada casa de sumo sacerdote dos tempos de Jesus

Concha de murex.

Os detalhes sobre a vida dessa classe importante no judaísmo do primeiro século podem ajudar os estudiosos do Novo Testamento, ressalta Tabor. “Jesus, de fato, criticava a riqueza dessa classe. Fala criticamente sobre suas roupas e suas longas vestes… Portanto, nos ajuda a compreender melhor como eles eram”.

Gibson complementa, lembrando que as tradição bizantinas do quarto século apontam para essa área a localização da mansão do sumo-sacerdote Caifás, ou talvez Anás, mencionados nos Evangelhos”, disse Gibson.

“Naqueles dias, as famílias podiam se reunir em grandes complexo, que poderiam ter até 20 quartos e vários andares diferentes”. Segundo o NT, Jesus foi preso e julgado num cômodo da casa do sumo-sacerdote que era capaz de hospedar todo o sinédrio, cerca de 70 pessoas.

Um dos mais importantes aspectos da boa conservação do local é que o Monte Sião ficava longe da área onde o imperador romano Adriano reconstruiu Jerusalém, em 135 d.C. A capital de Israel nos tempos de Jesus foi destruída pelo exército romanos no ano 70 e ficou desocupada por quase 65 anos.

Embora Gibson seja reticente em determinar quem morava ali, ela acredita que após a investigação terminar, dentro de alguns meses, será aberto aos visitantes que desejam ver as ruínas. No momento, as estruturas frágeis que foram estabilizadas através de procedimentos de conservação, mas a área continua perigosa para pessoas sem treinamento entrarem. Com informações Science Codex e James Tabor.

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Surgem importantes achados arqueológicos no Monte do Templo em Jerusalém

Peças ajudam a resgatar a história dos judeus em local dominado por autoridades islâmicas

por Jarbas Aragão


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Surgem importantes achados arqueológicos no Monte do Templo em JerusalémSurgem importantes achados arqueológicos noMonte do Templo

Arqueólogos israelenses revelaram em uma entrevista coletiva nesta segunda, a descoberta de 36 peças de ouro na Cidade Velha de Jerusalém. O anúncio foi feito no campus do Monte Scopus da Universidade Hebraica, que colocou em exibição um medalhão em ouro com um candelabro judaico entalhado e várias joias em ouro e prata que datam da época bizantina.

Responsável por liderar as escavações, a renomada arqueóloga dra. Eilat Mazar, comemorou: “É uma descoberta impressionante que só acontece uma vez na vida”.

Um dos aspectos mais importantes é o fato de os objetos estarem a meros 50 metros do muro sul da Esplanada das Mesquitas, que os judeus chamam de “Monte do Templo”, local onde ficava originalmente o templo construído pelo rei Salomão.

Durante anos Mazar dedica-se a fazer escavações no local na chamada “escavação ophel”, que visa resgatar a história dos judeus na área hoje dominada por autoridades islâmicas. O complexo Ophel City Wall, está situado junto às muralhas que ladeiam o Parque Nacional de Jerusalém.

Ela afirma que mais essa descoberta de objetos antigos ajudam os judeus a comprovar arqueologicamente que o templo realmente ficava naquele loca, algo negado pelos muçulmanos.

O templo original foi destruído pelos babilônios no ano 586 antes de Cristo. Posteriormente, Herodes construiu um segundo templo no local, que foi destruído pelo general Tito numa invasão a Jerusalém no ano 70.

De acordo com a doutora, as novas descobertas datam do século VII depois de Cristo, e são “completamente inesperadas”. “A explicação mais provável é que (…) o local onde encontramos esse tesouro teria como objetivo destacar onde devia ser construída uma nova sinagoga, em um local próximo ao Monte do Templo”, destaca Mazar.

medalhao com menora Surgem importantes achados arqueológicos no Monte do Templo em Jerusalém

Com mais de 1.400 anos de idade, as peças são importantes e trazem contribuições para a arqueologia de Jerusalém. Segundo Mazar eles “foram abandonados no contexto da conquista persa de Jerusalém, em 614. Após a conquista de Jerusalém pelos persas, muitos judeus voltaram a esta cidade com a esperança de encontrar liberdade política e religiosa e eram a maioria da população. Mas os persas, com a decadência do seu poder, ao invés de se aliar aos judeus, procuraram o apoio dos cristãos e autorizaram estes a tirar os judeus de Jerusalém”.

O fato de o medalhão maior trazer o desenho de um menorá indica que estava ligado ao judaísmo, evidentemente. Porém, ela acredita que provavelmente era parte da decoração de uma cópia da Torá, livro da Lei lido regularmente nas sinagogas. Parece lógico, uma vez que o outro símbolo gravado no medalhão era um rolo da Torá. As 36 moedas de ouro encontrada no local podem indicar que se tratava dinheiro para, financiar a construção de uma sinagoga no local.

A doutora Mazar explica que “é um tesouro relativamente pequeno, mas contém tanta informação, e nos ensina muito… As moedas nos falam sobre um período específico… E a localização é clara, tão perto do Monte do Templo. Então, temos informações suficientes para fundamentar uma boa teoria, e relacioná-la com o que já sabemos sobre o povo judeu na época: Eles estavam ansiosos para entrar e reedificar Jerusalém.”

É mais um grande feito da doutora Eilat Mazar nos últimos meses. No início de agosto, ela descobriu um fragmento de um jarro de cerâmica com a inscrição em hebraico mais antiga já descoberta. Na mesma época encontrou as ruínas do que seria do primeiro palácio do rei Davi.

“Eu trabalho com a Bíblia em uma mão e as ferramentas de escavação na outra”, disse Mazar.

“A Bíblia é a fonte histórica mais importante”, comemora. Com informações de  Jerusalém Post e The Trumpet.

Nova descoberta arqueológica confirma profecia de Isaías

Inscrição relata ataque assírio contra Israel.

por Jarbas Aragão

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Nova descoberta arqueológica confirma profecia de Isaías
Nova descoberta arqueológica confirma profecia de Isaías

Arqueólogos da Universidade de Tel Aviv afirmam ter descoberto as ruinas de fortificações construídas cerca de 2.700 anos atrás, em torno de um antigo porto da Assíria, numa região que hoje pertence a Israel. O achado confirma o relato bíblico sobre o assunto presente no capítulo 20 do Livro de Isaías.

“As fortificações parecem proteger um porto artificial”, explica Alexander Fantalkin, líder das escavações no Ashdod-Yam, em um comunicado oficial. “Ao ser confirmado, será uma descoberta de importância internacional, o primeiro porto conhecido deste tipo no nosso canto do Levante”.

A descoberta foi feita em um sitio arqueológico na cidade costeira de Asdode, ao sul da capital Tel Aviv. No centro das fortificações há uma parede de tijolos de barro medindo mais de 3 metros e meio de largura, chegando a 4,5 metros de altura em alguns pontos. A parede está coberta por camadas de lama e areia.

Quando foram construídas no século 8 a. C, as fortificações em forma de meia-lua defendiam uma área interior com cerca de sete hectares.

Segundo os relatos históricos, rei assírio Sargom II governou toda a parte sudeste da bacia do Mediterrâneo, incluindo o Egito e o Oriente Médio. Inscrições falam sobre um rei filisteu em Asdode, chamado Yamani, que tentou organizar uma revolta contra o Império Assírio. Os assírios responderam com força, assumiram o controle de Asdode, no ano 711 a. C e destruiu a cidade. Depois disso, o centro de poder foi estabelecido na área vizinha de Asdode-Yam, o local que está sendo escavado atualmente.

Baseado em escavações anteriores, o finado arqueólogo israelense Jacob Kaplan concluiu que os rebeldes construíram as fortificações em preparação ao ataque. Contudo, Fantalkin disse que a construção é grande demais para ter sido feito sob tais circunstâncias.

O ataque de Sargom II contra Asdode é mencionado em Isaías 20, como um aviso para aqueles que apoiaram a rebelião. “Naquele dia o povo que vive deste lado do mar dirá: ‘Vejam o que aconteceu com aqueles em quem confiávamos, a quem recorremos para nos ajudar e livrar do rei da Assíria!”

Ezequias, rei de Judá, ficou fora da luta, provavelmente a pedido do profeta Isaías, que nessa época andava nu e sem sandálias como uma forma de chamar atenção do povo para suas profecias.

Fantalkin e sua equipe dizem que os edifícios e paredes encontrados aparentemente são a reconstrução das fortificações anteriores, que provavelmente foram destruídas por um terremoto na segunda metade do século 2 a.C. Moedas antigas, vasos e outros artefatos dessa época foram encontrados entre as ruínas.

Durante a época bizantina, o local era conhecido como Azoto Paralus. Uma cidadela chamada Kal’at Al Mina foi construída no local durante o período de dominação islâmica, em algum período entre os séculos 8 e 11. Em 1033, essa fortaleza foi seriamente danificada por um terremoto. É surpreendente que a parede com as inscrições achada agora tenha permanecido de pé depois de tanto tempo, tendo “sobrevivido” a tantos acontecimentos.

A última descoberta do tipo ocorreu em 1843, quando Paul Emile Botta escavou as ruinas do Palácio de Sargom II, o mesmo que é mencionado na parede encontrada agora. Durante muitos séculos grande parte dos relatos do Livro de Isaias foram considerados “não-históricos” por causa da falta de comprovações arqueológicas. Com informações NBC News.