Arqueólogos encontram em Jerusalém muralha atribuída ao rei Salomão

 

DANIELA BRIK
da Efe, em Jerusalém

Atualizado às 10h22.

Arqueólogos israelenses descobriram em escavações realizadas junto à Cidade Antiga de Jerusalém os restos de uma muralha do século 10º a.C., que poderiam confirmar a descrição bíblica dos tempos do rei Salomão.

Uma parte da muralha, de 70 metros de comprimento e seis de altura, foi encontrada em um local de nome Ofel, entre a conhecida como Cidadela de Davi e a parede sul do Monte do Templo judeu, também conhecido como Esplanada das Mesquitas muçulmana.

Tara Todras Whitehill/AP

Arqueóloga Eilat Mazar (de vermelho), que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão

Arqueóloga Eilat Mazar (de vermelho), que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão

Empreendidas nos últimos meses, as escavações fazem parte de um projeto da Universidade Hebraica de Jerusalém, a Autoridade de Antiguidades de Israel e outras instituições, e conta com o financiamento de patrocinadores americanos.

Sua diretora, Eilat Mazar, data a muralha com base em fragmentos de vasilhas descobertas nos arredores. Segundo ela, os objetos são de tempos do reinado de Salomão, o período de maior construção até então em Jerusalém e quando foi erguido o Primeiro Templo judeu, segundo o Antigo Testamento.

"Esta é a primeira vez que se descobre uma estrutura desse período que pode ter uma correlação com as descrições das obras de Salomão em Jerusalém", afirma.

"A Bíblia conta que Salomão construiu, com ajuda dos fenícios, que eram excelentes construtores, o Templo e seu novo palácio e que os rodeou com uma cidade. O mais provável é que estivesse conectada à muralha mais antiga da Cidadela de Davi", explica a diretora das escavações.

No local, foram desenterradas também uma monumental guarita de vigilância de seis metros de altura e uma torre que serviria de mirante para proteger a entrada da cidade, que são características do estilo do Primeiro Templo.

Deste período datam os antigos povoados israelitas de Meguido ou Be’er Sheva, declaradas em 2005 Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Bíblia histórica

Tara Todras Whitehill/AP

Arqueóloga Eilat Mazar, que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão; segundo ela, resultado reforça exatidão bíblica

Arqueóloga Eilat Mazar, que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão; segundo ela, resultado reforça exatidão bíblica

Para a arqueóloga, os restos da muralha representam uma prova adicional da exatidão com que as sagradas escrituras descrevem o esplendor do período dos reis Davi e Salomão.

Ela cita o Primeiro Livro de Reis (3:1), no qual "Salomão se tornou parente do então Faraó do Egito, pois se casou com sua filha Anelise e a trouxe à cidade de David, quando terminava de construir sua casa, a casa de Jeová e os muros de Jerusalém ao redor".

As pesquisas sugerem que os restos da muralha revelam a presença de uma monarquia e que a fortaleza e forma de construção indicam um alto nível de conhecimentos de engenharia.

Os vestígios estão em um ponto estratégico, no alto do vale do Kidron, hoje limite da Cidade Antiga de Jerusalém.

"Ao comparar as últimas descobertas das muralhas e portas da cidade do período do Primeiro Templo e os restos de vasilhas encontrados no local, podemos assegurar com bastante certeza que os muros são da cidade construída pelo rei Salomão em Jerusalém, na última parte do século 10º a.C", afirma Mazar.

A inscrição encontrada em um fragmento de vasilha descreve: "do supervisor do pa…", que a arqueóloga acredita se referir ao "supervisor do padeiro", um oficial responsável por controlar o fornecimento de pães à corte real.

Outros fragmentos contêm as palavras "do rei", e também foram encontrados selos de cera com dezenas de nomes.

Guia

O explorador britânico Charles Warren descreveu o traçado da muralha em 1867, mas sem atribuí-lo à época de Salomão, cuja monarquia ficou conhecida pelas "decisões justas" ou "salomônicas".

Nesse contexto de difícil equilíbrio, cabe se perguntar se a Bíblia pode servir ou não de guia arqueológico, uma polêmica que enfrenta duas tendências na arqueologia israelense e especialmente incerta no que se refere às descobertas em torno do período do rei Davi e de seu filho Salomão.

Mazar pertence à corrente que reconhece a validade do relato bíblico, enquanto arqueólogos da Universidade de Tel Aviv acham que o Pentateuco não está isento de interesses políticos de seus autores e que as monarquias de ambos os reis não eram uma potência regional como descreve o livro sagrado.

Mais desmoronamentos podem atingir cidade antiga de Pompeia

 

O desmoronamento, numa das principais atrações turísticas da Itália, causou embaraço no governo

08 de novembro de 2010 | 18h 29

Associated Press – AP

Mais edifícios no interior da antiga cidade romana de Pompeia podem desmoronar, disse no domingo o ministro da Cultura da Itália, um dia depois de uma casa de 2.000 anos, usada no passado por gladiadores, ter se reduzido a escombros.

Salvatore Laporta/AP

Salvatore Laporta/AP

Trabalhadores em meio aos destroços da casa dos gladiadores

O desmoronamento, numa das principais atrações turísticas da Itália, causou embaraço no governo. O presidente Giorgio Napolitano disse que o ocorrido era uma "desgraça para a Itália" e exigiu explicações.

O ministro da Cultura, Sandro Bondi, que foi a Pompeia para avaliar o estrago, informa a mídia italiana.

Dado o número de prédios que precisam ser restaurados, novos danos são virtualmente "inevitáveis", disse Daniela Leone, porta-voz da superintendência arqueológica de Pompeia."É uma área vasta, que requer manutenção, recursos", disse ela.

A casa que caiu no sábado era usada por gladiadores para treinar antes dos combates realizados num anfiteatro próximo, bem como por outros atletas. Também funcionava como armazém de armas e armaduras.

Acredita-se que tenham sido construída muito antes da destruição da cidade por uma erupção do vulcão Vesúvio, no ano 79. A casa havia sido parcialmente destruída na 2ª Guerra Mundial, e teve partes reconstruídas.

Bondi sugeriu que infiltrações de água podem ter causado o desmoronamento, mas que afrescos na parte baixa das paredes talvez possam ser salvos.

Descoberta inscrição sobre faraó egípcio na Arábia Saudita

 

Texto mencionando Ramsés III é o primeiro registro de hieróglifos já encontrado em território saudita

08 de novembro de 2010 | 16h 30 Fonte: Estadão.com

REUTERS – REUTERS

A Arábia Saudita encontrou sua primeira inscrição hieroglífica mencionando um faraó egípcio, datando de mais de 3.000 anos.

Reprodução

Reprodução

Sarcófago de Ramsés III, atualmente no Museu do Louvre, em Paris

O texto está numa rocha perto da cidade de Tabuk, informa a mídia estatal saudita.

As inscrições, que contêm o nome do faraó Ramsés III, datam do século 12 a.C. e são os primeiros hieróglifos já encontrados em território saudita. Ramsés III governou o Egito de 1.192 a.C. a 1.160 a.C.

A descoberta foi feita em julho, no oásis de Tayma, que se localiza no que foi, segundo arqueólogos, uma importante rota entre a costa da Arábia e o Vale do Nilo.

A Arábia Saudita vem promovendo esforços para intensificar as descobertas arqueológicas no país.