Arqueólogo confirma a existência de 53 personagens bíblicos

Argumentos incontestes atingem quem defende que “Bíblia é ficção”

Arqueólogo confirma a existência de 53 personagens bíblicos

Acreditar na veracidade da Bíblia em pleno século 21 é uma questão só de fé, certo? Não para Lawrence Mykytiuk, da Universidade de Purdue, em Indiana (EUA). Ele está divulgando o que chama de método para “desenvolver a historicidade” dos relatos.

Graças ao sistema criado por ele, 53 indivíduos citados no Antigo Testamento tiveram sua comprovação como personagens históricos genuínos. O professor Mykytiuk trabalha apenas com o que chama de “evidências materiais”.

Sua formação como bibliotecário e especialização em técnicas de catalogação aliaram-se ao seu interesse na Bíblia para fazer o que ele acredita que os arqueólogos deveriam estar fazendo há muito tempo: examinar inscrições de peças arqueológicas e combiná-las com o registro desses nomes na Bíblia.

O sistema elaborado por Mykytiuk baseia-se em três critérios: um nome bíblico deve equivaler a uma inscrição autêntica, sem possibilidade de falsificação. Os nomes – na Bíblia e na inscrição – devem corresponder em termos de configuração e no período de tempo. O último estágio, talvez o mais difícil, é procurar correspondências de pelo menos três detalhes específicos que identifiquem um indivíduo, como nome, título ou nome do pai.

 “Se corresponde às menções nas Escrituras, é uma certeza inegável”, disse Mykytiuk. “Pode haver algumas pessoas com o mesmo nome ou até o nome do pai idêntico”, acrescentou, “mas o mesmo título? Isso se torna inegável”.

Ele deixa claro que as verificações de nomes bíblicos não garantem que os eventos bíblicos envolvendo esses indivíduos sejam precisos, apenas de que não se trata de uma “obra de ficção”, como argumentam muitos críticos.

 Desenvolvido ao longo de 25 anos, o “sistema Mykytiuk” já provou que funciona. Estudando 94 inscrições, ele identificou reis, faraós, sumos sacerdotes e escribas, entre outros.

Todos os nomes são masculinos, embora ele acredite que esteja perto de identificar uma mulher a partir de uma inscrição.

As pessoas identificadas incluem oito reis do Reino do Norte (Israel) e seis do Reino do Sul (Judá). Um deles é o rei Acabe, que liderava Israel na Batalha de Qarqar, em 853 a.C. – um evento que Mykytiuk relaciona com os relatos de ambos os livros de Reis e em uma imagem do monstro de Kurkh.

“Havia apenas um rei israelita naquele momento que poderia ter lutado [na batalha]”, disse o professor. “Achei uma correspondência entre a inscrição e a Bíblia”, comemora.

A verificação mais antiga de Mykytiuk é de outro soberano – o próprio rei Davi, que viveu perto do ano 1000 a.C. Ele encontrou uma correlação entre o personagem descrito no livro de 1 Samuel e ​​a inscrição na parede da “Casa de Davi”, descoberta nas escavações de Tel Dan, no norte de Israel.

“’O rei de Israel’ é mencionado numa linha”, ressalta Mykytiuk, em seguida lemos Melech Beit David”. Estava em aramaico, mencionado pelos seus inimigos, os amonitas, que conquistaram Tel Dan e ergueram um monumento para comemorar a vitória. Fizeram uma estela, um grande bloco de pedra. Mais tarde os israelitas reconquistaram o lugar e destruíram [a estela] usando seus pedaços para erguer uma parede”.

“Davi é tão importante na Bíblia hebraica e no Novo Testamento … Se você deseja verificar alguém, ele é o cara certo”, acrescentou.

Os persas, os babilônios, os egípcios, os moabitas, os arameus e os damascenos também aparecem na lista de Mykytiuk, apenas alguns dos quase 3.000 povos mencionados na Bíblia.

“Para a maioria, tudo o que temos são nomes”, enfatiza o especialista. “Talvez apenas algumas centenas tenham fatos identificáveis em número suficiente na Bíblia para realmente identificá-los em alguma outra fonte escrita”. Mas as identificações continuam surgindo.

Recentemente, ele publicou na revista especializada em arqueologia Biblical Archeology Review, suas descobertas sobre Tatenai, um administrador persa sob Dário o Grande; e Nebuzaradan e Nergal-Sarezer, dois guerreiros babilônios que lutaram pelo rei Nabucodonosor II, que destruiu o Primeiro Templo.

O nome de Tatenai é mencionado em fontes bíblicas, como Esdras 5:3 e em uma tabuinha assinada por Dario, datada de 502 a.C. Já Nebuzaradan e Nergal-sharezer aparecem nos livros de Reis e Jeremias, respectivamente. Esses nomes estão inscritos em textos cuneiformes no chamado “prisma de argila” de Nabucodonosor II.

Fazendo escola

O interesse de Mykytiuk em verificações arqueológicas começou em 1992, enquanto ele cursava a pós-graduação em estudos hebraicos e semíticos na Universidade de Wisconsin-Madison.

Ele estudava a imagem de uma impressão de argila de um anel de sinete pertencente a um servo do rei Ezequias, que governou o reino do Sul e é mencionado no Livro dos Reis. Ele identificou o que parecia ser o nome do rei.

Desde então não parou mais de investigar. Disse também que a maioria dos estudiosos europeus nessa área diziam que a Bíblia hebraica era “uma obra de ficção com algumas referências históricas espaçadas”. Ele só lembrava da impressão do selo de um servo de Ezequias, que a Bíblia mencionava.

Cristão, Mykytiuk dedicou-se a verificar os nomes no Antigo Testamento, estudando diversas inscrições. Ele escreveu sua dissertação sobre o tema e a publicou como livro anos mais tarde.

Apesar de contestado por alguns de seus colegas, revela que seguiu os passos do arqueólogo israelense Nahman Avigad, que morreu em 1992 e havia deixado um legado para as verificações bíblicas. “Ele estabeleceu alguns critérios que usei e aperfeiçoei”, revela. “Naquela época ninguém tinha critérios, exceto Avigad”.

Depois de Mykytiuk estabelecer um sistema próprio, ganhou seguidores como Kenneth Kitchen, professora de egiptologia da Universidade de Liverpool (Inglaterra), e Bob Becking, professor de Bíblia, Religião e Identidade na Universidade de Utrecht (Holanda).

Novo Testamento

O professor Mykytiuk continua fazendo verificações, segundo o seu método, agora envolvendo o Novo Testamento.

Assim que terminou as 50 primeiras verificações do Antigo Testamento, um colega o motivou: “Podemos terminar o Novo Testamento também”. Para Mykytiuk este era um grande desafio.

“Eu sou um homem da Bíblia hebraica, fazer um estudo do Novo Testamento é muito diferente, com inscrições e moedas gregas e latinas com as quais você não lida nos estudos sobre o Antigo Testamento”.

Mas ele foi em frente. Seu próximo artigo incluirá verificações de 23 figuras políticas do Novo Testamento. Ele espera publicar o material na edição de setembro/outubro da Biblical Archeology Review. O material inclui, além de estudos sobre homens, várias mulheres.

“Muitas são mencionadas em moedas – governantes e suas esposas [ou] irmãs eram politicamente muito influentes”, disse Mykytiuk. O especialista revela que está trabalhando em outro artigo sobre as figuras religiosas do Novo Testamento, como João Batista, Gamaliel e os sumos sacerdotes. Com informações de Times of Israel e Gospel Prime.

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Arqueólogos acham indícios da conquista de Davi sobre os edomitas

Escavações no vale de Timna mostram que local foi edificado por Edom

Indícios da conquista de Davi sobre os edomitas

Enquanto escavam as ruínas de uma mina de cobre que pertencia ao rei Salomão, pesquisadores descobriram uma muralha datando do século 10 a.C. O sítio arqueológico de Timna, na região do deserto de Arava, extremo sul de Israel também revelou o que pode ser a comprovação da captura de parte do território de Edom nos dias do rei Davi.

O muro da fortificação originalmente media centenas de metros de comprimento e 5 de altura. Muitas pedras grandes foram encontradas perto da edificação. Lançadas por fundas e possivelmente catapultas rudimentares para derrubar a estrutura, seriam consideradas a evidência da grande batalha descrita em 2 Samuel 8:13, quando foram derrotados os edomitas.

“Temos provas arqueológicas mais que suficientes para concluir que os mineiros que trabalhavam nas minas de Timna não eram humildes escravos, como se supunha. Eles mais provavelmente eram mineiros experientes que supervisionavam o complexo e que coordenavam o trabalho dos aprendizes”, explica o dr. Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv, líder da equipe que encontrou o muro.

“Estamos descobrindo cada vez mais evidências de uma sociedade concentrada e hierárquica, que interagia extensivamente com seus vizinhos, o que é corroborado pelos textos da Bíblia e de outras fontes”, pontua o arqueólogo.

 No mesmo complexo foram encontradas minas que pertenciam ao rei Salomão, sucessor do rei Davi. O Vale de Timna, tombado como parque nacional, era um distrito de produção de cobre, vindo de milhares de minas e preparado em dezenas de locais de fundição. Fragmentos de fornos, roupas, tecidos e cordas foram descobertos na escavação, bem como uma série de restos de alimentos. Devido à extrema aridez da região, eles ficaram muito bem conservados após milhares de anos.

Na Bíblia, o local também é chamado de “Vale do Sal”, por ficar ao sul do Mar Morto, famoso pela alta concentração salina. Existem diversas menções a ele. Na principal batalha, Davi e Joabe abateram 18.000 edomitas (2 Sa 8:13; 1Rs 11:15; 1Cr 18:12; Sal 60).

Os arqueólogos enviaram caroços de azeitonas e de tâmaras encontrados no local para a Universidade de Oxford, onde foram analisados. São do século X a.C, período durante o qual, de acordo com a Bíblia, Davi e Salomão governavam o antigo Israel. Com informações de United With Israel e Gospel Prime

Arqueólogos revelam onde estão as lendárias “minas do rei Salomão”

Achados comprovam relato bíblico do livro de Reis


Arqueólogos revelam onde estão as “minas do rei Salomão”

Por mais de dois séculos, teólogos liberais usavam a falta de comprovação histórica de alguns trechos para criticarem a ideia de uma Bíblia inerrante. Um de seus argumentos mais comuns é que não havia registros extrabíblicos dos reinados de Davi e Salomão.

Contudo, escavações arqueológicas em Israel ao longo das últimas décadas mudaram essa perspectiva. Descobertas recentes mostram que a extensão do reino de Salomão, o maior território que Israel já teve em sua história, realmente chegou onde o registro bíblico diz.

Na edição de fevereiro de 2017 do Journal of Archaeological Science, os arqueólogos Erez Ben-Yosef, Dafna Langgut e Lidar Sapir-Hen anunciam as descobertas que fizeram durante escavações na região mais inóspita de Israel. Eles descobriram em Timna, no extremo sul do país, mais indícios de onde ficavam as lendárias “minas do rei Salomão”. Eles aprofundaram o trabalho que foi primeiramente divulgado em 2013.

Em uma das partes mais áridas e desoladas do deserto do Negev, eles encontraram ruínas de estábulos e depósitos de minério onde um dia se localizavam os maiores campos de fundição de cobre do reino. A datação de artefatos recuperados comprova que são do século X antes de Cristo, o que coincide com as datas do reinado de Salomão.

 Esta descoberta resolve uma grande controvérsia histórica. Embora não existisse evidência histórica abundante sobre a extração de minério de cobre, as ruínas de Timna mostram que havia minas e fundições ativas durante o reinado de Salomão. Portanto, não é difícil concluir que o Vale de Timna realmente abrigava as minas mencionadas pela Bíblia.

Dieta forte

Por causa da extrema aridez da região, materiais orgânicos acabaram ficando extraordinariamente preservados. Ben-Yosef, Langgut e Sapir-Hen foram capazes de recuperar ossos de animais, sementes e pólen em pilhas de esterco de burro, abundante no local. A análise desse esterco revelou que os animais eram alimentados com o bagaço de uva em vez de palha.

O uso de bagaço na dieta mostra como esses burros eram bem cuidados, pois eram fundamentais na retirada do cobre das minas e o transporte de suprimentos para o acampamento. A análise dos ossos de animais e das sementes mostra que os operários -provavelmente escravos – tinham uma dieta rica, que lhes dava condições de desempenhar um trabalho que exigia muito de seus corpos.

Outro aspecto que chama atenção é a disposição do esterco, armazenado na parte interna das estruturas fortificadas. Isso indica que foi usado como combustível para o aquecimento inicial dos fornos de fundição. Os três arqueólogos descobriram artefatos que também demonstram que no local havia mais de um tipo de metalurgia.

Além de fundir o minério de cobre, também o refinavam e preparavam lingotes. As minas de Timna não eram as únicas pertencentes a Salomão, mas podem ter sido as maiores.

Possível local das minas do rei Salomão.

Presença militar

A estrutura do portão principal e dos muros evidenciam que o local era bem guardado. Isso mostra que nos tempos de Salomão tinham ali uma forte presença militar. O valor do cobre era muito alto na época, por ser usado para fabricar ferramentas e armas, vitais para as sociedades antigas. Essa ideia de riqueza gerou, séculos mais tarde, a lenda que as minas de Salomão eram de ouro e diamantes. Essa ideia se popularizou por causa do romance ficcional “As Minas do Rei Salomão”, de Rider Haggard, publicado em 1885. Era cobre, no entanto, o que realmente se extraía dali.

Localização das escavações.

A Bíblia dedica 21 capítulos à história do reinado de Salomão, destacando sua extensão, riqueza, poder e organização. Muitos estudiosos questionavam se não havia exageros nos relatos para agradar o rei. Contudo, surge agora a comprovação de que havia presença militar judaica no extremo sul do deserto do Negueve, historicamente pertencente ao reino de Edom. Com informações Science Direct  Com informações do Gospel Prime