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O Homem quase foi extinto

 

Fernando Reinach – O Estado de S.Paulo

Quando sobram poucos indivíduos de uma espécie, ela é listada como ameaçada de extinção. É o caso do tigre-asiático e do mico-leão-dourado. Agora, um grupo de cientistas descobriu que nós também passamos perto da extinção.

Essa descoberta é um subproduto do sequenciamento completo do genoma humano. Mas como é possível decifrar nossa história analisando a sequência de nosso genoma?

Imagine um saco contendo 100 bolas, 25 vermelhas, 25 amarelas, 25 azuis e 25 verdes. Imagine agora que cada uma dessas bolas se divida a cada 24 horas, dando origem a duas bolas da mesma cor que a bola mãe.

Ao longo do tempo, a população de bolas no saco vai aumentar, mas a proporção entre as bolas vai se manter. Se um número pequeno de bolas “morrerem” (forem tiradas do saco), a proporção entre as cores pode mudar um pouco, mas deve se manter aproximadamente a mesma.

Imagine que, em dado momento, exista uma mortandade em massa dessas bolas e que só sobrem duas bolas dentro do saco. Essas duas podem ser da mesma cor ou de cores diferentes – de qualquer maneira, duas das quatro cores deixarão de existir. Imagine agora que depois desse evento catastrófico as bolas continuem a se reproduzir.

Anos depois, examinemos o saco. Vamos encontrar somente duas cores, descendentes dos poucos indivíduos que sobreviveram à catástrofe. Esse efeito é o que os geneticistas chamam de “efeito fundador”, ou seja, uma redução drástica na diversidade genética (o número de cores existentes) de uma população resultante de um afunilamento brutal do número de indivíduos da população em algum momento do passado. Quando o “efeito fundador” é detectado, podemos deduzir que a espécie, por um período, teve pouco indivíduos e portanto correu o risco de ser extinta.

Na verdade, a genética humana é mais complicada, pois não existe somente uma característica (cor), mas milhões delas. Além disso, como a reprodução é sexual, as características se misturam a cada geração. E, o que é importante para esse tipo de análise, surgem novas variantes de cada característica ao longo do tempo (é como se de vez em quando uma bola vermelha tivesse um filho mutante cor-de-rosa, dando origem a uma subpopulação de bolas rosas). O importante é que, analisando o genoma completo de diversos indivíduos e assumindo a duração de cada geração e a taxa de mutação (com que frequência surge uma nova variável, como a bola rosa), esse novo método permite estimar o tamanho da população em cada momento do nosso passado.

Funil. Foi isto que os geneticistas fizeram, utilizando os genoma humanos já sequenciados, que incluem pessoas da Ásia, da Europa e da África. Assumindo que o intervalo de tempo entre as gerações é de 25 anos e que a frequência do surgimento de uma nova variedade genética é de 2,8 x 10 – 8 por geração por base de DNA, foi possível construir um gráfico do número de indivíduos que contribuíram para a diversidade atual de nossa espécie.

O resultado mostra que, há 5 milhões de anos (quando nossos ancestrais ainda eram macacos), a população era grande, mas foi reduzida rapidamente para 100 mil indivíduos por volta da época do surgimento do Homo sapiens, há aproximadamente 300 mil anos. Depois, cresceu novamente. O grande funil ocorreu faz 20 mil anos, quando a população efetiva foi reduzida rapidamente e somente mil pessoas (as duas bolas que sobraram no saco) ficaram vivas. Foram somente essas mil que deram origem a todos os 7 bilhões que somos hoje. Se essas mil pessoas também tivessem morrido, hoje o Homo sapiens não existiria.

Esse resultado vai ser refinado, à medida que um número maior de genomas forem sequenciados. Mas caso essa descoberta se confirme, ela significa que, em um momento relativamente recente, alguns milhares de anos antes de surgirem as primeiras cidades e a agricultura, nossa espécie correu um risco real de ter desaparecido. Se isso tivesse ocorrido, nosso destino teria sido o mesmo de 99% das espécies que já habitaram o planeta – e estaríamos fazendo companhia aos dinossauros. A questão é: que espécie estaria administrando o museu em que nossos esqueletos fósseis estariam expostos?

BIÓLOGO

MAIS INFORMAÇÕES: INFERENCE OF HUMAN POPULATION HISTORY FROM INDIVIDUAL WHOLE-GENOME SEQUENCES. NATURE, VOL. 475, PÁG. 493, 2011

06-06-16 013

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Projeto cria bicicleta que troca marchas por meio do pensamento

 

Sensores em capacete leem ondas cerebrais do ciclista.
Usuário deve realizar treinamento para conseguir trocar marcha.

Do G1, em São Paulo

 

Um protótipo de bicicleta que está em fase de testes permite que o ciclista troque as marchas por meio de ondas cerebrais, ou seja, do pensamento. O aparelho está em desenvolvimento e ainda não tem previsão de chegar às lojas.

O projeto, feito da união entre a fabricante Parlee e a Toyota, além de utilizar o novo sistema de troca de marchas, criou uma bicicleta feita de fibra de carbono e que, segundo as empresas, possui uma aerodinâmica diferenciada.

Sistema permite trocar marchas da bicicleta com o pensamento (Foto: Divulgação)Sistema permite trocar marchas da bicicleta com o pensamento (Foto: Divulgação)

O ciclista deve usar um capacete com uma série de sensores e "treinar" para que o sistema leia os pensamentos. Os sensores captam as ondas cerebrais e interpretam os sinais para aumentar ou diminuir a marcha do veículo.

O treinamento do ciclista para sincronizar o cérebro com o sistema é feito por meio de um aplicativo para iPhone. Nele, é necessário mover um cubo para cima e para baixo para que o neurotransmissor entenda as ondas cerebrais que aparecem no momento e, desse modo, aumentar ou reduzir as marchas quando o usuário desejar.

Sensores no capacete leem as ondas cerebrais do ciclista (Foto: Divulgação)Sensores no capacete leem as ondas cerebrais do ciclista (Foto: Divulgação)

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Astrônomos descobrem moléculas de oxigênio no espaço profundo

 

DE SÃO PAULO

Astrônomos confirmaram, pela primeira vez, a existência de moléculas de oxigênio no espaço profundo. Elas se encontram na área da nebulosa Órion, a aproximadamente 1.500 anos-luz da Terra.

A descoberta, no entanto, não indica a presença de planetas ou outros objetos habitáveis.

A presença de oxigênio no espaço foi detectada há mais de 200 anos e a presença de átomos indivíduais do elemento são comuns no espaço, principalmente em torno de conglomerados de estrelas.

O ineditismo da descoberta atual –de autoria do Observatório Espacial Herschel, mas com grande colaboração da Nasa– é ter detectado moléculas de oxigênio que são praticamente 20% semelhantes às existentes na Terra.

Os cientistas estimam que o oxigênio estaria dentro de gelo e, ao ser aquecido pelas estrelas, liberou água que se converteu, depois, em moléculas de oxigênio.

"O Universo ainda guarda muitas surpresas", comentou o cientista Paul Goldsmith, do Jet (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na sigla em inglês), que publicou os resultados do estudo na revista especializada "Astrophysical Journal".

"O gás de oxigênio foi descoberto por volta de 1770, mas levamos mais de 230 anos para finalmente afirmar, com certeza, que essa simples molécula existe no espaço", disse Goldsmith.

Com o achado, os pesquisadores vão dar seguimento à procura de moléculas de oxigênio em outras regiões de formação de estrelas como é a Órion.

Nasa

Telescópio espacial Herschel descobriu moléculas de oxigênio em uma nuvem de gás e poeira de nebulosa

Telescópio espacial Herschel descobriu moléculas de oxigênio em uma nuvem de gás e poeira de nebulosa