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A narração da criação

Nessa história existe uma moral que é bem mais valiosa do que sua literalidade ou qualquer mito da época.

por Victor dos Santos – gospelprime –


A narração da criação

Leitura: Gênesis 1.1 – 2.3

Deus, o criador dos céus e da terra, dos animais, vegetais e do homem. Lemos essa realidade na narração da criação (Gn 1.1-28), quando Deus com o poder da sua palavra diz “haja” e houve. Cria tudo em ordem, com propósito e vê que é bom. Maravilhosa é essa narração, mas para o mundo moderno não passa de ilusão, após as diversas descobertas da ciência a passagem de Gênesis 1 não passa de um conto, mito e fanatismo dos que a leem de forma literal.

Maneiras de interpretar não faltam, cientistas criacionistas acreditam de um jeito, cada teólogo de outro, mas uma coisa é certa, Gênesis 1 é uma mensagem ao antigo povo hebreu, nessa história existe uma moral que é bem mais valiosa do que sua literalidade ou qualquer mito da época.

Nós do ocidente não temos uma característica que os povos antigos e até hoje os povos do oriente tem, é a beleza de ensinar através de histórias. Como isso é fascinante para eles, trazer uma narração onde não importa se os personagens são verdadeiros ou não, se existe um dragão ou não; usam imagens, alegorias ou até fatos verídicos para trazer uma lição da narração, o foco não são os personagens nem o cenário, mas a moral, o ensino que a narração trará. Nós que gostamos de teorizar tudo, ensinar de forma sistêmica, mas antigamente não, ensinava-se contando histórias.

O próprio Jesus utilizou esse método, um dia ele contou a história do “filho pródigo” (Lc 15.11 a 32): Um rapaz pede ao pai sua parte da herança porque quer sair e viver sua vida, seu pai atende o pedido e esse rapaz sai pelo mundo afora, curte a vida em festas, gastando tanto a ponto de perder tudo e ter que se alimentar com os porcos. Até que um dia ele cai em si e resolve voltar para casa mesmo para que seja um trabalhador de seu pai, assim ele teria uma vida mais digna do que estava tendo, quando o rapaz volta, seu pai corre e o abraça, coloca um anel em seu dedo, o dá sandálias e prepara uma grande festa, porque “o seu filho estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi achado”.

Essa história que Jesus conta é um fato verídico ou não? Alguns dizem que sim, outros que não, mas o que importa isso? O objetivo da narração era ensinar as pessoas, explicar que somos essas pessoas que abandonam a Deus e que precisamos cair em si, não esquecendo que Deus, o Pai está aguardando a nossa volta para a sua casa. Jesus contou diversas outras histórias, com um objetivo maior do que os fatos, a moral, o ensino.

Partindo do princípio da interpretação tradicional de Gênesis 1, Moisés recebeu a revelação de Deus sobre a criação, ora, se Deus queria falar com Moisés e com o povo hebreu, claro que iria usar uma linguagem que essas pessoas entenderiam. Essa narração não é um fato científico, nem geográfico, não é esse o intuito do texto, mas é sim uma revelação, um ensino para o antigo Israel.

O antigo povo hebreu foi aquele afligido, escravo, conheceu todos os tipos de deuses no Egito e sempre via a prosperidade dos outros povos com seus deuses sobre eles. Então eles recebem uma mensagem: O Deus, criador dos céus e da terra é o Senhor de Israel. De inicio, a terra era “sem forma e vazia”, ou seja, inabitável.

Havia trevas sobre os céus e a terra, mas não as trevas que teorizamos hoje, trevas é o que Israel chamava de escuridão (não que Deus criará a escuridão, mas se ainda não existe luz, só existe escuridão, Deus é luz, e a ausência dele é trevas) e essa escuridão cobria o abismo, esse abismo também não é o que sistematizamos hoje, não é inferno, para Israel abismo era o mar, o desconhecido.

Perceba, a narração é linguagem própria para o antigo Israel, eles entenderiam facilmente a moral desta história, tanto que, aquilo que temiam, que era o mar, estava sobre controle, pois o espírito de Deus soprava sobre ele. O sol, a lua, a mãe terra, as estrelas, tudo isso eram os deuses dos povos antigos, mas para Israel não passavam de obras da criação de Deus.

Entenda, a narração da criação é uma lição para Israel, Deus os ensina que eles não precisavam se invejar dos outros povos, porque o seu Deus era o criador de tudo, o sol e os outros astros que as nações adoravam, não passavam de objetos a serviço de Deus. As trevas e a expansão de mares que Israel temia, Deus chama simplesmente de noite, céus e terra. Esse Deus, o Senhor dos hebreus, está no controle de tudo, é maior que tudo, é criador, é esse Deus que está com Israel, essa é a mensagem para este povo.

Para nós, a mensagem é a mesma: Deus é o criador, é o Soberano, as maldades e os medos existem pela ausência da luz, por nossas atitudes longe da luz, mas esse Deus é soberano para na hora que quiser se levantar do trono e colocar um ponto final em qualquer situação. Saiba, o Deus poderoso para resolver os conflitos do povo de Israel é o nosso Deus.

 

  autor

Victor dos Santos

Victor dos Santos

Victor dos Santos, mora em Santo André-SP. Blogueiro (PazRelevante). Bacharel em Teologia pela Universidade da Bíblia, graduado em Logística pela Uniban e estudante da PUC SP.

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Rabino influente explica por que Deus criou ateus

“Eu os chamo de oposição leal de Sua Majestade”, provoca Jonathan Sacks

por Jarbas Aragão-gospelprime-

 

Rabino influente explica por que Deus criou ateusRabino explica por que Deus criou ateus

Entre os muitos argumentos dos ateus para defender o fim das religiões é que elas seriam responsáveis pela maioria das guerras ao longo da história. Segundo Charles Phillips e Alan Axelrod, que fizeram o levantamento de mais de ​​1.800 conflitos em sua “Enciclopédia de Guerras”, menos de 10% delas envolviam religião. O documento “God and War” [Deus e a Guerra], produzido pela rede BBC afirma que questões religiosas foram determinantes em menos de 40% das guerras ao longo dos últimos 3.000 anos.

Enquanto o mundo assiste nos últimos anos aos horrores perpetuados pelos extremistas do Estado Islâmico em nome de Alá, os argumentos generalistas dos ateístas apenas se reforçam.

Jonathan Sacks é um influente rabino, que foi líder das Congregações Hebraicas Unidas dos países de fala inglesa por mais de duas décadas. Autor premiado de vários livros, afirma que possui um “profundo respeito” pelos não religiosos.

Em seu novo livro, Not in God’s Name [Não em nome de Deus], ele explica que os ateus desempenham um papel importante na luta contra os religiosos. “Eu os amo. Eu os chamo de oposição leal de Sua Majestade”, afirma rindo. Explica que os ateus podem fazer perguntas que servem para incomodar os seguidores de qualquer religião, fazendo-os refletir.

“Por que Deus inventou os ateus? Para impedir que líderes religiosos fiquem muito pretensiosos”, disse Sacks. “[Eles gostam de perguntar]: ‘Se Deus existe, por que há tanto sofrimento no mundo?’ Um ateu me disse que eu não conseguiria dormir à noite, pois essa é uma pergunta sem resposta. Mas a verdade é que você não precisa ser ateu para questionar isso, pois Abraão e Moisés também disseram isso”.

O estudioso da lei judaica afirma que depois de um século de muita dúvida e questionamentos (o 20), a reação no início do século 21 tem sido o oposto, marcada pelo ressurgimento do extremismo. Isso seria uma espécie de resposta a todos que apregoavam que a ciência iria eliminar a religião do planeta.

O rabino acredita que a tendência é uma acomodação, onde os líderes das três maiores religiões, procurarão trabalhar juntos. Cita como exemplo os esforços ecumênicos do Papa Francisco. Para ele, os ateus também ajudam os religiosos a lembrar o perigo que se corre quando um líder religioso recebe muito poder. Normalmente as consequências são desagradáveis. Com informações de Huffington Post e WSJ

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Quando ocorre o início da vida? A resposta da Bíblia

Dra. Angelica B. W. Boldt
Como professora e pesquisadora em Genética Humana, confesso que me enquadrava dentro da “grande maioria” que acredita que a Bíblia não é clara sobre quando se dá o início da vida humana, uma vez que conceitos como “célula”, “zigoto” e o próprio mecanismo de fecundação e gestação eram um completo mistério para os seus escritores, como é evidente no Salmo 139: “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre da minha mãe… Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.”  (NVI, grifo do autora).

Contudo, ao meditar sobre a história do nascimento de Sansão em Juízes 13, descobri que a Bíblia é BEM CLARA a respeito da origem da vida humana. Ela conta que a mulher de Manoá, como a mãe de Sansão é chamada, era estéril até receber a visita de um anjo. Este lhe declara que ela engravidará de um filho que deve ser nazireu durante toda a sua vida, pois deve se tornar um juiz do seu povo e libertá-lo da opressão dos inimigos. O nazireado implicava em um sinal de consagração interior, através da abstenção de qualquer produto da videira (mesmo uvas e passas), e de consagração exterior, através da distância de cadáveres e manutenção do cabelo (o cabelo, assim como a barba, nunca poderiam ser cortados). O detalhe crucial é que o anjo ordena à própria mãe que não deve ingerir nada que viesse da uva, embora o nazireado coubesse explicitamente ao filho.

Para ficar bem clara, esta ordem é repetida duas vezes. Uma vez à mulher; outra vez a ela e a seu marido Manoá. Além disso, a mãe também deveria se lembrar de não ingerir qualquer comida impura, regulamento ao qual se sujeitavam todos os israelitas, nazireus ou não. Como ela não sabia do momento da concepção, deveria iniciar o jejum de uva desde já. Contudo, se a “vida” de Sansão se iniciasse após 11-12 semanas de gestação, a ordem do anjo teria sido a de abstenção da uva a partir do momento em que a mulher de Manoá percebesse que estava grávida. Se a “vida” de Sansão se iniciasse somente após o parto, a mãe receberia ordens apenas para cuidar da dieta do filho. A seriedade deste compromisso revela que o espírito de Sansão poderia ser contaminado pela desobediência da mãe desde o estágio mais tenro do seu desenvolvimento, ou seja: o momento da união de um óvulo com o espermatozóide!
Portanto, como mães e como pais (note que o anjo falou a ambos), somos responsáveis pelas vidas que geramos, desde a sua concepção! Pequenas, preciosas vidas que não podemos, não devemos rejeitar. Isto também é reforçado por várias outras passagens bíblicas que refletem a aversão que Deus sente pelo aborto provocado. Por exemplo, o famoso princípio “Olho por olho, dente por dente” ocorre pela primeira vez na Torah (os cinco livros de Moisés) no contexto em que um parto prematuro é provocado porque uma mulher grávida foi ferida em uma briga de homens: Êx. 21:22-25. Também na Torah, a ordem de que “um cabrito não deve ser cozido no leite da sua própria mãe” é repetida três vezes (Êx. 23:19, 34:26, Deut. 14:21). Mais do que um preciosismo culinário, creio que esta ordem representa a idéia de que uma mãe não deve ter participação alguma na morte do seu filho.
A principal razão para a destruição dos povos cannanitas foi a promiscuidade sexual seguida do sacrifício dos filhos indesejados ao deus Moloque — os bebês eram queimados vivos. Razões semelhantes conduziram à destruição de Jerusalém e ao êxodo dos israelitas para a Assíria e a Babilônia. Quer os filhos sejam queimados após o nascimento, quer sugados aos pedaços (como quer a cartilha mais recente sobre “Como abortar com segurança” da OMS), quer destruídos na forma de embriões ou fetos, creio que o ódio divino contra a destruição da vida humana é evidente de qualquer forma.
Filhos são sempre uma bênção, mesmo que em circunstâncias indesejadas. O assim chamado “planejamento familiar” tem minado a saúde mental de centenas de mulheres às quais foi ensinado que a criação de filhos representa um fardo e um empecilho às suas carreiras. Acreditem, essa é uma grande mentira! Dois dos meus filhos nasceram durante o mestrado e um no início do pós-doutorado. Cada um deles me enriqueceu de uma maneira não comparável a todo o reconhecimento que obtive pela minha carreira!
Fonte: www.juliosevero.com