Eleições 2018: Por que líderes evangélicos não apoiam Marina Silva?

Marina Silva, pré-candidata evangélica a Presidência do Brasil, em 2018Marina Silva, pré-candidata evangélica a Presidência do Brasil, em 2018

Marina Silva é, até agora, a única pré-candidata evangélica ao Palácio do Planalto, porém, a profissão de fé da porta-voz do partido Rede, no entanto, não deve credenciá-la como a favorita dos líderes das maiores igrejas do país — Assembleia de Deus, Igreja Batista e Universal do Reino de Deus.

O posicionamento de Marina sobre aborto e outros temas polêmicos continua sendo um dos principais motivos para líderes das maiores igrejas evangélicas do Brasil negarem apoio à missionária da Assembleia de Deus, que deve disputar neste ano, pela terceira vez, o mais alto cargo do poder Executivo.

A uma semana do primeiro turno das eleições de 2010, durante um debate na TV Record, a então candidata à Presidência Marina Silva defendeu realizar um plebiscito para tratar sobre a legalização do aborto.

“Naquela hora em que a Marina defendeu o plebiscito, o pastor Silas [Malafaia] mandou desmarcar o almoço que tinha combinado com ela no dia seguinte”, lembra o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), citando o episódio que levou Malafaia a recuar sobre o apoio à ex-senadora. “Ela agiu como Pilatos. Lavou as mãos. Lavou as mãos das nossas pautas”, diz Cavalcante, parlamentar mais próximo ao líder da carioca Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Marina Silva, avalia Cavalcante, “prefere ir para o politicamente correto”. “É morna nos nossos assuntos, já que está em um partido minado de gente de esquerda. O partido fala mais alto do que ela acredita”, afirma.

Nas duas últimas eleições presidenciais, a ex-ministra defendeu o plebiscito, mas deixou claro que era contrária à prática do aborto. “Boa parte das pessoas não dizem o que pensam ou em que acreditam para não perder voto. Eu nunca fiz isso e costumo pagar o preço. Eu não defendo o aborto por questões filosóficas, éticas e religiosas”, afirmou Marina, em vídeo publicado pela Rede, em dezembro de 2016.

A posição de Marina em relação ao casamento gay também não está precisamente ao lado da bancada evangélica. A ex-senadora defende que a terminologia “casamento” só deve ser usada para homem e mulher. Mas diz que o Estado laico deve garantir as liberdades individuais e permitir a “união civil” entre homossexuais. Já Bolsonaro argumenta que a própria Constituição prevê que a união familiar só pode ser formada por homem e mulher.

Bolsonaro x Marina

As principais lideranças evangélicas dizem que ainda é cedo para confirmar o apoio a qualquer presidenciável, mas afirmam que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vem abraçando publicamente as bandeiras do grupo.

A chamada ideologia de gênero, que prega que masculino e feminino são construções sociais, é outro tema que provoca a fúria dos líderes evangélicos. O tema chegou a ser discutido na Câmara dos Deputados e os religiosos tiveram Bolsonaro com um dos aliados para defender que ser heterossexual é natural à humanidade. Marina Silva nunca se manifestou nas redes ou em entrevistas sobre o assunto

Para Rodovalho, eleitores evangélicos estão em busca de um candidato que defenda valores conservadores e tenha uma visão liberal da economia. “Há um anseio na sociedade por essa linha, e a Marina criou um hiato com os evangélicos que será difícil de ultrapassar”, diz.

Procurada pelo UOL, a Igreja Universal do Reino de Deus não quis se manifestar sobre o pleito presidencial deste ano. A congregação, comandada pelo pastor Edir Macedo, não apoiou Marina Silva nas eleições anteriores. Em ambas as disputas, a Universal defendeu a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O deputado Paulo Freire (PR-SP), filho do pastor José Wellington Bezerra da Costa da Assembleia de Deus de São Paulo, afirma que o pai se reunirá no próximo mês para discutir com pastores do Estado quem seria o presidenciável preferido pela região. Freire explica que diferentemente da Igreja Católica, a rede evangélica não precisa defender uma única candidatura. “Em 2014, ficou livre para todos os pastores da Assembleia”, exemplifica.

O parlamentar evita dizer quem seriam os favoritos do apoio evangélico, mas dá sinais de que Marina não estará entre eles. “Nós tentamos apoiá-la em 2014, mas não foi possível. Alguns princípios não bateram.” Segundo ele, os posicionamentos da Rede, não seriam a razão para a Marina “ficar em cima do muro”. “Nós temos pessoas [da Assembleia de Deus] que estão no PT, mas defendem os nossos princípios”, afirma.

Marina defende Estado laico, diz aliado

Aliado próximo de Marina, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirma que a ex-senadora não usará a religião para alcançar os votos dos evangélicos. Ele lembra que a pré-candidata defende o Estado laico e critica aqueles que “instrumentalizam a fé”.

“A Marina é evangélica. Há uma aproximação natural de quem é da denominação dela. Mas acho muito difícil que façamos alianças com partidos com denominação [evangélica]. Vamos fazer alianças programáticas”, diz Randolfe.

Segundo o parlamentar, a Rede faz a defesa do Estado laico e alega que as religiões devem estar separadas do Poder político. “‘Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus’, interpreta o versículo bíblico. “Acho que deveria ser assim. Igreja não é partido. Partido não é igreja”, completa.

O senador ironizou a simpatia de líderes evangélicos a Bolsonaro pela defesa de princípios morais. “Acho que discutir qualidades morais é, por exemplo, ser honesto, não utilizar auxílio-moradia tendo casa própria, não empregar assessor fantasma”, diz Randolfe, em referência à reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre o emprego de servidora fantasma por Bolsonaro.

Lula e Bolsonaro lideram pesquisa entre evangélicos

Na última pesquisa Datafolha, de dezembro do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado Jair Bolsonaro aparecem como os favoritos entre o eleitorado evangélico, na citação espontânea de preferência de candidato a presidente em 2018. O petista teve 14% das intenções de voto, contra 13% do deputado federal. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, eles estão tecnicamente empatados nas citações espontâneas.

Na pesquisa de declaração espontânea, todos os outros candidatos navegam perto da linha de traço. Marina foi citada apenas por 1% dos entrevistados da denominação evangélica.

Quando apresentados os nomes de todos os possíveis candidatos à corrida eleitoral, a pesquisa aponta outro cenário. Lula lidera com 32% entre os evangélicos, Bolsonaro fica com 22% e Marina registra 12%.

Fonte: UOL – Daniela Garcia

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Rodrigo Santoro recusa convite para o papel de Jesus na Record TV

Rodrigo Santoro
Rodrigo Santoro

A Record TV já definiu que a sua próxima produção religiosa vai se chamar “Jesus”. Com o fracasso da novela “Apocalipse”, por causa da sua baixa audiência, o canal do líder da Igreja Universal já está correndo atrás de atores e atrizes para a sua nova novela.

A ideia era conseguir um nome de prestígio para levantar as próximas novelas bíblicas.

Segundo o jornalista Bruno Meier, da Revista Veja.com, o desejo da Record TV era ter o ator Rodrigo Santoro (foto) no papel principal da nova novela, ou seja, Jesus.

 Rodrigo Santoro já fez o papel de Jesus no remake de “Ben-Hur”, em 2016.

Meier informou que, antes de embarcar para a Suíça, onde participou de eventos de uma marca de relógios com a qual tem contrato publicitário, Rodrigo Santoro recebeu uma ligação de Fernando Rancoleta, diretor de elenco da Record.

Feito o convite, Santoro teria dado uma resposta imediata recusando. O ator teria informado que está com a agenda cheia neste primeiro semestre de 2018, pois estará em Los Angeles filmando a segunda temporada de Westworld, do canal HBO.

Com informações de Veja.com

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Mulher de bispo da Igreja Universal confirma adoções ilegais de crianças

Igreja Universal do Reino de Deus
   Igreja Universal do Reino de Deus

Uma investigação jornalística divulgada, há semanas, pela TVI, uma grande rede de TV em Portugal, atribui à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) um esquema de adoções ilegais de crianças, praticado durante a década de 90, sob a coordenação do fundador e líder máximo daquela igreja, Edir Macedo.

Testemunhas acusam o bispo de encabeçar a rede internacional de adoções ilegais de crianças e de, inclusive, ter retirado dois de três irmãos de um lar da IURD em Lisboa para entregar a uma de suas filhas, nos Estados Unidos.

O mais novo dos irmãos, que ficou para trás e cresceu até aos cinco anos longe dos outros, acabaria por ser também entregue, no Brasil, ao bispo Romualdo Panceiro, que está à frente a IURD em Portugal e na Europa, e é um dos principais ajudantes de Edir Macedo.

Foi numa carta de 11 páginas manuscritas que a mulher do bispo Romualdo, Márcia Panceiro, confessou ter recebido o mais novo dos três irmãos, Fábio, confirmando o alegado esquema de adoções ilegais.

“Fábio Miguel Tavares foi-me entregue no Brasil no dia oito de abril de 1997 para ser meu filho”, lê-se no documento enviado à TVI, no qual Márcia explica que o esquema teria sido combinado pela cúpula da IURD, no Brasil.

Segundo a mulher do bispo Romualdo, a secretária de Edir Macedo, Alice, que adotou legalmente os três irmãos em Portugal antes de irem ilegalmente para a América, juntava as crianças para as ensinar a mentir no tribunal português, dizendo que viviam juntas.

De acordo com a TVI, numa dessas visitas, Alice não teria devolvido Fábio ao bispo e à mulher, o que originou o desabafo de Márcia, em resposta à investigação chamada “O Segredo dos Deuses”.

Fonte: Jornal de Notícias – Portugal