Como eleitores evangélicos estão sendo usados para eleger petistas
Julio Severo
O Bispo Manoel Ferreira, que foi deputado federal pelo Rio de Janeiro na legislatura passada, quer agora uma vaga de senador — com a ajuda do PT.
Ele transferiu seu título de eleitor para Brasília e filiou-se ao Partido Social Cristão (PSC), partido que foi base de apoio para o governo do PT. Embora o PSC esteja tentando, com a candidatura presidencial do Pr. Everaldo Dias, transmitir um aparente distanciamento do PT, o caso Ferreira coloca o PSC na mesma cama do PT.
Vitória de petista é vitória de bispo assembleiano
Manoel Ferreira, que é o presidente vitalício da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil (CONAMAD), a segunda maior denominação assembleiana do Brasil, não vai concorrer diretamente a senador, mas nas costas do atual deputado federal Geraldo Magela, do PT, que é quem está concorrendo diretamente.
Cada candidato a senador tem direito a 2 suplentes. No caso do bispo, ele é o primeiro do candidato petista. Então se Magela ganhar a eleição e depois morrer, renunciar, perder o mandato ou virar secretário ou ministro de governo, quem assume é Ferreira. Ele vira senador imediatamente.
É uma jogada eleitoral em que o único esforço que o bispo assembleiano precisará fazer é levar os eleitores de sua denominação a votarem em Magela — numa coligação do PT do DF com o PSC do DF.
Anos atrás, o famoso evangelista americano Billy Graham disse: “Na minha opinião, a igreja como organização não deve se envolver em assuntos políticos… Contudo, quando questões políticas também têm dimensões morais e espirituais… temos uma responsabilidade de falar em favor da verdade. Creio que coisas como o aborto são moralmente erradas… temos uma responsabilidade de assumir uma postura.” (Billy Graham, Answers to Life’s Problems [Waco, TX: Word, 1960], 264.)
Ferreira poderia ser uma grande bênção fora da política, apenas orando pela libertação dos que estão envolvidos nela. Mas já que ele quer envolvimento direto na política, ele tem uma obrigação moral e cristã de falar a verdade sobre o PT e suas ambições abortistas. Evangélicos já pagaram um alto preço por serem contra o aborto dentro do PT. Anos atrás, o Dep. Henrique Afonso sofreu tanta perseguição do PT por ser evangélico pró-vida que foi obrigado a sair do partido.
Ferreira tem, conforme bem declarou Graham, “uma responsabilidade de assumir uma postura” de falar a verdade, doa a quem doer.
Mas assumir uma postura de participação na coligação PT-PSC para eleger Magela é traição. É fortalecer o PT pró-aborto.
Traição evangélica e Lei da Palmada
Esse espírito de união com as trevas bem pode estar por trás das traições que a bancada evangélica vem cometendo contra sua população de eleitores evangélicos, que não queriam nada com a Lei da Palmada, mas tiveram de assistir de queixo caído enquanto os parlamentares evangélicos negociavam com o governo esse projeto, que agora é lei — por pressão de uma minoria militante histérica, muito bem representada por Xuxa e Maria do Rosário, contra uma maioria de pais e mães impotentes contra o ativismo radical das duas, plenamente amparadas pelo governo socialista de Dilma Rousseff. Traição é o espírito que parece pairar sobre a Frente Parlamentar Evangélica desde que Manoel Ferreira havia se tornado seu presidente no biênio 2007-2008.
Traição com FHC
Os caminhos do bispo assembleiano com confusões e traições socialistas não começaram com o PT. Em 1985, quando era presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), o nome de Manoel Ferreira se destacou de forma proeminente, durante a eleição para prefeito de São Paulo, no apoio ao candidato Fernando Henrique Cardoso (FHC), que na época já era conhecido por seu ateísmo e defesa da maconha e da agenda esquerdista. Nada disso intimidou o então Pr. Manoel, que usou seu poder denominacional para levar outros pastores a apoiar FHC, que se tornaria mais tarde a grande estrela do PSDB.
Hoje, pendurado nas costas do petista Magela, Ferreira vai levar novamente evangélicos a escolhas erradas nas próximas eleições, tudo para avançar suas ambições pessoais.
Moral da história: comece com as estrelas do PSDB e você acaba no buraco negro do PT ou outros partidos socialistas radicais.
Na importante questão do aborto, na qual Ferreira trocou sua responsabilidade cristã de denunciar pela irresponsabilidade anticristã de promover abortistas, o governo do PT apoiado por Ferreira só tem conseguido avançar a lei de aborto porque os alicerces dela foram colocados anos atrás pelo governo do PSDB apoiado por Ferreira.
Vitória de pastor assembleiano é vitória de petista abortista e homossexualista
Se você acha estranho a coligação PSC-PT no DF para eleger senadores, você não viu o esquema para deputado federal, que envolve uma coligação entre PSC, PT, PP, PROS, PRB e Partido Comunista do Brasil! Quem no DF votar, por exemplo, no Pastor Ronaldo Fonseca (9090 PROS) ou Vítor Paulo (1010 PRB) estará automaticamente ajudando a eleger a petista Erika Kokay, a maior defensora do aborto e da agenda gay no DF.
Até dá para entender Vítor Paulo nesse esquema, pois ele é da Igreja Universal, cujo dono, o bispo Edir Macedo, é defensor descarado do aborto. Mas o Pastor Ronaldo Fonseca é da Assembleia de Deus (AD), uma denominação que começou com extremo conservadorismo moral e espiritual. A AD não possui nenhum histórico de apoio ao aborto ou à agenda gay. Como aceitar então uma coligação em que a vitória de Fonseca é vitória para a petista Kokay? Como aceitar uma vitória mista de céu e inferno ao mesmo tempo? O que está acontecendo com a AD e seus líderes?
No DF, os evangélicos estão sendo usados para eleger, de uma forma ou de outra, petistas comprometidos com a cultura da morte.
A saúde do bispo
Apesar da gravidade da denúncia, me aconselharam a não escrever este artigo, pois Ferreira está com mais de 80 anos e acham que ele não aguentaria mais uma bomba, especialmente porque desde 2008, quando publiquei minha primeira denúncia sobre o envolvimento dele com o Rev. Moon(acrescida posteriormente dos vídeos do Pr. Enoque Lima, sobre o mesmo assunto), sua saúde se deteriorou.
Não é meu propósito prejudicar a saúde de um idoso nem atormentar sua vida. Mas se o coração dele não está bem para aguentar uma denúncia necessária, como é que o coração dele tem condições de ambicionar ser senador através de Magela e ainda induzir o povo da sua igreja nessa rota tenebrosa? Ou traição aos princípios cristãos faz bem para a saúde? Se faz mal, como é que ele não morreu fulminado por um ataque cardíaco em 1985 quando era presidente da maior denominação assembleiana do Brasil escancarando apoio e sorrisos ao candidato socialista FHC?
A eternidade ou os profetas
E se o coração de Ferreira parar neste momento, como ele espera escapar de uma prestação de contas na eternidade?
Como ele espera explicar que ele anulou o necessário testemunho do Evangelho em prol de uma prioridade desnecessária de alianças profanas com Rev. Moon, FHC, Lula, Dilma Rousseff e outras criaturas com teologias e ideologias mal-intencionadas?
Como ele espera explicar que ele preferiu apoiar, em vez de falar a verdade e denunciar, o PSDB e o PT por sua promoção do aborto e da agenda gay?
Como ele espera explicar que ele não conseguiu assumir uma postura contra os abortistas e sua guerra contra a família?
Se a AD fosse hoje o que era cem anos atrás, Ferreira nem precisaria esperar a eternidade para ouvir o que ele precisa ouvir. Quando a boca dos profetas falava, os líderes da AD analisavam e se arrependiam, conforme o caso.
Onde estão os genuínos profetas da AD hoje?
Fonte: www.juliosevero.com