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Cerimônias dos Arautos do Evangelho têm tapas em adolescentes e pedido de dinheiro, revela denúncia

Vídeos mostram líder dos Arautos do Evangelho dando tapas em adolescentes — Foto: Reprodução/TV GloboVídeos mostram líder dos Arautos do Evangelho dando tapas em adolescentes — Foto: Reprodução/TV Globo
Por Walace Lara, Robinson Cerântula e Renato Ferezim
TV Globo

Novas provas e denúncias surgiram contra o grupo religioso Arautos do Evangelho, cuja sede fica em um castelo no meio da Serra da Cantareira, em Caieiras, na Grande São Paulo.

Vídeos mostram cerimônias com tapas em adolescentes e orientação sobre como pedir dinheiro a fieis.

O grupo católico conservador surgiu do rompimento com outra sociedade conservadora, a Tradição, Família e Propriedade (TFP).

Em 1999, o Monsenhor João Clá Dias, que fazia parte da TFP, fundou os Arautos do Evangelho. A associação diz que tem 15 colégios no Brasil, com cerca de 700 alunos.

Há uma semana, no entanto, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) começou a apurar denúncias de humilhações, tortura, assédio e estupro, que seriam praticados por integrantes do grupo católico conservador.

Neste domingo (27), a reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, recebeu três novos vídeos de uma mesma cerimônia de crisma dos Arautos do Evangelho. Quem celebra o ato é João Clá. As imagens mostram que, depois da bênção, ele dá tapas nos rostos dos jovens.

A mãe de duas adolescentes, que moraram por dois anos no Internato dos Arautos, na Grande São Paulo, presenciou a cena e ficou revoltada.

“Começou a celebração e o monsenhor começou a dar tapa na cara das meninas. Era tapa de estralar os dedos. Quando chegou na hora da minha filha, que deu um tapa na cara dela, eu levantei e falei ‘O que é que é isso? Que horror! Que absurdo!’”, disse ela, que preferiu não se identificar.

O desembargador Eduardo Gouvêa esclarece que, ainda que faça parte de um ritual religioso, o tapa é uma agressão que viola o Estatuto da Criança e do Adolescente.

“Criança e adolescente não pode ser vítima de situação de humilhação, de castigo, de violência nada disso. A religião é uma questão de bom senso, e não de violência e sofrimento”, explicou Gouvêa, que também coordena a divisão da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Arrecadação de dinheiro

Um ex-interno que fez parte do grupo por 14 anos contou que foi convencido a abandonar o colégio para arrecadar dinheiro nas ruas com outros arautos.

“A gente usava de uma extorsão praticamente, né. Nós falávamos que levaríamos Nossa Senhora para abençoar a residência das pessoas com intuito financeiro. Era algo muito bem montado”, disse o rapaz, que também preferiu não se identificar.

A reportagem conseguiu uma gravação que mostra um homem, aparentemente João Clá, orientando os arrecadadores.

“Nossa Senhora quer de cada um o quê? Que conquiste dinheiro, que faça um apostolado. Quanto mais, melhor. Os senhores estão mais do que conquistando dinheiro, os senhores estarão atingindo méritos pessoais. A partir do momento que coletou donativos, liga-se algo no céu imediatamente”, orientou.

MP amplia investigação

O MP-SP, que já investiga a organização católica por denúncias de alienação parental, abuso sexual, racismo e maus tratos, criou nesta semana um grupo com oito promotores para ampliar a investigação.

“Daqui para frente nós estamos colhendo provas. Se a população tiver algum indício, alguma prova que envolva esse grupo religioso, que procure o promotor de Justiça da sua comarca”, orientou o subprocurador-geral de Justiça, Mário Luiz Sarrubbo.

O Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo (Condepe), que acompanha o caso desde junho, recebeu 10 novas denúncias apenas nesta semana.

“O Condepe reuniu uma série de provas e testemunhos, depoimentos que atestam a existência de muitos e graves crimes praticados pelos Arautos do Evangelho”, disse Dimitri Sales, presidente do órgão. Entre as denúncias ao Condepe estão relatos de crianças obrigadas a marchar por até cinco horas por dia.

Outro lado

A reportagem procurou a direção dos Arautos do Evangelho para saber o que o grupo tem a dizer sobre as novas denúncias e foi recebida em uma igreja lotada de fiéis, dentro do Castelo em Caieiras.

O representantes dos Arautos, padre Alex Brito, não quis ouvir as perguntas e exigiu que a equipe gravasse com outras pessoas. Na saída, a reportagem foi hostilizada.

Na ocasião das primeiras denúncias, o padre disse à reportagem que eram fruto de perseguição.

“Nós estamos diante de uma situação, de uma campanha de difamação feita por desafetos da instituição, desafetos da igreja em geral, uma perseguição religiosa onde a igreja católica está em foco e a instituição em particular”, disse ele.

Assista clicando aqui.

Fonte: G1

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Cristãos que distribuíam Bíblias são perseguidos e levados para delegacia, na Índia

Cristãos na Índia
Cristãos na Índia

Um grupo de 35 cristãos que distribuíam literatura cristã no estado indiano de Chhattisgarh foi assediado por nacionalistas hindus radicais e entregue à polícia local, no dia 11 de outubro.

Foi dito aos cristãos que não tinham mais permissão para distribuir sua literatura, apesar de terem recebido permissão prévia da polícia.

O incidente ocorreu na vila Basuguda, localizada em Chhattisgarh. De acordo com Joseph, pastor da Assembléia de Hebron, o grupo de 35 cristãos estava distribuindo Novos Testamentos e folhetos evangélicos no mercado da vila quando foram confrontados por nacionalistas hindus radicais. Os radicais apreenderam os alfabetizados e gritaram com os cristãos com linguagem abusiva.

“Tivemos permissão para fazer o trabalho de divulgação, mas os radicais se comportaram sem piedade”, disse Joseph à International Christian Concern (ICC).

Mais tarde, os cristãos foram levados para a delegacia local. Lá, eles disseram à polícia que não teriam permissão para continuar a distribuir o Novo Testamento e os folhetos do Evangelho.

“Embora tivéssemos permissão para realizar atividades em sete aldeias, tivemos que encerrar o trabalho após a segunda aldeia ” , continuou o pastor Joseph. “ A polícia nos disse que não podíamos continuar. É triste que a polícia tenha seguido as instruções dos radicais. Eles deveriam nos dar proteção e nos permitir continuar nosso trabalho pacífico de distribuição.”

Em toda a Índia, os ataques às minorias religiosas continuam a aumentar em número e em gravidade. De acordo com um relatório recente da Alliance Defending Freedom, os cristãos na Índia já sofreram 218 ataques apenas em 2019.

Com a polícia local muitas vezes tomando o partido dos autores dessa violência, é provável que os ataques a minorias religiosas continuem aumentando.

Folha Gospel com informações de ICC

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Avião construído para resistir ao “fim do mundo” é derrubado por um pássaro

 

Maria Clara Rossini

 

                                                                                                
As Forças Armadas dos Estados Unidos já estão preparadas para uma eventual guerra nuclear que possa acabar com o planeta. Para isso, o país possui uma frota de aviões adaptados para sobreviver aos danos de uma bomba nuclear. Além disso, as aeronaves também usam sinais de baixas frequências para se comunicar e comandar o disparo de mísseis submarinos… Mas não foram páreo para uma ave.No último dia 2 de outubro, a equipe das Forças Armadas conduziam um teste em algum lugar do estado de Maryland. A aeronave já estava no ar e deveria fazer uma manobra que consiste em tocar o chão por alguns segundos e voltar a decolar. Durante o exercício, um pássaro entrou em uma das quatro turbinas do avião, causando um pouso forçado.

Nenhum dos tripulantes se feriu, mas os estragos não foram baratos: o passarinho causou um prejuízo de U$2 milhões (cerca de R$8 milhões) em danos para a aeronave. A marinha americana classificou o acontecimento como um “acidente de classe A”, o pior na escala de desastres. Esse rótulo é reservado para acidentes com mortes ou ferimentos irreparáveis, para o caso de perda total da aeronave ou estragos maiores de 2 milhões de dólares.

 O E-6B Mercury foi construído pela Boeing para funcionar como uma espécie de base aérea para a marinha americana no caso de uma guerra nuclear. Ele poderia servir como um centro de comando e comunicação militar. O grande diferencial é que seus sistemas de controle conseguem operar mesmo se uma bomba nuclear explodir bem debaixo do avião.

Acidentes com pássaros são mais comuns do que parece. São registrados mais de 3 mil acidentes aéreos militares por ano envolvendo animais selvagens só nos Estados Unidos. No Brasil, a média é de 2 mil colisões com fauna todo ano.

Se a sua ideia para diminuir esses números for colocar algum tipo de grade para proteger as turbinas, saiba que não é tão simples assim. As turbinas sugam muito ar durante seu funcionamento. Qualquer tipo de barreira na frente delas dificultaria a absorção de ar e teria que ser extremamente grossa e resistente para aguentar o impacto de um pássaro batendo a 800 quilômetros por hora. Pouco viável para a aviação.

Já foram desenvolvidas algumas maneiras de evitar as colisões sem ferir aos animais, como chamar a atenção dos pássaros usando ilusões de ótica e pulsos de luz. As turbinas das aeronaves também são robustas o suficientes para aguentar o tranco de uma ave pequena sem muito problema. Mesmo assim, as colisões com animais ainda causam um dano estimado em U$3 bilhões ao ano para a aviação mundial. Um belo estrago para a aviação – e para os pássaros.