Ministro do Interior criticou evangélicos durante entrevista.
Integrantes do governo francês decidiram atacar publicamente as igrejas evangélicas, depois de aprovarem uma legislação para aumentar o controle religioso no país, supostamente visando impedir o radicalismo islâmico, mas que na prática afeta todas as crenças.
Uma lei aprovada pela Assembleia Nacional da França, em 16 de fevereiro, supostamente para “reforçar o respeito pelos princípios republicanos” e que tinha como alvo combater o radicalismo islâmico no país, agora afeta todos os grupos religiosos.
Lideranças evangélicas criticam o governo e lembram que os integrantes “não devem lançar suspeitas sobre grupos religiosos e crentes”. Eles reclamam das acusações públicas que integrantes do governo de Emmanuel Macron tem feito.
Recentemente, o ministro do Interior do país, Gérald Darmanin, disse em entrevista a C News que “s evangélicos são um grande problema” Para tentar minimizar a fala, ele disse que “obviamente não [um problema] da mesma natureza que o islamismo que faz ataques terroristas e mortes”.
A lei foi aprovada por 347 votos favoráveis, contra 151 contrários, mas evangélicos têm alertado para o risco que a lei impõe a liberdade religiosa, já que visa controlar os conteúdos ministrados nos templos religiosos, entre outras medidas.
Em um comentário sobre a lei, o ministro disse em entrevista à emissora de rádio France Inter: “Não podemos discutir com as pessoas que se recusam a escrever no papel que a lei da República é superior à lei de Deus“.
Ambas as declarações provocaram forte reação dos líderes evangélicos, de acordo com o Evangelical Focus. “Estamos esperando ansiosamente para saber quais são esses ‘grandes problemas’”, escreveu Tim Kyle, membro do conselho da Youth For Christ, da França.
Já Romain Chisnet, diretor de comunicação do Conselho Nacional dos Evangélicos na França (CNEF), reagiu condenando a fala e lembrando que “os evangélicos respeitam a lei e as autoridades republicanas”. Ele também afirmou que as igrejas evangélicas “não podem ser usadas como argumento para defender o projeto de liberticídio”.