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IGREJA PRECISA DE NOVA REFORMA

 

Teólogo critica a venda de indulgências e a Teologia da Prosperidade

Por: Redação Creio – Suelem Oliveira

     Foi em 31 de outubro de 1517 que o monge agostiniano Martinho Lutero (1483-1546) afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica. Lutero condenava a venda de indulgências (venda do perdão), gastos da Igreja com luxo e preocupações materiais, além do descompromisso dos padres na realização das missas. O que se percebe agora, 495 anos depois da reforma, é que pouca coisa mudou até mesmo no meio evangélico: “A imoralidade de alguns pastores que usam a Bíblia para se auto promoverem esta muito presente no meio cristão. Precisamos de uma nova Reforma e de novos valores”, afirma Paulo França, teólogo e reitor do Seminário Palavra da Vida em São Paulo.

     Segundo o reitor, muitas atitudes questionadas por Lutero ainda são utilizadas pelos líderes evangélicos como: pregação da teoria da prosperidade – onde são ditas promessas vazias, e o único que enriquece é o pastor – venda de água benta, colher de pedreiro, décimo terceiro dízimo e outras novidades que surgem. Por isso, líderes mais conservadores levantam os questionamentos: até que ponto essas ações são bíblicas e não abuso do nome de Deus?

     De acordo com o teólogo, algumas contradições já começam se analisarmos a própria vida de muitos pastores que são imorais por diversos fatores entre eles: divórcios e o entra e sai de casamentos. O religioso comenta sobre o tema polemico da pregação da Teoria da Prosperidade: “São promessa vazias onde o único beneficiado é o líder, isso tem tomado conta das Igrejas e tem desviado muitas pessoas do caminho de Deus. De modo geral, a liderança das igrejas evangélicas tem que passar por uma restauração”.
     Para Paulo, assim como Lutero defendeu teses contra as pregações da Igreja no século XVI, devemos neste século fazer a nossa parte, buscar por líderes comprometidos com Deus e que recorrem a Bíblia para falar com os fiéis e não em busca do próprio interesse.

Data: 31/10/2012

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PASTOR DEBATE DÍZIMO NA IGREJA

 

Ivonildo fala sobre percentual e sobre onde deve ser entregue

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Por: Redação Creio – Danilo Aguiar

Um texto publicado pelo portal CREIO em setembro deste ano reacendeu um intenso debate sobre um assunto que é motivo de muitas discussões no meio evangélico: a visão sobre o percentual estabelecido na lei de Moisés sobre dízimo e onde ele deve ser entregue. Um artigo escrito pelo pastor René Kivitz, da Igreja Batista Agua Branca, São Paulo, que falava sobre ofertas e dízimo, causou ponderação de alguns fiéis, líderes e pastores que discordaram de maneira veemente das ideias contidas no texto.

Uma destas pessoas é o pastor emérito da Igreja do Nazareno, consultor financeiro e autor de 27 livros sobre finanças, Ivonildo Teixeira, que pediu ao Creio um direito de resposta aos assuntos pontuados por Kivitz.

Em uma entrevista exclusiva, Teixeira criticou alguns caminhos escolhidos por pregadores a respeito do dízimo: “Por um lado extremista, o dízimo virou ‘Trízimo’ e a oferta e dízimo são as mesmas coisas; pelo lado do abuso bíblico, dependendo do valor da oferta terá como “brinde” o cancelamento do dízimo, ou seja, caso o contribuinte persista em fazer certas quantias estipulada pelo “líder espiritual”, receberá imediatamente a “isenção” do dízimo. A crítica surge da declaração dada por Kvitiz no artigo que diz que a pessoa que quer ofertar ou dizimar por generosidade não faz contas: “Quem é solidário não faz conta: reparte, compartilha, doa generosamente sem se preocupar com percentuais. E justamente porque seu coração é generoso, se alegra em doar sempre e cada vez mais”, falou.

Para Teixeira, a bíblia deixa claro que o dízimo não pertence à pessoa e é uma devolução a Deus de tudo o que foi proporcionado: “Quando estudamos a raiz da palavra dízimo, entendemos claramente, “é a décima parte de um valor”, seja nas línguas maternas da Bíblia, Hebraico e Grego (“Maaser e Dexáten) ou em qualquer idioma. A Palavra diz que o dízimo é santo ao Senhor. Se ele não pertence a mim, logo, não posso usá-lo, preciso devolvê-lo ao Eterno e com respeito, reverência e em um ato de gratidão e Adoração”.

O pastor critica também a visão de Kivitz sobre o local de entrega do dízimo. Kivitz diz que “a riqueza deve circular para beneficiar o maior número de pessoas, tanto através da estrutura organizacional da Igreja quanto das redes de relações: comunitária, familiar e fraterna, que existe ao seu redor”. Mas para Teixeira destaca que, a partir do embasamento bíblico, há um lugar específico para entregar o dinheiro: “Não vemos base na bíblia para o dízimo ser entregue nas mãos do tesoureiro, muito menos nas mãos do pastor ou qualquer outro líder religioso, nem também em casas filantrópicas, bases missionárias ou nas sedes das denominações, projetos sociais de recuperação aos dependentes químicos. A referência é que o valor deve ser entregue na casa do Senhor, que entendemos no Novo Testamento ser a igreja, o templo que frequentamos em comunidade”.

Confira abaixo a entrevista na íntegra realizada com o pastor Ivonildo Teixeira:

1. Qual a principal proposta do dízimo?

Quando decorremos as Escrituras Sagradas e entendemos que toda ela, Velho e Novo Testamento, é a Palavra de Deus (II Tm. 3.16), certificaremos que a proposta do dízimo era na verdade o desejo de Deus revelar ao homem alguns princípios de autoridade, o que uma vez praticado traria uma nova e saudável relação do homem para com Deus:

1) Obediência. O Eterno ordenou o dízimo, não temos que discutir Gn. 2.16-17;14.20, Ex.34.26; A palavra chave em toda a Bíblia é a obediência.

2) Gratidão. Deus tendo tudo dá ao homem o ar para respirar, saúde para trabalhar, supre suas necessidades, o pão de cada dia. Por que o homem não devolveria o dízimo como ato de gratidão? Gn. 28.18-22.

3)Honras. O homem mais sábio da terra e que mais possuiu dinheiro oferecido pelo próprio Deus, disse: Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, PV. 3.9-10. Honrar significa atribuir valor a Esse Deus fantástico!

4)Fidelidade. Deus é fidelidade! O rei Davi escreveu, “Os meus olhos procurarão os fieis da terra…” Sl 101.6. Quando passamos a ter o caráter de Cristo, percebemos que a nossa fidelidade se estende também na devolução da parte sagrada: o dízimo, LV. 27.32

5)Adoração. Livro de II Cr. 29.10-13, deparamos o rei Davi externando a sua adoração com todo o povo ao fazer suas contribuições, mas ao mesmo tempo dizendo, “Teu é o poder, a grandeza, honra, a vitória e a majestade…”

6)Dependência. Ao devolver o dízimo ao Eterno, o homem revela a sua dependência através da fé que ele deposita no Deus soberano e que de fato, a sua vida está totalmente nas mãos de Deus; “Ao Senhor pertence à terra, e tudo o que nela se contêm, o mundo e os que nele habitam. Tudo é dele, nada temos. Sl. 24.1.

7) Amor. Todo cristão ao conhecer a teologia da cruz, logo entende que foi gerado pelo amor do Deus doador que presenteou o seu único filho como a maior prova de amor, Jo 3.16. Diante de tanto amor, até os miseráveis e avarentos se curvam diante do Eterno com uma pequena parte, porém santa, o dízimo e por amor. Quem é gerado do amor, faz tudo com amor.

2. Qual o compromisso que o fiel deve ter com o dízimo?

Ser imensamente agradecido a Deus pelo privilégio de poder devolver todos os dízimos sagrados como dar ofertas generosas ao Senhor. Só isto e nada mais. O que passar disso vem do maligno! Os homens honram proezas, Deus a fidelidade! I Cr. 29.10-14; Pv 3.9-10.

3. O dízimo precisa ser programado (uma porcentagem) ou deve ser dado de acordo com a possibilidade financeira ou a generosidade? Na hora de separar o dízimo é preciso tirar os 10% do salário ou ganho mensal?

Quando estudamos a raiz da palavra dízimo, entendemos claramente, “é a décima parte de um valor”, seja nas línguas maternas da Bíblia, Hebraico e Grego (“Maaser e Dexáten) ou em qualquer idioma. O problema é que há muitos “mestres teólogos” ensinando aos fieis, que agora o dízimo passou a ser “trízimo”, como há outros que parecem ter uma procuração de Deus, liberando o dízimo aos percentuais de 1% a 5% para facilitar a “obrigação” de todos os contribuintes. Outros ensinam que você deve entregar o dízimo como o seu coração mandar. Como também há outros que afirmam que o dízimo é coisa ultrapassada, o dízimo morreu com a lei, ninguém precisa se sentir culpado em não entregar o dízimo.

Tais líderes estão delirando por falta de conhecimento bíblico, e outros exprimindo “tanto” conhecimento e outros que nada sabem, mas querem “ensinar”, no final, todos acabam caindo no mesmo buraco. Quando um líder não tem conhecimento do que fala ou escreve, a melhor coisa que ele deveria fazer, é dizer eu não sei, ou no mínimo ficar com a boca fechada. Seja o rico ou o pobre, quando estiver passando pelo vale financeiro ou vivendo em tempos de fartura, o dízimo deve der devolvido a quem de direito. Em nenhuma passagem na Bíblia, encontramos Deus dizendo, “trazei os meus dízimos somente quando vocês puderem, quando a crise passar, ou se a sua situação melhorar”. Nem em caso de necessidades, dá um desconto nos dízimos, fazendo uma promoção, ou quando a “safra tiver boa, faz um trízimo” e como brinde dá um livro, uma bíblia. Nada disso! Deus nunca negociou os dízimos e as ofertas. Aliás, em Dt. 12.11-12, Deus até pedia ofertas votivas ao seu povo; oferta essa que era oferecida em tempos de crise, e mais, com um detalhe, “e vos alegrareis”.

O salmista Davi no conhecido Salmo 23.1, diz, “o Senhor é o meu pastor e nada me faltará…ainda que eu ande até pelo vale da sombra da morte”. No livro best-seller sobre o dinheiro na Bíblia, a orientação deixada e como uma ordenança é, “Trazei todos os dízimos…”(Ml.3.10) não simplesmente o dízimo do salário, mas de todos os rendimentos lucrativos que um servo fiel recebe do Eterno. Abraão devolveu os dízimos de tudo( Gn. 14.18). Jacó votou, de tudo quanto tu me deres, certamente darei o dízimo (Gn. 28.22). Quem é honesto com Deus, ao receber o seu salário, o décimo terceiro, o Fundo de Garantia, horas extras, negócios lucrativos, a venda de uma propriedade, uma herança recebida, tudo o que vier às suas mãos, ele separa o dízimo e com a maior alegria, pois além do dever, sente-se feliz por saber que está investindo no reino que jamais terá fim.

4. O dízimo atrasado deve ser quitado?

Alguns líderes acham que se a igreja aceitar os dízimos atrasados, tal atitude caracterizará como se fosse uma cobrança. Na minha visão, a questão passa longe de cobranças, e sim de consciência, quem deve precisa reconhecer o que deve e a quem deve e acertar a sua vida; isso também é uma questão de caráter. A guisa de exemplo, compro em uma loja alguns objetos, peço para dividir em algumas parcelas, pago a primeira, mas depois me escuso pagar o restante por estar apertado ou não ter sobrado dinheiro para saldar aquela dívida. Isso revela uma série de problemas: falta de caráter, vida desorganizada, sem planejamento, vida sem palavra, pessoa não confiável. O dízimo é santo ao Senhor (Lv. 27.32), se ele não pertence a mim, logo, não posso usá-lo, preciso devolvê-lo ao Eterno e com respeito, reverência e em um ato de gratidão e adoração(Gn14.18). Quando o povo de Deus atrasava ou usava o dízimo, a orientação era, “coloque um quinto a mais”, ou seja 20% (Lv 27.31).

Quem discorda ironiza com o “velho discurso” de a citação não procede, de que é Velho-testamentária, está em Levítico, lei, puro legalismo.

Para você que raciocina assim, chamo a sua atenção a este texto que está entre dois textos que afirmam que o dízimo é santo ao Senhor (Lv 27. 30, 32)

Deus é tão fantástico que para os que gostam das análises profundas, as chamadas hermenêuticas, que, se tais ‘analistas das coisas celestiais’, ainda que quisessem anular tamanha verdade, esbarrariam exatamente nas ferramentas que aprenderam com a valiosa matéria Hermenêutica: tanto o contexto anterior (Lv 27.30) como o posterior (Lv 27.32) afirmam que o dízimo é Santo ao Senhor. No Livro dos Judeus, a “Torá”, a expressão é o dízimo é SANTIDADE AO SENHOR.

5. Onde o dízimo deve ser entregue?

Vamos mais uma vez para a Bíblia, nada de opinião pessoal. Ex 34.26, Dt 12.6,11,12. Um lugar específico, A CASA DO SENHOR TEU DEUS. A minha casa será chamada casa de oração (Mc 11.17). Não vemos base na bíblia para o dízimo ser entregue nas mãos do tesoureiro, muito menos nas mãos do pastor ou qualquer outro líder religioso, nem também em casas filantrópicas, bases missionárias ou nas sedes das denominações, projetos sociais de recuperação aos dependentes químicos. É casa do Senhor Deus mesmo, que entendemos no Novo Testamento ser a igreja, o templo que frequentamos em comunidade (At 2.46).

6. O dízimo é uma forma de ensinar como você deve administrar a sua vida financeira?

Com certeza. A boa administração parte do principio do maior consultor financeiro que já pisou na terra, Jesus Cristo: “Buscai em primeiro lugar o meu reino… e as demais coisas vos serão acrescentadas”, Mt. 6. 33. Quem é zeloso na fidelidade, será acumulado das benesses do Eterno em sua vida.

Quando Deus percebe que ao colocar 100% nas mãos de um filho seu, o mesmo com toda maestria administrativa já separa a parte sagrada, o dízimo que na verdade é mais que um dever, e, além disso, ainda faz ofertas generosas, Deus, conclui que este filho saberá administrar tudo o que vier às suas mãos.

O famoso pregador D.L.Moody afirmou: “Cuida da tua integridade que Deus cuidará da tua prosperidade”. Se o homem prioriza a Deus em suas finanças, entende-se que tal dizimista lança nos braços de Deus na certeza de que será assistido por Deus também na sua vida financeira.

7. Como administrar os dízimos que foram consagrados ao Senhor?

Cada igreja possui uma administração formada por homens que foram achados competentes, fieis e generosos. Eles juntamente com o pastor presidente, são as pessoas autorizadas a administrar com sabedoria todas as doações feitas como a entrega dos dízimos.

Certamente, as igrejas escriturísticas, investirão nos pastores que presidem bem, famílias necessitadas não só da igreja, mas a todos que vão além dos nossos olhos, nas obras missionárias, na evangelização, na expansão do reino. E as construções dos templos? Por que você não as incluiu nas listas, perguntaria alguém? Todas as vezes que a Bíblia menciona em construção, o que Deus pedia para a conclusão das mesmas eram ofertas e nunca dízimos, é só conferir: o Tabernáculo: Ex 35.1-9; 20-29; 36.1-7, e o templo construído por Salomão: I Cr 29.1-22, a reconstrução dos muros (Ne 7.70-73).

medrado. perfil

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Os Illuminati e a Igreja

 

 

Todos nós sabemos que desde os tempos antigos existiram imperadores, muitos dos quais foram homens tomados de uma ambição desumana que extrapolou toda e qualquer sensibilidade ou compaixão. Vivendo e sendo guiados pela ânsia nua e crua de poder, esmagaram os povos que se opuseram a eles: Alexandre, o Grande; os Césares; Gengis Khan; Napoleão. E até aqueles que, sem ser imperadores, agiram como tal, a exemplo de Adolf Hitler. Esses estadistas ceifaram a vida de multidões como grama para alcançar seus objetivos de poder, em grande parte insanos. A gana por ter nas suas mãos o destino dos povos assegurou a muitos deles um lugar de infâmia na História do mundo.

Ambição é uma constante humana. Em todos os tempos, e em todos os níveis, houve quem quisesse agregar para si poder sobre os outros. Esse poder confere a quem o detém quase que o status de semideus, pois projeta o sentimento do ambicioso para além da condição de mero mortal.

Mas o tempo de ditadores já passou, claro. Vivemos num planeta mais civilizado. Bem… será? Será que não sobrou quem queira dominar o mundo? Será que esse impulso satânico deixou de existir? Afinal, será que todos já aprenderam que querer domínio global é uma ambição fadada ao fracasso e à destruição? Claro que homens da laia de Hitler são coisa do passado! Claro que não existem mais figuras como essas! Na realidade, infelizmente não é bem assim. Sabemos que há líderes tribais na África que sequestram crianças, forçando-as a se tornarem assassinas – até da sua própria família. De metralhadoras nas mãos, e com apenas 11 ou 12 anos de idade, são transformadas em monstros. Liderando essas milícias há homens desprovidos de qualquer noção de humanidade. Não só na África, mas entre as FARC e, por que não dizer, nas favelas dos centros urbanos da nossa própria nação.

Sabemos mais: há companhias que produzem alimentos que sabidamente contêm elementos cancerígenos. Coincidentemente (ou não?), são as mesmas companhias que fabricam os medicamentos que tratam os cânceres que esses aditivos provocam. “Mas isso é loucura!”, poderíamos pensar. “É fruto de um devaneio doentio. Imagine se alguém seria tão cruel e desumano ao ponto de causar doenças só para aumentar a sua fortuna pessoal. Não! Pessoas assim não existem”.

Histórias dessa linha, as que falam de conspirações, cartéis, Illuminati, barões em castelos tramando contra a humanidade… são obras de ficção. Bobagem! O mundo está um caos, isso sim. Está tudo uma grande bagunça. Claro que existe um diabo que quer matar e destruir, mas isso não acontece em larga escala. No máximo ele quer que eu traia a minha esposa ou que eu perca os meus filhos para uma vida de pecado. O resto foi inventado para servir de roteiro em Hollywood. Sim, podemos pensar tudo isso.

Todavia, revoluções criadas pelo mercado do petróleo, experiências com novos remédios em vilarejos inteiros na África, cartéis de tráfico de diamantes que escravizam populações, crédito bancário que mantém os trabalhadores deste mundo num estado perpétuo de escravidão, seres humanos mantidos em regime escravo, tráfico de drogas, safras transgênicas, conspirações de revolução social mundial… essas coisas existem. Por trás de cada uma delas há pessoas que tomam decisões. Que têm noção do que estão fazendo. Há gananciosos que não enxergam o custo em vidas humanas como algo que importa. O seu interesse é tão cruel como o de um Hitler ou um Gengis Khan. Não usam espadas para esquartejar as suas vítimas. Usam computadores. Números. Marqueteiros e fundações. Mas seus métodos são tão cruéis como. Só que os tais não aparecem. Pois temos sido doutrinados a aceitar tudo isso como absolutamente “normal”.

Assisti ao filme Super Size Me – A dieta do palhaço, sobre um homem que decidiu viver por trinta dias alimentando-se apenas de fast food. De manhã, à tarde e à noite, ele consumiu apenas os hambúrgueres, as batatas fritas e os refrigerantes de uma conhecida cadeia internacional de lanchonetes. O filme mostra que ele quase morreu. Provou que fast food é veneno. Só que, em vez de causar uma debandada geral deste hábito tão “normal”, o filme virou cult – algo para ser visto por excêntricos que acreditam nessas “bobagens” de conspiração. Afinal, ninguém nos prejudicaria e, certamente, o governo não permitiria que nos fizessem mal assim, não é?  O pior que os nossos governantes fazem é roubar um pouco do nosso dinheiro. Jamais nos fariam mal. Será?

Porque… e se for verdade? Que sentido tem a vida? O que estamos fazendo aqui? Qual é o papel da Igreja face a todo esse mal sistêmico? Vamos mudar o mundo? Empunhar cartazes? Defender uma alimentação macrobiótica? Deixar de consumir comida industrializada? Mudar para o campo e sobreviver comendo broto de feijão e tecendo a nossa própria roupa?

Certamente o caminho não é esse. Mas a verdade é que a Igreja vive enamorada pelo mundo. Curtimos ver dois brutamontes entrarem numa jaula (no eufemismo, o “octógono”) e se surrarem até que um caia ensanguentado e semiconsciente. “É esporte”, defendem os adeptos. Consumimos a crédito hipotecando nossos futuros e fazendo com que nossa força vital seja sugada por bancos. Escravos do sistema, nos fazemos amigos do mundo. O próprio “evangelho” tem se oferecido a serviço deste mundo. Com promessas de prosperidade e alegria, vivemos numa “festa da virada”. Afinal, Deus nos fez cabeça e não cauda. Vamos às compras. Vamos ao shopping. Vamos fazer um evangelismozinho de vez em quando, porque, afinal, “Jesus merece”. Mas não sejamos radicais. Pega leve. Deus nos criou para gozar das coisas boas da vida.

E, como a grama, nossa saúde, nosso futuro, nossa mente, tudo é ceifado pelos que lucram às custas do mar da humanidade. Pior: há quem esteja servindo este mundo em nome de Deus. Sim, pois há os que, para saciar sua ânsia por poder, satisfazem os anseios do povo e oferecem a versão “gospel” de tudo o que o mundo já oferece na sua versão “ímpia”. Só que não importa o nome que damos a um copo de água poluída, aquilo continua a ser nocivo. Não importa o nome que damos à indústria de entretenimento, ainda assim consumirá nossa mente e nosso tempo.

Paulo disse: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.” (Ef 5.15-17)

Os dias são maus? Você realmente acredita nisto? Ah, meu caro, minha cara, como são! Não estamos em festa. A realidade é outra. Os bárbaros põem a mesa com sangue humano. Devoram os fracos. Agregam poder. E a Igreja? Embriagada pelo “vinho” desta geração, anda dissoluta, perdida, e sua fé é inoperante e infrutífera. Os anjos choram. As trevas avançam. Quem levantará os olhos para o único que pode nos salvar? Quantos vão parar e começar a pensar, orar e estudar as Escrituras? Quem se habilita a ser luz entre as trevas?

Na paz,
+W

Bispo Walter Mcalister