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A origem do declínio dos dons espirituais

É talvez, dos maiores desafios da igreja, encontrar o ponto de equilíbrio, de tal forma que possa fugir das heresias, mas não se tornar um clube de amigos
Moisés C. Oliveira
  – via gospel prime

Fogo e gelo. (Foto: Iván Tamás por Pixabay)

É praticamente unanimidade entre os historiadores do Cristianismo que a crescente institucionalização da Igreja foi acompanhada pelo desaparecimento dos dons espirituais, especialmente o de profecia, que à época era tido como um ofício tal como o de bispo e pastor, segundo o professor James L. Ash, Jr.

Institucionalização, aqui entendida, é a ênfase demasiada na organização que, por sua vez, provoca a hierarquização, em detrimento de outros aspectos, inclusive os espirituais da igreja.

Há um brilhante livro escrito por Adolf Harnack, delineando claramente esse aspecto e demonstrando todas as conexões dos fatos que levaram ao declínio do dom de profecia desde o período da igreja primitiva. Não apenas Harnack, mas outros historiadores protestantes do dogma, ligam o desaparecimento do ofício de profeta com a evolução da teologia canônica.

 Advertência

Hoje o ambiente cristão protestante está com opiniões polarizadas sobre esses assuntos, daí a importância de deixar evidentes os pressupostos que serão tratados. Há por um lado, o justo temor dos pastores em verem seus cultos tornarem-se num caos generalizado, com a liturgia sendo interrompida a todo tempo por “profetas” – mais íntimos com o Eterno que eles próprios – querendo entregar mensagens mais importantes que a sua ao rebanho. Por outro lado, os membros que sentem cada vez mais acuados diante da teologia racionalista, apontando para um Deus idealizado, numa submissão constrangedora à filosofia e ideologias contemporâneas, que vêm sendo divulgadas e abafam, sobremodo, os dons espirituais.

Assim como há um árduo caminho para alguém se tornar pastor, também o havia para o profeta. Ambos, em tese, falam em nome de Deus. Nos livros de Samuel (1Sm 10:11) e Reis (2 Rs 4:38), do Antigo Testamento temos exemplos da escola de profetas. Portanto, profetizar era algo que estava sujeito a educação, ao aprendizado. Profeta, no contexto das passagens citadas, era um ofício exercido – aprendido e exercitado praticamente em pé de igualdade com as lideranças das congregações –, distinto de como entendemos hoje  o dom de profecia.

Quanto ao pastor, para a igreja contemporânea, é praticamente questão fechada entre as denominações que ele curse Teologia, que contemple uma grade mínima de disciplinas para capacitá-lo e situá-lo na realidade da igreja e da sociedade em que vive. Ambos têm a responsabilidade de entregar mensagens que norteiam a Igreja nessa terra. Se ponderarmos no quesito função e papéis determinados, veremos que a autoridade e a liderança em conduzir o rebanho está com o pastor; ao profeta, no contexto contemporâneo e relativo ao dom e não mais ao ofício, cabe anunciar – apenas quando houver o que anunciar – a mensagem à Igreja, que obviamente deve estar em perfeita harmonia com as Escrituras Sagradas. Disputar espaço e holofote com pastor não é função de profeta, muito menos entregar profecias a granel de assuntos corriqueiros em reuniões feitas à sombra da liderança.

Para o devido entendimento desse dilema, é preciso ter em mente que há diferentes tradições no seio da Igreja que interpretam de maneiras distintas a profecia e os dons espirituais. De ambos os lados há nomes de peso. Porém esse artigo vai em outro viés; antes se restringe unicamente a expor os fatos limitados a suposta origem, que determinaram o declínio dos dons espirituais e do ofício de profeta, do que comparar interpretações sobre os dons e tomar partido na questão.

 A institucionalização

A institucionalização da Igreja primitiva, avançou muito como uma resposta contra a perseguição do estado e contra as heresias tais como o gnosticismo e o marcionismo. Reagindo contra esses inimigos, a Igreja formalizou o culto e centralizou o poder nos bispos. Desafortunadamente, esse movimento em direção à organização estrutural, trouxe consigo uma mudança semântica no significado da palavra “bispo”.

A palavra bispo é derivada do grego epískopos (ἐπίσκοπος). Na sua forma verbal significa vigiar ou supervisionar. Essa palavra não é restrita ao Novo Testamento e foi vastamente empregada pela cultura/literatura greco-romana do primeiro século para indicar indivíduos com funções de tutores, inspetores, vigilantes e ou superintendentes. Na igreja apostólica, a palavra foi usada para designar aqueles que ocupavam função de supervisionar outros indivíduos em fatos relacionados a igreja. Em Atos 20:17,28 e Tito 1:5,7 descreve os mesmos indivíduos que eram conhecidos por bispos, como sendo também os mais velhos (anciões), de quem se esperava também que pastoreassem o rebanho.

Com a crescente ênfase na estrutura organizacional, os bispos foram separando-se em congregações distintas e tornando cada vez mais prestigiados e poderosos. Essa mudança surge nos escritos de Inácio, bispo de Antioquia, em meados de 110 D.C., já preocupado em defender e promover a autoridade e prestígio dos bispos contra os hereges. Na Epístola aos Esmirniotas, ele vai declarar que “apenas essa Eucaristia que está sob o bispo será considerada válida”. Também asseverava que além do bispo, não há legitimidade em batismos e casamentos. Em outra epístola, a do Trálios, chega a admoestar que “não se faça nada sem o bispo”.

A História demonstra que a tendência de institucionalizar a função do bispo, iniciada com Inácio, permaneceu e culminou no eclesiasticismo – Afeição excessiva a formas, métodos e práticas eclesiásticas, Dic. Michaelis – e no estabelecimento do episcopado monárquico. Houve a partir daqui, uma valorização cada maior das práticas eclesiásticas em detrimento das experiências espirituais e pessoais.

Também significativo, é que as manifestações espontâneas do Espírito Santo se tornassem cada vez menos desejadas e aceitas pelas autoridades eclesiásticas, a saber os bispos. A solução proposta por James L. Ash, Jr. para o questionamento de que os dons foram superados com o estabelecimento do cânon do Novo Testamento é que “os bispos, e não o cânon, rejeitaram a profecia”. A autoridade de falar à Igreja em nome de Deus é deslocada para aquele que ocupa o cargo de bispo e não mais naquele que foi agraciado com o dom espiritual, ou mesmo aqueles que exerciam o ofício de profeta.

A tensão gerada pela oposição dos que pretendiam a continuidade da liberdade do Espírito, contra os que defendiam a emergente organização estrutural é tema ainda aberto, desde aquela época. Há inclusive, a eminente escritora, socióloga e pesquisadora do Movimento Pentecostal norte-americano Margaret M. Poloma, que destaca em seus livros essa mesma tensão aos quais ela nomeia por dilemas. Inclusive há um livro seu que trata desse dilema que perdura no meio evangélico, visto pela perspectiva das Assembleias de Deus nos EUA (The Assemblies of God at the Crossroads: Charisma and Institutional Dilemmas).

A liberdade e espontaneidade do Espírito Santo foram vencidas pelo formalismo ritualístico. No seu livro “História do Pensamento Cristão”, Paul Tillich, teólogo alemão lamenta que a institucionalização tenha vencido a liberdade do Espírito. O passo seguinte dessa opção feita pela Igreja, agora determinava que os líderes que ocupavam os cargos de bispos não careciam mais dos dons espirituais para exercer tais cargos; ao mesmo tempo arrogavam para si exclusividade na comunicação e como representantes da vontade de Deus.

Essa tensão se tornou evidente quando Montano começou a defender a importância dos dons espirituais na Igreja, especialmente o de profecia.

 Detalhe importantíssimo

Um detalhe importante sobre os textos redigidos pelo bispo Inácio de Antioquia, defendendo a supremacia do episcopado era que ele também era profeta. Portanto, esses documentos eram dirigidos aos seus pares, pois ele também exercia, nessa época, o dom de profecia, concomitante com o de bispo. Há um texto dele na Epístola aos Filadelfos que diz: “Gritei enquanto estava com vocês. Falei com grande voz, com a própria voz de Deus. ‘Deem atenção ao bispo, ao presbitério e aos diáconos’. Mas alguns suspeitaram de mim por dizer isso, porque eu teria conhecimento prévio da divisão de algumas pessoas; mas Aquele a qual estou ligado é testemunha por mim de que eu não tinha conhecimento disso da parte de nenhum ser humano, mas do Espírito, que pregava, e dizia isso, ‘Não faça nada sem o bispo’.”

A novidade iniciada por Inácio foi a máxima: “não faça nada sem o bispo”. No entanto essa asserção da supremacia do bispo não justifica por si, o desaparecimento do ofício de profeta. A falência do ofício, pode estar ligada a uma ideia que passa a atribuir ao bispo, tanto o dom de profecia quanto o ministério de bispo. Arnold Ehrhardt, argui que a partir de Inácio de Antioquia o que ocorre é “um lento amalgamento do ministério profético com o ministério episcopal” (The Apostolic Succession).

Contribuem para esse ponto de vista, o fato de Policarpo, o mártir, em meados do segundo século, também ser chamado de “profético” – atribuição só aplicada a bispos respeitados pela comunidade.

Melitão de Sardes era outro bispo que profetizava. Polícrates descreve-o como “aquele que vivia inteiramente no Espírito Santo”. Tertuliano também afirmou que os montanistas posteriores o consideravam um profeta. Há um inclusive uma homilia sua, “Sobre a Páscoa”, que ao final, o Cristo Ressuscitado fala aos leitores em primeira pessoa, aludindo assim à retórica profética, na qual estudiosos apontam como uma linguagem extática.

Portanto Inácio de Antioquia não foi o único a reunir tanto o dom de profecia, quanto o ministério episcopal. Após ele, o ofício de profeta foi virtualmente extinto; enquanto o dom de profecia continuou aparecendo ocasionalmente em alguns bispos.

Por irônico que possa parecer, quando Inácio profetiza, “não faça nada sem o bispo” e conquista aceitação por parte da comunidade, a autoridade e a liberdade essencial do ofício de profeta sofreram um golpe definitivo e essa profecia curiosamente contribui para a extinção do ofício.

A crítica de Inácio arrogando poder ao bispo, era muito mais relacionada ao poder e a defesa da Igreja contra heresias que surgiam pela boca de qualquer um, desmantelando o ensinando dado à luz das Escrituras, do que contra a profecia propriamente, visto que ele mesmo era profeta.

 Onde estão os profetas?

No final do segundo século, Montano surgiu com a embaraçosa pergunta à Igreja: “Onde estão os profetas?” Esse questionamento, obviamente, só tornou-se cabível devido ao desaparecimento dos profetas, os de ofício, principalmente.

Montano foi um personagem polêmico do segundo século, que distinguia-se pela operação de sinais e maravilhas, bem como de milagres; a ponto dos seus detratores reconhecerem que “sua vida e doutrina eram imaculadas”.

A interpelação de Montano, foi provocada pela sua preocupação com o crescente formalismo adotado pela igreja e pela frouxidão moral cada vez mais evidente e tolerada entre seus membros. Suas reivindicações eram que se desse a devida importância à direção sobrenatural do Espírito Santo, a uma religiosidade ascética e a segunda vinda de Cristo.

A qualificação para o ministro da Igreja, segundo Montano, era, sobretudo, possuir dons espirituais ao invés de indicações para tais cargos. Seus seguidores, os montanistas – como foram chamados – eram reconhecidos por falarem em línguas estranhas.

Essa ênfase nos dons espirituais trouxe a Montano conflitos com os líderes da Igreja, que contestaram assegurando que o ofício eclesiástico sobrepunha-se a qualquer dom espiritual. Também tiveram problemas na maneira como Montano e seus seguidores entregavam as profecias. Foram acusados de profetizar em estado de êxtase, embora não tivessem tido problemas em comprovar o conteúdo das profecias. Acreditavam que esse expediente de profetizar em frenesi, ou estado de êxtase, era prova da origem demoníaca das mensagens.

Vários sínodos posteriores censuraram Montano e seus seguidores, demonstrando assim, o impacto desconcertante que a sua pergunta causou na Igreja.

O apoio a Montano se alastrou pela Europa, Norte da África e Oriente Médio. Eusébio indica que Irineu foi enviado a Roma para interceder em nome dos montanistas. Tertuliano foi outro que tomou partido em favor de Montano. No seu texto “Contra Práxeas”, Tertuliano chega a afirmar que o bispo de Roma reconhecia os dons de profecia de Montano. Outra afirmação famosa sua é a de que Práxeas prestou duplo serviço; a Roma e ao diabo: “Ele [Práxeas], destituiu a profecia e trouxe a heresia. Ele colocou em fuga o Paracleto e crucificou o Pai”. Tertuliano também escreveu sete livros sobre a profecia em êxtase (extática) que foram ou perdidos ou destruídos.

John Wesley, teólogo cristão do século 18 e quase mítico pregador, foi outro que apoiou a visão de Montano após ler o livro de John Lacy “The General Delusion Of Christians Touch

Epílogo

O grande problema em estudar o Montanismo é que os textos disponíveis são apenas dos seus detratores, não restando os da sua defesa.

Inácio de Antioquia, também era profeta. Não confirmado através dos documentos históricos se de ofício ou por dom.

Esse dilema provocado pela exigência, até certo ponto natural, da organização da igreja e ao mesmo tempo liberdade e espontaneidade do Espírito Santo que deveria ser mantida, é problema ainda não superado. É talvez, dos maiores desafios da igreja, encontrar o ponto de equilíbrio, de tal forma que possa fugir das heresias, mas não se tornar um clube de amigos com reuniões pálidas e previsíveis, tratando e falando quase que de uma filosofia de vida, distante quilômetros da sua origem e vocação.

Fica o texto do Apocalipse de João que parece contemporizar a profecia ao longo do tempo, na Igreja; “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1:3).

Bibliografia
ASH, James L.  Jr. – “The Decline of Ecstatic Prophecy in the Early Church” – Theological Studies 37 (1976).
HYATT, Eddie L. – “2000 Years of Charismatic Christianity” – Charisma House, Florida (2002).
BORING, M. Eugene – “How May We Identify Oracles of Christian Prophets in the Synoptic Tradition?” Journal of Biblical Literature 91 (1972).
EHRHARDT, Arnold – “The Apostolic Succession”, Londres, (1953).
HARNACK, Adolf – “Outlines of the History of Dogma”, Funk & Wagnalls Company, Nova Iorque, (1893).
Moisés C. Oliveira

Formado em Letras (Literatura Inglesa e Portuguesa), pastor assembleiano, professor da EBD e de teologia, residindo em São José, SC.
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Igrejas batem recorde de público da Arena da Baixada na “Semana do Avivamento”

Público foi de 45.650 pessoas, maior do que edição do UFC 198.

Michael Caceres
Por  – via Gospel Prime

Público participa da Semana de Avivamento (Foto: Divulgação Facebook)

Neste sábado (27) um megaevento interdenominacional conseguiu atingir a marca de 45.650 participantes, quebrando o recorde de público da Arena da Baixada, em Curitiba. Cerca de 200 denominações evangélicas estiveram participando da Semana de Avivamento.

Sem divulgar a programação do evento ou nome de preletores e cantores convidados, o evento tem o objetivo de promover “a unidade da Igreja”, segundo os organizadores. “O evento é um momento diferente de unidade entre as igrejas evangélicas da cidade de Curitiba e região metropolitana”, explica a organização.

Durante toda a semana foram promovidos cultos em diversas igrejas, com pregadores e bandas de outras denominações, com o propósito de orar por um avivamento espiritual. Após esse período, as igrejas se reuniram no estádio Joaquim Américo Guimarães, popularmente conhecido como Arena da Baixada, é o estádio do Club Athletico Paranaense (CAP).

“Como movimento, acreditamos que o Avivamento Bíblico vem de Deus. Mas podemos orar por um avivamento, um despertamento”, explica a organização.

Diversas congregações de Curitiba e Região Metropolitana estiveram reunidas para o evento, que recebeu caravanas de diversas cidades e até de outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Um palco foi montado no centro do gramado, com uma grande estrutura de som e iluminação, onde foram ministradas pregações, louvores e orações.  Também houve ações sociais fora do estádio, com o objetivo de evangelização.

A organização contabilizou a doação de ao menos 7 mil litros de leite, cerca de 4 mil peças de roupas e 55 metros de cabelos, que agora serão transformados em perucas para pacientes em tratamento de câncer. Também foram doados 587 livros, que serão destinados a Cristolândia, projeto de recuperação de dependentes químicos.

O leite e as roupas serão destinados a Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba. Também foram cadastrados 350 doadores de medula, em parceria com o Hemepar.

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O avanço do Evangelho e a perseguição contra os cristãos

Dados revelam que houve um aumento acentuado nas restrições impostas por governos à religião.

O avanço do Evangelho e a perseguição contra os cristãos

Cristão de braços abertos diante da cruz (Foto: The Digital Artist)

À medida que o Evangelho avança mundo afora, alcançando os mais longínquos lugarejos e sendo ouvido por povos de todas as raças e línguas, mais explícita se torna a perseguição contra os cristãos.

Entendo que isso pareça controverso, mas é exatamente isso que acontece: quanto mais avançam no anúncio da mensagem de Cristo, maior se torna o ódio contra os que levam as Boas Novas. E posso afirmar, que em todo o mundo, não existe comunidade mais perseguida que a Igreja.

Alguns ainda insistem em negar a existência de uma intolerância colossal contra nós, cristãos, mas trata-se de algo inegável. Ao longo da história humana nenhum povo sofreu tanto como os seguidores do cristianismo.

Pra quem reputa a narrativa como teoria da conspiração, vale lembrar como morreram os discípulos de Cristo, que em quase sua totalidade foram vítimas de martírio. Pedro, por exemplo, que era um dos mais chegados do Mestre, foi morto crucificado de cabeça para baixo.

Filosofias, ideologias, doutrinas políticas e religiosas estão entre as motivações para prender, torturar e matar os cristãos. A intolerância contra o povo da cruz é perceptível a qualquer pessoa.

Somente nas mãos de regimes totalitários comunistas foram mortos mais de 15 milhões, com o objetivo de cumprir o ideal de Lênin, que era de “extirpar o cristianismo da face da Terra”. Mas esse objetivo não será alcançado.

Richard Wurmbrand, um pastor e escritor evangélico romeno, fundador da Missão A Voz dos Mártires, denunciou em sua obra “Marx and Satan” (Bartlesville, Oklahoma, The Voice of the Martyrs, 1986), a visão satanista de Karl Marx para a implantação do Comunismo.

Segundo estudo divulgado pela Pew Rearch Center, as pressões governamentais e sociais contra prática religiosas aumentaram, principalmente contra cristãos. Os dados são referentes ao período entre 2007 e 2017.

Os dados revelam que houve um aumento acentuado nas restrições impostas por governos à religião, o que inclui “leis, políticas e ações de funcionários do Estado que restringem crenças e práticas religiosas”.

A pesquisa corresponde ao alerta feito pela Portas Abertas, organização que há anos vem denunciando o aumento da intolerância religiosa contra os cristãos, alertando para o número crescente dos casos de restrições, assédio, violência e outras ações.

Países de maioria muçulmana são os que causam maior preocupação, o que faz do Oriente Médio e Norte da África os lugares onde a pressão contra este grupo religioso está em evidência.

Mas na Europa e África Subsaariana a intolerância cresce a cada dia, o que acende o sinal de alerta sobre como a missão nestes lugares deve ser intensificada. Atualmente há 73 países com altos níveis de perseguição contra cristãos.

A Portas Abertas aponta que existem mais de 245 milhões de cristãos perseguidos hoje no mundo. A Lista Mundial da Perseguição avalia o tema em 150 países, classificando os lugares onde as restrições são maiores.

E todo esse ódio foi predito por Jesus, que disse: “E, por causa do meu Nome, sereis odiados de todos.” (Mateus 10.22). Alertando que “lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes” (Lucas 21.12).

Mas o que até então era negligenciado por autoridades mundiais, agora vem sendo denunciado pelos Estados Unidos e seus aliados, como Brasil e Israel. Os cristãos perseguidos ganham voz.