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Pele tirada em circuncisão salva visão de bebê israelense sem pálpebras

 

Cirurgião utilizou a pele do prepúcio para reconstruir as pálpebras do bebê, que nasceu com defeito raro.

Da BBC

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Um enxerto da pele do prepúcio no lugar das pálpebras, realizado no hospital Kaplan, próximo a Tel Aviv, em Israel, salvou a visão de um bebê que havia nascido com um grave defeito nos olhos e corria o risco de ficar cego.

A ideia foi do cirurgião Asher Milstein, especialista em ocuplástica, que decidiu realizar a operação exatamente oito dias após o nascimento do bebê, na data em que, segundo a tradição judaica, é feita a circuncisão em crianças do sexo masculino.

Como o bebê, que havia nascido sem pálpebras, é de familia religiosa, era importante respeitar a tradição.

Em entrevista à BBC Brasil, Milstein explicou que a pele do prepúcio tem textura e espessura ‘idênticas’ à pele das pálpebras e que ambas são as peles mais finas do corpo humano.

Nome do bebê submetido à cirurgia não foi divulgado (Foto: BBC)Nome do bebê submetido à cirurgia não foi divulgado (Foto: BBC)

‘A pele do prepúcio também é altamente adequada para esse tipo de operação, pois cresce de forma compatível ao crescimento do corpo’, acrescentou o cirurgião.

O bebê, cujo nome não foi divulgado, nasceu no hospital Kaplan há cerca de 5 semanas.

Ideia inédita
A ausência de pálpebras, considerada um defeito raro, faz com que seja impossível fechar os olhos, provocando o ressecamento da córnea, que por sua vez leva à cegueira.

Milstein diz que, inicialmente, considerou a possibilidade de enxertar pele retirada da região que fica atrás das orelhas – técnica geralmente utilizada em casos semelhantes.

No entanto, o bebê também apresentou um problema na região do nariz e pode vir a necessitar daquela porção de pele e de cartilagem para uma cirurgia futura.

Por isso, o médico tomou a decisão inédita de utilizar a pele do prepúcio do próprio bebê, que seria retirada na circuncisão.

Milstein disse que consultou a literatura médica e encontrou apenas um precedente de utilização da pele do prepúcio para uma operação na região dos olhos, que ocorreu no Egito, há vários anos.

No Egito, que é um país muçulmano, a circuncisão também é praticada, mas, de acordo com a tradição islâmica, a intervenção pode ser feita até os 10 anos de idade.

Depois da operação, os olhos do bebê israelense ficaram fechados por três semanas. Após a retirada dos curativos, a equipe médica constatou que o bebê enxerga normalmente.

O médico afirmou que o sucesso da operação demonstra que a pele do prepúcio pode ser utilizada amplamente na área da cirurgia plástica, ‘inclusive em casos de homens adultos’.

Segundo Milstein, a manutenção do prepúcio ‘não é necessária’ e em casos de ferimento, essa pele pode ser utilizada para cobrir áreas danificadas no corpo do própro paciente.

‘Devemos ter a mente aberta para ideias novas’, disse.

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Grupos religiosos radicais comprimem cristãos em Jerusalém

 

PorJussara Teixeira | Correspondente do The Christian Post

Um estudo preparado pelo Instituto para Estudos de Israel de Jerusalém mostrou que atualmente os cristãos representam somente 1,9 % da população na Terra Santa e pode diminuir mais ainda nas próximas décadas.

  • Vista de Jerusalém

    Foto: Reuters

O estudo, intitulado "Cristãos e Cristianismo em Jerusalém", mostra que no final do mandato britânico na Terra Santa, em 1946, os cristãos representavam 19% da população total da cidade. De um total de cerca de 800 mil habitantes, a cidade conta hoje com apenas 14,6 mil moradores cristãos.

O responsável pela pesquisa, o israelense Amnon Ramon, cita uma série de razões pelas quais o número de Cristãos tem sido reduzido na região.

Primeiramente, ele fala sobre a dificuldade de grupos cristãos viverem na região, principalmente com a radicalização de alguns setores, como segmentos islâmicos. Segundo ele, tal segmento trata não-muçulmanos como cidadãos de segunda-classe e mesmo com violência.

Outra razão apontada pelo pesquisador é o fato de que alguns grupos judeus ultra-ortodoxos tem procurado impor regras para que Israel tenha um caráter mais religioso e menos democrático.

Além disso, Ramon relembra que a guerra de 1948 ]teve como consequência a retirada não só dos britânicos como também da maioria dos cristãos europeus e também dos cristãos árabes que habitavam a cidade.

O baixo número de cristãos, que atualmente é de cerca de 14 mil pessoas, também se deve à baixa taxa de natalidade entre cristãos e a ausência de imigração cristã para Jerusalém.

"Tememos que em 20 ou 30 anos quase não haja cristãos locais (nascidos de famílias de Jerusalém)", alerta o estudioso.

Amnon, que é judeu, vê os cristãos como um grupo religioso importante na região e que contribui para a tolerância religiosa e democracia no país, além de ajudar no crescimento econômico.

O grupo cristão hoje em dia é dividido entre os árabes e imigrantes da ex-União Soviética, refugiados de origem sudanesa e eritreia, habitantes de origem armênia, além trabalhadores estrangeiros. Eles estariam basicamente confinados no bairro cristão da cidade antiga.

Uma pesquisa do ano 2000 citada pelo informe recorda que há 117 instituições cristãs na Cidade Antiga e no Monte Sion; dentre elas, 20 são órgãos educacionais. No turismo, entretanto, os cristãos são maioria. Em 2010, 66% dos turistas se identificaram como cristãos e 30%, judeus.

O responsável pela pesquisa Amnon conclui que "o desaparecimento das comunidades cristãs e as igrejas do panorama da cidade e de seu subúrbio seria um golpe severo ao charme da cidade e ao seu caráter especial, sem paralelos no mundo".

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‘Não Haverá Cristãos em Belém Dentro de 20 anos’, Diz Líder Religioso em Israel

 

Por Jussara Teixeira|Correspondente do The Christian Post

Com o aumento dos assentamentos judaicos na região de Belém, em Israel, a cidade tem se tornado cada vez mais impenetrável aos cristãos. é o que diz o padre Ibrahim Shomali, sacerdote de Beit Jala, uma paróquia em Belém.

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Ele cita o aumento dos assentamentos judaicos entre Jerusalém e Belém como um obstáculo praticamente intransponível, que nem mesmo o próprio Jesus, se hoje fosse vivo, conseguiria transpor.

“Se Jesus viesse esse ano, Belém estaria fechada”, diz Shomali ao periódico Sydney Morning Herald. Segundo ele, Jesus teria que nascer em um posto de controle ou em um muro de separação. E Maria e José precisariam de permissão israelense ou entrar como turistas.

As comunidades judaicas impedem que os palestinos entrem em Jerusalém Oriental ou em Belém, sem a licença de turista. Segundo o líder religioso, a pergunta é: o que acontecerá quando os palestinos forem fechados do lado de fora?

Um dos assentamentos mais invasivos é Har Homa, uma comunidade de quase 20 mil pessoas. O assentamento foi construído na localidade os líderes cristãos acreditam que os anjos revelaram aos pastores a respeito do nascimento de Jesus.

Os cristãos árabes, que representam somente 2% da população israelense, podem se tornar uma “raridade” no país nos próximos anos.

As celebrações de Natal estão em vias de extinção em muitas cidades israelenses. Comunidades cristãs, como é o caso de trabalhadores filipinos e peregrinos africanos estão comemorando o feriado natalino em espaços públicos em bairros de Tel Aviv e Nazaré.

“Quando olho para os registros dos nomes de famílias tradicionais da igreja, vejo que muitas delas já se foram”, conta Shomali. Ele acredita que “em 20 anos não haverão mais cristãos em Belém”.

Apesar da situação descrita pelo líder religioso, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fez um discurso para os cristãos exortando que os peregrinos e turistas visitem Israel durante a época de Natal e celebrem abertamente o Natal.

Segundo Netanyahu, “em uma região onde há pouca tolerância com a fé dos outros, Israel quer garantir os lugares sagrados das grandes religiões e a liberdade de culto para todos”, concluiu.