No ano de 1985, a confiança em líderes religiosos nos Estados Unidos era de 67%, com mais da metade dos norte-americanos declarando que confiava que o clero era formado por pessoas com padrões altos de honestidade e ética.
Passados alguns anos, a confiança em líderes religiosos desabou para 37%, que é o mais baixo índice desde 1977, quando o Instituto Gallup iniciou a pesquisa. As motivações para a queda são diversas.
Desde escândalos sexuais envolvendo líderes católicos, até a crescente onda de vertentes teológicas que buscam explorar as pessoas, ao invés de edifica-las na congregação e acolhe-las na fé.
É evidente que maus líderes não estão preocupados com a opinião das pessoas. Charlatões não se importam de serem apontados como tais. Mas líderes verdadeiros, pastores fiéis a Deus, estes se importam.
Quando pensamos nisto, logo nos vem os desafios de liderança que enfrentou o apóstolo Paulo. Ele teve que lidar com falsos ensinamentos, com a rebeldia, com traidores e opositores ao seu ministério.
O grande desbravador cristão tinha como exemplo o Mestre dos mestres, Jesus Cristo. Ele buscava desenvolver uma liderança baseada no bom exemplo e em padrões elevados de ética e honestidade.
Sem dúvidas, Paulo é um dos maiores exemplos de liderança do Novo Testamento. E seu padrão de liderança era baseado no modelo de Jesus, conforme o que aprendeu sobre o Mestre.
Uma das lições deixada por ele, em 2 Coríntios 10.12 a 14, é que devemos lidar com o orgulho da maneira adequada. Não devemos nos gloriar fora da medida, mas ter um espírito de humildade.
Apesar de ter plantado tantas igrejas e evangelizado tantas pessoas, o apóstolo tinha consciência de que não deveria se orgulhar além da “reta medida que Deus nos deu”. Ou seja, tinha consciência de que estava edificando o Reino de Deus.
Ele demonstrou a importância da autocrítica, sabendo que não somos superiores a ninguém, mas servos do Senhor. A vaidade pode ser altamente prejudicial à imagem de um líder cristão, é preciso cautela.
Também é preciso conhecer e respeitar os limites da liderança, sabendo que não somos senhores feudais e que nossa autoridade espiritual tem certos limites éticos.
Um líder religioso, por exemplo, não pode escolher que tipo de roupa uma pessoa pode usar, ainda que possa instruir sobre a decência, conforme 1 Timóteo 2.9.
Aqueles que almejam servir de bom exemplo, influenciando de maneira positiva os irmãos na fé, devem também tomar a Palavra de Deus como manual de conduta.
Charles Spurgeon aconselhou: “A Palavra nos manterá retos na opinião, confortáveis no espírito, santos na conversação e esperançosos na expectativa”.
O apóstolo Paulo também listou algumas qualidades do líder cristão, que são: “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1 Timóteo 3.2).
Portanto, a boa avaliação da opinião pública sobre a maneira como pastores, bispos, padres e sacerdotes cristãos se comportam, dependerá muito da forma como agimos diante dos conselhos bíblicos.