Acuado por investigações, Lula se compara a Jesus

Tentativa de se colocar como messias brasileiro é recorrente no discurso do petista

por Jarbas Aragão-gospelprime-

lula

Acuado por investigações, Lula se compara a Jesus

Após ser levado em condução coercitiva para depor nas investigações da Lava Jato dia 4 de março, o ex-presidente Lula faz vários discursos se defendendo. Em um deles se comparou a uma jararaca, que foi atingida, mas não morreu. A maioria dos telejornais transmitiram esse pronunciamento.
No mesmo dia 4, diante de uma plateia formada por militantes do PT, da CUT, além de diversos apoiadores, reclamou do que considera perseguição. Durante sua bravata pública, cujo vídeo surge na internet agora, tentando se defender das acusações, tentou comparar-se com Jesus Cristo.
“Eu falo para o meu filho: ‘Não fica com raiva. É assim, meu filho. Vamos suportar. Jesus Cristo sofreu mais do que nós. Tiradentes foi crucificado e somente depois de mais de cem anos que ele foi transformado em herói. Se a gente tem que pagar esse preço, vamos pagar. Nós vamos lutar”, disse.

Comparação recorrente
O coitadismo de Lula e seu uso de metáforas religiosas são conhecidos. Em 2010, durante a primeira campanha de Dilma Rousseff a presidência, fez a seguinte comparação: “Essa mulher (Dilma) foi barbaramente torturada. Não existe nada mais grave que o ser humano possa fazer com o outro do que torturar. Vocês sabem porque Jesus Cristo foi torturado”.
Poucos meses depois, ainda em campanha, comparou a si mesmo: “Meu corpo estaria mais arrebentado que o corpo de Jesus Cristo depois de tantas chibatadas”. Era uma menção às acusações que já envolviam seu nome durante o escândalo do mensalão.
Em 2014, durante um comício onde pedia votos para a reeleição de Dilma, Lula fez novamente esta comparação. Ao mesmo tempo que atacava os políticos do PSDB, se vitimizou: “Outro dia eu falei para eles: vocês são mais intolerantes que Herodes, que mandaram matar Jesus Cristo com medo de ele se tornar o que virou”.
Um ano depois, com Dilma já reeleita e os escândalos do petrolão sendo veiculados a todo momento, voltou a usar a analogia e alegar perseguição injusta.
Falando sobre os primeiros petistas presos, ex-presidente disse: “Eu lembro quando Herodes mandou marcar todas as crianças. E Maria e José tiveram que fugir com Jesus Cristo. Ele ficou 30 anos que a gente não sabe o que aconteceu na vida dele. Quando ele voltou, em três anos transformou a história da humanidade. E o que fizeram com ele? Crucificaram”.

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Uma defesa bíblica do impeachment

Se o cristão não pode apoiar a dissolução das autoridades constituídas, isso vale para todas as autoridades constituídas.

por Thiago Cortês-via gospelprime-

Teólogos e pastores proeminentes agora se debatem com a questão: pode o cristão apoiar um movimento de impeachment?

Alguns dizem que sim. Outros respondem que não. É uma questão legítima, e que não diz respeito apenas ao governo de Dilma Rousseff.

Se o cristão não pode apoiar a dissolução das autoridades constituídas, isso vale para todas as autoridades constituídas. Em bom português, se não podemos tirar Dilma do poder porque devemos ser submissos o mesmo vale para políticos de outros partidos e ideologias.

A consequência prática desta interpretação do famoso texto de Romanos é a total submissão a qualquer governo, seja ele democrático ou não. Se a submissão às autoridades deve ser absoluta, os cristãos que lutaram contra Hitler estavam em pecado.

Mas, acredito, esta é uma interpretação absolutamente equivocada.

Como é típico no meio evangélico, as pessoas sustentam sua posição em apenas um versículo, neste caso Romanos 13:1-2:  “Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por Deus”.

É uma interpretação reducionista que ignora os versículos subsequentes que explicam que a autoridade instituída por Deus é instrumento do bem e que é necessário submeter-se a ela não por temor de castigo, mas também por dever de consciência.

É preciso sempre se perguntar: a autoridade à qual estou submetido é instrumento do bem? É uma autoridade a quem reconheço em minha consciência? A necessidade desta averiguação de consciência é enfatizada no seguinte versículo:

“É também por essa razão que pagais os impostos, pois os magistrados são ministros de Deus, quando exercem pontualmente esse ofício.” (Romanos 13:6-7)

Enfatizo aqui as palavras: “quando exercem pontualmente esse ofício”. Ou seja, quando os governantes agem incorretamente não podem mais ser vistos como ministros de Deus.

A Bíblia diz claramente que o próprio Deus se levanta contra autoridades ilegítimas. Há inúmeras passagens bíblicas que suportam a minha afirmação, mas aqui vou me deter em uma que mostra a ira de Deus contra governantes ilegítimos:

“Eis o que me diz o Senhor: Desce ao palácio do rei de Judá, e lá pronunciarás: Ouve a palavra do Senhor, rei de Judá, que ocupas o trono de Davi, tu, teus servos e teu povo que entrais por essas portas. Eis o que diz o Senhor: Praticai o direito e a justiça, e livrai o oprimido das mãos do opressor […] Se obedecerdes fielmente a esta ordem, continuarão a passar pelas portas deste palácio os reis herdeiros do trono de Davi, montados em carros e cavalos, com seus servos e seu povo. Se, porém, não escutardes estas palavras, juro-o por mim  – palavra do Senhor -, será reduzido a escombros este palácio” (Jeremias 22: 1-5)

O capítulo 22 de Jeremias demonstra sem qualquer dúvida que caso a autoridade se oponha aos princípios de Deus, que a instituiu, ela perde sua legitimidade. A autoridade legítima é aquela que obedece aos princípios divinos de justiça, honestidade, equidade, etc.

Mesmo que uma autoridade tenha legitimidade legal, é preciso se perguntar: ela está em obediência aos princípios divinos? A ordem terrena não é superior à ordem divina e há também inúmeros versículos que sustentam tal afirmação.

Na verdade, a obrigação moral de todo cristão é a de obedecer a Deus antes de obedecer aos homens. E os maiores heróis da Bíblia são justamente os que fizeram isso:

 “Trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os, dizendo: Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”. (Atos 5:27-29)

É importante refletir também sobre o conceito de autoridade. Do ponto de vista político moderno, a autoridade máxima de um País é a sua Constituição, ou seja, é a ela que todos devem se submeter.

A autoridade máxima, portanto, é a Constituição.

Cidadãos de todos os partidos, ideologias e crenças devem se submeter, antes, à Constituição. Todo governo está debaixo da Constituição e dele não depende a estabilidade política e constitucional de um País. Depende da Constituição.

A Bíblia também tem várias passagens nas quais a corrupção é condenada. A ação de corruptos e corruptores jamais é relativizada por Deus, como é costume nos nossos tempos em que se diz “mas a corrupção não é só do meu partido” ou “não começou com a gente”:

“No meio de ti aceitam-se subornos para se derramar sangue; recebes usura e lucros ilícitos, e usas de avareza com o teu próximo, oprimindo-o. E de mim te esqueceste, diz o Senhor Deus. Eu certamente baterei as mãos contra o lucro desonesto que ganhastes” (Ezequiel 22:12-13)

“Os teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno, e corre atrás de presentes. Não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas”. (Isaías 1:23)

“Pela justiça o rei estabelece a terra, mas o amigo de subornos a transtorna” (Provérbios 29:4)

“O ímpio acerta o suborno em secreto, para perverter as veredas da justiça”. (Provérbios 17:23)

“Também suborno não tomarás; porque o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos.” (Êxodo 23:8)

Para encerrar, apenas dois breves comentários de natureza política. Não sobre Dilma, pois creio que os irmãos lêem jornais e assistem ao noticiário. E vão ao supermercado. E pagam impostos. E pagam contas de luz e de água. E prezam pela democracia.

Quero apenas lembrar que um dos maiores juristas contemporâneos do Brasil, Ives Gandra Martins, ofereceu um parecer no qual demonstra que há, sim, base jurídica para o impeachment de Dilma Roussef. Não é golpe; é a aplicação da Constituição.

Mas quero falar do meio protestante.

Nos idos dos anos 1990 alguns líderes evangélicos progressistas aderiram ao “Fora FHC!”. Eles apoiaram o movimento pelo impeachment de FHC somente por fidelidade ideológica. São os mesmos que agora dizem que o “Fora Dilma!” é um golpe contra a democracia.

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É interessante notar que alguns proeminentes evangélicos progressistas até pouco tempo atrás aderiram também ao “Fora Alckmin”. São os mesmos que agora dizem que o movimento contra Dilma é golpista.

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Por sua vez, os “moderados” de plantão que agora lembram que estamos sujeitos às autoridades nada disseram quando o “Fora FHC!” era bradado por evangélicos progressistas que tinham todos os holofotes da mídia, mas arruinaram seus ministérios com dossiês falsos e adultérios.

O que posso dizer dos irmãos progressistas e dos “moderados”?

“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:15-16)

* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
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Manifestação em Brasília terá Malafaia, Bolsonaro e Feliciano

Deputado Sóstenes Cavalcante, um dos organizadores, também participará de evento pró-impeachment

por Jarbas Aragão -gospelprime-

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 Trio na manifestação terá Feliciano, Malafaia e Bolsonaro

Há meses que o Brasil ouve falar das manifestações que devem ocorrer dia 13 de março. A sucessão de denúncias e delações recentes esquentou os ânimos. Em São Paulo, por exemplo, devem se reunir 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista.

Em centenas de outras cidades ocorrerão manifestações que visam pressionar o pedido de impeachment de Dilma e a investigação completa nos contratos suspeitos realizados na gestão do Partido dos Trabalhadores.

Entra seus maiores defensores está o pastor Silas Malafaia, que vem convocando os evangélicos para participarem desses atos. Ele estará na grande mobilização que deve ocorrer em Brasília.

Entre os vários trios elétricos que serão colocados em frente ao Congresso Nacional, um deles deverá reunir, além de Malafaia, os deputados Marco Feliciano (PSC-SP) e Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ). O carro de som dos evangélicos também contará com a presença de Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Eles prometem discursar e fazer duras críticas a Dilma Rousseff, Lula e ao PT.

Consultado pelo Gospel Prime, o deputado Sóstenes Cavalcante explicou: “Subiremos em um dos trios dos movimentos sociais que está abrindo espaço para políticos, artistas e religiosos falarem”.