Igreja vazia na Alemanha. (Photo by Luca R. on Unsplash)
As igrejas cristãs da Alemanha perderam cerca de 660 mil membros em 2018, segundo dados divulgados pela Conferência Episcopal Alemã. Os dados revelam o abandono da fé na Europa.
Em 2017, os evangélicos perderam 390 mil membros, o que correspondia a uma queda de 1,8%, segundo o Evangelical Focus. Naquele ano o número de evangélicos era de 21,5 milhões, aproximadamente 23,5% da população alemã.
Berço da Reforma Protestante em 1517, através de Martinho Lutero, a Alemanha vive uma crise em relação ao cristianismo, com muitos se apostatando da fé.
Na época da Reforma, Lutero afixou 95 teses que criticavam a Igreja Católica, nascendo assim o movimento de restauração da doutrina.
Os dados revelam não apenas a queda no número de membros das igrejas, como também na frequência nos cultos.
Cada vez menos pessoas estão interessadas em participar das celebrações em suas igrejas, incluindo a “Matriz da Reforma”, em Wittenberg.
Missão Europa
A queda no número de fiéis se reflete em toda a Europa, que ainda enfrenta uma onda de migração de muçulmanos.
Entre 2010 e 2016, sete milhões de migrantes e refugiados chegaram à Europa, sendo mais da metade deles muçulmanos.
Igrejas de diversos países europeus vêm buscando apoio missionário para o continente, com o objetivo de restaurar o trabalho evangelístico naquela região.
Alexandre Kalil. (Foto: Lucas Prates / Hoje em Dia)
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), usou o Twitter para anunciar que estava proibindo a performance “Coroação da Nossa Senhora das Travestis”, que seria apresentada amanhã na Virada Cultural da capital mineira.
“Estou comunicando que o evento está cancelado”, afirmou Kalil, que justificou a decisão alegando que tratava-se de uma agressão a religião.
A apresentação estava entre as 447 atrações previstas para o evento que acontece entre sábado e domingo em Belo Horizonte. Apesar de ter participado da 22ª Parada do Orgulho LGBT na cidade, Kalil afirmou que a performance “não é cultura”.
“Sou católico, devoto de Santa Rita de Cássia. Fiquem tranquilos, ninguém vai agredir a religião de ninguém”, disse através do microblog.
Protestos
Alexandre Kalil decidiu pelo cancelamento da apresentação devido aos protestos da Arquidiocese de Belo Horizonte, comandada pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Uma petição online também foi promovida e reuniu milhares de assinaturas. “”Os cristãos e todos os homens de boa vontade vêm pedir o cancelamento do evento”, dizia a petição, que classificava como “blasfêmia” e uma “afronta grave e direta” contra os cristãos.
“Não é admissível instrumentalizar Nossa Senhora, desrespeitando-a para se promover um evento que se diz cultural, mas, na verdade, configura-se em agressão à fé cristã católica. Não se cultiva tolerância a partir do desrespeito”, disse a Arquidiocese.
O advogado que representa vítimas de abuso sexual que teriam sido cometidos por padres vinculados à Diocese de Limeira (SP) vai pedir à Igreja Católica indenização de ao menos R$ 2 milhões para cada uma das vítimas.
A maioria dos casos está relacionada ao pároco Pedro Leandro Ricardo, afastado da Basílica Santo Antônio de Pádua, de Americana (SP), mas há denúncias envolvendo outros membros do clero. Os padres negam os abusos e a Diocese diz que investiga os casos.
Neste sábado (13), vítimas da cidade de Araras (SP) que teriam sido molestadas por Pedro Leandro e também pelo padre Carlos Alberto da Rocha, contaram à EPTV, afiliada TV Globo, sobre os abusos.
“Nós temos de reparar as vidas devastadas. O valor de R$ 2 milhões, por vítima, é um bom começo”, argumenta Roberto Tardelli.
Segundo o advogado, ainda não há um número fechado de vítimas, uma vez que novas denúncias estão aparecendo e envolvem outros nomes.
Além da investigação da Diocese de Limeira, o padre Pedro Leandro Ricardo é alvo de inquéritos nas cidades de Americana, Limeira e Araras, mas o caso corre em segredo de Justiça.
Novas denúncias
Uma das vítimas dos padres vinculados à Diocese de Limeira contou à EPTV que os abusos ocorreram quando tinha entre 16 e 17 anos, época em que estava no seminário. O homem que está casado há quatro anos e tem uma filha pequena, conta que decidiu denunciar o caso após ver os relatos de outras vítimas. “Senti que era hora de me juntar a elas”, disse.
Ex-coroinha, ele relata que sofreu primeiro com a aproximação do padre Carlos Alberto Rocha, e depois do padre Pedro Leandro Ricardo.
“Estava no seminário quando tive o primeiro contato com o padre Carlos. Foi como um pai, no começo foi tudo bem. Mas com o decorrer do tempo começou umas atitudes estranhas. Eu pousava na Casa Paroquial em decorrência das missas que a gente fazia no fim de semana, e um dia ele ele estava só de cueca, veio colocar a mão em mim, nas minhas partes íntimas, e comecei a ficar constrangido com isso. Isso foi por um bom tempo, até o dia em que ele pegou no meu pênis”, conta.
Segundo a vítima, a relação de poder exercida pelo padre sobre o seminarista deixava-o em situação delicada. “Ele [Carlos] comentava que eu deveria ficar quieto e entender como era o funcionamento da Igreja”, afirma.
Sobre o padre Pedro Leandro Ricardo, o homem conta que o abuso teria ocorrido quando tinha 17 anos, durante uma viagem dos dois para a cidade de Porto Ferreira (SP). “Ele veio colocar as mãos nas minhas partes íntimas e eu pedi para parar. Ele perguntou ‘se eu não gostava desse tipo de carinho’ e eu disse que não. Depois ele foi no seminário se explicar, e disse que eu não tinha entendido a intenção real dele”, destaca.
“Isso [abuso] foi muito impactante pra mim, porque era meu sonho ser padre. Eu cresci na igreja, fui coroinha, tinha aquele sonho de poder ajudar as pessoas e via nessa vida de sacerdote, essa possibilidade. Coisa que eles mataram. Eles mataram dentro de mim essa possibilidade. Destruíram meu sonho”, completa.
O que diz a Diocese de Limeira?
Sobre as denúncias de abusos, a Diocese de Limeira divulgou nota em que informa que o padre Pedro Leandro Ricardo “encontra-se suspenso desde o dia 27 de janeiro até que todas as denúncias sejam esclarecidas, conforme observância do Código de Direito Canônico” e que “não existe nenhuma denúncia formal contra o padre Carlos Alberto da Rocha na Diocese de Limeira”, mas que “as denúncias também estão sendo apuradas, conforme observância do Código de Direito Canônico.”
Sobre o pedido de indenização que a defesa das vítimas fará à Igreja Católica, a Diocese de Limeira informou que “não irá se manifestar, no momento”.
O que dizem os padres?
À EPTV, a defesa do padre Pedro Leandro informou que ele nega as acusações de abuso sexual. O G1 não conseguiu contato com o defensor do padre Carlos Alberto da Rocha. Em nota divulgada na sexta-feira, o religioso negou a acusação de abuso contra ele.