Complexo imperial romano tem área fechada por risco de desabar

 

DA FRANCE PRESSE, EM ROMA

O lar de Adriano, imperador romano entre os anos de 117 a 138, a Villa Adriano, localizada na periferia de Roma, teve fechado o acesso aos visitantes em várias de suas áreas desde ao menos semana passada, conforme o jornal italiano "Il Corriere della Sera".

O local enfrenta risco de desabamento, em função da falta de recursos para sua manutenção.

O célebre complexo arqueológico, localizado em Tivoli, cerca de 20 quilômetros de Roma, criado como lugar de veraneio e lazer do imperador Adriano no século 2º d.C., recebeu 370 mil euros (R$ 816 mil) de contribuições, mas precisava de 2,5 milhões de euros (R$ 5,5 milhões) para se manter, segundo o jornal.

Jastrow – set.2006/Wikimedia Commons

Teatro Marítimo, na Villa Adriano, em Tivoli, cidade próxima a Roma

Teatro Marítimo, na Villa Adriano, em Tivoli, cidade próxima a Roma

Nos últimos três anos, dos 6,7 milhões de euros solicitados para manter e restaurar as ruínas da mansão romana, com mais de 30 prédios cobertos de mármores e decorados com estátuas, entre elas a cópia do Discóbolo (o Lançador de Discos) do escultor grego Míron, só foram fornecidos 1,5 milhões (R$ 3,3 milhões).

Os riscos de desabamentos aumentaram, fazendo com que as autoridades decidissem fechar vários setores.

UNESCO

Decretada em 1999 pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, o número de visitantes à "Villa" diminuiu 41,8% nos últimos 10 anos.

"A chegada à Villa Adriano é difícil e desanimadora. Não há informações sobre o seu importante significado histórico e arquitetônico", afirmou a especialista Federica Chiappetta, entrevistada pelo jornal.

A mansão foi o maior exemplo romano de um jardim alexandrino, recriando uma paisagem sagrada. E é como uma cidade, com palácios, fontes, vários banhos, bibliotecas, teatro, templos, salas para cerimônias oficiais e habitações para os cortesãos, os pretorianos e os escravos.

A vida de Adriano foi imortalizada no livro "Memórias de Adriano" (1951), da escritora belga Marguerite Yourcenar, que descreveu a vida e a morte do imperador romano, que se referiu a ele como "um homem culto, grande militar, amante da poesia e da música".

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Itália: bispo é acusado de encobrir padre processado por pedofilia

image O Papa cumprimenta o cardeal Angelo Bagnasco

ROMA — Uma vítima italiana de um padre pedófilo apresentou uma denúncia nesta segunda-feira contra o bispo encarregado da paróquia de Porto Santa Rufina, nos arredores de Roma, por ter encoberto um religioso pedófilo, informou o advogado Fabrizio Gallo nesta segunda-feira.

A vítima acusa o padre Gino Reali de “cumplicidade e conivência” com o religioso Ruggero Conti, preso em junho de 2008 e atualmente processado por pedofilia.

Segundo a acusação, Reali tinha de ter “informado as autoridades judiciais italianas”, assim como o órgão do Vaticano encarregado dos casos de pedofilia, a Congregação para a Doutrina da Fé, das queixas de abusos sexuais feitas por vários jovens.

Segundo Gallo, advogado de uma das vítimas, Reali compareceu há dez dias em uma audiência do julgamento contra Conti para informar que um tribunal da diocese havia aberto uma investigação sobre o caso, mas que tinha sido rapidamente arquivada devido ao fato de o principal denunciante não ter se apresentado.

O advogado afirmou que seu cliente decidiu apresentar a denúncia depois que o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Angelo Bagnasco, admitiu na semana passada que na Itália também foram encobertos por décadas casos de abusos contra menores por parte de religiosos.

O cardeal reiterou que a Igreja Católica não está mais disposta a tolerar casos de pedofilia.

Uma centena de processos canônicos contra padres acusados de pedofilia foram abertos na Itália nos últimos dez anos, informou um porta-voz da CEI.