Categorias
Artigos

Batismo: Se eu não me batizar vou para o inferno?

Quem se batiza nasce de novo, como Jesus explicou a Nicodemos.

Batismo na Tailândia (Foto: Reprodução/Facebook)

O batismo marca o novo nascimento daqueles que aceitam a Jesus Cristo como único e suficiente salvador. Mas há muitas dúvidas sobre o assunto e por isso vamos responder algumas delas neste artigo.

Entre as dúvidas que permeiam este tema temos: se eu não for batizado perderei a salvação? Só quem é batizado é salvo? Se eu morrer sem passar pelo batismo irei para o inferno?

Para esclarecer esse assunto, precisamos primeiramente explicar o que é batismo. O batismo é o sacramento que confere uma nova vida ao homem pecador.

Quem se batiza nasce de novo, como Jesus explicou a Nicodemos em João 3 que diz: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”

Precisamos dizer também que o batismo é uma ordenança dada pelo próprio Jesus aos seus discípulos como lemos em Mateus 28.19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

O batismo faz parte da vida cristã e é comprovação de que você crê e aceita Jesus em sua vida, se arrependendo de seus pecados e deixando o “velho eu” no passado.

Qual é a ligação entre batismo e salvação?

Jesus diz a Nicodemos, ainda em João 3, que quem crer e for batizado será salvo. Mas encontramos na Bíblia outros trechos que explicam melhor o Plano de Salvação, como em Efésios 2.8: “Porque pela graça sois salvos, mediante a ; e isto não vem de vós; é dom de Deus”.

Em Efésios vemos que a salvação nos foi dada pela graça e misericórdia de Deus, o homem não mereceu esse favor, mas o Senhor – com toda a sua bondade – nos agraciou com o perdão e com a salvação.

O batismo, portanto, não faz parte da salvação, porém é um processo que acontece na vida do cristão depois que ele aceita Jesus em sua vida.

Para ser salvo é preciso crer em Jesus Cristo, portanto, se uma pessoa se converter e, por algum motivo, não se batizar a tempo ela será salva sem qualquer impedimento.

O que lemos em Lucas 23.43 comprova o que estamos falando, pois Jesus afirmou a um dos ladrões crucificados ao seu lado que naquele mesmo dia ele estaria com Cristo no paraíso.

Oras, mas aquele ladrão não ouviu os sermões de Jesus, não passou pelo batismo. Como ele poderia ir para o paraíso? Simples: reconhecer que Cristo era o Messias, o Filho de Deus, foi o bastante para que ele recebesse a salvação.

Se você tinha medo de perder a salvação por não se batizar, ou se alguém afirmou que era obrigatório passar pelo batismo para ser salvo, fique em paz. Se batize para confirmar que você crê e para simbolizar sua nova vida, jamais faça isso por imposição ou por medo de não ser salvo.

O batismo deve ser uma escolha pessoal, feita por uma pessoa consciente do ato. É por este motivo que nós, evangélicos, não batizamos crianças.

Categorias
Cultos

Por que a timidez é pecado?

Já parou para pensar no texto de Apocalipse 21.6-8?

 

  – Gospel Prime
Timidez. (Photo by Akshar Dave on Unsplash)

“E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. Mas, quanto aos TÍMIDOS (ênfase minha), e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.”

É no mínimo intrigante a timidez estar presente na categoria de pecados perversos aos olhos de Deus. Causa certa estranheza que ser tímido é como ser incrédulo, abominável, homicida etc. Porém, é exatamente isso.

Jesus é compreendido nos evangelhos como o Emanuel (Deus conosco), um homem “manso e humilde de coração (Mateus 11.28-30)”. No entanto, quando o vemos falando em Apocalipse, percebemos que sua voz não é a de um Cordeiro, mas de um Leão.

Jesus, no capítulo 21 de Apocalipse, está completando a redenção dos santos. Aqueles que vieram a Ele pela fé, agora bebem da água da vida e não sofrerão nunca mais (vs. 4). Ele mesmo limpará dos olhos toda lágrima.

O Apóstolo João viu “novo céu e nova terra” (vs. 1) e a cidade santa, a “nova Jerusalém” (vs. 2). E somente entrará na cidade eterna “o vencedor” (vs. 7). Este é o que derrotou a dureza do próprio coração e literalmente padeceu com Cristo, por amor a Ele.

Os tímidos não entram na nova Jerusalém porque sua estima de si (ou autoestima) é elevada demais para considerar outra pessoa, mesmo que seja a Pessoa de Deus.

Talvez você concorde comigo que o orgulho é uma coisa ruim e a humildade uma coisa boa, mas aí você pensa: “Mas eu não tenho grandes dificuldades com orgulho”. Bem, faça um autoexame. Você é tímido demais para contar aos outros sobre sua fé? É introvertido demais para contar às pessoas a verdade? O que é isso se não um tipo de orgulho, receio de dar má impressão?

Perceba isso: não se pode viver eternamente na presença de Deus se sua “estima de si” é maior do que o seu amor por Ele.

Os tímidos não reinarão com Cristo porque amam demasiadamente a própria vida, ao ponto de negá-lo na sociedade e nas relações.

Se você teme a própria exposição em nome do evangelho, saiba que a fé salvadora ainda não te alcançou, infelizmente.

Ainda assim, há esperança para o tímido! O evangelho afirma que Cristo se expôs a vergonha para que você pudesse receber dupla honra (Isaías 61.7). Lance fora o medo de expressar sua nova vida nele em público! Se você nasceu do alto, se você está no amor de Deus, então “o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4.18).

Abrace a verdade pela fé e apegue-se a Cristo, pois a promessa da vida eterna é para o justo que vive pela fé e não retrocede (Hebreus 10.38), mas prossegue para o alvo até o fim.

Categorias
Cultos

Animais de estimação vão para o céu?

A preocupação ao ponto de querer a companhia de um animal na eternidade, de certa forma é sinal que algo se corrompeu por uma confusão de sentimentos e uma perspectiva de futuro incerta.
Criança com cachorro no colo. (Photo by Alicia Jones on Unsplash)

Essa pergunta intrigante surgiu em novembro de 2014, numa reportagem do New York Times com o título “Cães no céu? Papa Francisco deixa os portões abertos“, repercutindo uma pretensa afirmação com o seguinte teor: “Um dia, veremos nossos animais novamente na eternidade. O paraíso é aberto a todas as criaturas de Deus.”

Essa declaração foi rapidamente disseminada pelo público nas redes sociais e por movimentos e ONGs de proteção aos animais que se derreteram em elogios e demonstraram enorme satisfação em saber como a autoridade máxima da igreja católica estava alinhada com suas pautas.

A verdade é que houve um grande mal-entendido ao verterem a matéria original do Corriere della Sera para o inglês e o jornal New York Times veio a público explicar-se e pedir desculpas aos leitores pela imprecisão da matéria. Hoje, há inúmeros sites que dissecaram o assunto e comprovaram que o Sumo Pontífice não deixou nenhum portão aberto no céu para os animais de estimação. O jornal The Washington Postfez uma matéria muito esclarecedora só para explicar a notícia falsa do colega, descrevendo em detalhes a origem e o desfecho do mal-entendido.

Fato é que a declaração foi o catalizador de grande repercussão na mídia. Produziram-se inúmeros debates, artigos e acaloradas discussões sobre o assunto. A despeito de ser notícia falsa, o tema suscita dúvidas válidas e intriga o sentimento daqueles que possuem animais de estimação e sentem inquietação em saber sobre o futuro pós morte do seu bichinho querido.

John Piper, teólogo cristão renomado e praticamente unanimidade em todas as correntes da fé, também foi chamado ao debate para oferecer uma posição apaziguadora e definitiva sobre se animais de estimação vão ou não para o céu, conforme explicamos a seguir.

Termos imprecisos

O paraíso estar aberto a todas as criaturas de Deus é um termo ambíguo já que lúcifer também é criatura de Deus e é certo que ele não estará lá, aponta Piper. Portanto, o reino dos céus não está, assim, com os portões escancarados a todas as criaturas.

Para revermos nossos animais de estimação nos céus, significa que eles participariam conosco da eternidade e isso tem enormes implicações teológicas, além desse argumento não se sustentar biblicamente. Imagina que para satisfazer nossos sentimentos de posse, só falamos em nome de cães e gatos, mas diante de um Deus que é a plena Justiça como ficariam os outros animais? Só porque não os mantemos presos em nossas casas não merecem estar conosco na eternidade?

Muitas ideias são lançadas de forma apressada e como coadunam com a pauta do mainstream, essa engenharia social com objetivos escusos e desconhecidos que se processa na sociedade, são rapidamente cooptadas e passam ao status de princípios e imediatamente galgam o rol das atitudes politicamente corretas, independentemente de suas implicações práticas; por fim torna-se imoral ou quase crime questionar simples dúvidas sobre o assunto.

Para um cristão que se preocupa com a verdade e com a validade dos princípios bíblicos tais assuntos devem ser devidamente examinados e passar por cauteloso escrutínio. As ideias têm consequências, como diz o título do livro de Richard Weawer.

Imagem e semelhança de Deus

No livro de Gênesis (1:26,27), a criação do homem foi apartada do restante dos outros entes. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Nesse relato, entendemos que há um destino único para o homem que o coloca acima das outras criaturas, inclusive com uma ordenança de sujeitar a terra e dominar “sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn. 1:28).

Quando Jesus esvazia-se de si mesmo e vem para a terra, Ele o faz como ser humano e não como um animal irracional. Seu sacrifício foi para salvar o homem e não os animais, indicando assim, um destino determinado e exclusivo para o ser humano.

Quando o Eterno, quis falar com Moisés no monte, Ele recomenda expressamente que os animais não se aproximem, nem sequer toquem no monte, sob pena explícita de serem mortos (Êxodo 19:13). Essa passagem carregada de simbolismo, traz em si a mensagem de que para subir a montanha, ou simbolicamente a escalada espiritual em direção ao Criador, temos que nos despir da nossa animalidade, nossa irracionalidade já no início dessa caminhada, como pré-requisito para proceder a escalada.

Contudo, Deus ama os animais a ponto de preservá-los no dilúvio. Há fósseis suficientes para comprovar que não foram todos que foram preservados. Há uma enorme variedade de animais que simplesmente não existe mais, não obstante teorias de toda sorte justificarem seu desaparecimento. No Antigo Testamento há uma passagem brilhante sobre a consideração que devemos ter com o bem-estar dos animais: “O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas as afeições dos ímpios são cruéis” (Provérbios 12:10).

Animais que perecem

A Bíblia faz distinção clara entre homens e animais. Hoje as pessoas levaram os cães e gatos para dentro de casa, permitindo-os participarem das atividades do dia a dia da família, seja na mesa durante as refeições, seja dormindo em suas camas, em casos até que substituem o esposo.

Se o homem permitiu que alguns animais fossem alçados ao status de membro da família, pois trata-se de assunto da sua competência, querer elevá-los ao patamar de um dia poderem morar nos céus com Deus, foge à sua autoridade e sobre esse assunto é a Palavra de Deus quem versa e determina.

Animais não tem a capacidade de manter um relacionamento pessoal com Deus, isso foi dado somente ao homem. O salmista usa a imagem de animais (mula e cavalo) para ilustrar a falta de entendimento e capacidade de aprimoramento pessoal de acordo com os preceitos bíblicos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti. (Salmos 32:9).

Uma outra diferença essencial é que os animais simplesmente perecem nessa terra enquanto os seres humanos têm um futuro preparado após essa vida. Aos animais não foi reservado o reino dos mortos, o Sheol, como está aos seres humanos, portanto diferente dos “animais, que perecem”. (Salmos 49:12)

Considerações finais

O papa não disse que o paraíso é aberto a todas as criaturas de Deus nem que as veremos na eternidade. Isso foi uma notícia falsa divulgada pelo jornal New York Times, que posteriormente se retratou, em novembro de 2014.

Apesar de ser uma notícia falsa, o tema levanta uma pergunta que não deixa de ser válida, quando extraída desse contexto. É um questionamento pertinente falar e expressar dúvidas a respeito da fé e o que a Palavra de Deus fala a respeito de determinados assuntos. Sendo assim, continua válido o direcionamento e os esclarecimentos que John Piper ofereceu aos cristãos.

A veneração canina e felina é apenas mais um traço de uma sociedade confusa sobre valores e proporções. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, se isso não for suficiente para convencer alguém, algo vai mal com seus princípios cristãos.

De fato, uma pessoa mergulhada no pecado, deixa de ter a semelhança com Deus e torna-se mais parecida consigo mesma e sua companhia passa a ser indesejada.

À medida que veneramos animais, surgem essas necessidades de preencher vazios que jamais podem ser preenchidos a não ser pelo nosso Criador. A preocupação ao ponto de querer a companhia de um animal na eternidade, de certa forma é sinal que algo se corrompeu por uma confusão de sentimentos e uma perspectiva de futuro incerta.

A Bíblia não deixa dúvidas sobre qual a posição que deve exercer Nosso Senhor Jesus Cristo em nossas vidas. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.(Mateus 10:37)

Animais perecem, enquanto nós temos um futuro reservado ao lado do Criador, em corpos incorruptíveis, vestes novas e cujo único desejo será louvar, bendizer e adorar ao nosso Redentor. Isso vai nos bastar, estaremos saciados e sem necessidade alguma além dessas.

Em tempo; respeito e não compactuo nem tolero nenhuma forma de maus tratos a animais.

O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas as afeições dos ímpios são cruéis” (Provérbios 12:10).